domingo, 18 de agosto de 2013

Sintonia e Obsessão

Mediunidade/ Por Maísa Intelisano

Os semelhante se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência

Obsessão, assédio, encosto, mau-olhado, quebranto ou seja lá qual for o nome que se queira dar, é, acima de tudo, uma questão de atitude pessoal nossa. Somos nós que damos abertura para que entidades perturbadas, com ou sem ligações conosco, se aproximem e nos causem perturbações.
No universo tudo é uma questão de sintonia. Os semelhantes se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência, intensificando também seus efeitos e suas qualidades, boas ou más.
Isso não quer dizer que todos nós sejamos pessoas perturbadas e que atraímos somente entidades em desequilíbrio. Mas, cada um de nós passa por perturbações no seu dia a dia, as quais podem durar mais ou menos tempo, dependendo: da gravidade da situação, da própria força para encarar e superar as contrariedades, do ambiente em que estamos ou que normalmente "frequentamos" no nosso dia a dia, etc.
Na maioria das vezes, não temos qualquer obsessor ou perseguidor de outras vidas ou de outras situações, mas nos permitimos ficar mais tempo remoendo uma determinada mágoa ou raiva, visualizando uma discussão ou briga; nos permitimos ficar deprimidos ou aborrecidos por mais tempo e alimentamos as formas astrais destas situações que ficam circulando ao nosso redor. Com isso, nos sintonizamos com as mentes que vibram na mesma faixa.

Sintonia e afinidade
Normalmente, as frequências mais baixas são as de entidades mais perturbadas, sofredores, ignorantes espirituais, etc. Eles não têm nada contra nós, mas simpatizam-se conosco simplesmente porque encontram "eco" em nós para os seus pensamentos e sentimentos.
Acontece exatamente a mesma coisa conosco, encarnados: procuramos a companhia das pessoas que nos são mais afins, que combinam mais conosco, que pensam mais ou menos como a gente.
Da mesma forma, essas entidades ficam conosco simplesmente porque se sentem bem ao nosso lado, mais nada. Então, como elas gostam do que sentem, ajudam, inconscientemente, a alimentar esse quadro para mantê-lo enquanto puderem.
Como estamos vulneráveis a essas sugestões, também intensificamos esse padrão. E, se não tomamos cuidado, isso rapidamente se transforma em assédio mais complicado, ou mesmo obsessão, que começou apenas porque resolvemos dar guarida a pensamentos e sentimentos menos felizes que nós mesmos criamos e com os quais atraímos esses espíritos desavisados para nós.
Portanto, muitas vezes, não somos responsáveis só por nós mesmos, mas também um pouco responsáveis por eles que foram "fisgados" pelos nossos pensamentos e emoções, sem saberem onde estavam entrando. Alguém já parou para pensar que somos nós que podemos estar perturbando esses espíritos mais do que eles a nós? Quem então seria o assediador ou o obsessor?
Mesmo que essas entidades sejam nossos "personal obsessors", ou seja, mesmo que tenhamos com eles desentendimentos de outras vidas ou de outras situações desta vida mesmo, é sempre a nossa atitude íntima o que vai determinar se a sua influência vai ser mais profunda ou não, mais demorada ou não, mais extensa ou não, mais prejudicial ou não.

Mantenha o equilíbrio
Existem, sim, muitos espíritos cruéis, oportunistas, frios, calculistas - exatamente como aqui, no mundo físico, entre os encarnados-,mas o grau de influência que eles têm sobre nós sempre vai depender do nosso próprio grau de luz, amor e serenidade interior! Eles não têm mais poder do que nós. O poder é igual para todos, ou seja, temos tanto poder quanto eles.
Então, seja em que situação for, o melhor é sempre manter a "mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo" (acho que verso é mais ou menos assim), para que, com vibrações mais saudáveis, mais luminosas e mais suaves, nós possamos transformar até aquele obsessor mais duro e cruel em amigo. Na pior das hipóteses, mesmo que ele não se torne nosso amigo, vai desistir da perseguição, pois vai se cansar de tentar nos desequilibrar sem sucesso e vai procurar outra "vítima".

