sexta-feira, 10 de novembro de 2017

2º Jantar Dançante e 12º Encontro Fraterno da Casa Espírita Raio de Sol


          Vem aí o 2º Jantar Dançante e 12º Encontro Fraterno da Casa Espírita Raio de Sol. Venha curtir um delicioso jantar, embalada pela boa música da banda Espelho Retrovisor. Traga sua família, venha confraternizar com seu amigos. Toda a arrecadação do evento será direcionada para a manutenção da CERS e construção das novas instalações, para um melhor atendimento aos irmãos necessitados.
Compre seu ingresso aqui.

Campanha de Arrecadação "FAÇA UMA CRIANÇA FELIZ"


domingo, 24 de setembro de 2017

A importância da paciência


"A paciência nos dá autocontrole, capacidade para parar e usufruir mais plenamente o momento presente. A partir daí, nos tornamos capazes de fazer escolhas sábias" - M.J.Ryan

Recentemente, cheguei de uma viagem do Chile, onde conheci vários lugares bonitos e interessantes.
Em Santiago, o trânsito é intenso. Alguns motoristas chegam ao estresse extremo: buzinam, xingam, fazem gestos grosseiros, ou seja, é uma impaciência por parte de alguns. Porém, de outros havia muita paciência para lidar com aquela situação delicada. Vai de cada um deixar ou não se envolver por aquela batalha de nervos e por um espaço que cada um julga ser seu.
No livro O Poder da Paciência, a autora M. J. Ryan escreve que "Não é que as pessoas não tenham justificativas; há uma relação direta com o nível de engarrafamento nas ruas e o nível de agressividade dos motoristas. Mas há um outro motivo para a fúria no trânsito estar se tornando tão comum: ela é uma forma disfarçada de descontar nossas frustrações em relação a outras coisas."
Deixamos que as pequenas coisas se tornem grandes e, consequentemente, em determinado momento, isso vem à tona e, na maioria das vezes, de forma agressiva e violenta.
O trânsito ainda é um dos melhores lugares para praticarmos a paciência, afinal, depende de nós entrarmos nesta sintonia de guerrear ou de ouvir um CD com músicas tranquilas ou um audiobook de conteúdo edificante. É um momento que também pode ser de relaxamento e aprendizado.
Nesta vida desenfreada que levamos diariamente, onde a competição é intensa e quem for mais rápido "leva a melhor", acabamos perdendo no meio do caminho o sentido da vida. É como se em determinado momento da vida vislumbrássemos a possibilidade de uma promoção, de estabilidade financeira, de bens materiais, da oportunidade dos sonhos... Nada disto é condenável, porém, existe um momento para tudo e acabamos "pulando"etapas importantes pela falta de paciência.
Como "tudo é para ontem",deixamos de praticar coisas básicas, como a criação dos filhos, o amor à família, o prazer de sentir a própria respiração ou o ar puro do mar, das montanhas, da natureza, de ver percurso natural do rio como da própria vida, ou seja, não estamos vivendo de forma digna.

Atenção e autocontrole

M.J. Ryan nos esclarece: "A paciência nos dá autocontrole, capacidade para parar e usufruir mais plenamente o momento presente. A partir daí, nos tornamos capazes de fazer escolhas sábias. A paciência nos ajuda a ser mais amáveis com  os outros, mais confiantes nas circunstâncias de nossas vidas e mais capazes de obter o que queremos. Ela constantemente nos recompensa com os frutos da maturidade e da sabedoria: relacionamentos mais saudáveis, melhor qualidade de trabalho e, sobretudo, maior paz de espírito."
Certa vez, li uma frase de James Freeman Clarke que dizia: " A única verdadeira satisfação é crescermos interiormente o tempo todo, tornando-nos mais justos, generosos, simples, másculos, femininos, gentis, ativos. E tudo isso é possível se fizermos diariamente as tarefas cotidianas da melhor maneira possível. "É a pura verdade, pois hoje vemos as pessoas trabalhando de forma desordenada, reclamando do emprego e do salário, contando os dias para o final de semana ou para o próximo feriado.
Se não mudarmos nossa forma de agir e de pensar, estaremos fadados ao fracasso, pois a intolerância nos leva à impaciência, que nos encaminha para o caos; é um efeito dominó. A partir do momento que aceitamos com paciência aquilo que temos hoje - isto não quer dizer que não devemos lutar para melhorar - , seremos mais felizes, afinal, tudo vem ao seu tempo.
A minha filha, que é enfermeira, reclamava constantemente do seu trabalho, e eu dizia a ela:"Dê o melhor de si, faça o melhor que puder, um dia, a recompensa virá". Ela já está colhendo os frutos das sementes da paciência que semeei em sua mente, mas isto leva tempo, não é da noite para o dia, pois depende da persistência, serenidade e tolerância de cada um.
Muitas vezes, os "freios" para uma vida intensa ou impaciente chegam através de uma doença ou perda de ente querido. É um golpe duro para a maioria, mas é um momento para parar e refletir ou cairemos em um abismo. É neste momento doloroso que precisamos ter fé e refletir sobre o caminho que estamos seguindo. Precisamos fazer perguntas essências para retomarmos o caminho que, por algum motivo, deixou de ser trilhado ou, talvez, seja uma expiação, que precisa de paciência e resignação para entendermos os porquês. Quando temos este entendimento, saímos mais fortes das adversidades da vida.

Aprendizado e caridade

Segundo a doutrina espírita, uma coisa é essencial para o nosso aprimoramento espiritual: a caridade.
O casal Stuart e Linda Macfarlane comungam o seguinte pensamento: "A vida apresenta séries ilimitadas de oportunidades para que se pratique a caridade,não perca nenhuma". O Espiritismo já vem nos alertando neste sentido. Todo final de ano vemos pessoas praticando a caridade material- o que é louvável -, mas a "manutenção" desta caridade tem que ser periódica, o ano todo, pois os necessitados precisam como nós de se alimentar e de se vestir, constantemente. Uma caridade que exige paciência é a de ouvir. Poucos estão dispostos a ouvir os problemas alheios, afinal, cada um já tem a sua cota de infortúnios, mais é neste momento que colocamos em prática a essência da caridade, o amor.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, a espiritualidade de luz nos alerta "Sede pacientes. A paciência também é caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Todavia, existe outra muito mais penosa e, por conseguinte, muito mais meritória: a de perdoarmos àqueles que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para provarem a nossa paciência". É neste entendimento que nos lapidamos para um crescimento interior sem mágoa ou rancor.
Mas, afinal, a paciência é um dom ou uma virtude? No decorrer das reencarnações vamos desenvolvendo e aprimorando algumas virtudes que, com o tempo, se tornam dons. É natural que algumas pessoas desenvolvam mais ou menos certas qualidades, isso é essencial para nos ajudarmos reciprocamente.
Através da oração pode nos ajudar a sintonizamos com a Espiritualidade Maior. Com a mente tranquila, a intuição fica mais aflorada e, assim, tomaremos a decisão mais assertiva.
E ai? Está pronto para praticar a paciência? Seja paciente consigo mesmo e não tenha medo de recomeçar!
Autoajuda
Por Marco Tulio Michalick

