terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Encerramos mais um ciclo de trabalhos na Casa Espírita Raio de Sol no dia 2 dezembro. Estamos muito felizes, por mais uma etapa vencida e, agradecidos, pois, como trabalhadores da espiritualidade Divina, sabemos que nossas conquistas terrenas são frutos das mãos generosas de espíritos grandiosos que, do Cosmo Celestial, nos impulsionam no rumo de nossas conquistas materiais e espirituais. A eles devemos tudo o que somos e todas nossas mais puras e sublimes realizações.
Agradecemos a todos vocês, nossos irmãos em Cristo, que acompanharam com alegria e entusiasmo cada novidade inserida no blog da CERS neste ano de 2011.
Nós, da Casa Espírita Raio de Sol, desejamos a todos vocês e seus entes queridos muita paz, muita esperança e grandes realizações para o ano vindouro de 2012.

Feliz Natal!


Aviso

Agendamento 2012

Lembramos que a CERS reabre suas portas ao público a partir do dia 6 de março de 2012. Para o atendimento individual com o Mentor da Casa, o agendamento inicia a partir da mesma da (06/03/2012) pelo celular (48) 8808-3706 (Delma).
 

sábado, 3 de dezembro de 2011

Viagens da alma

O desdobramento consciente e espontâneo do perispírito oferece a possibilidade de cura e a certeza da existência da alma.
Portanto, a questão é digna de estudos mais aprofundados
Especial/ Por Dr. Américo Domingo Nunes Filho

O espírito encarnado, revestido dos seus envoltórios, projeta-se para o exterior do corpo somático, do qual se separa, formando uma "cópia" ou "duplo". Trata-se de fenômeno ímpar: a consciência age fora do espaço físico denso, como se fosse uma desencarnação parcial e provisória da alma. Na codificação kardequiana encontra-se o ensinamento de que o espírito jamais está completamente separado do corpo vivo em que habita, qualquer que seja a distância que se transporte, "a ele se conserva ligado por um laço fluidico que serve para chamá-lo, quando se torne preciso. Esse laço só a morte o rompe". (O Livro dos Médiuns, pág.361, FEB).
Muito importante essa lição da espiritualidade superior, comprovada atualmente pela unanimidade dos trabalhos relacionados ao tema, corroborando Salomão, em Eclesiaste (Cap.12, Vers.6 e 7), que, há aproximadamente 900 anos a.C., fez alusão à morte como consequência do rompimento do "fio de prata".
O espírito André Luiz faz referência também ao cordão de prata, na obra Mecanismos da Mediunidade (pág. 150, FEB), dizendo que o sensitivo desdobrado está ligado ao seu corpo físico "por fio tenuíssimo, superficialmente comparado, de certo modo, à onda do radar, que pode vencer imensuráveis distâncias, voltando, inalterável, ao centro emissor."
A mesma entidade, com grande propriedade e felicidade, descreve no livro Nos Domínios da Mediunidade (pág.97 a 105, FEB), no capítulo intitulado Desdobramento em Serviço, todo o desenrolar, com detalhes, da projeção de consciência do médium Antônio Castro, realizado sob a ação magnética do diretor espiritual Clementino.