Encare-os como irmãos
O problema é que, muitas vezes, queremos simplesmente afastar os assediadores e/ou obsessores, sem nos preocuparmos realmente com eles. Ou seja, tomamos uma atitude egoísta do tipo "eu quero mais é ficar livre deles e que eles se danem!" só que isso não resolve o problema.
Primeiro, porque, na verdade, não estamos sendo nada caridosos ou bondosos. Muito pelo contrário: nós os estamos tratando como nossos inimigos e, portanto, reforçando os sentimentos deles para conosco. Segundo, porque, se eles não melhoram intimamente, poderão voltar amanhã ou depois, assim que tivermos qualquer fraqueza ou abrirmos qualquer brecha vibratória.
O mais correto é pensar neles como irmãos ou amigos espirituais, temporariamente desviados de seu próprio caminho de iluminação interior. Temporariamente, porque ninguém fica obsessor para sempre, ninguém permanece desorientado ou perturbado para sempre.
E quem garante que nós mesmo já não estivemos na condição de assediadores ou obsessores nos períodos em que estivemos desencarnados pela eternidade afora? E se estivéssemos nessas condições hoje? Como gostaríamos de ser tratados? Como iríamos querer que a nossa "vítima" agisse? Será que não iríamos gostar que nos perdoasse e nos ajudasse a sair dessa situação?
Infelizmente, toda uma "tradição" espiritual equivocada foi criada em relação às obsessões e assédios, fazendo parecer que os desencarnados que obsidiam e perturbam encarnados são sempre os carrascos, criminosos espirituais merecedores da nossa fúria e da nossa frieza, como se os encarnados fossem sempre pobres vítimas sofredoras.
Só que, em minha opinião, não é bem assim. Ainda mais se considerarmos que, em grande parte dos casos, eles são mais vítimas do que provocadores da situação.
Assim, sugiro que, acima de tudo, todos procuremos vibrar sempre luz, em todos os lugares em todos os momentos de nossa vida, inclusive dormindo. Que mantenhamos sempre pensamentos positivos, otimistas, saudáveis, amorosos e respeitosos em relação às outras pessoas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas. Que sejamos sempre alegres, sorridentes, atenciosos, compreensivos, sem sermos submissos, passivos ou medrosos. Com isso, estaremos garantindo que os nossos possíveis obsessores pensem duas vezes antes de quererem nos atacar ou perturbar.
Além disso, claro, as preces, orações, vibrações de amor, direcionadas a Deus ou ao ser supremo do universo, são, sim, excelentes, desde que sejam sinceras e profundas, emitidas com as melhores intenções, inclusive por queles que supostamente nos perseguem.


Maísa Intelisano é palestrante e instrutora de cursos

teóricos e práticos sobre espiritualidade, com mais 
de 30 anos de experiência pessoal com a mediunidade.

sábado, 3 de agosto de 2013

Cura verdadeira

Especial / Por Momento Espírita

A medicação não nos valerá muito se prosseguirmos tristes e acabrunhados, porque a tristeza é geratriz e mantenedora de muitos males

      Todas as criaturas humanas adoecem. Raras são aquelas que trabalham para a cura real. A ação medicamentosa, por si só, não restaura integralmente a saúde. O comprimido ajuda. A injeção melhora. Entretanto, não podemos nos esquecer que os verdadeiros males procedem do coração.
A mente é uma fonte criadora e a vida plasma, em nós mesmos, aquilo que desejamos.
Assim, a medicação não nos valerá muito se prosseguirmos tristes e acabrunhados, porque a tristeza é geratriz e mantenedora de muitos males.
Como poderemos pretender ter a saúde restaurada se nos permitimos a cólera ou o desânimo por muitas horas?
O desalento é anestésico que entorpece e acaba por destruir quem o cultiva.
A ociosidade que corrompe as horas e a inutilidade que desperdiça o tempo valioso extingue as forças físicas e as do espírito, pois a mente ociosa acaba por se dedicar a muitas coisas ruins,como a maledicência e a crítica destrutiva. Se não sabemos calar, nem desculpar; se não ajudamos, nem compreendemos, como encontrar harmonia íntima?
Por mais que o socorro espiritual venha em nosso favor, devoramos as próprias energias com atitudes negativas.

Mantenha a disciplina
        E, com respeito ao socorro médico, mal surgem as primeiras melhoras e já abandonamos o remédio,a dieta e os cuidados, demonstrando a nossa indisciplina.
Por isso, se estamos doentes, antes de qualquer medicação aprendamos a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a grande mudança.
Fujamos da indelicadeza e do azedume constante que nos conduzirão à brutalidade no trato com os demais.
Enriqueçamos nossos fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno.
Busquemos intimidade com a sabedoria, pelo estudo e a meditação.
Não manchemos nosso caminho. Sirvamos sempre. Trabalhemos na extensão do bem a todos.
Guardemos lealdade ao mestre Jesus, a quem dizemos seguir, e permaneçamos com a certeza de que cultivando a prece, vibrando positivamente pela vida, abraçando a oração diária, desde logo, a medicação de que nos servirmos atuará rápida e beneficamente em nosso corpo.
"Que queres que eu te faça?" Perguntou Jesus ao cego de Jericó, que o buscava.
"Que me devolvas a visão", respondeu ele.
"Acreditas firmemente que eu possa te curar?", retornou o mestre a indagar. E como a resposta fosse afirmativa, o cego passou a enxergar.
No fato em destaque, observamos que a vontade do paciente e a fé no profeta de Nazaré foram as molas da cura.
Portanto, a cura real somente nos alcançará se melhorarmos as nossas disposições íntimas e atendermos aos preceitos médicos com disciplina e seriedade.

 Redação do momento Espírita, com base no cap.86
 do livro Fonte viva, pelo espírito Emmanuel,
 psicografia de Francisco Cândido Xavier.