terça-feira, 10 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

Educação e paz social

Novamente quero tratar, no editorial, da questão da paz social. Enquanto vemos tanta intolerância e violência, vale a pena refletir como devemos agir se quisermos mudar a situação atual.
Acredito que nossa sociedade, em geral, está passando por um grande momento de crise e confusão na área de relacionamentos humanos. É claro que dificuldades de relacionamento e convivência existem há milhares de anos, porém, hoje, contamos com o globalização sócio cultural e mecanismos de comunicação que agravam e espalham determinados conceitos e valores humanos deturpados com força e rapidez nunca antes alcançados em nossa coletividade planetária.
A TV e a Internet, que atualmente são os maiores meios de comunicação, têm conquistado uma influência cada vez maior na educação - neste caso, na geração de valores - das crianças e adolescentes. Os filmes e programas refletem a baixa sintonia espiritual que a maioria de nós ainda vive. Claro que existem as poucas exceções.
Muitos pais, preocupados com a educação de seus filhos, não sabem o que fazer diante deste universo chamado Internet; outros, ficam perdidos quando surge uma gravidez na adolescência; existem queles que vivem em constante ansiedade e preocupação quando seus filhos saem às ruas, ameaçados pela violência de uma sociedade desigual; muitos procuram psicólogos ou apelam para a punição ao menor sinal de que o adolescente é usuário de drogas... enfim, o desafio em educar uma criança, hoje, se torna mesmo desanimador para muitos casais.
O que fazer? Precisamos entender que educar não é apenas instruir.
Instruir é a função principal da escola; preparar o aluno para ingressar em um universo competitivo, exigente. Além disso, a escola deve colaborar com a educação, percebendo e trabalhando na criança seus potenciais ocultos, tratando cada uma delas como um ser humano diferente, em vez de tentar criar um grupo homogêneo, aniquilando os talentos individuais.
Porém, educar é o papel principal dos pais; preparar a criança e o adolescente para viver de forma solidária, respeitando seus semelhantes. Mostrar à criança que só é possível viver em harmonia quando todos os seres humanos forem tratados com o mesmo respeito. É mostrar a real importância do " Amai-vos uns aos outros" e, principalmente, desenvolver na criança e no jovem a autoestima e o respeito próprio.
Entendemos que o relacionamento com um filho começa antes do reencarne dele, porém, principalmente a partir do nascimento é muito importante o afeto e o diálogo com o recém-nascido. E este carinho e diálogo deve ser aprofundado na fase infantil, onde o espírito reencarnante está muito mais aberto a uma nova educação de valores. E é justamente no namoro da adolescência onde ele começará a expressar os valores assimilados na infância. Um adolescente que conhece o valor do respeito, saberá refletir isso no namoro e, consequentemente, terá mais maturidade para construir uma família.
É construindo uma família com sólidos alicerces éticos, mais do que morais, que poderemos possibilitar a cura espiritual, não apenas nossa, mas de toda humanidade.
Que possamos aceitar nossas diferenças, a individualidade de cada um, lembrando que, por outro lado, comungamos de valores e anseios comuns a todos. Que possamos viver em paz!


                                                             Por Victor Rebelo, editor-chefe

domingo, 1 de dezembro de 2013

Agradecimentos

A Casa Espírita Raio de Sol agradece a todos os palestrantes e seminaristas que compareceram ao 1º seminário da Casa Espírita Raio de Sol. O seminário se realizou de maneira impecável, graças a toda espiritualidade que regia o evento e rege a CERS.

Equipe da recepção
do seminário.


Presidente da CERS realizando a
abertura do seminário.

Agradecimentos aos palestrantes que participaram do
1º Seminário da Casa Espírita Raio de Sol, Luz e Amor".






Agradeçemos ao palestrante José Roberto Gonçalves
pela maravilhosa palestra sobre "O Amor do Cristo".

Agradecemos ao palestrante Paulo de Jesus pela
maravilhosa palestra sobre "O Amor ao Próximo".

Agradecimentos aos palestrantes que participaram do
1º Seminário da Casa Espírita Raio de Sol, Luz e Amor".




Agradecemos ao palestrante Cícero Tirloni pela maravilhosa
palestra sobre "Fora da Caridade não há Salvação".

Agradecemos ao palestrante Vládia Kunz pela
maravilhosa palestra sobre "A Luz do Evangelho".

Agradecemos ao palestrante Julio Goelzer pela
maravilhosa palestra sobre "O Bem e o Mal".

Nossos seminaristas recebendo seu certificados.

domingo, 24 de novembro de 2013

A energia dos pensamentos

Especial / Por Marcos Paterra


Conheça algumas pesquisas que nos levam a considerar a importância da fé e dos pensamentos equilibrados para nossa saúde

Frequentemente, ouvimos comentários de que "a inveja mata".Será exagero? Até que ponto nossos pensamentos podem influenciar a nós ou aos outros?
O pesquisador japonês Masaru Emoto fez experiências com a água, submetendo-a ao pensamento humano; os experimentos de Emoto consistiam em expor a água a diferentes palavras, imagens ou música, e  então congelá-la e examinar a aparência dos cristais de água sob um microscópio. Contrariando a sabedoria dominante na Ciência, a água respondeu a essas expressões. A água exposta a mensagens positivas formou belos cristais, na exposta a mensagens negativas, os cristais ficaram deformados. Como consequência, pesquisadores estão em atividade, repetindo o experimento.
Bill Tiller, chefe do departamento de ciências dos materiais em Stanford, há décadas elabora experiências para verificar se as intenções humanas podem afetar os sistemas físicos. Para isso, construiu um DERI. Trata-se de uma caixa simples com uns díodos, um oscilador, uma memória programável, alguns resistores e capacitores. A caixa foi colocada em um local, e ao seu redor foram colocados quatro médiuns. Eles entraram em estado de meditação profunda, concentrando suas energias para a água O objetivo era influenciar um experimento alvo específico: aumentar ou diminuir o pH da água; aumentar a atividade termodinâmica de uma enzima hepática.
Simplificando: Os quatro médiuns se concentram em uma caixa eletrônica simples e desejam algo como mudar o pH da água. Os testes foram feitos por quatro meses, usando ¨caixas¨diferentes a cada mês. Resultado: O pH da água mudou em todas as tentativas. A probabilidade das mudanças terem ocorrido naturalmente era de menos 1 para 1000. Tiler afirma que se o pH do seu corpo mudar em uma unidade, você morre! É bom levarmos em conta que cerca de 70% do nosso corpo é água.
O pesquisador Vilayanur Ramachandran descobriu uma espécie de gatilho cerebral capaz de disparar o sentimento de religiosidade. Testes feitos inicialmente em pacientes epiléticos monstraram que certas palavras relacionadas à religião, como Deus, fé ou Jesus, induziam um frenesi de atividades eletromagnéticas na parte direita do lobo temporal. É a mesma região ativada na experiência com os médiuns. Curiosamente, não houve respostas na mesma área quando foram mencionadas palavras que conduzem a outros estímulos, como sexo e violência.

