sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo


   Que a luz do Pai e a Espiritualidade Divina e Celestial abençoe a todos e aos que os cercam. Que neste Natal o maior aniversariante seja lembrado, onde não devemos esquecer do principal motivo dos festejos de natal que é o nascimento de Jesus Cristo. Que possamos demonstrar um pouco da caridade que Ele nos ensinou. Nós da Casa Espírita Raio de Sol desejamos a todos os irmãos muita luz, paz e prosperidade neste ano que está por vir, que este novo ciclo seja de crescimento espiritual e moral, que sejam alcançados todos seus objetivos. Agradecemos a todos os irmãos em Cristo que com fé nos acompanharam em nossa caminhada, seja através de sua presença nas palestras, nos passes, em nossas campanhas ou mesmo através dos textos que publicamos neste blog.
Feliz Natal!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Caridade em ação


Especial/ Por Marcos Cunha

Ah, caridade! Sentimos o teu pulsar em nossos corações, mas de que nos adianta se te represamos?

Caridade é uma palavra doce aos nossos ouvidos, uma palavra que exprime um sentimento puro e que nos liga a um sentimento ainda maior: o amor.
Mas o que é a caridade? É dar o que nos sobra aos necessitados? É, uma vez por ano, separarmos algumas roupas para os que têm frio? É, uma vez por semana, dedicarmos algumas horas do nosso tempo em uma instituição de caridade, prestando um trabalho voluntário?
Sim, com certeza tudo isso é caridade. Mas ela não é só isso, é muito mais! É um sentimento que devemos perseguir 24 horas por dia. Um sentimento que se faz presente nos momentos que passamos juntos aos nossos familiares, nossos vizinhos, enfim, nossos semelhantes.
A caridade se faz presente nos pequenos gestos: no abraço fraterno e reconfortador; no sorriso meigo e encorajador; no ouvir uma lamentação; nas palavras de apoio; na oração pelo desajustado, pelo enfermo, por aquele que te calunia, por teu inimigo, por aquele que ainda não descobriu o doce sabor da caridade.

Auto amor X egoísmo
Mas antes de tudo isso, existe a caridade para conosco. Sim, a caridade para com nossa saúde, para com este corpo o qual somos apenas inquilinos, a fim de que possamos continuar em nossa jornada evolutiva. A caridade para com nossas faltas do passado, para que com elas aprendamos o significado do trabalho regenerativo.
É importante para o homem se auto avaliar, mas esta avaliação não pode se transformar em auto-punição. Aquele que não tem caridade para consigo próprio, dificilmente a terá para com os seus semelhantes.
Ah, caridade! Sentimos o teu pulsar em nossos corações, mas de que nos adianta se te represamos, se te escondemos de todos que nos cercam?
Trabalhemos então para que possamos perfurar as muralhas da represa do egoísmo, que aprisionam este sentimento derivado do amor, e deixemos jorrar abundantemente em direção dos nossos irmãos em Jesus. E quando nos sentirmos fraquejar perante as dificuldades da incompreensão e da ingratidão, lembremo-nos dos maiores exemplos de caridade de que dispomos.
Lembremos da caridade de Jesus, que veio das esferas crísticas até nós, seus irmãos menores, a fim de nos ensinar o verdadeiro sentido do amor e que foi alvo das maiores e mais cruéis demonstrações de incompreensão e ingratidão por nós mesmos executadas. Lembremos, também, da caridade de Deus, nosso Pai Eterno, que a todo instante coloca à nossa disposição os elementos necessários para nossa evolução, para nossa cura espiritual, para nossa ascensão a planos maiores.
Pai, ajuda-nos a cantar esta melodia suave que ecoa aprisionada em nossos corações, para que todos juntos possamos formar um único coral: o coral da caridade!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Acolhimento X abandono na Seara espírita


Centro espírita / Por Fernanda Leitão Bião

Não deixemos à margem aqueles que lutaram para adentrar às portas da comunidade espírita e que precisam construir ou reconstruir a sua fé

Dia a dia, convivo e percebo o crescimento do fenômeno da mercantilização das relações do ser humano consigo mesmo e com as demais pessoas, de tal maneira que os trejeitos, os condicionamentos instaurados no mercado de trabalho, na contemporaneidade, adentram não só o solo frio das empresas privadas, mas também das organizações públicas e das instituições sociais - a família, a escola, os ambientes religiosos, etc.
Não tenho a pretensão de esgotar todos os temas acima assinalados, uma vez que este texto tem a finalidade de expor minhas reflexões sobre aspectos da convivência no movimento espírita que mais têm me gerado preocupação, no bojo da mercantilização das relações humanas.
No que toca ao ideal cristão, a casa espírita se reveste da finalidade de proporcionar ambiente de convivência fraterna, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do potencial humano para o bem, para o amor e a solidariedade, características da formação humana tão importantes para a aquisição de virtudes, tais como o respeito ao próximo, a amizade autêntica, a afeição sincera, a empatia e a assistência real diante das necessidades.
A despeito desse nobre propósito de que estão imbuídas as fraternidades espíritas, noto a infiltração, no movimento espírita, da competição desenfreada, da pouca consideração fraterna e incondicional, da patrulha ideológica, da disputa evolutiva, de variadas condutas que desembocam no mesmo resultado: exclusão e opressão.

