quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fenômeno parapsíquico: TELEPATIA


Por Luiz Roberto Mattos

Saiba o que é este fenômeno paranormal, que pode ocorrer entre encarnados ou com a participação de espíritos.

Como o Espiritismo e a Parapsicologia explicam?

A palavra telepatia, segundo o dicionário Houaiss, da editora Objetiva, significa "Comunicação direta e a distância entre duas mentes, ou conhecimento, por alguém, dos processos mentais de outrem, além dos limites da percepção ordinária."
Assim, já pela própria definição do dicionário moderno, vamos que a telepatia não envolve diretamente órgãos do corpo físico. Portanto, não é um sentido físico e não envolve nenhum dos cinco órgãos dos sentidos conhecidos.
Esta palavra vem dos termos gregos "tele" (distância) e "patheia" (sentir ou sentimento).
Por isso, todas as palavras iniciadas por "tele", como telégrafo, telegrama, telenovela, telespectador,telecinesia, telecomunicação, telefone, teleconferência, etc. indicam transmissão a distância.
Nem sempre a distância de uma transmissão é grande, podendo se dar no mesmo prédio, por exemplo, através de telefone celular, aparelho de rádio portátil, ou por telepatia, sem uso de aparelhos. No entanto, também pode haver qualquer tipo de transmissão de longa distância, como aquela enviada pelos astronautas da Apolo 11, em julho de 1969, da Lua. Há quem sustente que a NASA fez tentativa de transmissão telepática entre um dos astronautas da Apolo11 e um telepata treinado que estava na Terra...
É bom lembrar que o tempo de Allan Kardec, que publicou O Livro dos Espíritos em 1857, a palavra telepatia ainda não existia.
Nesta obra fala-se em transmissão oculta do pensamento, o que não envolve os órgãos do corpo físico. Isso é o mesmo que telepatia! Transmitir pensamentos, palavras, ideias, imagens, etc., é telepatia.
Ressalte-se que, segundo a classificação kardequiana, quando a transmissão é puramente de imagens é chamada de clarividência. Porém, na telepatia, muitas vezes, os pensamentos estão recheados de imagens, o que não a descaracteriza.
A parapsicologia popularizou a expressão telepatia.
Hoje, a telepatia é reconhecida por muitos cientistas, e muitas experiências foram feitas antes de haver tal reconhecimento.
A antiga União Soviética (URSS), na década de 1970, já realizava, inúmeras experiências com a telepatia, além de outras faculdades paranormais, conforme se pode ler na obra Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro, livro que li quando tinha 17 anos.
Quando estava lendo essa obra, e ainda não era espírita, nem conhecia Allan Kardec, fiz uma experiência telepática que parece ter sido bem-sucedida, se não foi uma enorme coincidência.
Estudava, na época, no Colégio Militar de Salvador. Haveria uma prova de matemática, e eu não havia estudado nada, pois estava lendo o livro sobre as experiências psíquicas soviéticas, o que naquele momento era mais atraente para mim, que estava despertando para esses temas de paranormalidade.
Então, resolvi tentar fazer uma experiência. Concentrei-me firmemente no professor de matemática, e mandava uma mensagem clara, e repetitiva, que era para ela não aplicar a prova no dia seguinte. Para minha surpresa, ele de fato não aplicou a prova, o que não era de se esperar. Ele não ficou doente, nem sofreu qualquer acidente! Eu não havia pensado em doença, nem em acidente! Apenas dizia para ele não aplicar a prova, e nada mais.
Ele não disse o motivo de não aplicar a prova e a razão de adiar a sua aplicação. Assim, nunca soube com certeza se foi a minha influência mental mesmo ou apenas uma grande coincidência.
Espero que os jovens que estão lendo este texto não tentem uma experiência semelhante! Fazer mau uso da telepatia, como de qualquer outra faculdade paranormal ou mediunidade, pode causar danos a pessoas, e isso gera responsabilidade kármica, e se causar prejuízo aos outros vai acabar respondendo perante o tribunal da própria consciência, além de responder perante a Lei de Causa e Efeito.
Se acreditamos em sobrevivência da alma, do espírito, após a morte do corpo de carne, temos que reconhecer que o espírito se comunica, tanto com outros espíritos desencarnados quanto com encarnados, como nós. Os espíritos se comunicam entre si telepaticamente, ou seja, eles transmitem o pensamento, seja para outros espíritos, seja para os encarnados.
As pessoas mais sensíveis - as sensitivas - captam e podem retransmitir os pensamentos dos espíritos desencarnados ao fazerem palestras ou escrevendo livros e textos, como acontece comigo.