domingo, 27 de agosto de 2017

5º Seminário CERS - "À" Evolução Humana entre dois Mundos


08:30h - Credenciamento

09:00h - Abertura dos trabalhos

09:15h - As condições planetárias atendem ao mapeamento espiritual do espírito encarnado? - José Gonçalves

10:15h - Coffee Break

10:30h - O contexto humano chega a alcançar o contexto planetário? - Paulo de Jesus

11:30h - Perguntas aos palestrantes

12:00h - Almoço livre

13:20h - Mundos Transitórios - A interface entre as encarnações - Mary Furtado

14:40h - Corpo Transitório - Mente Imortal - Júlio Goelzer

16:00h - Coffee Break

16:20h - A "Humanidade" habita só em dois mundos ou no Multiverso? - Cícero Tirloni

17:40h - Perguntas aos palestrantes

18:20h - Considerações finais

18:30h - Encerramento

*Inscrições deveram ser realizadas na Casa Espírita Raio de Sol. O valor da inscrição será de R$40,00 ou "01" cesta básica.

Local: Auditório da Biblioteca Pública de Biguaçu - Centro Cultural David Crispim Corrêa.
Rua Hermógenes Prazeres, 59 - Centro - Biguaçu
INFORMAÇÕES: 48-999285702
48-988083706

domingo, 6 de agosto de 2017

Educar para a vida


A Oficina dos Sentimentos, inspirada no relato do espírito Ermance Dufaux, ensina o ser humano a se libertar onde ele mais necessita consolidar seus valores pela educação: na vida emocional

A educação, assim como todas as áreas do conhecimento humano, passa por mudanças rápidas e profundas. A escola moderna, mais que nunca, vem atualizando seus métodos de ensino em função das necessidades emergentes do ser humano nos dias de hoje. Um ponto fundamental nesse cenário é o próprio conceito de educação que foi construído ao longo dos séculos, focado em transmitir conhecimento. Percebe-se, hoje, que isso necessariamente não é educação, mas, sim, uma ferramenta educacional chamada instrução. Educar vai muito além de armazenar saberes. A prova disso é que hoje temos uma sociedade intelectualizada e primariamente capacitada em valores e habilidades que sejam suficientes para propagar a justiça, o bem e a ética.
A palavra educare, que vem do latim, quer dizer "ex" (fora) + "ducere" (conduzir, levar), ou seja, extrair para fora, retirar de dentro, vir à luz. Educar é oferecer condições para que o homem descubra seus próprios talentos e vocações e os desenvolva. É fazer contato com os potenciais latentes que Deus depositou em cada um de nós. Portanto, somente com a instrução, esse objetivo central da arte de educar fica incompleto.
Uma pergunta torna-se imprescindível, a nós, espíritas, diante deste contexto social: temos acompanhado esse ciclo de progresso? Estamos educando espiritualmente o ser humano que busca o espiritismo? O conhecimento espírita colabora na formação de homens de bem ou apenas oferece subsídios informativos sobre assuntos espirituais? Somente por meio do conhecimento espírita consegue-se oferecer condições ao ser humano para ser mais feliz e capaz de promover sua libertação consciencial?
Começa a ficar mais claro que anos e mais anos de instrução doutrinária não são sinônimos de paz interior ou conduta moralizada. É comum amealharmos décadas de Espiritismo e, ainda assim, trazermos a alma aflita e conturbada. Constata-se, após um longo período de intensa divulgação da doutrina, que a instrução não foi suficiente para apontar soluções aos dramas íntimos da vida emocional. Falta um investimento maduro e consciente na aplicação prática da sabedoria do autoconhecimento e, mais que isso, na arte de nos educar para aprendermos a mar de verdade, inclusive a nós próprios.
Mais que informação espíritas, estamos carentes de transformação espírita. Mais do que sermos espíritas que atuam em tarefas, sermos pessoas que ajudam a melhorar a vida em toda parte, incluindo o nosso próprio bem estar. Mais que instrução doutrinária, precisamos de soluções aplicáveis para erradicarmos nossas dores, desenvolvermos nossos talentos e construirmos o homem de bem que Allan Kardec se refere em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, itens um e dois.
Afinal, usando bom-senso e amor, nós viemos aqui na Terra foi para isso: superar os sofrimentos, colocar nossa luz para fora, extrair de dentro o ser maravilhoso que todos possuímos latente na intimidade. Quem ainda dorme noa braços da aflição com justificativas de pagar débitos e resgatar faltas, corre o risco de enquadrar-se em provas das  quais já podia ter saído há um bom tempo, além de tornar sua própria existência um mar de tormenta a título de melhoria espiritual.

Educando  sentimentos
A divulgação esclarece, mas só a educação pode salvar! Quero,agora, preparar o terreno para a segunda parte deste artigo, na qual vou falar sobre o que é a Oficina dos Sentimentos, como aplicá-la e quais foram os resultados educacionais desse método na mudança do cenário em que se encontra o ensino espírita. Não se trata de um método de substituição da instrução espírita, mas sim, complementar, já que lida com todas as bases do espiritismo dirigidas para a vida subjetiva do ser. Basicamente, a proposta da oficina é educar a alma para ser feliz.
A Oficina dos Sentimentos é uma experiência inspirada no relato do espírito Ermance Dufaux, em seus livros Escutando Sentimentos e Lírios de Esperança, nos quais são discorridos sobre métodos e técnicas usadas no Hospital Esperança, no tratamento de seus internos. O Hospital Esperança é uma obra de amor, erguida por Eurípedes Barsanulfo, no mundo espiritual, para socorrer religiosos cristãos falidos que não conseguiram erguer a libertação de suas consciências à luz do evangelho.
Considerando que os benfeitores realizam essa tarefa do "lado de lá", surgiu a ideia de trazer para cá a experiência que se espalhou por vários grupos espíritas no Brasil e no exterior.
É um projeto e uma vivência que nos leva a conhecer Espiritismo, nos conhecendo, nos incluindo no processo de ensinar. O diferencial da Oficina dos Sentimentos é a educação em um dos focos mais emergentes para nossa paz e felicidade, ou seja, nos sentimentos, na educação emocional do ser. 
Para uma noção inicial do tema, que será concluído no próximo artigo, vamos analisar o quadro ilustrativo que faz uma distinção bem didática sobre os caminhos da instrução e da educação, isto é, do aprimoramento dos potenciais humanos que ainda não sabemos como administrar coerentemente, com os princípios que fundamentam a teoria espírita.
Observe que tudo parte da mudança de conceito entre ensinar Espiritismo através de conteúdos e práticas e ensinar o ser humano a se libertar onde ele mais necessita consolidar seus valores pela educação: na vida emocional, que se expressa na convivência.