Como ocorre a projeção
André Luiz relata que Castro adormeceu devagarinho, envolvido por passe de longo circuito e, a partit daí, do tórax começou a emanar "com abundância um vapor esbranquiçado que, em se acumulando à feição de uma nuvem, depressa se transformou, à esquerda do corpo denso, numa duplicata do médium, em tamanho ligeiramente maior."
Diz também o espírito que o "médium, assim desligado do veículo carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao corpo somático."
Explica, mais adiante, o querido benfeitor espiritual, que o "duplo" era constituído do perispírito, acompanhado de parte do "duplo etérico", com a apresentação "azulada à direita e alaranjada à esquerda".
O conceituado pesquisador Hernani Guimarães Andrade, na excelente obra Espírito, Perispírito e Alma, da editora Pensamento, aborda esse processo de desdobramento astral, descrito por André Luiz, considerando que a parte azulada deve corresponder ao perispírito e a alaranjada ao duplo etérico. Conseguinte ao processo, André Luiz faz a devida revelação de que o corpo carnal absorveu os eflúvios vitais, isto é, "faixas de força" que em seu conjunto são conhecidas como duplo etérico, acarretando maior adelgaçamento e luminosidade do corpo astral, não mostrando mais o arcabouço perispirítico qualquer deformidade"(pág.98).
É conveniente frisar o comentário importante do instrutor Áulus de que o duplo etérico é "formado por emanações neuropsíquicas que permanecem no campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora."
Continua o orientador dizendo que "para melhor ajustar-se ao nosso ambiente, Castro devolveu-lhe essas energias ao corpo inerme, garantindo assim o calor indispensável à colmeia celular e desembaraçando-se, tanto quanto possível, para entrar no serviço que o guarda."
Waldo Vieira, na sua obra Projeciologia (edição do autor), igualmente corrobora André Luiz: "O duplo etérico não atua como veículo separado, individual, para manifestação da consciência, nem se presta ao recolhimento de informação, porque ele não porta o cérebro físico ou o seu correspondente extrafísico, o "paracérebro", sendo que as suas projeções, quando sozinho, incapaz de atuar por si ou de modo inteligente, são simples simulacros da forma, quase sempre humanoide, do projetor"(pág.146).
Crookall, citado por Hernani Guimarães, esclarece que os duplos, contendo bastante ectoplasma, "podem não ser capazes de passar através de paredes, etc., enquanto outros (que contêm pouco ou nada) fazem-no facilmente". Também faz a observação importante de que os "duplos", possuindo muito ectoplasma, podem mover objetos físicos, ao passo que os outros (os que contêm pouco ou nada) não podem (Espírito, Perispírito e Alma, págs. 139 e 140).
Daí a explicação para os chamados "avisos de morte", desde que nos moribundos, momentos antes do falecimento, pode haver despredimento do corpo vital, produzindo grande quantidade de ectoplasma e permitindo a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, como também a materialização do duplo ou fantasma.

Alguns casos na Bíblia
A projeção ou desdobramento é fenômeno conhecido há milênios pelos antigos povos do Egito, Israel e da Índia, sendo a Bíblia riquíssima em relatos de desdobramento:
Livro de Ezequiel (3:14): "Então o Espírito me levantou, e me levou". Indiscutível que o profeta era projetor assistido, isto é, sua consciência, fora do corpo físico, estava constantemente escorada por um guia espiritual (Em Projeciologia, dá-se o nome de amparador).
Livro Ezequiel (37:1): "Veio sobre mim a mão do senhor, ele me levou pelo Espírito e me deixou no meio de um vale..."
Insofismável a descrição de que o médium do Antigo Testamento tenha sido levado ao plano espiritual.
Livro de Isaías (6:1-9): "Visão de Isaías  e seu chamamento".
O profeta era também projetor. Nos textos assinalados, o cenário descrito por Isaias é muito concreto, muito enriquecedor, dando ensejo a estar realmente em espírito, desdobrado, descrevendo com riqueza de detalhes o que tinha a oportunidade de vislumbrar.
De imediato, constata-se a comprovação da projeção da consciência, quando aceita que seja enviado ao mundo físico, constituindo-se mensageiro do guia espiritual que lhe falava: 'Depois disto ouvi a voz do senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: 'Eis-me aqui, envia-me'"(cap.6, vers.8).
Livro de Daniel (7:1-7): relato de sonho e visão noturna: o médium, profeta do Antigo Testamento, era versado na projeção da consciência. Os fenômenos aconteciam e se repetiam à noite.
Livro de Daniel (8:1-2): "Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidade de Susã (...), e vi que estava junto ao rio Ulai".
Sem dúvida, seu relato indica uma viagem astral. O profeta se sentia fora do corpo somático, tendo de início a impressão de que se encontrava em outro local, verificando depois se tratar do rio Ulai. Mais um texto comprovando a presença irretorquível do desdobramento na Bíblia.
É importante trazer à luz o esclarecimento de que, durante esse processo de projeção, Daniel teve a oportunidade de conhecer o seu guia espiritual, Gabriel, que lhe aparece depois em outras ocasiões, sempre o assistindo e o orientando (Cap.9:21-23).
Em o Novo Testamento, encontram-se muitas passagens nas quais a projeção está em evidência, sendo citada principalmente como "sonho". Contudo, naõ poderia deixar de ser lembrada a experiência marcante captada em profundidade pelo apóstolo dos gentios, Paulo, sendo arrebatado a um local espiritual superior, " terceiro céu", como é descrito na Segunda Carta aos Coríntios, cap.12, versículo 12.
É importante alertar a respeito da presença dos fenômenos do desdobramento e da bicorporeidade em muitos seres canonizados pelo catolicismo (Mediunidade dos Santos, Clovis Tavares, IDE).
Santo Afonso de Ligório: adormecido em Arienzo, assiste à morte do papa Clemente XIV em Roma.
Santo Antônio de Pádua: estando a pregar em Pádua, adormece e aparece em Lisboa; falando aos fiéis em Limonges; na igreja de São Pedro aparece no convento dos frade menores; em pleno sermão, na igreja de Saint-Pierre de Aneyroix, fica imóvel no púlpito e aparece no meio do coro para ler a lição do Breviário.
São Pedro de Alcântara: Aparece desdobrado à Tereza de Àvila (vidente), um ano antes de desencarnar; em Arenas, desdobrado e tangível, resolvendo casos espinhosos.
Santa Clara de Montefalco: aparece em bicorporeidade no Convento de Colfiorito para defender dois frades injustamente presos.