Saúde e fé
O Dr. Jeff Levin, pesquisador do National Institute for Healthcare Research, autor do livro Deus, Fé e Saúde, realiza estudo científico de como fatores espirituais previnem a incidência de enfermidades, em determinadas regiões, e a mortalidade, e promovem a saúde e o bem-estar, estabelecendo o relacionamento existente entre ciência, medicina e espiritualidade. Entre vários exemplos, podemos citar o realizado com pacientes internados em UTI coronariana, por meio de estudo duplo-cego, aleatorizado, em dois grupos paralelos, que receberam ou não prece.
Resultado: o grupo que recebeu prece (por 28 dias) obteve melhores escores de evolução na UTI coronariana do que o que não recebeu; não houve diferença na duração da hospitalização entre os dois grupos.

Pensamento e estímulo
Pensamento é energia que constrói imagens que se "consolidam" em torno de nós. Impressas no subconsciente, elas foram um campo de representações de nossas ideias. Portanto, conclui-se que nossos pensamentos interferem sim em nosso organismo e nos de outros, e podemos usá-los tanto de forma equilibrada quanto desequilibrada.
O Dr. Orlando Nubor Facure afirmou, em seu artigo A Conquista do Corpo e da Mente:
"O pensamento é energia que expressa nossos desejos. Somos sensibilizados por estímulos externos que desencadeiam percepções cerebrais de vários matizes. As cores, os sons, os sabores ou os afetos geram em nós sensações que despertam desejos, criam ideias e organizam pensamentos que expressamos pela linguagem.
Esta experiência sensorial nos permitiu desenvolver reflexos, hábitos, instintos, automatismo, discernimento, raciocínio e, finalmente, a inteligência e a consciência de sim mesmo, num processo evolutivo do ser unicelular ao homem, com seus bilhões de neurônios.
Por efeito das vibrações que emitimos ao pensar, estamos obrigatoriamente ligados, por sintonia mental, a todas as criaturas que no mundo inteiro pensam como nós.[...] Somos livres para pensar e induzir aos outros a pensarem como nós. Porém, somos escravos das ideias que fixamos para nós mesmos e das sugestões que nos incomodam."

domingo, 3 de novembro de 2013

A importância da mediunidade de cura

Ciência / Por Wilson Garcia

No II Entrade, realizado em São José do Rio Preto, em 1991, um jovem se levantou durante o debate e fez a seguinte indagação: "Até que ponto o centro espírita deve se preocupar com a cura, ou seja, curar é uma atividade importante do centro?" Respondendo a essa questão, poderíamos repetir simplesmente Herculano Pires, em seu livro Ciência Espírita: "Curar e educar são funções conjugadas do homem na luta pela sua transcendência." Assim, o centro espírita objetiva facilitar o homem na compreensão de sua transcendência e, nesta luta, a cura constitui um fator importante, uma prática a ser desenvolvida pelo centro.
Por quê? Simplesmente porque o Espiritismo contém um patrimônio grandioso no campo dos conhecimentos espirituais, o qual leva à compreensão do homem como um ser cósmico, com passado, presente e futuro, de sua realidade como ser imortal e da natureza e suas energias, mediante as quais os males não resolvidos pela medicina convencional podem ser objetivamente tratados e, em muitos casos, solucionados pelo centro espírita.
Não se pode desconhecer que nem todo centro espírita está capacitado a realizar atividades de cura, por algumas razões básicas: pela falta de conhecimentos doutrinários de seus dirigentes, por causa de preconceitos devidos à má formação doutrinária e pela ausência de colaboradores devidamente preparados e de médiuns bem desenvolvidos. Esses fatores têm causado muitas deficiências em nossas casas doutrinárias, trazendo confusões no momento de praticar o Espiritismo conforme os preceitos das obras básicas.

Fatores necessários
Para se criar condições favoráveis ao desenvolvimento de atividades de cura, é preciso reunir uma série de fatores:
-Pessoas sérias e humildes, capazes de compreender as dificuldades do trabalho e os seus perigos. A cura é um dos trabalhos que mais propiciam a queda moral. Muitos médiuns curadores realizaram maravilhas, mas foram incapazes de superar as facilidades oferecidas a eles em troca do seu trabalho. As experiências demonstram que ao deixar-se arrastar por essas facilidades, o médium tende a ver os espíritos sérios e bem intencionados abandonarem-no, sendo então substituídos por espíritos galhofeiros. Esta observação é feita por Kardec em O Livro dos Médiuns.
-O aparecimento de médiuns conscientes e conhecedores da doutrina espírita, que se disponham a realizar o trabalho de atendimento aos necessitados sem o orgulho daqueles que, por pura vaidade, prometem curas e soluções aos pacientes. O médium deve saber que não é ele quem cura, mas os espíritos;
-Uma disciplina séria na organização das reuniões dedicadas ao atendimento público, de modo a que não faltem nem o esclarecimento aos que procuram a casa, nem aconteça de pessoas serem iludidas em sua boa-fé, imaginando que o centro espírita tem poderes mágicos e, portanto, irá de fato resolver os problemas de que são portadoras;
-Um estudo constante das obras da codificação e das subsidiárias, a fim de penetrar cada vez mais, somando teoria e prática, no conhecimento das possibilidades que a doutrina oferece no campo da cura e das limitações dos espíritos, dos médiuns intermediários e os próprios pacientes, em relação aos resultados finais. As leis naturais, que governam o universo, estão acima da vontade momentânea de cada pessoa ligada ao trabalho em si.

Um trabalho metódico
Afirma Herculano Pires que "no centro espírita, o problema das curas não pode restringir-se a tentativas ocasionais ou aleatórias." As curas precisam ser cuidadas de forma permanente, continuada, unindo informação e atitude prática em benefício dos que procuram o consolo da instituição. Boa parte, talvez, dos insucessos e dos desvios nas práticas curativas do centro pode ser creditada à falta desses cuidados.
Allan Kardec dá a nota principal: em O Livro dos Médiuns cuida de informar sobre a presença específica dos médiuns curadores. É interessante ter presente que, ao exercer uma participação no proceso curativo desenvolvido numa casa espírita, o indivíduo (mesmo não possuindo mediunidade ostensiva) pode estar sendo um intermediário entre a ação dos espíritos e os pacientes. Daí, portanto, a necessidade de perceber que, ao falar aos médiuns, Kardec se dirige não apenas aos que possuem mediunidade ostensiva, mas também aqueles que, em determinados momentos, por força das circunstâncias, se colocam na posição de canalizadores da ação dos espíritos.
O médium de cura verdadeiro tem uma importância muito grande nas atividades de cura do centro espírita. O fato de ser portador desta mediunidade determina que ele deve exercê-la de forma cuidadosa e desinteressada (valor moral), a que o Espiritismo dá grande destaque. Por isso, não se compreende o comportamento de alguns dirigentes de casas espíritas que condenam as curas ao ostracismo, como se elas não fossem necessárias ainda nos dias de hoje,tanto quanto o eram na época do Cristo. O estudo, pois, desta parte doutrinária, encontra em O Livro dos Médiuns as informações sobre os médiuns nos seus aspectos práticos e de comprometimento do portador da mediunidade com o seu exercício: ninguém possui qualquer tipo de mediunidade por acaso. Sua existência revela algo anterior, acordado entre o indivíduo e as necessidades de sua trajetória e da evolução e seus semelhantes.

