quinta-feira, 21 de junho de 2012

Elucidações sobre a mediunidade

O Espiritismo, codificado por Kardec, veio à lume para nos dar uma explicação plena sobre esse processo de intercâmbio
A mediunidade é o mecanismo de intercâmbio com os espíritos. A sensibilidade em relação a influência dos espíritos não é um privilégio, fazendo-nos afirmar que todos nós somos portadores desta sensibilidade.
Já a mediunidade ostensiva, aquela em que ocorre a comunicação espiritual em toda sua plenitude, é direcionada a indivíduos com predisposição orgânica e espiritual a esse propósito.
Os relatos de ocorrências de comunicações sob processo mediúnico são das mais remotas eras. O nosso conhecimento ocidental nos remete de imediato à nossa conhecida Bíblia. Mesmo com todas as adulterações e interpolações, a Bíblia ainda é um dos maiores repositórios de relatos de natureza moral, bem como de instruções para um despertar espiritual da humanidade. No trabalho edificante de seus personagens, algumas passagens bíblicas nos deixam bem claro que, em alguns momentos, a relação entre os dois mundos se fez presente. Só que a denominação "mediunidade" não existia e nem existe na Bíblia. Até porque a palavra médium e mediunidade são palavras novas, usadas por Kardec para designar o fenômeno. Mas a fenomenologia, sim, é antiga, porém, sob outras denominações, como: profecia, feitiçaria, adivinhação, sortilégio, visões carismas e outras tantas denominações.
A mediunidade foi proibida por Moisés em Deuteronômio (18:9-11) e Levítico (20:6) e consentida em Números (11:26-29) onde Eldade e Medade estavam profetizando no Arraial. Esta passagem nos faz crer que não era a comunicação em si que Moisés proibia, mas sim, os mecanismos ou talvez a seriedade com que se faziam as comunicações. Mais adianta, no Evangelho segundo Mateus (12:2), temos a bela passagem da transfiguração de Jesus, que na presença dos apóstolo Pedro, Tiago e João, fez ocorrer ali um fenômeno de materialização. Apesar do fenômeno mediúnico ser de conhecimento dos grandes iniciados do Oriente, somente no século XIX é que esse mecanismo foi mais bem explicado e popularizado para os ocidentais, através da codificação da doutrina espírita.
O Espiritismo, codificado por Kardec, veio à lume para nos dar uma explicação plena sobre esse processo de intercâmbio. Não havia, até então, uma explicação, mais convincente de como e por que se processara esse fenômeno. Estas comunicações, através das faculdades psíquicas humanas, geralmente eram atribuídas a pessoas especiais, dotadas de poderes sobrenaturais, à fenômenos demoníacos ou até mesmo à loucura. Na Idade Média, muitas pessoas foram levadas à fogueira em decorrência da mediunidade ostensiva. A personagem mais conhecida nesse episódio foi Joana D'Arc, que por ouvir vozes de espíritos, foi condenada a fogueira.
Quando estudamos o Espiritismo fazemos, geralmente, um estudo do mecanismo das manifestações, que se fizeram presentes na casa da família Fox, na pequena aldeia de Hydesville, nos Estados Unidos da América, marco inicial do espiritualismo moderno, depois passando pelas mesas girantes, indo até a codificação feita por Kardec. Inclusive, vale ressaltar a coragem da menina Katie Fox em responder aos raps realizados pelo espírito do mascate Charlie Rosna.
Classificação mediúnica
A codificação, fruto da observação das comunicações mediúnicas, nos deu as cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Dos livros da codificação, o que destaca o estudo da mediunidade em toda sua plenitude é O Livro dos Médiuns. Nele, Kardec explica:
"Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:
Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas. (questão n* 160.)
Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes. (questão n* 65 e seguintes.)"
O capítulo XVI de O Livro dos Médiuns destaca um capítulo inteiro - Dos Médiuns Especiais detalhando os principais gêneros de mediunidade.
Sempre passando pelo crivo da razão, o conhecimento do mecanismo faz com que possamos distinguir a comunicação e de livre pensamento do espírito comunicante.
As informações recebidas pelo intercâmbio mediúnico contidas na codificação espírita são um convite à modificação moral de quem as estuda. A educação doutrinária espírita aliada à educação mediúnica faz com  que o médium possa conhecer o seu papel, bem como as adversidades que possam advir através do compromisso mediúnico. Lembremos da máxima do Cristo: "Muito se pedirá de quem muito recebeu". Mesmo assim, notamos também que entre os médiuns ostensivos existe ainda uma diferença no desenvolvimento dessa faculdade.
Encontramos médiuns como que se fossem missionários, e vale ressaltar que estes são poucos. A maioria possui a mediunidade com uma característica provacional, que na sua luta diária, à serviço do bem, através da prática da caridade gratuita, tenta se refazer do seu passado, onde em algum momento de sua existência o livre-arbítrio lhe fez algoz. Há outros, ainda, em que a mediunidade se apresenta de forma expiatória, que, na dificuldade de assimilar o compromisso adrede assumido, sofrem com os distúrbios sensitivos, fazendo com que a mediunidade desregrada os levem a sofrimentos atrozes, chegando, alguns, até mesmo a serem internados em manicômios.
Deveríamos considerar a mediunidade além do compromisso cármico; também é um compromisso social, onde o trabalho à serviço do Bem pode minimizar a dor de quem busca socorro nas casas espíritas.
Dos Médiuns
159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizadas e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns  têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos: a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos.
160. Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários. (Veja-se a 2* parte, Caps.II e IV.)
     O Livro dos Médiuns. Cap.XIV
Allan Kardec.