Telepatia com espíritos

Conforme a classificação proposta em O Livro dos Médiuns, quando falo em palestras, retransmitindo as ideias de outras mentes, desencarnadas, estou agindo como médium de inspiração, e quando escrevo ajo como médium de psicografia intuitiva, o que difere do médium de psicografia mecânica.
No fundo, os fenômenos se diferem unicamente porque enquanto em um médium fala, no outro ele escreve. No entanto, em ambos os fenômenos que descrevi o médium está captando o pensamento dos espíritos, e isso é telepatia, entre desencarnado, que transmite, e encarnado, que recebe a transmissão telepática.
Na maioria dos casos de obsessão, o meio empregado por um espírito desencarnado para influenciar um encarnado é o telepático.
Nessas obsessões, o espírito transmite de forma insistente seus pensamentos, suas ideias, além de imagens, com vistas a prejudicar o encarnado, como, por exemplo, tentar levar um encarnado a cometer suicídio.
A hipnose feita por desencarnados nos processos de obsessão se realiza por meio da telepatia, da transmissão do pensamento repetitivo, que é a base da hipnose.
A telepatia, em verdade, é a base de toda influência espiritual nociva, gênero da qual a obsessão é espécie.

Entre encarnados

Mais propriamente falando, e levando em conta o conceito mais terreno e científico, a telepatia se dá entre duas pessoas encarnadas.
Nesse caso, uma pessoa transmite a ideia, o pensamento ou a imagem, e a outra capta, recebe.
Quem transmite é chamado de transmissor ou emissor, e quem recebe é chamado de receptor.
Todo mundo transmite pensamentos. Basta pensar em alguém firmemente, de forma concentrada, para enviar-lhe o pensamento, a ideia, a imagem. Todavia, captar é outra história.
Nem todos têm a capacidade de captação telepática. Falo de captação telepática de forma constante, sistemática, não meramente eventual e sem controle algum do fenômeno.
É muito comum pessoas afins, amigas, em sintonia, falarem frases ao mesmo tempo, como no filme nacional Se Eu Fosse Você. Isso acontece porque nós pensamos antes de falar. Com isso, enquanto pensamos, e antes de falarmos, antes de verbalizarmos o pensamento, a outra pessoa capta nosso pensamento e, então, ela fala ao mesmo. Isso é pura telepatia. E isso é comum.
Já existiram telepatas treinados em laboratórios ao redor do mundo. Os Estados Unidos e a União Soviética já tiveram grupos especiais de paranormais durante o tempo da chamada Guerra Fria.
Há muitas experiências telepáticas eventuais entre pessoas comuns. Já tive inúmeras experiências desse tipo.
Uma vez, por exemplo, estava em meu trabalho, na Justiça do Trabalho, fazendo audiências, e no intervalo entre duas delas lembrei-me de minha esposa. Pensei em convidá-la para irmos ao cinema, de noite. Mas não liguei de imediato, pois ainda tinha audiências para fazer.
Quando ia retornando para a sala de audiências, o telefone tocou. Era ela me convidando para irmos ao cinema de noite.
Foi uma questão de dois ou três minutos entre eu pensar nisso e ela me ligar com a mesma ideia.
Disse-lhe, então, que estávamos afinados, em harmonia e sintonia, como antigamente, e um estava captando o pensamento do outro. Isso acontece quando um casal está muito harmonizado, integrado e em sintonia!
Quantas vazes pensamos firmemente em alguém, pensamos em ligar e não ligamos, e a outra pessoa logo em seguida nos liga? O que dizemos em tais situações? "Puxa, que coincidência, estava pensando em você agora mesmo!"
Isso é transmissão de pensamento! Um transmite e o outro capta! É mais comum do que imaginamos, porém nem sempre nos damos conta disso!
Na verdade, a humanidade está desenvolvendo lentamente, e de forma sutil, a capacidade de captação do pensamento!