Estudo aprofundado
Deixando O Livro dos Médiuns, caímos direto no livro A Gênese, também de Kardec. Ali, principalmente no capítulo XIV - Os Fluidos - encontramos material profundo, de estudo constante. O seu conhecimento, que abrange avaliação e reavaliação permanente, é por si de fundamental importância para aqueles que estão envolvidos com a cura. A simplicidade com que Kardec coloca a questão pode parecer, a muitos, superficial; uns podem entender que o codificador não foi a fundo na questão, outros, que faltam informações mais práticas. Dizer que o Espiritismo oferece uma possibilidade de exercício da cura de forma ampla não significa estar envolvido em nenhuma cegueira de raciocínio. Antes, é uma grande verdade, que pode ser comprovada pela prática continuada e bem conduzida. Em A Gênese, Kardec analisa tudo aquilo que se encontra relacionado no campo da cura: a existência da energia cósmica, a que chama fluidos, a presença fundamental do pensamento (de encarnados e desencarnados, portanto, de médiuns, espíritos, pacientes e participantes, no caso das curas), a participação do perispírito e, finalmente, o que tudo isso tem a ver com as doenças físicas e espirituais e sua influência moral sobre todos nós.
Nas obras subsidiárias, especialmente em André Luiz, vamos encontrar outras informações, também de grande valia para o aprofundamento da questão: além de passar em revista toda a teoria da codificação, demonstrando por exemplos práticos a sua realidade, este autor espiritual nos coloca em contato com os mecanismos da mediunidade, oferecendo uma visão até então inexistente do desenvolvimento do processo nos dois ângulos da vida: o visível e o invisível. Aqui, porém, é preciso enfatizar que, como qualquer  outro autor, André Luiz precisa ser interpretado, e bem, para que não sejam as suas palavras tomadas como lei; tidas como definitivas. Principalmente, porque no campo da interpretação cada pessoa pode ter uma visão diferente e julgá-la como a melhor. André Luiz é, como afirma Emmanuel, um repórter do espaço, o que significa um portador de notícias e informações e não um condutor de leis.
No entanto, o conhecimento se estende às conquistas científicas, que podem ser alcançadas com a medicina, como forma de complementar o saber daqueles que se enveredam pelo campo das curas.


Modalidade de cura

Fluido terapia convencional: Trata-se do passe magnético, da água fluidificada e da irradiação a distância. São modalidades terapêuticas onde se trabalha com fluidos curadores, encontradas em quase todos os centros espíritas;

Assistência através de médiuns receitistas: O médium receitista, segundo Allan Kardec (que os denominava também de médiuns medicinais), são aqueles cuja especialidade é a de servirem mais facilmente aos espíritos que fazem prescrições médicas. Lembra o codificador que não se deve confundi-los com os médiuns curadores, porque nada mais fazem do que transmitir o pensamento do espírito e não exercem, por si mesmos, nenhuma influência. Benfeitores espirituais dotados de conhecimentos sobre medicina, que ditam através do médium (geralmente por psicografia) os medicamentos e as orientações que deve seguir para o seu restabelecimento. A maioria deles trabalha com medicina homeopática, lançando mão também de chás, ervas e drogas ditas naturais;

Assistência espiritual direta: Consiste na atuação terapêutica dos espíritos sem a participação direta de médiuns. Talvez seja a mais comum das modalidades terapêuticas espíritas, onde os benfeitores estarão mobilizando recursos fluidicos específicos em benefício dos necessitados sem que eles, muitas vezes, percebam. Esta modalidade pode desenrolar-se nos centros espíritas ou mesmo nas residências dos enfermos.

Operações espirituais: Essa modalidade terapêutica caracteriza-se pela atuação de espíritos desencarnados incorporados e médiuns específicos. No Brasil, ganhou muito destaque a partir dos médiuns José Arigó e Edson Queirós. Utilizando-se da mãos do médium ou de instrumentais cirúrgicos, os cirurgiões desencarnados mobilizam recursos fluidicos diretamente junto ao corpo físico e espiritual do doente.
Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo

domingo, 20 de outubro de 2013

Mediunidade e Espiritualidade

Kardec realizou um trabalho extraordinário, contribuindo para a compreensão da mediunidade, porém, os espíritas não podem querer monopolizá-la. Ela é patrimônio espiritual da humanidade

Mediunidade / Por Maísa Intelisano

As palavras médium e mediunidade foram usadas por Allan Kardec, no fim do século XIX, e vêm do latim médium, que significa intermediário, que, por sua vez, de acordo com o dicionário, é aquele que está no meio, aquele que serve de mediador, de "intérprete".
Mediunidade, portanto, no contexto espírita, é a capacidade que uma pessoa tem de entrar em contato com o mundo espiritual e transmitir o pensamento, os sentimentos, as ideias e as sensações de outras consciências que lá vivem, sob as mais variadas formas, bem como de narrar fatos que ocorrem naquele mundo. E médium é todo aquele que tem esta capacidade, em maior ou menor grau, e serve de intérprete ou canal para esse intercâmbio.
Embora o conceito seja relativamente recente, o contato com o mundo dos espíritos e o contato entre as consciências encarnadas e desecarnadas sempre estiveram presentes na história da humanidade. Podemos encontrar registros de fenômenos desse tipo em diversas escrituras e tradições antigas de vários povos e culturas, como do Egito, Pérsia, China, Índia, Grécia, celtas, hebreus, xamãs de várias origens, etc.
O contato com o mundo espiritual esteve sempre muito presente entre os homens, principalmente no meios religiosos, embora tivesse outros nomes e objetivos.
Nas tribos primitivas, as manifestações "mágicas" quase sempre denotavam a presença de espíritos ("almas" ou "sombras" dos mortos). Nas atividades religiosas das civilizações antigas, a consulta e a comunicação com "deuses" e "forças espirituais" eram comuns, ainda que não se falasse exatamente em médiuns e mediunidade. Nessa época, a faculdade de se comunicar com espíritos ou forças correspondentes era exclusividade de sacerdotes, magos, feiticeiros, pajés, santos, profetas, oráculos, pitonisas, etc., o que não impedia, no entanto, que a capacidade de comunicação espiritual estivesse presente, ainda que só potencialmente, em todas as pessoas.

Fenômeno natural
Em todas as épocas da humanidade, portanto, houve médiuns e fenômenos mediúnicos, muito embora eles só tenham passado a ser sistematicamente estudados, analisados e compreendidos, com a codificação do Espiritismo, por Allan Kardec, no final do século XIX.
Disso, depreende-se, portanto, que a mediunidade não é patrimônio do Espiritismo ou de qualquer religião, mas de toda a humanidade, pois esteve presente em todas as culturas e épocas, nas mais variadas formas. E, como patrimônio da humanidade, a mediunidade não deve estar afeita ou sujeita a qualquer religião ou filosofia, mas ser um campo aberto de estudos, pesquisas e orientação, acessível a todas as pessoas que por ela se interessem ou que por ela se sintam afetadas.
Conclui-se também que a finalidade maior da mediunidade não é difundir uma religião ou doutrina, nem fazer doutrinação ou pregação, mas propiciar auto-conhecimento e desenvolvimento espiritual ao ser humano, por meio do contato e do conhecimento da realidade espiritual e suas leis, e as implicações disso para a sua vida prática.
Para ser médium, não é necessário professar uma religião, nem mesmo acreditar na faculdade, em Deus ou em qualquer santo, avatar ou mentor, pois, como nos explica Kardec na sua codificação, a mediunidade é capacidade orgânica, que depende apenas de um corpo físico adequadamente constituído e sensível para se manifestar, e não da religião, da crença ou da fé que professe o médium.