Os tipos de projeção
O pesquisador Robert Crookal, citado pelo Dr. Hernani Guimarães Andrade na obra Espírito, Perispírito e Alma, assinala dois grupos distintos de OBE (do inglês: out-of-the-body experience - experiência fora do corpo):
Naturais: produzidas de forma espontânea por fatores originados normalmente, tais como doenças, estados pré-agônicos, sono natural, estados hipnagógico e hipnopômpico, relaxamento, prece, meditação, etc.
Forçadas: provocadas artificialmente por fatores estranhos, não naturais, tais como choques orgânicos ou físicos violentos, torturas, emoções intensas, sufocação, anoxia, drogas, anestesia, indução coativa, etc.
De todas essas causas de emancipação da alma, a mais comum delas é o sono.
Allan Kardec perguntou à espiritualidade: "Durante o sono, a alma repousa como o corpo?" (q. 401 de O Livro dos Espíritos). A resposta se fez presente: "Não, o espírito jamais está inativo.
Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos."
Na sequência, temos a seguinte questão: "Como podemos julgar da liberdade do espírito durante o sono?" Os benfeitores espirituais responderam: " pelos sonhos". Quando o corpo repousa, acredita-o,"tem o espírito mais faculdades do que no estado de vigília."

Arte e projeção
Léon Denis, o excelso filósofo da doutrina espírita, diz que Voltaire declarou ter, uma noite, concebido em sonho um canto completo da Henriade. Também relata que "Coleridge adormeceu lendo e, ao despertar, lembrou-se de haver composto, enquanto dormia, 200 versos que apenas teve o trabalho de escrever".
Denis igualmente relaciona os compositores Basch e Tartini, que ouviam, durante o sonho, a execução de sonatas que não haviam conseguido terminar de modo que lhes satisfizesse. Apenas despertos, as escrevem de memória (No Invisível, pág.135, FEB).
André Luiz, na obra Os Mensageiros, revela assunto transcendental de grande interesse, ressaltando que nem todas as grandes composições artísticas são originariamente criadas na vibração material, desde que "toda arte elevada é sublime na Terra, porque traduz visões gloriosas do homem na luz dos planos superiores", isto é, muito artistas, à noite, dormindo no leito, em processo de projeção da consciência através do veículo perispirítico, visitam planos mais elevados, onde têm acesso às belas criações elaboradas por mentes mais evoluídas. Voltando ao corpo físico, relembram o maravilhoso "sonho" e reproduzem palidamente as obras que viram ou ouviram.
André Luiz cita, como exemplo, um quadro visto por ele em um vasto salão de Posto de Socorro, situado no plano espiritual. Era uma tela enorme, representando o martírio de São Dinis, o apóstolo das Gálias, supliciado nos primeiros tempos do Cristianismo.
Ficou intrigado, já que se recordava de ter visto na Terra algo semelhante, pintado pelo célebre Bonnat. Foi esclarecido, então, que tanto o quadro que via e o que viu são cópias de uma tela mágnífica, idealizada e executada por nobre artista cristão, numa cidade espiritual muito ligada à França. Todavia, ressalta a entidade, a similar do Posto de Socorro é muito mais bela que a de Bonnat, apresentando "profunda luminosidade, como se cada pincelada contivesse movimento e vida". Vendo a obra original, em fins do século passado, em pleno desdobramento perispirítico, o grande pintor de Bayonne, "em noite de excelsa inspiração, que ele poderia classificar de maravilhoso sonho, não descansou enquanto não a reproduziu, palidamente, em desenho que ficou célebre no mundo inteiro". Através da projeção da consciência, podem os seres encarnados não somente haurir conhecimentos mais profundos na espiritualidade maior, como igualmente "com livre trânsito entre as fontes sublimes da vida, ver, ouvir ou sentir as realizações mais altas do caminho para Deus".
André Luiz, também no livro Os Mensageiros, atesta a misericórdia e o amor divinos, relatando o encontro de um encarnado, desdobrado perispiriticamente, com a esposa já livre das teias da matéria, "pelas portas do sono físico" (pág.195).
Complementando o seu pensamento, o instrutor Aniceto acrescenta: "Estas ocorrências, no círculo da crosta, dão-se aos milhares todas as noites. Com a maioria de irmãos encarnados, o sono apenas reflete as perturbações  fisiológicas ou sentimentais a que se entregam; entretanto, existe grande número de pessoas que, com mais ou menos precisão, estão aptas a desenvolver este intercâmbio espiritual."
Esses sonhos, representando rememorações de fatos experimentados em plenos desdobramento ou projeção da consciência, são denominados de " inteligentes".
Nas Escrituras, são encontradas dezenas de referências em relação a esses sonhos, os quais, em realidade, concedem provas ao viajor terrestre de que, sem dúvida, está revestido da imortalidade e diante da eternidade: Mateus 27:19: "Estando Pilatos no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito".

