quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Acordos espirituais


Como seguir o seu planejamento reencarnatório?

Esses acordos firmados primam pelo que devemos fazer na atual vida, e são baseados em nossas necessidades evolutivas, assim como no que foi feito ou deixado de fazer em reencarnações passadas

Nós nascemos sob a "Lei do Esquecimento", que nos dá a oportunidade de repararmos o que fizemos no passado, hoje, com o maior neutralidade possível. Isso se aplica às pessoas, à nossa personalidade, a situações, a lugares... Por que então seria necessário abrir uma brecha nela?
Por que olhar para o passado contribuiria para aproveitarmos melhor esta vida atual? Por que motivo nós iríamos querer mexer naquilo que se encontra quieto?
Mas se está tão sereno assim, por que razão vemos tantas pessoas sofrendo com lembranças de um tempo passado? Crianças falando sobre quando elas eram "velhas"...
Por que motivo a dor e o sofrimento insistem em retornar? Por que situações se repetem constantemente provocando verdadeiras guerras dentro das famílias, conflitos no trabalho e desavenças nas amizades? Por que existe o sentimento de vazio, uma tristeza profunda, uma raiva mal disfarçada, um vício que sabemos não nos fazer bem, um sentimento de que está tudo errado... Por que não estamos em paz?
Ao longo desses nove anos em que venho atuando como terapeuta holística, psicoterapeuta reencarnacionista, ministrando cursos e palestras, recebi um "presente", que hoje é um curso e está em fase de revisão para publicação em livro! Um mentor espiritual, em meio a uma regressão terapêutica (sem o uso da hipnose, conduzida pelo plano espiritual), me disse claramente que a explicação para essas perguntas é o fato de não estarmos cumprindo nossos acordos espirituais firmados antes de nascer.
Segundo ele, é muito difícil sair dessa vida com o sentimento de dever cumprido se não nos focarmos em compreender porque nascemos e, principalmente, não vivemos nesse propósito.

O que são os acordos?

Os acordos espirituais são a referência de todo o ser que está prestes a nascer na Terra. São o ponto inicial, de partida, para que se possa, em cada existência terrena, seguir em frente em seu propósito evolutivo.
Tudo o que já realizamos no passado é levado em conta nesses momentos em que combinamos a próxima vida. Esses acordos são o ponto de arrancada para cada um de nós seguir em frente. Trata-se da continuação de uma proposta de expansão, elevação e superação que demostra quem somos e o que viemos fazer aqui, neste planeta, quando reencarnamos. Muitas vezes, são elos formados e que precisam ser desmanchados, perdoados e libertados para seguirmos em frente nessa caminhada de amadurecimento espiritual. Em outras palavras: são os acordos espirituais.
Esses acordos firmados são os planos reencarnatórios de cada um de nós. Um plano que prima pelo que devemos fazer na atual vida, baseado no que foi feito ou deixado de fazer no passado.
Entendo que nós podemos ser divididos em quatro grupos de resgates: viciados, apegados, cobiçadores e buscadores.
Cada um desses grupos possui aprendizados específicos que definem estruturas de vida próprias, com pessoas com perfis determinados. Explicando um pouco mais, mas ainda de maneira resumida, afinal trata-se de um artigo e não do livro que será publicado em breve, esses grupos seriam:

Viciados: em comida, álcool,drogas, sexo, ganância, poder, materialismo, vitimismo, reclamação...

Apegados: às pessoas, aos objetos (bens materiais), ao corpo físico, à família, aos animais, às empresas, aos seus ideais...

Cobiçadores: líderes em desequilíbrio, arrogância, orgulho, fascínio, corruptos, controladores, excesso de perfeccionismo, convictos...

Buscadores: estudantes da "ciência divina", professores da área, leitores,todo aquele que despertou em vida e agiu nesse sentido, contribuindo não somente para o seu próprio crescimento e de todos.

Planejamento

Em o Livro dos Espíritos, na questão 399 sobre o "Esquecimento do passado" percebe-se que, mesmo que haja a Lei do Esquecimento, se a pessoa está verdadeiramente buscando resistir às tendências instintivas que ela traz de outras existências, é possível abrir uma brecha para que ela tenha consciência do que se passou em nome do seu autoconhecimento. Desta maneira, utilizando nosso livre-arbítrio, podemos receber auxílio para superar as nossas vicissitudes da vida corporal atual.
Questão 399: "Chegando ao termo que a providência marcou para sua vida errante, o Espírito escolhe por ele mesmo as provas às quais deseja submeter-se, para apressar o seu adiantamento, ou seja, o gênero de existência que acredita mais apropriado a lhe fornecer os meios, e essas provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se nelas triunfa, ele se eleva; se sucumbe, tem de recomeçar.
O Espírito goza sempre do seu livre-arbítrio. É em virtude dessa liberdade que, no estado de Espírito,escolhe as provas da vida corpórea e, no estado de encarnado, delibera o que fará ou não fará, escolhendo entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio seria reduzi-lo à condição de máquina.
Integrado na vida corpórea, o Espírito perde momentaneamente a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse. Não obstante, tem, às vezes, uma vaga consciência, e elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas isto não acontece senão pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã."
Para que saber dos nossos acordos espirituais? Para romper com o círculo vicioso de vidas e vidas desperdiçadas, quando, usando do livre-arbítrio, decidimos não crescer, não evoluir e sim nos alienar, nos deixando envolver pelas distrações que cada uma delas nos propôs como uma armadilha. Infelizmente, hoje, ainda, estamos nos enganando fortemente ao acreditar que o objetivo da nossa vida é ter o carro do ano, uma casa própria, viajar, ter dinheiro no banco... É chegada a hora de expandir a nossa consciência e romper com velhos padrões de comportamento que são apenas os resultados de existências passadas, onde no desviamos do propósito de evoluir.
Os acordos espirituais servem para todos nós voltarmos à nossa verdadeira morada com o dever cumprido, com a certeza de que realizamos o que nós próprios nos propomos! Já parou para pensar onde você estava um ano antes de ter nascido? O que você fazia nesse lugar e com quem? Pare e pense...

