quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Poder do Perdão



Indultar a falta alheia é amar ao semelhante; o ato contrário ao indulto, por exemplo, a raiva, leva ao esgotamento energético

Por Ricardo Santos






Perdoar significa "remissão de pena, desculpar, indulto, renunciar a punir, misericórdia, clemência, indulgência e conceder perdão", de acordo com o dicionário.
"Perdoar não é esquecer o que nos encheu de raiva. Ao contrário. Perdemos a necessidade de estar ligados a ela. Ficamos livres para ser nós mesmos, sem a obrigação de fornecer respostas" (Lynda Field, 1999,p.100). Diz ainda que, para atingir a libertação, cabe examinar o que nos fere e demonstrar da maneira correta.
Assim, não resta dúvida que perdoar é necessário a nós, seres humanos. Afinal, quem pode afirmar que não necessita de indulgência? Mais ainda: quem não comete equívocos em sua vida? Portanto, perdoar é viver de maneira saudável e admitir nossa condição de falibilidade ante a vida. Jesus perdoou a seus verdugos.
Está escrito: " Infeliz daquele que diz: 'Nunca perdoarei!' Este, se não for condenado pelos homens, certamente o será por Deus. Com que direito pedirá o perdão das suas próprias faltas, se ele próprio não perdoa as dos outros." - (Allan Kardec, 1997, p.116). " O fraco jamais perdoa, o perdão é característica do forte", disse Manhatma Gandhi.
Na atualidade é inegável o avanço do conhecimento científico e como ele nos ajuda a compreender melhor conceito como saúde e doença. Então, se a indulgência é necessária, o que acontece com quem se nega a ela? Há alguma consequência para o nosso bem-estar? Em um artigo de minha autoria ( O bem é alimento do espírito e equiulíbrio orgânico), explico a questão da seguinte forma: quem perdoa, cria em torno de si um halo energético (aura) que promove a estabilidade das forças espirituais que agem na matéria e impedem que as moléstias se fixem no organismo. O ato contrário ao indulto, por exemplo, a raiva, leva ao esgotamento energético do corpo físico, que, por sua vez, favorece a instalação da doença.
Está claro que o perdão promove e colabora para a estabilidade e o equilíbrio das forças presentes no inconsciente. Além disso, perdoar significa, também, a capacidade de amar o outro. Ninguém nega que a misericórdia atrai as forças positivas do universo e que são capazes de transformar as pessoas. Bons pensamentos e sentimentos são importantes para a saúde. Quem perdoa se desconecta do outro, rompe o elo e, por exemplo, pode minimizar e até neutralizar os efeitos de uma obsessão.
Para os que têm fé e creem na mensagem Crística, é bom lembrar que o amor e o perdão são o binômio dos legítimos seguidores de Jesus. Não é a toa que o mais belo dos mandamentos diz: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Portanto, quem ama o próximo, ama a Deus. Logo, fica claro que indultar o outro é fazê-lo a si mesmo. Tem melhor qualidade de vida e boa autoestima  quem é indulgente com a falta alheia. O ato de desculpar influencia na saúde física e espiritual.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A reencarnação e o caminho evolutivo


O mundo oferece muitos atrativos que desviam o espírito de
uma boa trájetória. Por isso, o "Orai e Vigiai"
                    