Especial / Por
Wanderley Oliveira

domingo, 2 de julho de 2017

Palestrantes de Julho


Um "morto" vivendo como vivo


O apego, fruto de nossa falta de leitura sobre a vida futura, no mundo espiritual, é o que faz com que fiquemos presos à Terra

      Em minha experiência em contato com espíritos desencarnados, já vi muitas coisas estranhas, coisas inusitadas, coisas surrealistas, mas, recentemente, na reunião mediúnica na qual trabalho, vivenciei uma experiência um pouco diferente e que me deu muito trabalho de convencimento. Recebemos um homem desencarnado, que se manifestou através de uma médium de psicofonia, e comecei a conversar com ele, e, em poucos minutos, descobri que ele estava ligado a uma de nossas pacientes encarnadas em tratamento na casa, e que estava morando, ainda, na casa que um dia foi dele, junto à família. A paciente era a sua esposa em vida, e ele a estava acompanhando sempre que ela ia para o nosso centro de tratamento, e      já há alguns dias estava tentando falar conosco.
Não aceitava a ideia, que já haviam lhe passado no plano espiritual, de deixar a sua casa, a sua família, e seguir para uma cidade espiritual. Comecei a tentar convencê-lo nesse sentido e... nada! Ele não arredava o pé da ideia de permanecer com sua família e em sua casa.
     Ele dizia ter sido um homem honesto, trabalhador, que nunca traiu a esposa, nunca fez nada de errado, e não via sentido em se afastar de sua família e de sua casa, pois ali era o seu lar, e ele não conhecia mais nada além daquilo.
     Desencarnou há mais de cinco anos, e todo esse tempo tem estado em sua casa, junto dos familiares.
Disse que não estava fazendo mal a ninguém, e que eles gostavam de sua presença, e que durante a noite, quando eles saíam do corpo, conversavam entre si, se abraçavam, e que eles gostavam disso tanto quanto o próprio desencarnado gostava também, não havendo mal algum nisso.
     Aos poucos, ao longo da conversa, que se alongava, chegando a 20 ou 30 minutos, o que é muito numa sessão mediúnica, ele foi falando sobre a esposa, que estava se tratando de dores nas pernas e também de dor no peito e de tristeza, e eu ia mostrando a ele relação entre a sua permanência na casa da família e a doença da esposa.
     É claro que durante muito tempo ele resistia aos meus argumentos, e insistia que não estava atrapalhando a esposa, mas, ao mesmo tempo, ele acabou contando que também sentia dor no peito, um aperto no peito, e tristeza, e eu mostrava a ele que coincidentemente eram as mesmas coisas que a esposa dele sentia também, e que ele podia estar transmitindo para ela o que ele mesmo sentia,e que isso devia ser por causa da situação, dele, invisível dentro de sua própria casa, sem ser visto, salvo durante a noite, quando os familiares saíam do corpo.
     Eu falava que ele estava passando a doença para ela, e que a doença era do fundo muito emocional, pela saudade, pelo sentimento de perda e afastamento. Tentei convencê-lo a ir passar um tempo numa cidade espiritual, mas ele resistia.
     Dizia que dormia na cama dela, que também era dele, e que gostava de ler jornal, mas que não comia, nem buscava sua esposa para fazer sexo, como muitos desencarnados fazem. Ele levava uma vida quase igual àquela que levava quando em vida física.
     Perguntei se ele, quando encarnado, acreditava na vida após a morte, e ele me disse que nem acreditava nem desacreditava; e eu disse que a sua falta de crença na vida espiritual estava agora atrapalhando o seu futuro, pois ele não subia para os planos mais elevados, que são maravilhosos, e ficava preso à Terra, à sua casa.      Falava também para ele que se seguisse para uma cidade espiritual, poderia, depois, voltar para visitar seus familiares, mas, ele dizia que não queria ir à sua casa como visita, que ele queria morar lá, como sempre fez. E aí perguntei se ele tinha medo de experimentar e conhecer o mundo espiritual, e ele disse que talvez sentisse, mesmo, medo, o medo do desconhecido, que muitos de nós temos.
     Trabalhei a ideia do medo, para que ele a superasse, e tentei convencê-lo de que sua mulher não iria ficar boa nunca, se ele não se afastasse de casa, o que era muito difícil para ele aceitar, mais do que de entender.
     Falava que ele também precisava de tratamento, e que o amor que ele e seus familiares sentiam uns pelos outros não desapareceria pelo simples fato de ele se afastar da casa e ir residir no mundo espiritual propriamente dito, que não era a sua casa física.
     Depois de muito esforço e ajuda de outros dois doutrinadores do grupo, terminei convencendo o homem a ir conhecer e passar uns dias numa cidade espiritual, e ele terminou dizendo, rindo, que ele era muito "cabeça dura", mas que nós éramos ainda mais do que ele, e aí eu disse, também rindo, que ele era o cabeça dura, e que nós éramos persistentes e insistentes, mas que fazíamos aquilo apenas para tentar ajudá-lo.
     Existem muito mais desencarnados vivendo em nossas casas do que nós podemos imaginar e acreditar.
     A descrença na vida depois da morte, o despreparo para a morte, o apego às coisas materiais, o apego à família e o medo do desconhecido, do mundo espiritual, são fatores fortíssimos que prendem os espíritos em casa, no plano físico, e,às vezes, por muitos anos. Há, também, o apego, a saudade, o chamado dos que ficaram... os encarnados atraindo os desencarnados e os mantendo presos no plano físico.
     Muitas vezes, nascem relações obsessivas entre pessoas que se gostam, mas por apego, ciúme, posse, e os desencarnados ficam em casa, querendo ficar próximos o tempo todo, interagindo, e muitas vezes interferindo na vida dos encarnados no seu dia a dia.
     Um espírito que desencarna e fica triste, às vezes entrando em depressão em razão da própria morte que não aceita, pode transmitir as mesmas sensações que sente para seus familiares. E de repente, um membro da família pode começar a apresentar sintoma de tristeza, de melancolia, e até mesmo de depressão, que pode se iniciar com fatores pessoais, por emoções pessoais, pela tristeza gerada pela morte do ente querido, e que se agrava com a presença dele, recebendo suas energias em desalinho.

