terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A dor que ensina


Especial/ Por Bruno Gimenes

A conciência da necessidade da busca por evolução espiritual é o melhor caminho para eliminarmos a traumática pedagogia da dor

Vivemos em um universo que possui suas leis naturais, e tudo o que ocorre em nosso planeta se processa sob as influência dessas leis, inevitavelmente.
As mesmas forças que atuam sobre uma simples semente que germina e cresce, exercendo influências transformadoras, também atuam sobre nós, seres humanos. E tantas são essas forças naturais...
Embora existam milhares de teorias sobre o sentido da vida e a missão de cada um, lentamente, à medida que o homem desperta sua consciência, algumas leis universais vão se revelando cada vez mais claras para a humanidade. A mais nítida delas: a lei da evolução constante.
Você não precisa acreditar em Deus, não precisa ser espiritualizado, nem precisa fazer muito esforço para parecer que o mundo não para, evolui o tempo todo, em uma espiral ascendente sem fim. Essas leis naturais que regem o universo não podem ser cessadas pelo homem, tampouco dependem de crenças; elas simplesmente acontecem e sempre existiram. E o que acontece quando nós, seres humanos, ignoramos a natureza evolutiva do planeta?
Se a lei em questão é a de evolução constante, é isso que o universo vai promover na vida de qualquer pessoa distante dessa realidade. O universo exercerá todo tipo de força ou ação para que a pessoa caminhe no mesmo sentido de suas leis. E o que isso significa, na prática?
Que essas leis vão agir sobre qualquer um, independente de cor, raça, credo, idade, sexo,condição social ou nível de instrução, e exercerá sua força. Há uma "pedagogia natural", um sistema de ensino automático que garante que tudo e todos evoluam. Algumas ferramentas dessa pedagogia são: dores, doenças, crises, sofrimentos, perturbações e decepções.

Pedagogia  Universal
Parece até insensato, à primeira vista, aceitar que haja uma pedagogia universal, um sistema sutil de ensino para promover nosso aprendizado e evolução, contudo, é a mais pura realidade.
Basta observar!
Analise a sua vida ou a de uma outra pessoa. Busque na sua memória uma situação ou acontecimento que tenha lhe causado dor, sofrimento, tristeza... até mesmo o caos. Olhe, analise, reflita profundamente sobre aquela crise amorosa ou financeira, demissão, acidente, assalto, doença, dor ou conflito que tenha lhe levado a um forte sofrimento.
Olhando para trás, depois que o "furacão" já passou, analise: quantas lições você obteve por essa experiência. Veja que agora que tudo passou, você já compreende com outros olhos e, mesmo que tenha sofrido muito com esses fatos traumáticos, ainda assim reconhece inúmeros aprendizados. Com essa reflexão, pode concluir que o sofrimento lhe ensinou muito. Concorda?
Às vezes até demoramos em assumir ou nos conscientizarmos,mas não demora e damos o "braço a torcer", concordando que se não fosse aquela crise ou doença, jamais teríamos feito as mudanças tão necessárias. Pense com carinho, deixe de lado todo o orgulho e aceite essa difícil, mas verdadeira, constatação: "A grande maioria de nós ainda precisa da dor para aprender"
É até triste admitirmos, mas a realidade é que ainda estamos presos à necessidade de aprender pela dor.
O mais curioso disso é que a Lei da evolução constante não quer que você sofra! Ela apenas pede que você evolua. Cabe a cada um decidir se será por inter-médio da dor ou da consciência. É sempre uma escolha de cada um! Uma coisa é certa: a evolução precisa se processar e o universo sempre "cobrará" da sua maneira, o que muitas vezes não é nada agradável. A boa dica é correr na frente e não esperar ser "cobrado". Facilita as coisas, dói menos e custa mais barato...