Antes do futuro
Gênesis 37:5: Primeiro sonho de José (filho de Jacó): José foi um excelente projetor consciente, de precognição. Em sonho, isto é, com a consciência plenamente projetada, ficava conhecendo fatos vindouros.
No primeiro sonho, José, com apenas 17 anos de idade, ao lado de seus irmãos, viu feixes enfileirados que rodeavam e saudavam o seu feixe.
Gênesis 37:9: Segundo sonho de José: Visão simbólica do sol, a lua e de 11 estrelas se inclinando perante ele.
Na realidade, em ambas as projeções, teve acesso ao tempo futuro, sabendo-se que espaço e tempo são dimensões que se inter-relacionam, constituindo o "continuum espaço-tempo" de Einstein.
Realmente, a premonição concretizou-se. José foi outorgado governador do Egito pelo Faraó.
Protege a sua família, livrando-a da fome e sendo reverenciado por todos os irmãos.
Segundo Emmanuel, em O Consalador (FEB), questão 49, as visões proféticas, durante o desdobramento, são "sempre organizadas pelos mentores espirituais de elevada hierarquia, obedecendo a fins superiores." 
Interessante frisar que as leis antigas eram severas, punindo com a morte os projetores ("sonhadores") que estimulavam o culto aos deuses, professando o politeísmo.
Parapsicólogos materialistas, tentando negar o desdobramento e a existência do princípio espiritual imortal, relatam que as sensações, vivenciadas por aqueles que se projetam, não passam de meras alucinações.
Alguns setores científicos da área da psiquiatria abordam alguns casos patológicos ligados ao fenômeno da autoscopia, que é a faculdade e o ato de o indivíduo se ver diante de si, como a imagem refletida no espelho, estando a consciência situada no corpo físico.
Essa aparição para si mesmo pode ser encontrada em pacientes portadores de alcoolismo crônico, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia, lesões cerebrais (infecciosas, traumáticas, vasculares, neoplásicas), intoxicação por drogas, etc.
Todos os autores que lidam coma projeção da consciência sabem que para haver produção da OBE (Out-of-the-Body Experience) existem causas naturais e forçadas.
As doenças, os estados pré-agônicos, os choques orgânicos ou físicos violentos, a anoxia e o uso de drogas podem desencadear o desdobramento. Contudo, as sensações experimentadas pelos projetores são inesquecíveis, profundas, não podendo ser explicadas por fugazes alucinações, estando a consciência, ao contrário da autoscopia, fora da vestimenta somática.
Os relatos são unânimes, ressaltando a transformação interior para o bem, o desejo de viver melhor a vida e a superação da tanatofobia (medo da morte). É claro que se as alucinações fossem causa do processo, as vivências logo seriam esquecidas e não deixariam traços tão marcantes.
Ainda por cima, existem relatos irrefutáveis e insofismáveis atestando a veracidade do fenômeno da emancipação da alma.
Pelo menos, três exemplos pessoais podem ser descritos à guisa de ilustração: a mãe de d.Elza Vilar, em estado pré-agônico devido à doença neoplásica disseminada, apresentava momentos de inconsciência intercalados com rápidos segundos de lucidez.
Durante um tempo de recuperação fugaz dos sentidos, disse que o seu marido (já desencarnado) estava com ela e passeavam muito. A filha ficou um pouco intrigada com esse relato, porém achava que a mãe estava fantasiando. Todavia, em outra oportunidade, a doente lhe fez uma admoestação, dizendo-lhe que o pai a levou para rever a fazenda e a encontrou totalmente abandonada e estragada. A filha ficou perplexa, desde que realmente a propriedade rural fora posta de lado devido à doença materna. O fato era interamente desconhecido pela doente, já que seu conhecimento lhe traria muita tristeza e desânimo.
Outro caso bem elucidativo e contrário à tese da alucinação é o de Edmundo Vasques. Moribundo, devido a um tumor neoplásico pulmonar devastante, em um momento de acuidade mental, bem exaltado, censura a esposa por não lhe ter comunicado a morte de um parente próximo, cujo espírito, segundo ele, estava ali presente, informando-lhe do ocorrido. O fato realmente sucedera e o doente o ignorava.
O autor destas linhas já teve a oportunidade de experimentar diversos desdobramentos conscientes. contudo, um deles merece registro e divulgação, desde que os fatos vivenciados receberam a devida comprovação, assegurando-me mais uma vez da certeza da imortalidade.