Falta de aceitação

     Às vezes é difícil para um desencarnado, como no caso aqui relatado, entender como ele pode prejudicar e fazer adoecer um ente querido pela sua simples presença, mas acontece que o desencarnado doente irradia energias desequilibradas, e os encarnados acabam absorvendo essas energias, e por isso terminam adoecendo também. Acaba virando uma obsessão sem querer, sem intenção de prejudicar. O desencarnado termina prejudicando o encarnado achando que o está ajudando, por estar perto, aconselhando, consolando, protegendo, etc.
     Nem todos os desencarnados estão aptos e capacitados para ajudar os que ficaram. É preciso primeiro se ajudar, se equilibrar, se adaptar ao mundo espiritual, para somente depois conquistar a condição de poder ajudar os que ficaram.
     É preciso trabalhar o desapego de nossa casa, e de nossa família, o que não significa de modo algum deixar de amar ou deixar se importar com eles.
     Quando morremos, ou seja, quando desencarnamos, deveremos aceitar a sugestão de quem vier nos amparar para seguirmos para uma cidade espiritual para tratamento e repouso, quase sempre necessário após a morte. Só depois de ficarmos bem poderemos voltar para rever os entes amados e ajudá-los.
     O apego, a ignorância e o medo do desconhecido, fruto de nossa falta de leitura sobre a vida futura, no mundo espiritual, é o que faz com que fiquemos presos à Terra, presos e confinados por vontade própria em nossa própria casa, como se fosse uma prisão domiciliar, mas tudo voluntariamente.
     É preciso abrir a mente para aceitar novas ideias, novas experiências, para poder fazer um futuro melhor para nós mesmos e para nossos entes queridos.
     Enquanto estivermos na Terra,encarnados, vivamos a vida terrena, mas, ao deixarmos definitivamente o corpo de carne, vamos viver a vida do espírito, no seu devido lugar, e ela pode ser melhor do que a vida que levamos na Terra, acreditem.

Especial / Por
Luiz Roberto Mattos

Festival de Massas e 11º Encontro Fraterno da CERS


          Ola meus irmãos, mais uma vez convidamos a todos os irmãos, amigos e a todos que simpatizam com amor ao próximo para mais um almoço familiar, mais um Festival de Massas que será realizado no Samburá Esporte e Lazer em Biguaçu. Estaremos sendo agraciados com boa música. Sua presença e de seus amigos e familiares é o mais esperado, tudo isso será revertido para a construção de nossa sede própria. Venham nos prestigiar, aguardamos a todos.
          Interessado em adquirir convite, clique aqui.

domingo, 18 de junho de 2017

Equilíbrio Holístico


          As doenças e desequilíbrios que manifestamos em nossas vidas ocorrem devido ao nosso atual estágio evolutivo. Conforme vamos ampliando nosso grau de maturidade e lucidez espiritual, a ordem e o amor vão se tornando uma realidade, trazendo harmonia e paz.
Acredito que o ser, iludido por uma percepção individualista de si mesmo, aspira por um sentimento transcendental, com o qual ele possa se sentir plenamente integrado com o Todo (natureza e pessoas). Neste nível, o egocentrismo deixa de existir. Abandonamos nossa personalidade sem perdermos a individualidade. Viver para o bem de todos é como viver para nosso próprio bem, não existe diferença. Porém, esta realização, este despertar, é um processo gradativo, depende do rumo que o espírito tomar em sua jornada evolutiva, através de suas encarnações e além delas. Depende, também, da sinceridade de suas escolhas e da força de vontade em persistir no caminho escolhido.
A personalidade ou persona não possui essência. O que fomos na última encarnação, já não somos nesta. Algumas tendências, ainda gravadas em nosso subconsciente, persistem, mas não podemos dizer que somos a mesma pessoa. Essa transformação ocorre o tempo todo. A verdade que preservávamos ontem, hoje destruímos com nossa dúvidas, para, amanhã, ampliarmos nossa visão. Este é o infinito ciclo da evolução espiritual. Para isso ocorrer da forma mais "suave" possível, precisamos ter humildade para reconhecer quando estamos equivocados em nossos pontos de vista ou quando é hora de expandirmos nossa percepção. Não podemos ter a prepotência de achar que nosso caminho espiritual é melhor.
Penso que o mal não existe como essência. Para mim, ele é a manifestação da desordem, do desequilíbrio ou mesmo da busca pela ordenação, pela harmonia interna. Como eu disse no início, conforme o nosso grau de compreensão da vida e de nós mesmos se amplia, e, com ele, um sentimento profundo de amor incondicional, passamos a viver o bem, a ordem, a Luz... Por isso, toda violência é uma forma deturpada e desesperada de buscarmos o Bem que "nos escapa".
Todo esse processo repercute na qualidade e no fluxo das nossas energias. Quando elas não fluem livremente, a tendência, ao longo do tempo, é o corpo adoecer. Esta "lei" é conhecida como psicossomatismo, ou seja, desequilíbrio de ordem psicoemocional, que prejudicam nosso fluxo saudável de energias, manifestando-se no corpo por meio de doenças. Nossos conflitos emocionais, assim como nosso padrões de pensamento e reações desequilibrados criam bloqueios energéticos e/ou aumentam a nossa perda de energia. Portanto, autoconhecimento e reforma íntima são fundamentais no processo de evolução espiritual, refletindo, assim, na saúde do corpo e da mente.

Por Victor Rebelo

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Qual é a sua missão?