Predisposição orgânica
O Dr. Sergio Felipe de Oliveira, médico psiquiatra e mestre em ciências da USP, vem desenvolvendo estudos que parecem apontar justamente para esta característica orgânica da mediunidade.Inspirado pelas obras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, em que o autor espiritual cita a glândula pineal como "órgão" da mediunidade, o Dr. Sergio Felipe vem observando que quanto mais esta glândula apresenta cristais de apatita em sua constituição, mais intensamente esta pessoa apresentará capacidades mediúnicas, ou seja, capacidade de entrar em contato mental e energético com outras consciências. E os cristais de apatita não estão presentes apenas na glândula pineal de pessoas espíritas ou umbandistas, ou de qualquer outra religião...
No entanto, o que temos visto, nesses pouco mais de 100 anos de Espiritismo no Brasil, é o estudo e a prática da mediunidade quase que exclusivamente restritos aos centros espíritas e umbandistas. E, nesse contexto, uma pessoa que se veja objeto de fenômenos mediúnicos é praticamente obrigada a se engajar no Espiritismo ou na Umbanda, convertendo-se e associando-se a uma casa, a fim de poder estudar e entender melhor o que se passa com ela, não sem antes passar por todo um período de estudo obrigatório da doutrina - no caso dos centros espíritas - que pode levar até anos, antes que ela possa, de fato, estudar e praticar a mediunidade que esteja apresentando, tornando-se mais segura, serena e equilibrada consigo mesma.
Não se pode negar o grande trabalho de Kardec e de seus sucessores no que tange o estudo e, portanto, o conhecimento da mediunidade. No Brasil, especialmente onde o Espiritismo se desenvolveu muito, podemos encontrar trabalhos espíritas excelentes, como o de Edgard Armond e o de Hermínio C. Miranda, por exemplo, esclarecendo e orientando médiuns sobre as suas faculdades e como usá las, o que tem ajudado muitas pessoas e também norteado, de certa forma, a continuidade desses estudos. Esses trabalhos e a codificação de Kardec são, sem dúvida, base importantíssima e indispensável para qualquer pessoa que deseje conhecer os fenômenos mediúnicos, estudando-os ou praticando-os. No entanto, isso não basta para atender a demanda cada vez maior de pessoas que apresentam fenômenos mediúnicos ou parapsíquicos nas mais variadas situações de seu dia a dia, sem entender o que são, e não se identificam com o Espiritismo ou a Umbanda, as duas religiões que mais praticam a mediunidade no Brasil. E é preciso atendê-las também, orientando-as, independentemente de sua opção religiosa ou doutrinária.
A mediunidade não deve ser considerada sacra, no sentido religioso da palavra, uma vez que, como vimos, independe de religião ou crença para se manifestar. Mas pode e deve ser considerada sagrada como patrimônio humano, como bem inalienável, assim como o seu direito à saúde ou à alimentação.
E para que a mediunidade realmente seja tratada como de domínio público, patrimônio da consciência humana, e que o seu conhecimento esteja acessível a todos, indistintamente, é preciso que ela deixe os salões doutrinários e/ou religiosos e ganhe os grupos de estudos independentes e universalistas, de modo a ser analisada, praticada, estudada, pesquisada e utilizada livre de qualquer cunho místico, religioso ou filosófico, apenas pelo que é: uma capacidade psíquica humana, como pensar,lembrar ou imaginar, destinada ao desenvolvimento da consciência e do autoconhecimento.

Pesquisa detalhadas
É preciso também que ela chegue, de fato, aos laboratórios e universidades, como objeto de pesquisa independente de misticismo, e não apenas como recurso para se comprovar a crença ou a fé de algumas pessoas.
E quem melhor para promover esse avanço no estudo e prática da mediunidade do que os próprios espíritas, por seu conhecimento, sua experiência e sua consciência dos mecanismos do fenômeno?
Nesse sentido, são pouquíssimos grupos de estudos mediúnicos existentes em atividade autônoma, sem vínculo com qualquer instituição religiosa ou doutrinária. Quase não existem opções de estudo e prática da mediunidade sem o cunho religioso de alguma casa espírita ou umbandista, sem a ligação com alguma doutrina, religião ou filosofia. E isso compromete não só a orientação a muitas pessoas que já estão vivendo os fenômenos mediúnicos e não se afinizam com as doutrinas que praticam a mediunidade e as exigências que elas fazem, como também compromete o estudo mais científico da mediunidade, por impedir que se façam experimentos livres de qualquer caráter místico.

Espiritualidade
Além disso, ao tratarmos a mediunidade como algo religioso, comprometemos também a visão que muitos podem vir a ter da própria espiritualidade, imaginando-a necessariamente um subproduto das religiões, quando o correto é exatamente o contrário: as religiões é que foram criadas pelos homens para atender às suas necessidades de expressar e vivenciar a espiritualidade que sempre trouxeram latente em si. Sem poder explicá-la ou compreendê-la plenamente, as pessoas foram desenvolvendo, então, sistemas de crenças, rituais e dogmas para torná-la mais palpável e acessível. E também supostamente tangível e controlável.
Não foram as religiões que descobriram ou inventaram a espiritualidade, mas a espiritualidade que levou à criação das várias religiões. E a mediunidade é apenas um dos aspectos da espiritualidade humana, apenas uma de suas manifestações, presente entre os homens muito antes de eles criarem as religiões.Não fruto ou bem das religiões que a estudam e praticam.
A mediunidade, como capacidade psíquica de comunicação entre mente, está presente em todos nós 24h por dia, sete dias por semana. E não apenas quando nos apresentamo para uma sessão ou reunião mediúnica. A mediunidade permeia a vida de todos nós, o tempo todo, pois estamos todos, 24h por dia, sujeitos às influências dos espíritos desencarnados e das mentes dos encarnados com quem convivemos.
Claro que essa capacidade em alguma pessoas aparece mais desenvolvida do que em outras. Existem mesmo vários graus de mediunidade ou sensibilidade psíquica e bioenergética, bem como vários tipos de mediunidade, classificados, para fins didáticos, pelos efeitos que produzem. Mas, independentemente do grau e do tipo, a faculdade mediúnica não se torna inativa ou inexistente quando  estamos fora de um grupo mediúnico ou longe de uma sessão ou reunião mediúnica. Como costumo dizer sempre aos meus alunos, mediunidade não vem equipada com botão liga-desliga!
Pelo contrário, a capacidade de comunicação com outras mentes está presente o tempo todo em nossa via, inclusive quando dormimos, e pode nos colocar em contato tanto com os pensamentos e sentimentos de desencarnados, como de encarnados, de todas as origens e situações.
E sendo uma capacidade humana natural, uma função orgânica, inclusive, presente, em algum grau, em todos os seres humanos, a mediunidade também não depende de desenvolvimento ético, moral ou consciencial para se apresentar.
Qualquer pessoa, independentemente de sua conduta, sua postura, seu caráter ou personalidade, pode apresentar faculdades mediúnicas e ter contato com o mundo espiritual ou com a mente de outros encarnados. O que irá variar, conforme o seu desenvolvimento ético e moral, será o tipo de comunicação de que estará participando, pois, também na mediunidade, os semelhantes se atraem.