Experiência pessoal
Sentia-me leve e ágil, fortemente amparado nos braços por duas entidades, invisíveis ao meu olhar. De imediato, avistei à minha frente o pai de um dos meus ex-colegas de faculdade, por sinal pessoa extremamente boa e generosa. Infelizmente, mostrava-se muito triste e, para minha surpresa, comunicava-me a sua morte. Atônito, ao meu lado, estava o seu filho, meu colega, que não captava a presença querida do pai, sr. José. Contudo,após alguns momentos de diálogo, no qual o amigo deu-me notícia da desencarnação do genitor, observei uma cena indescritível: os dois abraçavam-se emocionados, debulhados em prantos, em um encontro memorável de dois seres que muito se amam e estavam parcialmente distanciados pela morte. Embora tivesse a certeza do desdobramento, por me sentir duplo, tendo a noção do meu corpo físico adormecido no leito, acordei um tanto descrente, acreditando que tudo passara de um sonho comum. Porém, nesse mesmo dia, por volta das 14 horas, encontro-me com um antigo vizinho do sr. José, que me relata o fato de o mesmo ter morrido há três dias. Perplexo, narrei-lhe meu "sonho" e sai rapidamente à procura da viúva, d. Marília, a qual, emocionada, me recebeu muito carinhosamente, dizendo-me ter igualmente "sonhado" com o marido aquela noite. Tomei conhecimento, então, do motivo da tristeza que abatia o coração do amigo, um caso íntimo que já o desgastava desde antes de sua desencarnação.
Duas semanas após, novamente desdobrado, vi-me diante do sr. José, irradiando jovialidade e felicidade. Confirmava mais uma vez sua desencarnação e, prontamente, repliquei com uma brincadeira, dizendo-lhe que se estivesse morto não poderia estar ali a conversar comigo. Notei, nesse momento, um fenômeno inusitado: eu estava aparentemente sério, enquanto galhofava, contudo sentia o corpo físico sorrir na cama. Foi uma grande experiência vivida por mim. Logo após abracei efusivamente o sr. José. Feliz, ali estava a tocar em um "defunto vivo", comprovando a realidade de que a morte não interrompe a vida.
Acordando, mais uma vez visitei d. Marília, que me confirmava que os problemas familiares estavam agora sanados, sendo esse motivo pelo qual seu esposo lograra alcançar a paz.
Agradeço a Deus o ensejo de participar de tão enriquecedora experiência, a qual, além de me proporcionar mais uma prova da sobrevivência do espírito, me deu a chance de rever um velho e querido amigo.
O desdobramento ou projeção da consciência contribui, sobre maneira para que o homem se conscientize da realidade do plano espiritual e se veja como um ser imortal, filho de Deus que é Amor, um cidadão do Universo, em busca da perfeição, iluminado pelas estrelas incomensuráveis do Pai.