Por José Amaral
 

Jesus, quando viveu entre nós, deixou uma profunda lição: Entrai pela porta estreita, que é apertado, o caminho, mas conduz para a vida, embora poucos a acertam. Não entrai pela porta larga, porque espaçoso é o caminho que leva a perdição e muitos entram por ela.
Depois de observar o Evangelho e seguir os ensinamentos do cristo, como diz Emmanuel, através de Chico Xavier: "Para além das cinzas do túmulo, há paz de consciência e alegria profunda no dever nobremente cumprido, mas, se te afeiçoas  à bondade e à renúncia, poderás quanto quiseres, continuar auxiliando os entes amados que aprendestes a venerar e querer, ou prosseguir exaltando os ideais e as tarefas edificantes que abraças. Só assim encontrarás a felicidade eterna."
Para encontrar essa felicidade, é preciso passar pela "porta estreita" e obedecer a Lei de Deus, através das reencarnações sucessivas, que são trajetórias percorridas. Cada reencarnação é uma trajetória, é uma porta que se abre e uma oportunidade que se oferece para evoluir. É uma reencarnação proveitosa, se o caminho é apertado.
O mundo oferece muitos atrativos que desviam o espírito de uma boa trajetória, levando-o para uma reencarnação sem proveito. Por isso Jesus ensinou: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" - (Mt, 26:41).
Kardec nos adverte: "Quando em um mundo, os espíritos hão realizado a soma de progresso que o estado desse mundo comporta, deixam-no para encarnar em outro mais adiantado, onde adquirem novos conhecimento e assim por diante, até que, não lhes sendo mais de proveito alguma encarnação em corpos materiais, passam a viver exclusivamente da vida espiritual, na qual continuam a progredir, mas noutro sentindo e por outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade. Admitidos nos conselhos do Onipotente, conhecem-lhe o pensamento e se tornam seus mensageiros, seus ministros diretos no governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos de todos os graus de adiantamento" - (Gênese, 11:28).
A reencarnação foi um tema que mereceu de Pietro Ubaldi especial atenção em sua obra. Somente no livro Problemas Atuais, escreveu mais de 100 páginas. Vamos destacar apenas duas, que se encaixam no tema abordado aqui:
"No sistema reencarnacionista o eu é uma individuação eterna, personalidade em formação pela evolução, única responsável diante da Lei; personalidade que colhe em bem ou mal, sob a forma de destino, o que ela quis livremente semear. Só assim a ninguém se pode culpar, e em cada caso apenas aceitar e bater no peito, até alegrando-se mesmo, porque corrigido o erro e aprendida a lição com a prova, tudo se restabelece, na ordem que foi violada e na alegria ansiada. Assim a mente compreende, e quem compreendeu pode aceitar melhor e saber sofrer, sem culpar a outros, mas apenas a si mesmo, pode, suportando melhor, adaptar-se à sua dura posição de dor, quando sabe a função corretiva desta. As ideias de punição e vigança excitam à revolta contra Deus, que então aparece egoísta e injusto.
Herdeiros de nós mesmos
Na realidade, todos nós somos filhos apenas de nós mesmos, e nossa posição presente é a consequência fatal de nosso passado livre. Os pais nos dão o corpo físico, da mesma natureza que os seus, mas não a alma. Só nosso corpo de carne é filho de sua carne; nosso espírito, porém, é filho apenas de suas próprias obras. É o nosso eu que escolhe em que ambiente nascer e, se o não sabe ainda fazer, é nisto guiado pelas sábias forças da vida. É evidente a todos que as crianças têm uma personalidade sua própria desde pequenos. Esta, desde o início, é bem definida, de modo que a seguir, mesmo delineando-se melhor nos particulares, continua idêntica e irremovível em suas notas fundamentais. É assim que o gênio não se transmite, porque não é filho dos pais. É assim que entre irmãos, se há semelhanças exteriores, as personalidades são inconfundíveis, e com frequência são diferentíssimas. E se há afinidade entre pais e filhos, esta é dada pelo corpo, resulta do ambiente comum, mas sobretudo da necessidade de que as almas sejam afins, para que uma possa avizinhar-se tanto da outra, que chegue a vestir-se com a mesma carne.
Para revestir-se com uma carne da mesma natureza, é necessária uma sintonização espiritual. Assim se explica também, ainda que isto nem sempre se verifique, certa nota espiritual semelhante entre pais e filhos.
As observações em favor da tese reencarnacionista são muiyas, porque com ela tudo se explica, sem ela se confunde tudo. Se só houvesse o canal da hereditariedade fisiológica, depois de passada a época da reprodução, que significado experimental teria a vida no sentido da evolução? Nenhum. Seria tempo perdido. Aprender-se-ia uma liçaõ toda terrestre, em função da vida física, para usufruir um ócio eterno num mundo espiritual, sem corpo e sem a nossa matéria, num ambiente em que não se compreende como poderiam ser utilizadas essas qualidades. Como pode uma experiência toda material servir de escola a fim de preparar-se para uma vida totalmente espiritual? Quando somos jovens, temos força, mas não a experiência. Quando somos velhos, temos a experiência, mas a força e a vida desaparecem. É verdade que os jovens, vivendo, usam a força para transformá-la em experiência.
Mas esta experiência não é usada na terra, porque sobrevém a morte; não se transmite aos filhos porque nascidos há muito tempo, e, nos ambientes não terrestres, é de uso difícil. Para que serviria então este conhecimento terreno específico, se não se regressasse à Terra, onde, somente aí, pode ele ser usado? E com efeito vemos nascerem pessoas com qualidades inatas, atitudes instintivas de caráter nitidamente humano, que só podem explicar-se como resultado de um trabalho terreno precedente de construção. Não há outro modo de explicar-se isto, num universo em que nada se cria e nada se destrói." 

