domingo, 20 de junho de 2010

A vida continua e há felicidade.

- Pai me conta o bafão que rola na praça!
Esse foi o pedido que Guilherme fez para seu pai. Queria saber as notícias da cidade, da escola, afinal, o que estava acontecendo lá fora do hospital.
Ele foi internado há 6 meses, com um diagnóstico duro: câncer. Não um simples tumor maligno. Esse era diferente, só fora detectado em 137 pessoas em todo o mundo e, segundo a medicina, incurável.
Apesar disso, a quimioterapia fora indicada. Sua mãe dedicada e esperançosa, tornou-se expert no assunto. Estudou, investigou, recorreu as crenças, fez de tudo deixando de lado sua casa e afazeres pessoais. O pai era tímido, amedrontado diante da situação do filho querido, ficava por ali, como que sobrevoando o ninho a vigiar seu filhote, como fazem os pássaros.
Atendeu ao apelo de Guilherme e contou sobre o bafão da cidade com detalhes e os dois riram muito nessa tarde de domingo.
O quarto de Gui era o mais concorrido do hospital. Ele, muito inteligente e esperto cativara a todos. E era comum encontrar ao lado de seu leito, médicos, enfermeiros, pacientes e visitantes.
O riso corria solto por ali enquanto em seu corpo o câncer ia devorando e transmutando células. Apesar disso, esse menino de 13 anos ocultava entre os dentes brancos e sempre expressando sorriso, uma dor intensa. A dor é um mistério. Fala-se que ela vai desaparecer da Terra. A medicina dá passos largos para, com excelência, aplicar a célula-tronco, no ser humano.
Uma senhora amiga da minha prima, tinha uma perna mais curta que a outra, o que causava um grande desconforto no modo de andar e em sua mente, por se sentir diferente. Foi para Boston, nos EUA, e lá realizou um processo utilizando a célula-tronco, com sucesso. Voltou ao Brasil sem o aleijão e feliz, para realizar uma vida nova. Na verdade, a doença pode desde já, deixar de ser um grande empecilho quando a nossa alma se manifesta com mais intensidade em nosso corpo. Como pode ser isso? Ora, o corpo não é você. Você é um ser que habita e comanda o corpo.
Um xamã cheiene dizia: meu corpo está doente, eu não!
Isso é uma verdade, porque, em seu caso, ele não se sentia com a doença e, assim, impedia que o mal se irradiasse em sua atmosfera energética.
Nossa alma pode ser bela e pura quando nossos pensamentos são bons!
Mas se enfraquecemos diante das adversidades, então, empobrecemos nosso poder de sentir e, assim, a falta dessa energia expõe nosso corpo a complicações que, às vezes, até se agravam.
Tenha sempre sonhos coloridos na tela de sua alma. Acredite! O universo tem fontes inesgotáveis de alegria e paz!
No final da novela "Viver a Vida", o depoimento daquele maestro - João Carlos Martins - foi extraordinário. Sua vida foi quase toda envolvida por fatos dolorosos como que se em sua aura houvesse a determinação de que ele não deveria ter maiores inspirações.
Todavia, apesar dos fatos, das dores e travas nas mão e braços, ele não se rendeu. Superou tudo, abriu atalhos e encontrou uma estrada iluminada, onde realizou sua caminhada rumo a glória. Ele venceu a dor porque sua alma é rica e bela! E seus pensamentos puros e vigorosos. Portanto, enquanto a ciência não consegue eliminar a dor, reintegre-se ao grupo dos fazedores de alegria.
De quando em quando, se a solidão ameaçar seus dias, procure ouvir o bafão que circula na praça do seu bairro, ou na cabeleireira, ou ainda nos rumores que vêm da rua e sinta que lá fora a vida continua e há felicidade.

Texto de:
Wilson Francisco