Evolução sem dor
Podemos aprender sem a dor?
Sim! Podemos.
Para isso, precisamos ter consciência da ação dessas leis naturais, conhecendo seus mecanismos e nos ajustando a eles.
Dessa forma nos tornando "bons alunos" nesse planeta-escola chamado Terra.
Toda dor, doença, tristeza, crise ou conflito revela a não compreensão dessas leis naturais por parte do afetado. Nos esclarecem sobre nossos erros, porque nos avisam da necessidade de reflexão, mudança de conduta e pensamento. Nosso maior "pecado" é ignorar essas advertências sublimes.
Portanto, evolução espiritual é o movimento que fazemos no sentido da busca do conhecimento dessas leis naturais que regem o universo. Podemos tomar como exemplo um dos ensinamentos do mestre Jesus, que dizia: "Conhece a verdade e ela vos libertará".
Ou ainda, a genial Helena P. Blavatsky: "Nenhuma religião é superior à verdade".
A consciência da necessidade da busca por evolução espiritual (conhecimento das leis naturais) é o melhor caminho para eliminarmos a traumática pedagogia da dor como instrumento de evolução. Reflita sobre isso.

A dor
A dor é a nossa companheiro até o momento de nossa integração total com a Divina Lei.
Recebe-nos no mundo, oculta nos berços enfeitados, espreita-nos no colo materno e segue-nos a experiência infantil...
Depois, observa-nos a mocidade, misturando seus raios, quase sempre incompreensíveis, com os nossos cânticos de esperanças e, atravessado o pórtico de nossa comunhão com a madureza espiritual, incorpora-se à nossa luta de cada instante...
Respira conosco, infatigavelmente marcha ao nosso lado, passo a passo, e, ainda que não queiramos, lê, sem palavras para o nosso coração, a cartilha da experiência.
Então, algo renovador se realiza dentro de nós, sem que percebamos, e, um dia, comparece em nossa estrada, conduzindo-nos à morte e à aparente separação; mas, se aceitamos as bênçãos do seu apostolado sublime, converte-se, a estranha companheira dos nossos destinos, em suave benfeitoria, preparando-nos para a vitória divina, de vez que só ela é bastante forte e bastante serena para sustentar-nos até o ingresso feliz, no Reino Celestial.

Pelo espírito Meimei. Relicário de Luz. Psicografado por Chico Xavier

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mediunidade com responsabilidade

O mundo espiritual - ou seja, os planos mais sutis da existência - interage constantemente com o plano físico. Os espíritos não são uma realidade distante, à parte, mas, ao contrário, muito mais próxima do que muitos pensam. Conforme a Bíblia, Paulo de Tarso, já naquela época, teria afirmado: "(...) Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta," - (Hebreus 12: 1).
Todos sentimos a influência dos espíritos, em maior ou menor grau, porém, a mediunidade propriamente dita é um fenômeno mais complexo e que depende de outros fatores. É mais do que simplesmente captar o pensamento de algum espírito ou sofrer uma leve influência dele. Kardec diz: "(...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia,usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patente, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações."- O Livro dos Médiuns, capítulo XIV.
Portanto, devido à complexidade do fenômeno, requer muito estudo, metódico e aprofundado, e um desenvolvimento equilibrado e com acompanhamento.
Mediunidade não significa, necessariamente, que a pessoa que a possua seja um espírito evoluído. Existem aqueles, médiuns ostensivos ou não, que são bastante sensíveis aos espíritos mais sábios ou equilibrados por viverem em um clima interior mais elevado. É uma conquista pessoal. Mas a grande maioria dos médiuns tem, na mediunidade, uma oportunidade "extra" de evolução e de repararem certos erros cometidos em outras encarnações através da caridade, do auxílio ao próximo. Independente disso, podemos receber as sugestões dos nossos benfeitores espirituais nos momentos que necessitarmos. Basta que elevemos nossos corações em prece e amor para que a paz resplandeça em nós. Intercâmbio espiritual com equilíbrio e responsabilidade, sempre!

Victor Rebelo, editor-chefe