O questionamento não é simples porque não se restringe a uma determinada instituição, mas a todas, principalmente: a familiar, a profissional e a religiosa

  Há um lema no BOPE que diz: "Missão dada é missão cumprida", e eles se orgulham disto e trabalham para executar a missão. No mundo corporativo também é uma questão de honra cumprir as estratégias traçadas. Eu, particularmente, faço questão de dar o melhor de mim em todas as minhas atividades - familiares, profissionais, religiosas, esportivas, intelectuais e incentivo as pessoas a fazerem o mesmo. Sempre enfatizo que se você não gosta do que faz, dê o seu melhor, pois abrirá caminhos para que um dia você trabalhe naquilo que tanto almeja.
Herbert Casson, jornalista e escritor canadense, dizia que "O importante é ter um propósito, e fazer com que ele seja cumprido é um dos segredos de uma vida que vale a pena ser vivida".
   A pergunta é: Você tem um propósito? Sabe qual é a sua missão aqui na Terra? O questionamento não é simples, porque não se restringe a uma determinada instituição, mas a todas, principalmente a familiar, a profissional e a religiosa.
  No livro Feliz, José Carlos De Lucca escreve que "Segundo a doutrina espírita, nós viemos à Terra para criar amor em nossos relacionamentos. Essa é a nossa mais importante missão de vida!"
 Sem amor não teremos sucesso em nenhuma outra instituição na face da Terra. O amor é a base de tudo. O amor é a bússola de todo o processo de evolução. Sem este sentimento, seremos náufragos sem direção.
 O problema é que a maioria das pessoas reclama da vida e acaba gerando um negativismo. Desta forma, como o universo pode conspirar a nosso favor? Pois ele só conspira a nosso favor através do pensamento positivo, boas ações e muito, mas muito trabalho.
 Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, podemos ler na questão 574 que "Há pessoas que realmente só vivem para si mesmas e que não sabem tornar-se úteis para coisa alguma.
São pobres seres que devemos lamentar, porque expiarão cruelmente sua inutilidade voluntária; muitas vezes, seu castigo já começa neste mundo, pelo tédio e pelo desgosto que a vida lhes causa."
 O espetacular da vida é podermos superar todos os obstáculos e, depois, comemorarmos a vitória. Aliás, para cada projeto de nossa vida, desde o mais simples ao mais audacioso, devemos valorizar estas vitórias e não lamentar ou reclamar das derrotas, mas, sim, aprender com elas.
 Precisamos ser honestos conosco e com os outros.
 Acabei de ler algo neste instante que me emocionou. Trata-se de um fair play. É um grande exemplo de respeito ao adversário que aconteceu durante uma competição de ciclismo na cidade de Cantabria, na Espanha. Ismael Esteban, rival do ciclista espanhol Augustin Navarro, estava bem a frente do esportista e ganharia, com folga, a medalha de bronze. Quando um dos pneus da bicicleta de Ismael furou, Augustin poderia facilmente tê-lo ultrapassado.
Mas, no lugar, resolveu diminuir a velocidade e foi atrás do rival, que levava a bicicleta sobre um ombro, até a linha de chegada. O caso repercutiu nas redes sociais e o gesto de Augustin foi aplaudido pelo público que assistia à corrida.
Agora vale ressaltar que quando o pneu de Ismael furou, se ele tivesse se considerado derrotado,achando que aquilo era obra do destino, ou seja, que sua sina não seria vencer aquela prova, possivelmente, Augustin o teria ultrapassado, porém, ao ver o adversário com determinação, carregando a bicicleta sobre um ombro, ele o respeitou e o admirou por sua perseverança.
 Então, nos perguntamos: quantas vezes desistimos de nossa missão no meio do caminho? Ou pior, no início e talvez na reta de chegada, por acharmos que não temos forças ou capacidade para superarmos as adversidades impostas pela vida, ou, ainda, que o sacrifício é muito grande para atingir o objetivo daquela missão. A vida é feita de amor, mas também de determinação e disciplina.

Sua missão

 Muitas pessoas encontram sua missão depois de uma tragédia. Por meio da dor, eclode a força interior, anteriormente latente, numa "zona de conforto". Um exemplo são as diversas histórias de atletas paralímpicos, que precisaram superar as limitações e encontrar um objetivo para continuar a viver.
 Nós temos missões específicas e coletivas.Allan Percy, em seu livro tudo é possível, nos conta em um dos capítulos o drama do químico sueco Alfred Bernhard Nobel, que, em 1867, inventou a dinamite e se dedicou à criação de outros explosivos, úteis no campo da mineração, da construção e da engenharia, mas principalmente na indústria militar, algo que ele não havia previsto. nobel se sentiu tão culpado que precisou buscar um modo de compensar o mundo pelo mal que suas invenções puderam causar quando usadas como arma. Com esse intuito, criou a Fundação Nobel com seu próprio dinheiro, que foi entregue ao Banco Central da Suécia. Os prêmios seriam dados àquelas pessoas que mais tivessem beneficiado o mundo nos campos da física, da química, da medicina, da literatura e em prol da paz.
 Em algum momento iremos lamentar algum erro cometido e a melhor forma de corrigir este erro é através de ações edificantes que possam resultar em benefício do próximo.

Família e trabalho

 Não adianta ser um profissional de sucesso e desprezar a família. O êxito profissional não encobrirá o fracasso nas outras áreas da vida.
 A intuição é essencial para detectarmos as diversas missões que precisamos executar ao longo do caminho. Saber utilizar a intuição de forma eficaz é confiar na inspiração divina.
 Allan Kardec, na questão 573, pergunta: "Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?"
A resposta da espiritualidade é: "Em instruir os homens, em ajudá-los a progredir, em melhorar suas instituições, por meios diretos e materiais. Mas as missões são mais ou menos gerais e importantes. Aquele que cultiva a terra desempenha uma missão, do mesmo modo que aquele que governa ou que instrui. Tudo se encadeia na Natureza. O Espírito se depura pela encarnação, concorrendo, ao mesmo tempo, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um tem sua missão neste mundo, porque todos podem ser úteis em alguma coisa."
 Precisamos acreditar em nosso potencial e aprimorá-lo constantemente. Agir de forma plena, não nos deixando entregar pela ociosidade, pessimismo ou medo. Não existe obstáculo maior que o medo de tentar. Aliás, o medo pode ser o maior obstáculo da vida. Não deixemos que ele seja mais forte que a nossa fé, coragem e esperança, que são o farol a iluminar o caminho a ser percorrido.
Que a vida possa ser iluminada para todos que compartilham o amor. E para aqueles que ainda não entendem este significado, que a Misericórdia divina auxilie estas almas ainda na sombra da ignorância.
Se já sabe qual é a sua missão, mantenha-se firme neste propósito. Se ainda não sabe, busque-a através dos "sinais" de Deus, da oração, do seu eu interior. Como diz um aforismo do rabino Rebbe Nachman: " Todo começo exige que possamos abrir novas portas. O segredo é dar e fazer. Dê em forma de caridade e faça o bem."