Utilização no futuro

No futuro distante, todos os humanos encarnados terão a capacidade telepática bem desenvolvida! Como espíritos já possuímos essa faculdade! Falta desenvolver mais o cérebro para que tenhamos um receptor melhor.
Quando saímos do corpo, durante o sono, ou através de relaxamento físico, na chamada projeção astral, podemos nos comunicar telepaticamente com os espíritos desencarnados, bem como com encarnados igualmente fora do corpo, projetados.
Muitas vezes estou meio sonolento, já me desligando do corpo, mas não totalmente ainda, e ouço em mina mente a voz de um espírito falando comigo. Isso é telepatia.
Já ouvi, também, estando meio sonolento, a voz de minha mãe, dentro de minha mente, como se tivesse um telefone interno, e ela estava em outro estado muito distante. Telepatia. Mas meramente eventual.
A telepatia é um dom natural, e é maravilhosa!
Quem a desenvolve deve ter em mente a responsabilidade na sua utilização, como acontece em relação a qualquer outro dom, anímico ou mediúnico!
A má utilização desse dom pode trazer consequências trágicas! O bom uso, por outro lado, pode ser uma grande ferramenta de auxílio, de caridade, de socorro aos que sofrem! Telepatia com responsabilidade.

As pesquisas de Camile Flammarion

O astrônomo Camille Flammarion fez um sério estudo dos fenômenos de telepatia (ou telestesia como preferia denominar), isto é, "ser advertido, por uma sensação qualquer, de uma coisa que se passa ao longe".
Durante décadas reuniu e classificou mais de 4 mil narrações sobre os fenômenos considerados sobrenaturais. A obra O Desconhecido e os Problemas Psíquicos (1917) é um repositório de inúmeros fatos surpreendentes, analisados cientificamente pelo autor com o objetivo de demonstrar a existência da alma como elemento real e independente do corpo físico, e que sobrevive à destruição deste último.
São expostos, conforme as palavras do autor, na conclusão da obra, "442 fenômenos de ordem psíquica que indicam a existência de forças ainda desconhecidas agindo entre os seres pensantes e pondo-os em comunicação latente uns com os outros".
Flammarion narra e comenta casos de diversas categorias de fenômenos psíquicos, entre eles: as manifestações telepáticas de moribundos, aparições, comunicações psíquicas, sugestão mental, vista a distância, sonhos e predições do futuro. Por fim, convida-nos ao estudo e ao trabalho na busca do conhecimento desse mundo invisível e das forças ainda desconhecidas que nele operam.

As propriedades Psi

As propriedades psi (início da palavra grega psyché = alma) - como também é conhecida a PES (percepção extra-sensorial) - é a capacidade de captar, interpretar, adquirir informações sem usar nenhum dos sentidos conhecidos.
Foi J.B.Rhine quem iniciou as pesquisas mais bem feitas em Parapsicologia. Chegou a efetuar mais de 3 milhões de experiências entre 1934 e 1940, onde constatou que as pessoas podiam se comunicar à distância, sem qualquer aparelho de comunicação. Deu o nome de propriedade psi.
Antes, o físico inglês William Crookes (1832 - 1919) deu a definição a esta força de energia psíquica, mas, foi René Sudre em anos seguintes quem classificou estes fenômenos em mentais (psi-gamma) e físicos (psi-Kappa).
Fenômenos inconcientes
(pela Parapsicologia)
Subjetivos - Psi-gamma (ações mente-a-mente)
Precognição: conhecimento antecipado de eventos futuros;
Simulcognição: conhecimento de eventos do presente, tais como a radiestesia, telemetria, telepatia ou xenoglossia, por exemplo;
Retrocognição: conhecimento de eventos do passado;
Psicografia: ações com os músculos; escrita automática;
Objetivos - Psi - Kappa (ações mente-a-matéria)
Afeta objetos à distância ou não, tais como a telecinesia, ectoplasmia, raps, poltergeist, levitação.

O que é Parapsicologia?