domingo, 5 de setembro de 2010

Vivencie, conscientemente, sua mediunidade

Não foi Allan Kardec quem inventou os espíritos, sabe por que?
Porque todos nós somos espíritos. O espírito sobrevive à morte do corpo carnal, ou seja, tanto os vivos (encarnados) quantos mortos (desencarnados) são espíritos. Porém, normalmente, quando falamos em ¨espíritos¨, nos referimos aos ¨mortos¨. Quando o espírito está encarnado, dizemos que se trata de uma alma.
Se desde o inicio da história da humanidade nós morremos - pois esta é uma lei que rege a vida aqui na Terra - desde o princípio existem espíritos. É óbvio, não é?
Os fundamentos que compõem a base da doutrina espírita - como a preexistência e sobrevivência da alma e a reencarnação - foram transmitidos por espíritos através da mediunidade. São universais, pois também podem ser encontrados em diversas religiões, em várias épocas da humanidade.
Mediunidade é o potencial que toda pessoa tem de servir como intermediaria entre os espíritos e os homens. Todos a possuímos, em maior ou menor grau, porém, designamos por médiuns aqueles que exercem essa faculdade de forma ostensiva, o que não é comum. Portanto, nem todos os espíritos que reencarnam estão preparados ou têm condições para exercerem a mediunidade.
Os médiuns intuitivos e os inspirados são muito mais comuns. Mas o que seriam estas modalidades mediúnicas? Vejamos o que diz Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap. XV, sobre os médiuns intuitivos: ¨A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade.
Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.¨
Já no caso dos médiuns inspirados, Kardec explica: ¨Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido.¨
Na época da codificação espírita, grandes pesquisadores e cientistas, reconhecidos mundialmente, se propuseram a analisar os fenômenos espíritas com o objetivo de ridicularizar o Espiritismo, porém, conforme se aprofundavam em suas pesquisas, ficavam cada vez mais convencidos da veracidade dos fatos. Apesar de hoje, as manifestação de efeitos físicos, para análise, serem raras, não podemos perder o bom senso e a seriedade nos estudos; nosso ambiente de investigação não é tanto o laboratório, mas, a própria alma!

Victor Rebelo, editor-chefe

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Compulsão alimentar e espíritos obsessores


A alimentação está associada, no psiquismo humano,a todo um conjunto de fatores emocionais que vão além da simples manutenção da vida orgânica.
Ao sermos alimentados, nos primeiros anos de nossa existência física, somos também acalentados, em uma permuta de afeto do bebê com aqueles que se caracterizam como seus cuidadores.
Considerando, por sua vez, a compulsão como um ato direcionado por um impulso, que procura descarregar uma ansiedade inconsciente, podemos entender a compusão alimentar como uma tentativa de solucionar um conflito interno.
Diante de algo que nos incomoda seja a necessidade de afeto, da não aceitação do corpo ou de alguma circunstância vivida ou das próprias dificuldades emocionais, por exemplo-através da compulsão alimentar fugimos, procurando algo que nos propocione prazer momentâneo e postergando o encontro conosco mesmos.
Claro que apartir de uma perspectiva de psicologia espírita, não podemos esquecer o intercâmbio constante com o mundo espiritual, de modo que, afinizados conosco, desencarnados ainda muito ligados ao plano material, desejosos das sensações físicas, estimulam tais comportamentos dos quais pensam se beneficiar, assimilando as sensações dos encarnados.
André Luiz (nos livros Nosso Lar e Missionários da Luz, psicografados por Chico Xavier) exemplificou bem este fato ao mostrar que muitos desencarnados se compraziam ¨absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes¨, de modo que, sem a vigilância necessária, deixamos à mesa ¨margem vastíssima à leviandade e a perturbação¨. O nobre mentor, constando sobre os primeiros anos que se seguiram à sua desencarnação, diz que fora chamado de suicida no plano espiritual. Amargurado e sem entender, somente depois de certo tempo pôde compreender que havia ¨desperdiçado patrimônios preciosos da experiência física¨, porque ¨todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas, aparentemente sem importância.¨
Por isso, urge nos vigiarmos com relação a todos os excessos a que nos permitimos.
Além das terapias convencionais e espirituais, a autoanálise é sempre de grande auxílio:
1*- Procarando identificar os momentos de ansiedade que levam a buscar alimento em dose excessiva ou fora dos horários de alimentação.
2*- Tendo identificado, procurando dar-se conta ( tornar-se consciente) no próprio momento em que isso ocorre.
3*- Tendo percebido no momento, procurando evitar o ato.
E é importante termos muita paciência conosco mesmos, pois toda mudança psíquica se dá gradativamente.
Se conseguirmos identificar o conflito de que fugimos, tendo-o por etapa do nosso processo evolutivo ( e não como ¨algo horrível, doentio e proibido¨) nos colocamos na posição responsável daquele que luta para superar as próprias dificuldades.


Fonte: Blog Psicologia Espírita.