Marco Tulio Michalick é autor
de vários livros, entre eles:
O Vidente; Seu Legado para o
 Mundo; Coragem, Esperança e Fé.

domingo, 26 de março de 2017

3ª Feijoada e 10º Encontro Fraterno da CERS



          A Casa Espírita Raio de Sol vem convidar a todos irmãos, amigos e parentes, a prestigiar mais uma vez nosso evento que se realizará no Samburá Esporte e Lazer, situado no bairro fundos de Biguaçu na R. Julio Teodoro Martins, 1800.

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Palestrantes de Abril


domingo, 5 de março de 2017

Pensamento e obsessão


Nossos pensamentos ditam nossa conduta e, de acordo com ela, amealharmos companhias, através das quais somos conhecidos, principalmente por observadores do mundo espiritual

Emmanuel, no prefácio do livro Mediunidade e Sintonia, dá um outro enfoque para o ditado popular "Dize-me com quem andas que dir-te-ei quem tu és". O mentor de Chico Xavier lembra que os nossos pensamentos ditam nossa conduta e que, de acordo com ela, amealhamos companhias, através das quais somos conhecidos, principalmente por observadores do mundo espiritual.
Para a doutrina espírita, o estudo do pensamento é fundamental. Pensar é criar, portanto, o ato de pensar está relacionado diretamente à nossa origem espiritual. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, com a capacidade de interferir em sua obra.
Como bem lembrou o físico William Barret, "A criação não é mais do que o pensamento divino exteriorizado, e desse atributo divino nós partilhamos muito limitadamente, como parcelas da inteligência infinita."
André Luiz sustenta a mesma ideia: "Nos fundamentos da criação vibra o pensamento imensurável do  do Criador e sobre esse pensamento divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental, em que os poderes do Espírito se manifestam."
O hausto do Todo Sábio banha tudo quanto existe, e nós, com nossa força mental deficitária, somos capazes de influir positiva ou negativamente, ainda que de forma restrita, neste vasto oceano de energias desconhecidas.
A partir de 1968, formulou-se a Teoria das Supercordas, ainda de difícil  comprovação, por falta de laboratórios adequados, mas, através da qual procura-se a unificação da física quântica com a possibilidade de existência de n dimensões no universo . Entre as cordas, a estável corresponderia ao elemento primordial, conceito muito próximo do fluido cósmico primitivo, revelado pelos espíritos a Kardec, ou do plasma divino, na designação de André Luiz.
A partir da década de 1980, Andrei Linde, astrofísico russo radicado nos EUA, formulando a teoria dos universos inflacionário, utiliza o conceito sopa de plasma para indicar o elemento do qual o universo seria formado, aquele estado " onde não existem átomos, nem elétrons, nem galáxias."

Ideoplastia

          Temos, assim, a possibilidade de cocriar, moldando o fluido cósmico universal ou plasma divino, por meio da força mental inerente ao nosso espírito, realizamos esse processo através das ideoplastias.
Para o médico e pesquisador, Gustave Geley, ideoplastia é  "moldagem da matéria viva, feita pela ideia". E André Luiz define com clareza: " A ideia é um 'ser' organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção". Assim, através desses "seres" produzidos por nós mesmo, coagulados a partir dos nossos pensamentos , influímos nesse vasto oceano de forças que nos rodeiam.
Emesto Bozzano, citando outros autores, lembra que "o corpo mental, graças ao impulso do pensamento, exterioriza uma fração de si mesmo".  Vemos, assim, que o mecanismo das ideoplastias envolve outro "corpo" espiritual,o mental. Aqui pode-se entrever o papel da glândula pineal na exteriorização das ideoplastias produzidas e também daquelas com as quais estamos associados. Ensina André Luiz: "Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade." Essa é uma das propriedades da pineal, que age, na verdade, como uma lente concentradora e o tálamo como um prisma distribuidor. Os nossos pensamentos seriam, portanto, distribuídos pelo tálamo, conforme informação de André Luiz.
Esse e outros mecanismos,ainda desconhecidos da própria ciência, que se entreabrem como interessantes campos de pesquisas, constituem as vilas exteriozação de nossas ideias e de conexão do nosso mundo mental com outros espíritos.
As fotografias do pensamento constituem um importante meio de pesquisa das ideoplastias. Em Pensamento e Vontade, Bozzano refere-se a uma foto tirada de um grupo, no qual estava a famosa médium Eusápia Paladino. Nessa foto, aparece o busto de Napoleão Bonaparte, que não constava do ambiente. Pouco antes de ser batida, o pesquisador italiano referiu-se jocosamente à pose de Napoleão de um dos fotografados. "Ainda hoje, a mim mesmo pergunto se o nome de Napoleão não teria despertado em Eusápia a lembrança de um busto por ela visto, e se tal lembrança não teria coagulado a matéria fluídica que emana quase constantemente das suas zonas hipnógenas", comentou Bozzano na referida obra.
Nos Estados Unidos, outros sensitivos têm sido pesquisados, entre os quais, Ted Serious, que tinha a capacidade de impressionar as chapas fotográficas com as suas ideoplastias.
Depois de mais de três décadas de estudo e prática da neurocirurgia, Wilder Penfield convenceu-se de que o cérebro não é o produtor dos pensamentos. Na verdade, diz ele, "o cérebro é o computador e a mente o programador.
Os organicistas pensam o contrário. É um direito que eles têm, mas pensamos diferente e  temos boa companhia em nossos estudos!
Para outro conceituado neurocirurgião e pesquisador, Karl Pribram, "Nossos cérebros constroem matematicamente a realidade 'concreta', interpretando frequências vindas de outra dimensão, um domínio da realidade primária, ordenada e significante que transcende o tempo e o espaço. O cérebro é um holograma interpretando um universo holográfico".
Pribram pergunta-se quem é o "homenzinho dentro do pequeno homem" que Arthur Koestler chamou de "o fantasma da máquina"... Sem dúvida, "por trás da máquina do cérebro deve existir um fator ou entidade Psi que responde pela iniciativa das suas operações."
Para nós, espíritas, não há dúvida de que o "fantasma" é o espírito imortal.
Em 1860, Durand de Gros, estudando as ideoplastias, ressaltou a sua importância na sugestibilidade. André Luiz retoma esse caminho e enfatiza: "O magnetizador sugere ao magnetizado a existência de determinada imagem, em certo local, de imediato a mente do 'sujet', governada pelo toque positivo que a orienta, concentrará os próprios raios mentais no ponto indicado, aí plasmando o quadro sugerido, segundo o princípio da reflexão, pelo qual, como no cinematógrafo, a projeção de cenas repetidas mantém a estabilidade transitória da imagem, com o movimentos sons respectivos."
Esse processo é muito utilizado nos casos de mediunidade patológica ou de obsessão, nos quais, inteligências degradadas "cunham ideias escravizantes para quantos se permitem vampirizar".
A pineal desempenha um papel fundamental nesse mecanismo através do seu hormônio, a melatonina, e de sua enzima, a HIOMT. Ela participa de muitos estados alterados de consciência, tais como os hipnóticos ou os que entram em jogo nas funções anímicas, psíquicas e no transe mediúnico propriamente dito. Já se sabe, por exemplo, que o 10 methoxyharmalan é um potente alucinógeno que é produzido a partir do hormônio da pineal.
Conforme lembra Emmanuel, as alucinações podem ser endógenas (de origem orgânica ou anímica) e exógena, de origem espiritual.