Em uma de suas definições, parapsicologia é o estudo de certos fenômenos psíquicos de natureza especial. Estes chegaram a ser chamados de "ocultos" por aqueles que não tinham conhecimento ou domínio sobre eles. Julgavam até que fossem manifestações diabólicas na Idade Média. A Parapsicologia (do grego, para: ao lado, fora; psyche: alma; logos: tratado), que foi considerada como um ramo da psicologia, trata do comportamento que não pode ser explicado ou descrito em termos dos princípios físicos conhecidos e do que transcende além da psicologia.
Foi reconehcida como Ciência em 1969, pela American Association for the Advancement of Science, sociedade internacional fundada em 1957, sediada em Nova York. Assim, criou-se a Parapsychological Association; isto valia aceitar a parapsicologia como sendo uma subdivisão da Ciência.
Contudo, dez anos mais tarde, em 1979, a mesma sociedade que a reconheceu a descredenciou. Entende-se que este descrédito se deveu aos tropeços dos resultados das pesquisas, a esta "ciência" ser sempre perseguida e de julgarem alguns de seus pesquisadores mal intencionados.
A Parapsicologia procura desvendar a poderosa e maravilhosa máquina que é o nosso cérebro. Um grande desafio acadêmico que não obtém consenso tem sido parametrizar e defender os fundamentos científicos da parapsicologia. Isto porque os fenômenos, por terem um caráter extraordinário, têm dificuldade em se repetirem, o que os torna vulneráveis para a avaliação dentro de parâmetros científicos aceitáveis.
Assim, a Parapsicologia conseguiu durante um tempo se sustentar, mas novos tempos chegaram, técnicas de abservação se aperfeiçoaram, como é próprio da evolução, e a nova ciência não conseguiu se manter. Caiu em descrédito! Apesar do desenvolvimento tecnológico não conseguiu que lhe fosse dada o devido crédito ou de como provar os seus experimentos.
Cabe ressaltar que Parapsicologia não tem nada a ver com religião ou terapias alternativas, seus fenômenos não têm hora para acontecer. Como padrão, são espontâneos, involuntários, inconsistentes.
Na Parapsicologia, entende-se por paranormal, portanto, uma pessoa que tem manifestações extraordinárias provocadas pela mente. Não são forças extraterrenas ou desconhecidas que dão causa a estes fenômenos, mas geradas pelo espírito humano, despertados pelos impulsos de um ou mais sentidos.
A principal diferença a se compreender está entre separar a capacidade que temos em relação aos nossos sentidos desenvolvidos e a de provocar fenômenos. Assim sendo, uma atitude mental que vem a ser uma sensibilidade muito desenvolvida a qualquer estímulo, se dá o nome de hiperestesia. Há dois tipos de hiperestesia: a pura, que ocorre com as plantas ou animais e a paranormal, que é de uma pessoa com a capacidade e sensibilidade muito aguçada.

A transmissão do pensamento na literatura espírita

Na literatura espírita existem várias citações sobre o fenômeno da telepatia, onde passamos a relatar algumas delas:
Em O Livro dos Espíritos:
Na questão 420, temos: "Os espíritos podem comunicar-se, estando completamente despertos os corpos. O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília (acordado), se bem que mais dificilmente."

Em Nos Domínios da Mediunidade:

Ditado pelo espírito André Luiz, podemos encontrar: "O pensamento exterioriza-se e projeta-se, formando imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que se propõe atingir.
Quando benigno e edificante, ajusta-se às Leis que nos regem, criando harmonia e felicidade, todavia, quando desequilibrado e deprimente, estabelece aflição e ruína.
A química mental vive na base de todas as transformações, porque realmente evoluímos em profunda comunhão telepática com todos aqueles encarnados ou desencarnados que se afinam conosco."

No livro Missionários da Luz

Também ditado por André Luiz, em 1943, encontramos:
"O intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de ideias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que lhe assemelham.
Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização."

