sábado, 16 de maio de 2015

Bem ou mal? Escolha seu caminho

Selecione o que você fala; filtre o que você ouve; cuidado com o que você pensa! Nosso caminho é traçado a cada instante em nossa vida

No livro Calma, psicografia de Chico Xavier, Emmanuel nos deixa a seguinte pérola: "Convém lembrar que os nossos ouvidos podem ser transformados em extintores do mal, todas as vezes em que o mal nos procure."
Muitas pessoas procuram na imprensa sensacionalista notícias de baixo teor vibratório, onde o mal prevalece de forma extrema, exacerbando as emoções e tirando a razão. Este tipo de ação deixa o psiquismo à flor da pele, podendo, com o tempo, provocar algumas enfermidades no corpo devido à negatividade que irrompe os ouvidos, se alojando na alma.
Em outras situações, podemos nos confrontar com pessoas que nos procuram para falar mal de terceiros ou para reclamar da vida...
Em O Livro dos Espíritos, questão 472, Allan Kardec pergunta: "Os Espíritos que nos querem induzir ao mal limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos encontramos ou podem criar essas circunstâncias?" A resposta é: " Aproveitam a circunstância, mas muitas vezes a provocam, impelindo-vos, sem que o saibais, para o objeto da vossa cobiça. Assim, por exemplo, um homem encontra em seu caminho certa quantia de dinheiro: não penses que foram os Espíritos que a trouxeram para ali. Contudo, eles podem inspirar ao homem a ideia de tomar aquela direção e sugerir-lhe depois a de apoderar-se do dinheiro, enquanto outros lhes sugerem o pensamento de devolver o dinheiro ao dono. Dá-se o mesmo com todas as outras tentações."

Exemplo de honestidade

Essa passagem me faz lembrar o caso de Francisco Basílio Cavalcante, que trabalhava no aeroporto de Brasília como auxiliar de serviços gerais da empresa Masp, onde recebia um salário bruto de R$370,00. Na época, março de 2004, já no final de seu turno, ao vistoriar o banheiro do aeroporto, encontrou uma bolsa de couro com US$ 10 mil. Nunca havia visto tanto dinheiro na vida. Poderia ter ficado com aqueles dólares, afinal, ninguém iria ficar sabendo, e ele precisava honrar uma dívida de R$28,00 referente à conta de luz atrasada. Mas Francisco não pensou duas vezes; entregou o dinheiro ao seu chefe imediatamente. Após ir embora para casa de ônibus, descobriram que aquele dinheiro pertencia ao turista suiço René Dam, que inclusive, quis conhecer o homem honesto que devolveu suas cédulas. Francisco Basílio Cavalcante tornou-se exemplo de honestidade em um País onde a corrupção ainda é um tumor maligno. Quando o repórter do jornal Correio Braziliense perguntou se ele sentia orgulho por ter devolvido o dinheiro, aquele homem simplies respondeu: "O que eu fiz, moço, era o que todo mundo devia fazer. Se cada um agisse assim, o Brasil seria melhor."
Agora vamos imaginar se este homem pegasse, pelo menos, parte do dinheiro, acreditando que ninguém notaria. O turista, ao contar o dinheiro, iria reclamar as cédulas faltantes. Consequentemente, a polícia iria investigar e chegar ao funcionário que estava trabalhando naquele turno. Sendo assim, em vez de herói seria um criminoso. Tal suposição é para refletirmos que temos a  responsabilidade de seguir o caminho reto, pois nosso atos de hoje contemplarão o nosso destino. Vale ressaltar que demos o exemplo do dinheiro, mas a espiritualidade do Alto enfatiza: "Dá-se o mesmo com todas as outras tentações."
Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, nos alerta: " A criatura, porém, na Terra ou fora da Terra, segundo o princípio de responsabilidade, ao transviar-se do bem, gera o mal por fecundação passageira de ignorância que ela mesma, atendendo aos ditames da consciência, extirpará do próprio caminho, em tantas existências de abençoada reparação, quantas se fizerem indispensáveis(...) Do uso feliz ou infeliz de semelhantes talentos, resultam para nós vitória ou derrota, felicidade ou infortúnio, saúde ou moléstia, harmonia ou desequilíbrio, avanço ou retardamento nos caminhos da evolução. Examina, pois a ti mesmo e encontrar´s a extensão e a natureza de tua dívida, pela prova que te procura ou pela tentação que padeces, porque o bem verte, puro, de Deus, enquanto que o mal é obra que nos pertence - transitório fantasma de rebeldia e ilusão que criamos, antes as leis do destino, por conta própria."
Cabe a nós repelir o mal, pois assim construiremos uma atmosfera favorável para que nos sintonizemos com os amigos espirituais de Luz. E, para finalizar, gostaria de deixar para reflexão um texto intitulado prece Árabe, que diz:
"Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes. Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos. Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a sensartez; se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo. Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória, quando bem-sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso. Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior.
Ó Deus! Faze-me sentir que o perdão é maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza. Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança. Se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé. E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão. E finalmente Senhor, se eu Te esquecer, te rogo mesmo assim, nunca Te esqueças de mim!"


Especial / Por Marco Tulio Michalick