Ideias e Sintonia

          Através dos mecanismos da reflexão e da indução, construímos as ideoplastias com as quais estabelecemos conexão com os outros seres. Vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios de afinidade. A associação mora em todas as coisas, preside todos os acontecimentos, comanda a existência de todos os seres.Constatamos isso desde o microcosmo: "Os átomos agrupam-se à feição dos pombos à cata de comida, formando assim os corpos que conhecemos".
Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. Sentindo,mentalizando, falando, agindo, sintonizamos com as emoções e ideias de todas as pessoas encarnadas e desencarnadas. Essa interação pode ser positiva ou negativa, conforme a direção que imprimimos às nossas expressões espirituais. É justo dizermos, portanto, que expressamos milhares de criaturas nos expressam.
Assim,pensando, conversando ou trabalhando, a força de nossas ideias, palavras e atos alcança, de momento,um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as consequências de nossas próprias iniciativas.
É comum observarmos pessoas cometendo os mesmos deslizes que condenam nos semelhantes. De tanto analisar os defeitos e faltas dos outros, as pessoas acabam absorvendo as imagens deprimentes do mal que comentam, incorporando-se aos tecidos sutis da alma e expressando-as através do próprio corpo espiritual.
Vemos, assim, que a maledicência e a cólera sistemática podem precipitar as criaturas no vício, na loucura ou nas trevas do crime.
Na intimidade da célula, o anticorpo produzido pelo organismo age sobre o antígeno, libertando a substância H, a histamina, que, por sua vez, atua sobre vasos capilares, fibras, etc., ocasionando os distúrbios orgânicos diversos, que conhecemos nas descrições clássicas dos compêndios médicos, tais como a dermatite, a coriza, a asma, o edema, a urticária,a enxaqueca, etc.
Explica ainda o André Luiz que as radiações mentais, conhecidas como agentes W, constituem a base da formação da substância H. No caso da obsessão, seriam os Agentes R de natureza destrutiva, que teriam no cérebro o seu órgão de choque. Os pensamentos, definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam raios específicos. Os de natureza destrutiva são os da cólera, irritação, leviandade, maledicência, crueldade, calúnia,irreflexão,brutalidade, tristeza,etc. Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos é preciso considerar os agentes R que estamos emitindo.
Vemos, assim, que "o pensamento é força que determina, estabelece,transforma, edifica, destrói e reconstrói".

O flagelo da obsessão

A obsessão é uma ação prejudicial exercida por um ou vários espíritos sobre outro, causando perturbações diversas.
Em A Gênese, Kardec ressalta o caráter complexo desse estado patológico, dizendo que a obsessão é "a ação persistente que um espírito malévolo exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais."
Dias da cruz afirma que a obsessão é semelhante ao processo alérgico. Lembra a definição de alergia dada por Von Pirquet," a reação modificada nas ocorrências de hipersensibilidade humana". Muitos organismos humanos apresentam reação específica contra agentes como pólen, poeira, alimentos, parasitose da pele, do intestino e do ar, bactérias, etc.- os chamados alergenos - que podem ser exógenos e endógenos.

Grandes temas / Por Dra. Marlene Nobre

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Equilíbrio holístico


          As doenças e desequilíbrios que manifestamos em nossas vidas ocorrem devido ao nosso atual estágio evolutivo. Conforme vamos ampliando nosso grau de maturidade e lucidez espiritual, a ordem e o amor vão se tornando uma realidade, trazendo harmonia e paz.
          Acredito que o ser, iludido por uma percepção individualista de si mesmo, aspira por um sentimento transcendental, com o qual ele possa se sentir plenamente integrado com o Todo (natureza e pessoas). Neste nível, o egocentrismo deixa de existir. Abandonamos nossa personalidade sem perdermos a individualidade. Viver para o bem de todos é como viver para o nosso próprio bem, não existe diferença. Porém, esta realização, este despertar, é um processo gradativo, depende do rumo que o espírito tomar em sua jornada evolutiva, através de suas encarnações e além delas. Depende, também, da sinceridade de suas escolhas e da força de vontade em persistir no caminho escolhido.
          A personalidade ou persona não possui essência. O que fomos na última encarnação, já não somos nesta. Algumas tendências, ainda gravadas em nosso subconsciente, persistem, mas não podemos dizer que somos a mesma pessoa. Essa transformação ocorre o tempo todo. A verdade que preservávamos ontem, hoje destruímos com nossa dúvidas, para, amanhã, ampliarmos nossa visão. Este é o infinito ciclo da evolução espiritual. Para isso ocorrer da forma mais "suave" possível, precisamos ter humildade para reconhecer quando estamos equivocados em nossos pontos de vista ou quando é hora de expandirmos nossa percepção. Não podemos ter a prepotência de achar que nosso caminho espiritual é o melhor.
          Penso que o mal não existe como essência. Para mim, ele é a manifestação da desordem, do desequilíbrio ou mesmo da busca pela ordenação, pela harmonia interna. Como eu disse no início, conforme o nosso grau de compreensão da vida e de nós mesmos se amplia, e, com ele, um sentimento profundo de amor incondicional, passamos a viver o bem, a ordem, a Luz... Por isso, toda violência é uma forma deturpada e desesperada de buscarmos o Bem que "nos escapa".
          Todo esse processo repercute na qualidade e no fluxo das nossas energias. Quando elas não fluem livremente, a tendência, ao longo do tempo, é o corpo adoecer. Esta "lei"é conhecida como psicossomatismo, ou seja, desequilíbrios de ordem psicoemocional, que prejudicam nosso fluxo saudável de energias, manifestando-se no corpo por meio de doenças. Nossos conflitos emocionais, assim como nossos padrões de pensamentos e reações desequilibrados criam bloqueios energéticos e/ ou aumentam a nossa perda de energia. Portanto, autoconhecimento e reforma íntima são fundamentais no processo de evolução espiritual, refletindo, assim, na saúde do corpo e da mente.