No livro O Consolador

Página 33 ditado pelo espírito Emmanuel, em 1940, temos o seguinte: "Sendo o teledinamismo a ação de forças que atuam, à distância, cumpre-nos esclarecer que, no fenômeno das comunicações, muitas vezes entram em jogo as ações teledinâmicas, imprescindíveis a certas expressões do mediunismo."
Também temos: "Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidos.
Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam o seu objetivo, por se enquadrarem na essência da Lei única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações;
Os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, em identidade de circunstâncias, quando a criatura se fez credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações. Os corações que oram e vigiam, realmente, de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea.
Sobre todos os feitos dessa natureza, todavia, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdia e sabedoria."
Faz parte do capítulo das Evocações (cap.25 de O Livro dos Médiuns) e da Emancipação da Alma.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Colônias espirituais


Especial/ Por Dalton Campos Roque

Muitos de nós levamos uma vida dupla!
Uma na dimensão terrestre e densa e outra
no mundo espiritual, durante o sono

Os encarnados, assim como os desencarnados, têm acesso a locais chamados de colônias extrafísicas. Existem inúmeras delas. São como cidades no mundo espiritual.
Poucos projetores conscientes podem sair do corpo assessorados por seus amparadores e visitar estas colônias.
Nosso planeta possui uma crosta, que é onde nós vivemos fisicamente. Este plano físico se assemelha aos planos extrafísicos densos, mas, na verdade, aqui é somente um pálido reflexo do mundo espiritual.
Encontramos colônias aqui na crosta também, mas são colônias atrasadas, espiritualmente falando. É difícil chegamos em colônias muito evoluídas numa projeção. É necessário que o projetor esteja com energias bem sutis e em alto nível de ordem e maturidade emocional. É uma questão de ressonância, sintonia. O semelhante atrai o semelhante.
No mundo espiritual, as consciências que lá habitam também se agregam por afinidade. Por exemplo: aquelas que amam a arte, podem formar uma colônia específica; as que estudam a espiritualidade outra, os que sejam servir a humanidade outra, e assim sucessivamente.
Por outro lado, existem espíritos muito desequilibrados que se reúnem, no mundo espiritual, formando colônias, onde buscam satisfazer seus vícios.
Todos nós já estivemos em diversas colônias em nosso passado remoto e como o homem vem evoluindo lentamente, se formos avaliar nosso passado, provavelmente estivemos presentes muito mais neste tipo de colônia espiritual do que naquelas habitadas por espíritos mais equilibrados.

Planejando o reencarne

Nas colônias comuns, "positivas", assim que chegamos, somos tratados para uma melhor readaptação. Somos instruídos, orientados e até treinados para uma próxima reencarnação. Assim, pode ser feito até um planejamento minucioso. Este planejamento pode levar um tempo maior ou menor, dependendo do nosso grau de lucidez e capacidade de trabalho.
Existem planejamentos que são feitos em grupos, para que os espíritos se reencontrem, após renascerem, e, assim, realizarem um trabalho juntos. Nestes casos, são pessoas que têm um objetivo comum, que se amam e que desejam colher frutos mais tarde. Em outros casos, de família, por exemplo, podemos vir para um resgate de um erro grave ou simples, cometido em outra existência física ou mesmo ajudar alguém. As possibilidades são literalmente infinitas.
Tudo o que encontramos de bom ou ruim aqui na dimensão física, nós encontraremos mais exacerbado nas colônias. Exacerbado para melhor ou pior, conforme a colônia.
Não devemos confundir ambientes extrafísicos com colônias.Quando o projetor se desprende do corpo físico e está no perímetro de seu quarto de dormir, por exemplo, está num ambiente extrafísico, porém, não está numa colônia.
Qualquer escrito ou livro poderá apenas informar as pessoas estes fatos. Elas somente os aceitarão como verdade ao recordarem qualquer momento extrafísico de sua existência ou se tiverem uma projeção consciente. Mas o que é projeção da consciência?
Ao dormirmos, nosso perispírito (psicossoma) se desprende do corpo físico e pode alcançar voo alcançando outros ambientes físicos, extrafísicos e até as colônias espirituais.
Existem diversas qualidades de projeção ou viagem astral e o maior problema é rememoração ou lembrança dos eventos e fatos vivenciados nestas projeções.
Desta forma, podemos interpretar que muitos de nós (nem todos) levamos uma vida dupla! Uma na dimensão terrestre e densa e outra na dimensão sutil e espiritual. Sonho e projeção são distintos. A única coisa em que são semelhantes é que acontecem nos momentos de sono ou cochilo.
Tudo isto é complexo e é assunto que merece ser aprofundado.