Médiuns falantes- Psicofonia
"Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, a maioria das vezes, nada ouvem.
Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium.
A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência.
Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz.(...)"
O Livro dos Médiuns,
questão n*166

Tipos de obsessão - Subjugação
A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.
A subjugação pode ser moral ou corporal.
Codificação/ Por Francisco de Assis Sousa

domingo, 3 de junho de 2012

Xamanismo

Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estelar

Por Vitor Hugo França

O termo xamanismo é de origem siberiana, baseado no conceito do saman, que identifica "aquele que é inspirado pelo espírito", "aquele que não perdeu a conexão, a integração".
Teve a sua origem há milhares de anos, quando nossos ancestrais decidiram superar todos os obstáculos impostos no caminho da evolução. Através da integração com o meio ambiente, confiança e determinação descobriram as fórmulas que iriam garantir a sua sobrevivência. Não possuíam tecnologia avançada, mas com a necessidade de vencer e sobreviver, criaram técnicas naturais, se organizaram, desenvolveram e ativaram plenamente seu poder pessoal.
Os guerreiros antigos, utilizavam toda a força do seu universo interior e uma enorme integração com a natureza, as quais o xamanismo decodificava e direcionava em prol de sua sobrevivência e sucesso. Xamanismo possibilitou um maior senso de comunicação, união, organização e disciplina, além de uma maior autoconfiança, integração ambiental e conexão. Tudo torna-se sagrado na espiritualidade natural.
As formas existentes na natureza eram então respeitadas como sendo espíritos que formavam uma única família; uma lição que poderíamos aplicar nos dias de hoje para melhorar todas as nossas relações. Também foi responsável pelo surgimento de várias técnicas de cura, estratégias, filosofias e artes.
Várias técnicas muito antigas são utilizadas até hoje, reconhecidas por comunidades científicas, outras, com características tradicionais milenares reconhecidas popularmente. Enfim, o importante é que essas maravilhosas técnicas naturais e evolutivas ainda estão sendo utilizadas e, com certeza, sempre serão utilizadas pela humanidade em seus processos de cura.
O xamanismo é muito profundo. É uma linda filosofia de vida onde honramos e agradecemos ao Todo a possibilidade de estarmos aqui, neste Planeta Mãe-escola, evoluindo, crescendo, respeitando toda a existência, resgatando a integração com a natureza.
Os guerreiros da luz tem como missão buscar a paz, saúde, sucesso, equilíbrio entre corpo, mente e espírito e ampliar sua visão sobre tudo. Sabemos que cada um de nós tem a responsabilidade de escrever sua história pessoal de forma harmoniosa e íntegra, permeada pelo perfume do amor.

Consciência ecológica
No xamanismo reconhecemos que somos uma semente, um micro universo de infinitas possibilidades, nos preparando a todo instante para nos tornarmos uma árvore bela, viçosa e frutífera.
O xamanismo é a síntese da espiritualidade, da integração e da essência divina. Não tem nenhuma conotação religiosa e seu "templo" é a própria natureza.
Praticar xamanismo é buscar a excelência espiritual; é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos e se harmonizar com as marés naturais da vida, valorizando a essência e não a forma, ampliando assim sua consciência ecológica planetária, reconhecendo a importância de cuidarmos muito melhor da mãe Terra, pois sabemos que o planeta está gritando e se faz necessário assumirmos nossas responsabilidades para termos uma qualidade de vida verdadeiramente melhor, respeitando a nossa geração e as gerações futuras, lembrando sempre que o nosso "planeta Terra não é descartável". Para isso, precisamos repensar de forma coerente sobre nossos hábitos, buscando exercer atitudes muito mais responsáveis.
Para que aconteça realmente uma mudança de consciência, em todos os níveis de atividade, a prática é necessária. "Não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso fazer." A prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de resgatar a espiritualidade natural, a reconexão com estas forças da natureza que estão presente ao nosso redor e alcançar o despertar da felicidade plena.
Assim, seguindo o fluxo da integração total, o Céu torna-se o Pai, que ensina o caminho das estrelas e das origens ancestrais. A Terra torna-se a Mãe, que ensina os caminhos das relações, das integrações e da evolução na matéria. O grande Avô é o Sol, que, com seu sorriso caloroso, ensina todos os dias a sabedoria dos ciclos e do círculo da vida. Então a Avó Lua, com sua serenidade, ensina a arte de sonhar e os mistérios que iluminam os caminhos pelas noites da vida. As árvores e vegetais tornam-se o Povo em Pé; as águas, o Povo das Águas; o Trovão, o Espírito do Trovão; as pedras, o Povo de Pedra e todos os animais tornam-se os irmãos mais jovens, cada um com sua medicina particular. Tudo possui uma energia vital, uma força, um espírito.
Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estrelar. Este é o caminho mágico da integração consigo mesmo e com a natureza, onde o valor maior é o sentir.