Por Vitor Rebelo

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Um espírita no umbral


Será que o fato de seguir o espiritismo e de fazer caridade é o suficiente para garantir seu equilíbrio e bem-estar após o desencarne?

          Um homem de 55 anos, espírita, sofreu um acidente e morreu de repente. Ele se viu saindo do corpo e chegando a um lugar escuro, feio, tétrico, com energias muito negativas.
          Assim que começou a caminhar por aquele vale sombrio, viu três espíritos vestidos com capa preta caminhando em sua direção. Assim que chegaram o homem perguntou:
          -Que lugar é esse?
        -Aqui é o que vocês espíritas chamam de umbral - disse um dos espíritos. O homem ficou chocado com aquela informação. Mal podia acreditar que estava no umbral.
          Considerou que talvez estivesse ali para participar de alguma atividade socorrista aos espíritos sofredores. O espírito negativo, que lia seus pensamentos, respondeu que não. Ele estava ali porque o umbral era a zona cósmica que mais guardava sintonia com suas energias.
          -Mas isso é impossível! - disse o espírita em desespero. - Não posso estar no umbral. Deve haver algum erro... Em primeiro lugar eu sou espírita, faço parte dessa religião maravilhosa que consideramos o consolador prometido por Jesus. Realizo, também, projetos sociais de doação de sopa aos pobres. Ministro o passe magnético duas vezes por semana a uma multidão de pessoas lá no centro. Também ajudo financeiramente instituições de caridade muito necessitadas, além de dar palestras no centro para os iniciantes no Espiritismo. Definitivamente há algo errado...

Ação e reação

          Não há nenhum erro - disse o espírito das sombras - Em seu atual estágio de evolução, você tem que ficar aqui mesmo. É verdade que você é espírita e faz parte desta doutrina consoladora, mas intimamente você julgava pessoas de outras religiões inferiores por não serem espíritas. Sim, você realizava projetos sociais dando sopa aos pobres, mas em seus pensamentos sentia-se o máximo praticando a caridade e julgava que os  pobres não eram tão evoluídos por estarem amargando a pobreza, quando na verdade muitos deles eram mais puros que você. Sim, você ministrava o passe, mas considerava que seu passe era mais "poderoso" e mais curador do que o passe de outros passistas.
          Sim, você ajudava financeiramente instituições de caridade, mas dentro de ti sempre dava o dinheiro esperando receber algo em troca e sentindo-se alguém muito "caridoso". E finalmente... Sim, você dava palestras aos iniciantes na doutrina, mas acreditava ter mais conhecimento que eles e se colocava numa posição de destaque e vaidade intelectual. Tudo isso suscitando uma das maiores chagas da humanidade, o "orgulho" e a "vaidade".
          O homem ficou impressionado com as revelações daquele espírito. De fato, revendo suas atitudes e sua perspectiva, intimamente havia quase sempre um sentimento de superioridade, de orgulho em relação aos outros, diante de tudo o que foi feito.O espírita então olhou para dentro de si e começou a se arrepender de tudo aquilo, reconhecendo seu erro e sentindo-se mais humilde. Nesse momento, ele sentiu uma luz brilhando dentro dele e começou a se elevar. Ao perceber que estava se elevando e deixando o umbral, avistou outros espíritos ainda presos à condição umbralina e novamente lhe veio um orgulho e uma sensação de superioridade em relação aos mesmos. Após sentir isso, caiu novamente no umbral, e a queda dessa vez foi ainda mais dolorosa. Um dos espíritos trevosos disse : -Você caiu novamente porque , no momento em que se elevava, começou a sentir uma certa superioridade em relação aos espíritos que aqui estavam, suscitando mais uma vez uma condição de orgulho. Além disso, " A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido"- (Lucas 12:48).
          O homem ficou muito triste com tudo aquilo. Entrou dentro de si mesmo e com toda a sinceridade pensou: "Sim, é isso mesmo. Eu fui uma pessoa arrogante por ser espírita e por tudo o que eu fazia. Esse orgulho neutralizou todo o mérito de minhas ações. Mas tudo bem, eu mereço estar aqui no umbral. Vou ficar por aqui mesmo, quem sabe eu aprendo alguma coisa. Não me importo mais comigo e entrego minha vida a Deus... Como disse Jesus, 'Que seja feita a vontade de Deus e não a minha.' "
          O homem caiu no chão e apenas se entregou a Deus com fé. Nesse momento, não tinha mais nenhum sentimento de auto importância. Fechou os olhos e deixou tudo fluir...
Nesse momento, seu corpo começou a se tornar um corpo de luz e, sem nem perceber, começou a se elevar novamente. Assim que chegou a uma zona mais elevada, abriu os olhos e, para sua surpresa, havia se libertado do umbral. Dessa vez, nem percebeu que estava se elevando e se libertando.
          Um dos espíritos trevosos estava esperando por ele nesse plano mais elevado. Tirou a capa preta e uma luz maravilhosa começou a brilhar. O espírita percebeu que esse espírito não era negativo, mas um espírito de luz que o estava ajudando desde o início. O espírito disse:
          -Tua renúncia de ti mesmo no último momento te salvou do umbral. Que tudo isso sirva de lição para você, meu filho. Toda essa experiência que você passou serve para os membros de qualquer religião. E não se esqueça jamais do que disse Jesus: "Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita" - (Mateus 6:3).

Hugo Lapa é um psicólogo, terapeuta
e regressão, escritor e espiritualista.