Maísa Intelisano é palestrante e instrutora
de cursos teóricos e práticos
sobre espiritualidade.


Classificação básica da mediunidade, por Edgar Armond

Para melhor compreensão do modo por que entendemos e definimos a mediunidade, aqui resumimos os argumentos de alguns capítulos, para dizer:
Á medida que evolui e se moraliza; o indivíduo adquire faculdades psíquicas e aumenta, consequentemente, sua percepção espiritual.
A isso denominamos mediunidade natural.
A muitos, entretanto, ainda que atrasados em sua evolução e moralmente incapazes, são concedidas faculdades psíquicas como graça. Não as conquistaram, mas receberam-nas de empréstimo, por antecipação, numa posse precária que fica dependendo do modo como forem utilizadas, da forma pela qual o indivíduo cumpri a tarefa cujo compromisso assumiu, nos planos espirituais ao recebê-la.
A isso denominamos mediunidade de prova.
A primeira situação é ideal a atingir por todos os homens no Tempo e a intuição é a sua forma mais avançada e perfeita.
Permite o conhecimento das coisas e o intercâmbio com as entidades espirituais sem necessidade do trabalho mediúnico obrigatório.
A segunda é uma tarefa individualizada, recebida em determinadas condições para utilização imediata, e importa na prática mediúnica como cooperação compulsória.
Do livro Mediunidade
Editora Aliança

domingo, 6 de outubro de 2013

ESTÁ CHEGANDO A HORA.

    Venham conferir com seus familiares e amigos, esta confraternização onde tudo está sendo elaborado para vocês. Toda a arrecadação será revertida para a construção da sede própria da CERS, para um melhor atendimento espiritual e amparo social aos nossos irmãos necessitados. Esperamos vocês.


Venha você também participar do COSTELÃO DANÇANTE E 3º Encontro Fraterno da Casa Espírita Raio de Sol, que será realizado em Biguaçu no Samburá Esporte e Lazer, no Bairro Fundos.

  • Teremos música ao vivo;
  • Recreação Infantil;
  • Feira de Livros;
  • Entre outros eventos.

Adquira seu convite na recepção da Casa Espírita Raio de Sol, ou pelos telefones (48) 8422-7767 ou 8808-3706.

Clique no nome p/ ver o mapa: Samburá Esporte e Lazer.

Para aqueles que desejam adquirir o convite para o Costelão Dançante, temos também dois postos de venda.
1º situado em Biguaçu, na loja Elizandro Calçados, na rua João Pessoa, nº 39, sala 02 - Centro, em frente a loja do Boticário;
2º situado em São José, Consultórios Medley, na rua Santo Antônio, nº 37 - Barreiros, em frente a Faculdade Estácio de Sá, com Fabiane ou Tábata.

Ser médium

Especial / Por Ricardo de Lima

Para atender a um determinado fim, se faz necessário se manter sempre atualizado... Ser médium é ter o compromisso consigo mesmo de melhorar a cada dia

É muito comum, no dia a dia, quando alguém descobre que somos espíritas,vermos uma reação de surpresa. A segunda reação vem em forma de pergunta certeira: você é médium?
E o que é ser médium? Médium, como definiu o amado codificador, é o intermediário entre o mundo espírita ou dos espíritos, e o meio ou o instrumento de comunicação entre dois mundos...
Dentro da classificação Kardequiana, todo mundo é médium, em maior ou menor grau, mas assim classificamos apenas aqueles que recebem comunicações analisáveis, ostensivas.
Emmanuel, ampliando o conceito de Allan Kardec, em Seara dos Médiuns, diz que o pensamento é a linguagem universal, emitimos ondas de pensamentos e recebemos outras sem que percebamos isso, desenvolvendo o conceito de sintonia.
Partindo destes princípios, entendemos o médium como um intérprete  do pensamento dos espíritos.
Numa pálida comparação, poderíamos dizer que o médium é como um aparelho de TV que recebe ondas, decodifica e transforma em imagens e sons, para proporcionar a terceiros uma interação. A qualidade do que se ouve e vê está subordinada à capacidade da antena. O que difere o médium do televisor é que a TV  é um equipamento estático que apenas decodifica e transmite, enquanto o médium recebe um conteúdo em forma de pensamentos, traduz em palavra falada ou escrita, mas que, para que isso aconteça, um veste o pensamento do outro, resultando em uma parceria.
Gosto muito da didática comparativa de Hermínio Correia Miranda: imaginemos que o pensamento dos espíritos seja uma tinta azul; o do médium, uma tinta amarela. O resultado da comunicação mediúnica será sempre verde!

Aprimoramento
Sendo assim, se faz imprescindível ao médium que queira exercer o seu trabalho com fidelidade:
Autoconhecimento: conhecendo sua forma de falar, as palavras que usa, seu estilo de linguagem, vai saber o quanto está ou quando está se colocando no meio da comunicação, para que esta, como exemplifica Hermínio Miranda, flua com menos amarelo e com mais tonalidade possível do azul.

Transformação moral: pois como dissemos antes, o pensamento é a linguagem e seletor de sintonia com os espíritos. Se cultivo hábitos e pensamentos elevados, tenho por hábito sintonizar-me com espíritos elevados e assim sucessivamente. Se não tenho esse hábito, se faz necessário pensar no bem e agir no bem. No campo da transformação moral, o médium tem que ter, no mínimo, humildade como meta, pois como é passível ao erro, como todo ser humano, precisa saber ouvir outras pessoas mais habituadas a lidar com o fenômeno mediúnico; o melindre no trato com a mediunidade é um mal a ser transformado em virtude.

Estudo: O estudo tem duas vertentes.
Estudo doutrinário - Objetiva dar base de avaliação do conteúdo extraído da comunicação com o mundo espiritual, e subsídios sólidos para funcionar como vacina contra embustes de espíritos menos dignos, além de ser um manual que utiliza da sublime ferramenta chamada mediunidade.
Conhecimentos gerais - todo o conhecimento, tanto desta como de outras romagens no mundo, ficam arquivados no espírito. No momento do transe, o espírito comunicante usa o inconsciente do médium como "matéria-prima" para vestir o seu pensamento. Usemos um comparativo atual como exemplo: hoje, usufruímos de computadores para uso doméstico, que possuem uma configuração básica, mas se formos trabalhar com desenhos, vamos precisar de um software que atenda a essa necessidade. Assim, cada conhecimento adquirido é como se nós adicionássemos ao computador recursos para facilitar o uso. Para atender a um determinado fim, se faz necessário sempre se manter atualizado; assim, o estudo constante se faz imperioso para quem quer ser um bom intermediário entre os dois mundos.

