terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Encerramos mais um ciclo de trabalhos na Casa Espírita Raio de Sol no dia 2 dezembro. Estamos muito felizes, por mais uma etapa vencida e, agradecidos, pois, como trabalhadores da espiritualidade Divina, sabemos que nossas conquistas terrenas são frutos das mãos generosas de espíritos grandiosos que, do Cosmo Celestial, nos impulsionam no rumo de nossas conquistas materiais e espirituais. A eles devemos tudo o que somos e todas nossas mais puras e sublimes realizações.
Agradecemos a todos vocês, nossos irmãos em Cristo, que acompanharam com alegria e entusiasmo cada novidade inserida no blog da CERS neste ano de 2011.
Nós, da Casa Espírita Raio de Sol, desejamos a todos vocês e seus entes queridos muita paz, muita esperança e grandes realizações para o ano vindouro de 2012.

Feliz Natal!


Aviso

Agendamento 2012

Lembramos que a CERS reabre suas portas ao público a partir do dia 6 de março de 2012. Para o atendimento individual com o Mentor da Casa, o agendamento inicia a partir da mesma da (06/03/2012) pelo celular (48) 8808-3706 (Delma).
 

sábado, 3 de dezembro de 2011

Viagens da alma

O desdobramento consciente e espontâneo do perispírito oferece a possibilidade de cura e a certeza da existência da alma.
Portanto, a questão é digna de estudos mais aprofundados
Especial/ Por Dr. Américo Domingo Nunes Filho

O espírito encarnado, revestido dos seus envoltórios, projeta-se para o exterior do corpo somático, do qual se separa, formando uma "cópia" ou "duplo". Trata-se de fenômeno ímpar: a consciência age fora do espaço físico denso, como se fosse uma desencarnação parcial e provisória da alma. Na codificação kardequiana encontra-se o ensinamento de que o espírito jamais está completamente separado do corpo vivo em que habita, qualquer que seja a distância que se transporte, "a ele se conserva ligado por um laço fluidico que serve para chamá-lo, quando se torne preciso. Esse laço só a morte o rompe". (O Livro dos Médiuns, pág.361, FEB).
Muito importante essa lição da espiritualidade superior, comprovada atualmente pela unanimidade dos trabalhos relacionados ao tema, corroborando Salomão, em Eclesiaste (Cap.12, Vers.6 e 7), que, há aproximadamente 900 anos a.C., fez alusão à morte como consequência do rompimento do "fio de prata".
O espírito André Luiz faz referência também ao cordão de prata, na obra Mecanismos da Mediunidade (pág. 150, FEB), dizendo que o sensitivo desdobrado está ligado ao seu corpo físico "por fio tenuíssimo, superficialmente comparado, de certo modo, à onda do radar, que pode vencer imensuráveis distâncias, voltando, inalterável, ao centro emissor."
A mesma entidade, com grande propriedade e felicidade, descreve no livro Nos Domínios da Mediunidade (pág.97 a 105, FEB), no capítulo intitulado Desdobramento em Serviço, todo o desenrolar, com detalhes, da projeção de consciência do médium Antônio Castro, realizado sob a ação magnética do diretor espiritual Clementino.

Como ocorre a projeção
André Luiz relata que Castro adormeceu devagarinho, envolvido por passe de longo circuito e, a partit daí, do tórax começou a emanar "com abundância um vapor esbranquiçado que, em se acumulando à feição de uma nuvem, depressa se transformou, à esquerda do corpo denso, numa duplicata do médium, em tamanho ligeiramente maior."
Diz também o espírito que o "médium, assim desligado do veículo carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao corpo somático."
Explica, mais adiante, o querido benfeitor espiritual, que o "duplo" era constituído do perispírito, acompanhado de parte do "duplo etérico", com a apresentação "azulada à direita e alaranjada à esquerda".
O conceituado pesquisador Hernani Guimarães Andrade, na excelente obra Espírito, Perispírito e Alma, da editora Pensamento, aborda esse processo de desdobramento astral, descrito por André Luiz, considerando que a parte azulada deve corresponder ao perispírito e a alaranjada ao duplo etérico. Conseguinte ao processo, André Luiz faz a devida revelação de que o corpo carnal absorveu os eflúvios vitais, isto é, "faixas de força" que em seu conjunto são conhecidas como duplo etérico, acarretando maior adelgaçamento e luminosidade do corpo astral, não mostrando mais o arcabouço perispirítico qualquer deformidade"(pág.98).
É conveniente frisar o comentário importante do instrutor Áulus de que o duplo etérico é "formado por emanações neuropsíquicas que permanecem no campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora."
Continua o orientador dizendo que "para melhor ajustar-se ao nosso ambiente, Castro devolveu-lhe essas energias ao corpo inerme, garantindo assim o calor indispensável à colmeia celular e desembaraçando-se, tanto quanto possível, para entrar no serviço que o guarda."
Waldo Vieira, na sua obra Projeciologia (edição do autor), igualmente corrobora André Luiz: "O duplo etérico não atua como veículo separado, individual, para manifestação da consciência, nem se presta ao recolhimento de informação, porque ele não porta o cérebro físico ou o seu correspondente extrafísico, o "paracérebro", sendo que as suas projeções, quando sozinho, incapaz de atuar por si ou de modo inteligente, são simples simulacros da forma, quase sempre humanoide, do projetor"(pág.146).
Crookall, citado por Hernani Guimarães, esclarece que os duplos, contendo bastante ectoplasma, "podem não ser capazes de passar através de paredes, etc., enquanto outros (que contêm pouco ou nada) fazem-no facilmente". Também faz a observação importante de que os "duplos", possuindo muito ectoplasma, podem mover objetos físicos, ao passo que os outros (os que contêm pouco ou nada) não podem (Espírito, Perispírito e Alma, págs. 139 e 140).
Daí a explicação para os chamados "avisos de morte", desde que nos moribundos, momentos antes do falecimento, pode haver despredimento do corpo vital, produzindo grande quantidade de ectoplasma e permitindo a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, como também a materialização do duplo ou fantasma.