Dalton Campos Roque é autor
dos livros O Karma e suas Leis,
Estudos Espiritualistas, entre outros.
                                                 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Chegadas e partidas


Especial/ Por Evaldo Ribeiro

Entre indas e vindas, reconhecemos que para concretizarmos as grandes transformações que tanto desejamos devemos começar partindo do mais íntimo de nós, confiando no prosseguir evolutivo da vida

Quando nascemos, logo somos acolhidos, amparados, bem cuidados, amados e aceitos do jeito que a vida nos concebeu. Mas, já chegamos nessa nova realidade esquecidos das nossas raízes antepassadas, de onde viemos atravessando em evolução. É como se estivéssemos voltando de uma longa viagem e desembarcando no aeroporto da vida, para um recomeço entre pessoas muito queridas de outros tempos. E nesse emocionante reencontro, logo sentimos uma energia muito positiva vibrando no calor do abraço dessas pessoas que nos acolhem, comemorando afetivamente a nossa chegada.
Todos ao nosso redor demonstram boa vontade, disposição em nos ouvir e, principalmente, interesse em nos oferecer uma condição favorável para que possamos ter uma vida feliz. Nada é mais seguro para nós que o olhar iluminado daquela mulher que aceitou usar o seu corpo como veículo celeste para transportar o nosso espírito de outras moradas até o plano terrestre e, mesmo com a sua aparência modificada pelo processo da gestação, ao nos dar a luz ela se sente premiada, preenchida e realizada com o resultado que a chegada de um filho representa.... a sua própria continuação.

Carinho e amparo

Ela se comove quando tem a oportunidade de nos tocar e sentir a energia da nossa presença pela primeira vez em seus braços.
Quando sentimos algum desconforto, basta chorar e ela logo entende o que estamos dizendo e o devido cuidado imediatamente é tomado, porque o bem-estar de um bebê torna-se a prioridade de uma família unida pelo amor.
Quando começamos a nos comunicar, cada gesto nosso é comemorado, aplaudido e reconhecido como algo muito esperado pela nossa torcida familiar.
Entendendo como as relações humanas funcionam, tomamos confiança e estabelecemos um vínculo afetivo com aqueles que estão mais presentes em nossa vida diariamente.
As primeiras palavras que pronunciamos não são bem claras. Mas, todos querem participar desse momento único conosco. Mesmo quando nós falamos de forma errada, todos entendem, se divertem e aceita isso sem nos repreender pela nossa falha. Isso nos encoraja e nos faz acreditar que somos seres muito especiais.
Ainda cedo, descobrimos que aqueles adultos fortes que demonstram tanta superioridade diante da nossa fragilidade, na verdade, não são tudo aquilo que eles aparentam, pois, começamos a assimilar que essas pessoas podem ser manipuladas psicologicamente por nós e, assim, criamos os jogos emocionais, onde passamos a exercer poder sobre essas pessoas e, do alto de sua suposta maturidade, os adultos começam a reconhecer em nós o seu próprio passado em nosso comportamento imaturo.

Criando "asas"

Atravessamos a fase da dependência e começamos a caminhar com as nossas próprias pernas... E, justamente quando nós descobrimos que somos livres, as pessoas que a nossa inocência enxergava como protetoras agora começam a se revelar e a impor regras para nós. Ah, como isso dói profundamente em nosso ser!
A técnica das chantagens emocionais que nós usávamos para chamar a atenção já não funciona mais. E quando insistimos em obter aquilo que desejamos, através daquele velho apelo de vítima, as coisas sempre terminam em palmadas. Não entendemos mais como devemos interagir com os adultos, porque antes que eles nos diziam sim, para tudo. Mas, agora nos dizem não, para qualquer coisa que desejamos. E em nossa cabeça fica uma pergunta dramática repetida: Por que eles não me amam mais como antes?
Sem uma resposta concreta, o nosso castelo de ilusões desmorona e, assim, temos que encarar a nova realidade e crescer com os desafios.
A vida começa a perder a graça quando, ainda pequenos, recebemos a notícia de que alguém muito querido partiu dessa para a outra morada - sem pelo menos nos dizer quando vai voltar.
Evitando nos traumatizar, as pessoas nos dizem que o familiar falecido, na verdade, foi morar com o "Papai do Céu", porém, essa explicação não convence muito, pois, afinal, fomos ensinados que as pessoas que se amam de verdade, para onde vão, sempre levam consigo quem elas mais amam.
Tomados pela dor da perda e o sentimento de abandono que é deixado pelo silêncio da morte, não compreendemos como é que uma pessoa amada se muda para um lugar tão longe como é o céu sem, pelo menos, se despedir de nós antes de partir.