Um grande médium
Como sempre temos em nosso meio resquícios de conformismo e, às veze, certa preguiça, é comum ouvir algumas afirmações: " Existiram excelentes médiuns que foram iletrados" nesta existência... "Mas e Chico Xavier? Emmanuel dava aulas a ele para suprir suas deficiências..." Respondo: Chico Xavier reencarnou com um trabalho definido e nós estamos ainda nos definindo no trabalho!
Queremos chegar e galgar o mundo de regeneração e os mundos superiores e a cada dia podemos dar um passo importante. Eu posso estar no exercício de uma mediunidade que pode ser melhorada numa próxima existência. Se retardo esse trabalho, é como se retardasse a semeadura. Se não planto no momento certo, corro o risco de não ter o que colher em tempo. Se perco o tempo de semear, será óbvio que não terei o que colher.
Sendo assim, ser médium é muito mais do que pensam os neófitos do Espiritismo, que muitas vezes buscam uma posição de destaque na casa espírita.
Ser médium é ter o compromisso consigo mesmo de melhorar a cada dia.
Aprender sempre, o que é muito mais que decorar: é pegar os ensinamentos torná-los atos.


Ricardo de Lima é orientador sócio educativo.

domingo, 15 de setembro de 2013

Amnésia reencarnatória

Especial / Por Luiz Roberto Mattos

Se vivemos antes em outros corpos, por que não nos lembramos dessas outras vidas passadas?

Gosto sempre de deixar claro, logo no início, o significado das palavras que compõem os títulos que dou aos meus textos, para que não pairem dúvidas sobre o seu conteúdo.
Assim, apenas lembrando, amnésia é esquecimento, falta ou falha de memória, e reencarnação é o ato de o espírito retornar à carne, mas em outro corpo físico.
Portanto, estarei aqui associando a amnésia à reencarnação.
É de conhecimento de todo espírita, e acredito que também dos espiritualistas, em geral, que, ao reencarnarmos, passamos pelo processo de esquecimento do passado. Ou seja, ao voltarmos à carne, no plano físico, esquecemos, na maioria das vezes de forma completa, de todas as nossas vidas anteriores, das encarnações passadas.
Antes de renascermos, passamos pelo que alguns espiritualistas do passado chamavam de sono da alma. De acordo com algumas obras espíritas, antes de reencarnar somos submetidos a um processo de adormecimento, de forma natural ou induzida, e entramos em sono profundo.
Ainda baseados na literatura espírita, alguns dizem que passamos por um processo de miniaturização, para melhor nos adequarmos ao óvulo fecundado, que é minúsculo, é diminuto, e ao qual nos ligamos energeticamente, dando início, assim, a uma nova encarnação.
O que quero falar neste texto é sobre o esquecimento do passado, sobre a amnésia, suas razões de ser e suas consequências.
Por que esquecer o passado?
Por que esquecer nossas vidas e experiências passadas? Isso não nos traz mais prejuízos do que ganho, mais perda do que benefício? Qual a lógica do esquecimento do passado?
Aliás, esse é um argumento que já ouvi muitas vezes de materialistas contra a reencarnação.
Perguntam eles: Se vivemos antes em outros corpos, por que não nos lembramos dessas outras vidas passadas?
A pergunta tem sentido! É preciso haver uma resposta para ela, e de forma lógica!
Por que não nos lembramos de nossas vidas passadas, se elas existiram de fato?
É preciso termos em mente, para respondermos a essa pergunta, que a Terra é um planeta de expiação e provas, com uma população espiritual ainda muito atrasada, cheia de vícios, e com um passado ainda sombrio e, muitas vezes, bastante negro.
Sabemos que, em muitas situações, dois ou mais espíritos que foram inimigos no passado, em outras vidas, são colocados, mesmo sem saberem, na mesma família, como irmãos, pai e filho, mãe e filho, etc., para que se processe a reconciliação que,de outra forma, seria muito mais difícil, se não impossível, pela repulsa natural que se dá quando dois inimigos se reencontram, seja na escola, no trabalho ou até mesmo no seio da família.
O que aconteceria se todos se lembrassem claramente do passado ao se reencontrarem novamente na carne? Pensemos em um pai lembrando nitidamente que sua filha foi sua amante, ou esposa, em vida passada. Ou uma mãe lembrando que seu grande amor do passado agora é seu filho.
Isso poderia despertar, ou redespertar, um velho sentimento que poderia pôr a perder a vida atual, com desvios sexuais dentro da própria família.
Pensemos em um pai que se recorda claramente que seu filho foi seu algoz no passado. Ou que uma mãe se lembre que sua filha a traiu, antes, com o atual marido, e isso desperta nela agora um ciúmes doentio, afastando-a da filha atual.
Agora, pensemos em dois inimigos reencarnados como irmãos, que já na adolescência se recordam das coisas que o outro fez. O que aconteceria nessa situação? É bem possível que o sentimento de ódio fosse redespertado e que os dois voltassem a fazer mal um ao outro. Portanto, as reconciliações de grandes inimigos seriam muito mais difíceis.
A verdade é que a esmagadora maioria das pessoas não está mesmo preparada para conhecer o seu passado!
Poucos estão maduros o suficiente para recordar, para lembrar o passado e conviver com ele de forma sadia no presente.
O conhecimento do passado pode, muitas vezes, desestabilizar uma pessoa e destruir uma família.
No estágio atual de evolução humana não é prudente "abrir as portas do passado" para que o passado" para que o seu conteúdo desça para o consciente. Por isso, os espíritos mais evoluídos e maduros que dirigem o planeta no mundo espiritual cuidam para que todos esqueçam o passado antes de renascerem na carne.
Essa é a lógica do esquecimento do passado, é a lógica da amnésia em relação às vidas anteriores, às reencarnações passadas, colocada de uma forma bem simples e sintetizada.

E as coisas boas?
Alguém, então, perguntaria: Mas e as coisas boas, o aprendizado, os sentimentos bons desenvolvidos em vidas passadas, tudo se perde e nada é lembrado?
De forma alguma! Toda vez que entramos em contato novamente com um determinado saber, com um conhecimento já adquirido em outras vidas, sentimos uma grande facilidade de aprender, porque, na verdade, estamos apenas recordando, não aprendendo pela primeira vez.
Sentimos isso até mesmo com conhecimentos e habilidades aprendidas na mesma encarnação. Para dar um exemplo clássico: aprendemos a andar de bicicleta, mas se deixamos de andar por alguns ou até vários anos, e depois montamos novamente em uma bicicleta, já saímos andando como se nunca tivéssemos deixado de andar.
O mesmo acontece com tudo o que aprendemos em nossas várias existências passadas.
Se nos aprofundamos no conhecimento de matemática, em uma vida anterior, agora sentimos mais facilidade em aprender, porque, na verdade, estamos apenas "recordando", o que também acontece com a música, a escrita e tudo o mais.
Nada se perde! A prova disso está nos chamados dons inatos, nas aptidões inatas, na facilidades que cada um tem para determinadas coisas.
As habilidades, os conhecimentos, todo o saber adquirido em uma vida permanece na mente do espírito, no inconsciente do ser, e vêm à tona em forma de dons, de aptidões e facilidades.
Assim, finalizando, a amnésia reencarnatória somente facilita a nossa evolução, auxiliando a promover reconciliações que de outra forma seria quase impossível.