Assuma os acordos

Esses dias, em meio a uma regressão terapêutica (modelo da Psicoterapia Reencarnacionista), surgiu o seguinte diálogo entre um mentor e a pessoa que se submetia a regressão:
"Você tem ciência que existem pendências da sua última vida?", perguntou o mentor.
A paciente respondeu:
"Sim, tenho consciência."
"Vamos, então, nos preparar para sua próxima estada?Existe algumas opções... uma delas será mais tranquila e a outra mais complexa, portanto, difícil. O que você deseja?"
A paciente:
"A mais complexa."
"Tem certeza? Pois quando você nascer não terá como voltar atrás. Nós estamos acostumados a ver as pessoas combinarem conosco a sua estrutura de vida, a mais adequada aos seus resgates e, quando nascem, reclamarem fortemente, acreditando que somos responsáveis por tudo de ruim que acontece em suas vidas. E com você não foi diferente..."
Nessa hora, a paciente ri, pois o mentor colocou essa última observação com muito bom humor... Ela pede desculpa e reafirma novamente, consciente, o seu foco no cumprimento dos seus acordos espirituais.
Quais são as consequências de não querer evoluir? E se em vez de buscar me conhecer, eu decido continuar na minha vida de sempre? Qual será o resultado de escolher conscientemente não aceitar os "convites", os "sinais", os "pedidos de crescimento"?
Uma vez que a pessoa só tem dois caminhos de evolução a serem cumpridos - o aprendizado pelo amor ou pela dor- não há como fugir disso. Quando ela não decide por si crescer, surgem situações, pessoas, sofrimentos e dores que a sacodem e "gentilmente" a empurram em frente. Nesse momento, os desgostos, as aflições, a doença,as brigas,a tristeza, a morte de alguém, o desespero, as angústia, a ansiedade, as traições, etc. nos ensinam a enxergar a vida com outros olhos.
Por isso, eu te pergunto: O que você vive hoje que é resultado direto das suas escolhas? E, se você pudesse entender o porquê disso tudo, o quanto você mudaria, verdadeiramente, na sua vida? Em uma nota de zero a dez, o quanto você estaria disposto a mudar, em relação a hábitos e formas de pensar, sentir e agir no seu dia a dia?
A transformação acontece na vida de todos. Tudo muda, tudo segue em frente e mesmo que nós decidamos não querer, a vida se encarrega de nos lembrar que não estamos cumprindo nossos acordos espirituais firmados. Reflita sobre isso... Não adianta se queixar, o seu livre-arbítrio lhe colocou exatamente onde está.

O que posso fazer?

Depois de ler tudo isso, essa pergunta deve estar ecoando em sua mente... O que posso fazer para não sucumbir às armadilhas do cotidiano? Como me manter no caminha do autoconhecimento? Como viver esse propósito todas as horas do meu dia e não somente quando vou à missa, ao culto, ao centro espírita...
Deixo algumas dicas simples e objetivas (veja o box na página anterior) que coloco para as pessoas que chegam até mim, seja de maneira profissional (consultório, palestras ou cursos) ou de maneira pessoal. Lembre-se: o sucesso da sua encarnação atual está em você e não nos outros. Está na sua vontade, na sua perseverança, na sua paciência e constância de propósito. Desejo, de todo o meu coração, que essas dicas ajudem você a sair desta reencarnação, no mínimo, melhor do que você entro!
Ao deitar sua cabeça no travesseiro, reflita sobre o seu dia e as situações acontecidas nele.
Perceba se conseguiu se tornar uma pessoa melhor do que o dia anterior. Caso a reposta seja sim, sinta a satisfação do dever cumprido. Caso a resposta seja o contrário, não desanime!
Amanhã você terá todas as oportunidades possíveis para fazer diferente.
Somente você pose assumir as rédeas da sua vida. Faça por você! Suas ações são a chave determinante que pode transformar sua vida para melhor.
Sabe o que é ser genial? É se reinventar todos os dias. Mudar de pensamento quando ele está  apontando um caminho equivocado, rever seus sentimentos, mudando, assim, o seu comportamento com tudo e todos ao seu redor.


Por Aline Elisângela Schulz