Questionamentos

As dúvidas enchem a nossa cabeça de indagações, nos assombrando e, assim, passamos a procurar respostas para tudo que nos perturba. Porém, alguns adultos continuam mentindo e nos levando cada vez mais para dentro de um mundo ilusório e fantasioso.
Decepcionados com os outros, nos fechamos e só queremos saber quem somos nós e de onde viemos; porque nascer, envelhecer, e morrer, se despedindo de quem nós tanto amamos, de uma forma tão dolorida? E, para onde nós vamos embarcar, quando a morte chegar para nos levar? Será que vamos nos reencontrar com aquelas pessoas queridas que nos deixaram e nunca mandaram notícia? Será que elas vão nos reconhecer e correr ao nosso encontro quando chegarmos ao outro lado da vida, para, de uma vez por todas, calar essa voz da saudade que grita dentro de nós?
Sem conexão com a outra realidade da vida, somos obrigados a conviver com a incerteza, até chegar o nosso momento de regressar para a morada invisível.
Entramos na fase da adolescência e a nossa cabeça começa a criar solução para tudo, e é nesse momento que a nossa personalidade é formada e no qual achamos que o mundo só ficará interessante se embarcar em nossas ideias revolucionárias.

Rebeldia

Queremos transformar o jeito de pensar dos nossos pais, porque achamos que experiência dos mais velhos está sempre ultra-passada e que só uma coisa está certa nessa sociedade: a nossa vontade.
Queremos ensinar os nossos professores a verem aquilo que eles tentam nos ensinar por uma visão mais atualizada. Porque nos imaginamos sendo espíritos avançados e enviados pela Inteligência Superior para provocar a transformação nesse mundo de "atrasados e adormecidos de consciência".
Conquistamos a juventude e nessa fase queremos viver tudo agora e sem responsabilidade com o amanhã. Dominados pelos hormônios, agimos sem pensar nas consequências das nossas ações... Somos advertidos e, às vezes, até punidos rigorosamente.
Sentindo o efeito das nossas atitudes na própria pele, logo entendemos que as coisas não funcionam apenas do nosso jeito e que a nossa razão se perde quando desrespeitamos o direito de igualdade dos outros.

Reflexão e recomeço

Atingimos a maturidade biológica e novamente somos convidados a nos enquadrar nas regras da sociedade.
Finalmente, chega a velhice, cansada de tanto bater contra o muro e marcada pelas cicatrizes dos seus próprios passos errados.
Porém, agora carregada de experiência, plena de maturidade e conselheira dos jovens. Já não temos mais vontade de aventura e condenamos a pressa daqueles que, assim como nós, nos tempos de rédeas curtas, avançam nos prazeres da vida antes da hora. Mesmo sem enxergar direito, agora achamos que tudo é imoral e que o tempo perfeito se foi quando a nossa aparência ainda era jovial. Passamos a desaprovar o comportamento da juventude atual, onde vemos qualquer gesto de carinho como pouca vergonha, falta de respeito e decadência dos bons modos.
Quando regressamos para a outra morada, levamos conosco a certeza de que não resta outra saída na vida, a não ser crescer.
Reconhecemos, então, que para concretizarmos as grandes transformações que tanto desejamos, devemos começar partindo do mais íntimo de nós, confiando no prosseguir evolutivo da vida, que só promove esse crescimento quando entendemos que, fazendo a parte que nos cabe, tudo se ajusta para nos fazer chegar ao mais alto nível de consciência, onde o clarão da sabedoria abre a nossa visão para nos proporcionar a revelação daquilo que mais buscamos... a luz de nossa essência.