Esquecimento do passado
393. Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que as tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com justiça de Deus?
"Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior ( a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas as de que não aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles."

O Livro dos Espíritos.
Segunda Parte Cap.VII. Allan Kardec

Outras explicações
Acho que outra razão pela qual não nos lembramos, normalmente, de experiências vividas em outras encarnações é o fato da ligação do espírito com o novo corpo.
Nosso corpo físico é muito denso, se comparado com o perispírito, e acredito que isso contribua para o esquecimento. Além disso, o nosso cérebro é novo, não possui registros de uma vida anterior. Portanto, não temos "tecnologia" físico-espiritual que nos permita lidar com recordações do nosso passado, vivido em outras encarnações ou no mundo espiritual.Conforme vamos evoluindo, o próprio processo fará com que as lembranças venham à tona, na hora certa.
Agora, cuidado para não criar fantasias, fruto das nossas carências: não podemos dizer, com certeza, com quais pessoas do nosso convívio nós já nos relacionamos em outras encarnações...
Talvez, o número de "conhecidos" seja menor do que acreditamos!

Por Victor Rebelo

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Qual é a medida do seu amor?

Quem ama de forma amadurecida reconhece que não pode mudar ninguém. Apenas podemos colaborar, orientar, incentivar

Especial/ Por Wanderley Oliveira

          A editora Dufaux está lançando o mais recente livro psicografado pela autora espiritual Ermance Dufaux, cujo título é Qual a Medida do seu Amor?
Os textos da autora vêm em boa hora. Por certo, o amor, que é a alma das ideias espíritas, precisa mesmo de um novo olhar, de uma nova "medida". Por conta das nossas ilusões nesse tema, ele está sendo interpretado de u modo que pode causar dor e deseducação espiritual.
Farei uma breve análise do assunto, inspirado nas principais reflexões que Ermance Dufaux examina ao longo de Qual a Medida do seu Amor? São três as principais ilusões que envolvem o tema amor:
          Acredita que nosso amor é capaz de mudar quem nós amamos.
Parece-me que o fato de haver uma maior proximidade entre nós e as pessoas que amamos, de forma muito sutil passamos a acreditar que, por conhecê-las muito bem, temos o direito e a capacidade de mudá-las.
Se existe algo muito difícil de ser mantido em relações afetivas é o respeito às escolhas. Isso retira de nós a possibilidade de examinar as pessoas amadas como uma individualidade, com suas características próprias. Perdemos facilmente o senso de limite. E se uma das partes abre mão de preservar sua identidade, sua necessidade e seus sentimentos, a outra parte, mesmo que bem intencionada poderá exceder em desejos, sonhos e projetos para serem seguidos pela pessoa que ama. E, nessa forma de construir a relação, uma das partes vai cada vez mais assumindo o comando da relação e perdendo a noção de sua influência decisiva e controladora sobre a outra parte.
Observe como funciona a lei divina. Nem mesmo Deus nos retira das situações complicadas sem que ofereçamos nosso desejo sincero de mudar. Se houver preguiça e más escolhas, permanecemos nas sombras da maldade ou do erro por decisão pessoal; nesse caso, nem mesmo o Criador pode nos retirar disso. O amor não é capaz de salvar quem não deseja ser salvo. É da lei de Deus que ofereçamos algo para que alguma transformação ocorra nos nossos destinos e para que mereçamos a força do amor em nosso favor.
Se essa lei vigora assim na relação de Deus para conosco, quanto mais entre nossas relações! Se alguém que amamos não quer sair do vício ou de alguma atitude infeliz, será uma ilusão acreditar que nosso amor vai salvá-lo.
Muitos pais e mães se entregam a culpas lamentáveis por acreditarem que o amor que tinham por seus filhos não foi suficiente para retirá-los de dores e comportamentos que eles optaram por escolha própria. Diante de suas culpas, ficam reféns de seus filhos que os manipulam e exploram ao perceberem suas reações de fragilidade e desespero. Assim também acontece com esposas que tentam "salvar" seus maridos com o seu "amor". Maridos alcoólatras, infiéis, desonestos, folgadões...
A realidade é que o amor não muda ninguém quando essa pessoa não quer mudar. Além disso, é preciso ainda pensar que, muitas vezes, o que chamamos de amor quase sempre está intoxicado de piedade, desespero, dor, desorientação, mágoa pelo fato de a  pessoa amada não agir como gostaríamos e, até mesmo, de raiva. Todos esses sentimentos tomam o lugar do amor que não amadurecido é capaz de nos levar a ter atitudes e sentimentos diferentes desses que foram mencionados.
Quem ama de forma amadurecida reconhece que não pode mudar ninguém. Apenas podemos colaborar, orientar, incentivar, alertar, refletir e apoiar.

Acreditar que somos responsáveis pelas escolhas de quem amamos.

Essa já é outra ilusão que decorre da anterior. Quem acredita que pode mudar o outro acaba também se sentido responsável pelo que ele faz ou pelas escolhas que faz. A mesma linha de raciocínio anterior funciona nesse assunto: a decisão e o sentimento é do outro e não é responsabilidade nossa. Em qualquer contexto, mesmo onde exista o mau exemplo de nossa parte, a pessoa que amamos pode ou não decidir por copiar nossa atitude. A escolha é dela. Ela vai responder por isso e não poderá nos culpar. Inegavelmente, influenciamos uns aos outros, mas não é da lei divina que respondamos pelo que o outro faz.
Quando há uma identificação de nossa parte com a escolha do outro,a ponto de supormos que responderemos pelo que ele fez ou faz, isso acontece porque já desenvolvemos essa sensação de culpabilidade por não mudar a pessoa amada. Isso advém da nossa rebeldia em assumir que não somos onipotentes. Assumir nossa impotência é algo ainda muito difícil de aceitar.

Acreditar que amar é conceder à pessoa amada uma importância maior do que nós próprios.

Quando o nosso foco de amor é totalmente deslocado para o outro, agregamos uma concepção de que o outro tem mais importância que nós próprios.
Com esse foco, passamos a desconsiderar nossas necessidades e gostos para atender a pessoa amada. Um verdadeiro jogo de manipulação e desrespeito se estabelece a partir dessa postura.
Amar não é abdicar completamente de si. O verdadeiro amor é algo que se aplica também a nós. Mesmo amando alguém, mantemos nossa individualidade. Temos sonhos. Amor de verdade é parceria, troca e nutrição.
Colocar alguém como a pessoa mais importante da nossa vida é agredir o nosso próprio equilíbrio. A sanidade e o equilíbrio só existem quando temos claro para nós que é muito bom amar e ser amado, mas a pessoa mais importante e a quem mais necessitamos devotar amor é a nós mesmos. Aliás, em realidade, salvação de verdade só existe nessa ótica. Quando damos maior importância a alguém que a nós próprios, caminhamos para ou já estamos no autoabandono, que, em síntese, é a atitude de desamor a si próprio.
Isso tem muito mais a ver com egoísmo que o amor. Quando damos importância superlativa ao outro, estamos, em verdade, tentado nos realizar nele, nos sentir importante tentando nos realizar nele, nos sentir importante tentando mudar o outro ou fazer algo de bom ao outro para nos sentir com algum valor. Uma atitude nociva e que reflete a baixa autoestima e a educação que muitos de nós recebemos para agradar aos outros quando queremos ser amados. Um grave equívoco!