Mudanças constantes

O que chamo de competição desenfreada? A casa espírita, ao longo do tempo, como reflexo de seus integrantes, é uma caixa de ressonância das mudanças e transformações pelas quais passa a humanidade, absorvendo padrões de comportamento tanto benfazejos quanto deletérios.
Nessa segunda categoria, enquadra-se a concorrência velada entre parcela de confrades espíritas pelo título social do "mais virtuoso", do mais evoluído", do "mais produtivo" em esvaziar o umbral, a vaidade inconfessa de se exibir na condição de humilde obreiro a quem foi repassada as informações mais recentes ou bombásticas sobre os bastidores do plano espiritual, além da disputa entre os seus pares pela posição de trabalhador espírita mais operoso em zelar pela pureza doutrinária e pela deferência aos dirigentes espíritas de maior influência política no centro ou na federação a que se filiam.
Os fenômenos de grande expressão no ambiente espírita, somados ao grande volume de orientações espirituais e de outras formas de assistência extrafísica, conferem a algumas pessoas o poder de mando e de persuasão. Embora isso pudesse ser meio de agregar valores e aprendizados coletivos, muitos espíritas que não se enquadram no estereótipo de obreiros produtivos, alegres e dóceis são excluídos.
Em uma comunidade, todos estão sujeitos a variadas vicissitudes, visto que fazem parte de um mundo de provas e expiações. Em outras palavras, é importante conciliar o socorro aos irmãos no plano espiritual, com o amparo aos encarnados que igualmente necessitam de cuidadosa assistência e, muitas vezes, são deixados em segundo plano.
Quantos, entre nós, não são encarnados enfermos a pedir socorro e somos negligenciados pela vaidade humana, que se ufana em priorizar o atendimento a irmãos que se encontram no outro plano existencial da vida?

Oportunidades

Nas experiências cotidianas, embora atravessadas por inúmeras tarefas, que nos colocam como servidores de uma rotina humana na Terra, ainda assim somos convidados a refazer nosso modo de ser, inclusive a nossa postura em relação aos nossos companheiros e companheiras (encarnados e desencarnados) de lida espírita e de outros segmentos da vida em sociedade.
Não acredito que todos os esforços estejam condenados à perdição da pessoa em si mesma.
Acredito e tenho esperança na capacidade humana, porque sei que ainda somos aprendizes para o saber que nos contemplará como portadores de uma real humanidade.
A formação de nossas capacidades, por meio do afeto e do desenrolar dessa afetividade,muito contribuirá para que o medo e a desconfiança cedam lugar às relações transformadoras e educativas.
Que a formação de grupos afins sirva de ânimo para a continuidade do espírito cristão com que um dia fomos contagiados e que, como semente, pede luz, pede o alimento para ter força e romper a terra dura de nossos corações.
A casa espírita, respeitando a sua condição humana, tem grandes chances de não se tornar mais uma ruína arquitetônica da experiência religiosa em nossa caminhada evolutiva. Basta que os seus arquitetos, os seus responsáveis, os seus frequentadores instalem em seu seio os fragmentos do cuidado entre e com todos.
Não fiquemos só preocupados com o resgate de irmãos que já se encontram em condições de desencarnados.
Não deixemos à margem aqueles que lutaram para adentrar às portas da comunidade espírita e que precisam construir ou reconstruir a sua fé sólida, o seu afeto por si mesmos e pelos demais e que não encontram amparo em outras instituições humanas atuais.
Que o poder seja o poder de direcionar a vaidade e o orgulho para a construção do acolhimento e da compreensão de que todos precisamos, sob a premissa de que todos estamos a trilhar o caminho da evolução em condições árduas, próprias do mundo de provas e expiações que habitamos.

Acolhimento

Não existe mediunidade melhor ou pior: existe mediunidade com Cristo e sem o Cristo.
Não me recordo, na história do mestre, de nenhum comportamento excludente por esse ou aquele motivo. Todos que o procuravam tinham a mesma atenção e respeito, recebiam aquilo de que necessitavam e Jesus sabia ouvir e compreender cada pedido. Que possamos desenvolver a capacidade de ouvir sem julgamentos, de exercitar a suspensão de juízos e valores na condução e assistência de todos os homens e mulheres.
Ouvir é acolher! Ouvir é se colocar à disposição do outro sem subserviência nem dominação. Permita a si mesmo caminhar com os seus irmãos e crescer sempre. Não se esqueça de que a única verdadeira ameaça que pode surgir em seu percurso de vida é a ameaça que nasce dentro de você.
Aprenda a se conhecer, saindo da própria concha existencial, abrindo-se à coexistência fraterna com todos, encarnados e desencarnados, quer tenham afinidade com seus ideais e visão de mundo, quer comunguem de ideologia e valores diversos, com os quais, inclusive em razão da diversidade, podemos nos enriquecer como pessoa e nos desenvolver como espíritos imortais.