Instrumentos de Poder no xamanismo

Tambor sagrado
É o veículo pelo qual o xamãs fazem suas viagens a outros mundos. Os nativos norte-americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da mãe Terra e também ao som do útero. O tambor é considerado o cavalo, ou a canoa, que nos leva ao mundo espiritual. É o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra, que permite ao xamã viajar ao centro do mundo.

Chocalho sagrado
Muito usado na limpeza energética do corpo e dos ambientes.

Pedras e cristais
Há um conto xamânico que diz que o Criador, vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, e jogando-os no Universo, criou as estrelas. Os aborígines australianos chamam os cristais de luz solidificada. Os xamãs norte-americanos chamam de Seres Pedras, ou Povo de Pedra, detentores dos registros da Mãe Terra. As pedras possuem um espírito, uma alma; possuem talentos específicos, amplificam pensamentos e auxiliam os processos de cura do corpo físico.

Pau que fala
É utilizado especificamente por nativos norte-americanos. Trata-se de um pedaço de pau consagrado para que se apresente o Sagrado Ponto de Vista. Neste ritual não pode ser utilizada uma palavra que não seja a verdade. Na cerimônia somente fala quem estiver com o bastão na mão, os demais devem permanecer em silêncio. É uma forma de honrar a sabedoria dos outros. Isto não significa que todos concordem com o que o outro está falando, mas que respeitam o ponto de vista do próximo.

Abalone
É uma concha. Na tradição dos antigos índios tupi-guaranis as conchas tinham importância fundamental. Serviam de instrumento para aplainar o cabo e ponta das flechas, tirar rebarbas de pás de farinha e remos. As mais fundas pertenciam ao xamã da tribo, que as usava para macerar as ervas na preparação das medicinas curativas. Hoje, utiliza-se para limpeza da aura, nos rituais de limpeza com defumadores, representando o elemento água.

Penas de poder
São usadas para aplainar a aura ou limpar o casulo áurico, jogando as impurezas para fora.

Chanupa
É de uso corrente para inalação do tabaco, entre os xamãs do mundo inteiro. Para os nativos norte-americanos ele tem uma importância fundamental. Erroneamente chamado de cachimbo da paz, ele é chama do pelos nativos de cachimbo sagrado. Ele surgiu para os índios norte-americanos com a aparição da Mulher Novilho Búfalo Branco, para a tribo Lakota (sioux). O fornilho representa o aspecto feminino e o cano o masculino. A união é o princípio da criação, da fertilidade. O cachimbo sagrado é uma forma de oração; as preces são enviadas através do cachimbo.

Pau de chuva
É usado pelos xamãs para tratamento de limpeza, quando a história requer sonoridade de águas caindo. Ele simboliza os movimentos das águas.
De acordo com a apostila do curso " O despertar do Curador", do xamã Bari Meri, "O termo 'xamanismo' é de origem siberiana, baseado no conceito de 'saman' , que identifica 'aquele que não perdeu a integração', que compreende os espíritos, os homens, as dimensões, as plantas, as pedras, os animais, os elementos e as direções. A Natureza conspira a seu favor, pois é integrado. A totalidade faz parte de sua realidade, uma vez que enxerga e compreende todos os lados da montanha. O termo 'samam', foi adaptado para 'shaman' em inglês (xamã na língua portuguesa). Embora o primeiro  uso registrado do termo shaman na língua inglesa data de 1698, e do termo 'shamanism' de 1780, o xamanismo existe há milhares de anos."

Vivências com as Rodas de Cura
A Roda de Cura é uma cerimônia xamânica sábia e sagrada, onde as pessoas se reúnem no intuito de compartilhar suas energias, elevando seus pensamentos, abrindo seus corações deixando fluir suas inspirações, sempre com respeito e muito amor.
Neste "Círculo Sagrado Xamânico" trabalhamos desbloqueios energéticos, limpeza e purificação de cada participantes, harmonização dos corpos sutis e mais além: permitimos que o Grande Espírito abrace suavemente cada pessoa, promovendo através de sua energia magnânima a cura física, mental e espiritual necessária.

Vitor Hugo França é facilitador de Rodas de Cura
                                                                                 xamânicas e vivências em Grupo.
Ministra cursos, workshops e Palestras no Brasil
                                                                                                      e Exterior.