                                           Wanderley Oliveira é Terapeuta Holístico, tem 18 livros 
psicografados e é palestrante espírita natural de Belo Horizonte.

domingo, 18 de agosto de 2013

Sintonia e Obsessão

Mediunidade/ Por Maísa Intelisano

Os semelhante se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência

Obsessão, assédio, encosto, mau-olhado, quebranto ou seja lá qual for o nome que se queira dar, é, acima de tudo, uma questão de atitude pessoal nossa. Somos nós que damos abertura para que entidades perturbadas, com ou sem ligações conosco, se aproximem e nos causem perturbações.
No universo tudo é uma questão de sintonia. Os semelhantes se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência, intensificando também seus efeitos e suas qualidades, boas ou más.
Isso não quer dizer que todos nós sejamos pessoas perturbadas e que atraímos somente entidades em desequilíbrio. Mas, cada um de nós passa por perturbações no seu dia a dia, as quais podem durar mais ou menos tempo, dependendo: da gravidade da situação, da própria força para encarar e superar as contrariedades, do ambiente em que estamos ou que normalmente "frequentamos" no nosso dia a dia, etc.
Na maioria das vezes, não temos qualquer obsessor ou perseguidor de outras vidas ou de outras situações, mas nos permitimos ficar mais tempo remoendo uma determinada mágoa ou raiva, visualizando uma discussão ou briga; nos permitimos ficar deprimidos ou aborrecidos por mais tempo e alimentamos as formas astrais destas situações que ficam circulando ao nosso redor. Com isso, nos sintonizamos com as mentes que vibram na mesma faixa.

Sintonia e afinidade
Normalmente, as frequências mais baixas são as de entidades mais perturbadas, sofredores, ignorantes espirituais, etc. Eles não têm nada contra nós, mas simpatizam-se conosco simplesmente porque encontram "eco" em nós para os seus pensamentos e sentimentos.
Acontece exatamente a mesma coisa conosco, encarnados: procuramos a companhia das pessoas que nos são mais afins, que combinam mais conosco, que pensam mais ou menos como a gente.
Da mesma forma, essas entidades ficam conosco simplesmente porque se sentem bem ao nosso lado, mais nada. Então, como elas gostam do que sentem, ajudam, inconscientemente, a alimentar esse quadro para mantê-lo enquanto puderem.
Como estamos vulneráveis a essas sugestões, também intensificamos esse padrão. E, se não tomamos cuidado, isso rapidamente se transforma em assédio mais complicado, ou mesmo obsessão, que começou apenas porque resolvemos dar guarida a pensamentos e sentimentos menos felizes que nós mesmos criamos e com os quais atraímos esses espíritos desavisados para nós.
Portanto, muitas vezes, não somos responsáveis só por nós mesmos, mas também um pouco responsáveis por eles que foram "fisgados" pelos nossos pensamentos e emoções, sem saberem onde estavam entrando. Alguém já parou para pensar que somos nós que podemos estar perturbando esses espíritos mais do que eles a nós? Quem então seria o assediador ou o obsessor?
Mesmo que essas entidades sejam nossos "personal obsessors", ou seja, mesmo que tenhamos com eles desentendimentos de outras vidas ou de outras situações desta vida mesmo, é sempre a nossa atitude íntima o que vai determinar se a sua influência vai ser mais profunda ou não, mais demorada ou não, mais extensa ou não, mais prejudicial ou não.

Mantenha o equilíbrio
Existem, sim, muitos espíritos cruéis, oportunistas, frios, calculistas - exatamente como aqui, no mundo físico, entre os encarnados-,mas o grau de influência que eles têm sobre nós sempre vai depender do nosso próprio grau de luz, amor e serenidade interior! Eles não têm mais poder do que nós. O poder é igual para todos, ou seja, temos tanto poder quanto eles.
Então, seja em que situação for, o melhor é sempre manter a "mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo" (acho que verso é mais ou menos assim), para que, com vibrações mais saudáveis, mais luminosas e mais suaves, nós possamos transformar até aquele obsessor mais duro e cruel em amigo. Na pior das hipóteses, mesmo que ele não se torne nosso amigo, vai desistir da perseguição, pois vai se cansar de tentar nos desequilibrar sem sucesso e vai procurar outra "vítima".

Encare-os como irmãos
O problema é que, muitas vezes, queremos simplesmente afastar os assediadores e/ou obsessores, sem nos preocuparmos realmente com eles. Ou seja, tomamos uma atitude egoísta do tipo "eu quero mais é ficar livre deles e que eles se danem!" só que isso não resolve o problema.
Primeiro, porque, na verdade, não estamos sendo nada caridosos ou bondosos. Muito pelo contrário: nós os estamos tratando como nossos inimigos e, portanto, reforçando os sentimentos deles para conosco. Segundo, porque, se eles não melhoram intimamente, poderão voltar amanhã ou depois, assim que tivermos qualquer fraqueza ou abrirmos qualquer brecha vibratória.
O mais correto é pensar neles como irmãos ou amigos espirituais, temporariamente desviados de seu próprio caminho de iluminação interior. Temporariamente, porque ninguém fica obsessor para sempre, ninguém permanece desorientado ou perturbado para sempre.
E quem garante que nós mesmo já não estivemos na condição de assediadores ou obsessores nos períodos em que estivemos desencarnados pela eternidade afora? E se estivéssemos nessas condições hoje? Como gostaríamos de ser tratados? Como iríamos querer que a nossa "vítima" agisse? Será que não iríamos gostar que nos perdoasse e nos ajudasse a sair dessa situação?
Infelizmente, toda uma "tradição" espiritual equivocada foi criada em relação às obsessões e assédios, fazendo parecer que os desencarnados que obsidiam e perturbam encarnados são sempre os carrascos, criminosos espirituais merecedores da nossa fúria e da nossa frieza, como se os encarnados fossem sempre pobres vítimas sofredoras.
Só que, em minha opinião, não é bem assim. Ainda mais se considerarmos que, em grande parte dos casos, eles são mais vítimas do que provocadores da situação.
Assim, sugiro que, acima de tudo, todos procuremos vibrar sempre luz, em todos os lugares em todos os momentos de nossa vida, inclusive dormindo. Que mantenhamos sempre pensamentos positivos, otimistas, saudáveis, amorosos e respeitosos em relação às outras pessoas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas. Que sejamos sempre alegres, sorridentes, atenciosos, compreensivos, sem sermos submissos, passivos ou medrosos. Com isso, estaremos garantindo que os nossos possíveis obsessores pensem duas vezes antes de quererem nos atacar ou perturbar.
Além disso, claro, as preces, orações, vibrações de amor, direcionadas a Deus ou ao ser supremo do universo, são, sim, excelentes, desde que sejam sinceras e profundas, emitidas com as melhores intenções, inclusive por queles que supostamente nos perseguem.


Maísa Intelisano é palestrante e instrutora de cursos

teóricos e práticos sobre espiritualidade, com mais 
de 30 anos de experiência pessoal com a mediunidade.