Alguns casos na Bíblia
A projeção ou desdobramento é fenômeno conhecido há milênios pelos antigos povos do Egito, Israel e da Índia, sendo a Bíblia riquíssima em relatos de desdobramento:
Livro de Ezequiel (3:14): "Então o Espírito me levantou, e me levou". Indiscutível que o profeta era projetor assistido, isto é, sua consciência, fora do corpo físico, estava constantemente escorada por um guia espiritual (Em Projeciologia, dá-se o nome de amparador).
Livro Ezequiel (37:1): "Veio sobre mim a mão do senhor, ele me levou pelo Espírito e me deixou no meio de um vale..."
Insofismável a descrição de que o médium do Antigo Testamento tenha sido levado ao plano espiritual.
Livro de Isaías (6:1-9): "Visão de Isaías  e seu chamamento".
O profeta era também projetor. Nos textos assinalados, o cenário descrito por Isaias é muito concreto, muito enriquecedor, dando ensejo a estar realmente em espírito, desdobrado, descrevendo com riqueza de detalhes o que tinha a oportunidade de vislumbrar.
De imediato, constata-se a comprovação da projeção da consciência, quando aceita que seja enviado ao mundo físico, constituindo-se mensageiro do guia espiritual que lhe falava: 'Depois disto ouvi a voz do senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: 'Eis-me aqui, envia-me'"(cap.6, vers.8).
Livro de Daniel (7:1-7): relato de sonho e visão noturna: o médium, profeta do Antigo Testamento, era versado na projeção da consciência. Os fenômenos aconteciam e se repetiam à noite.
Livro de Daniel (8:1-2): "Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidade de Susã (...), e vi que estava junto ao rio Ulai".
Sem dúvida, seu relato indica uma viagem astral. O profeta se sentia fora do corpo somático, tendo de início a impressão de que se encontrava em outro local, verificando depois se tratar do rio Ulai. Mais um texto comprovando a presença irretorquível do desdobramento na Bíblia.
É importante trazer à luz o esclarecimento de que, durante esse processo de projeção, Daniel teve a oportunidade de conhecer o seu guia espiritual, Gabriel, que lhe aparece depois em outras ocasiões, sempre o assistindo e o orientando (Cap.9:21-23).
Em o Novo Testamento, encontram-se muitas passagens nas quais a projeção está em evidência, sendo citada principalmente como "sonho". Contudo, naõ poderia deixar de ser lembrada a experiência marcante captada em profundidade pelo apóstolo dos gentios, Paulo, sendo arrebatado a um local espiritual superior, " terceiro céu", como é descrito na Segunda Carta aos Coríntios, cap.12, versículo 12.
É importante alertar a respeito da presença dos fenômenos do desdobramento e da bicorporeidade em muitos seres canonizados pelo catolicismo (Mediunidade dos Santos, Clovis Tavares, IDE).
Santo Afonso de Ligório: adormecido em Arienzo, assiste à morte do papa Clemente XIV em Roma.
Santo Antônio de Pádua: estando a pregar em Pádua, adormece e aparece em Lisboa; falando aos fiéis em Limonges; na igreja de São Pedro aparece no convento dos frade menores; em pleno sermão, na igreja de Saint-Pierre de Aneyroix, fica imóvel no púlpito e aparece no meio do coro para ler a lição do Breviário.
São Pedro de Alcântara: Aparece desdobrado à Tereza de Àvila (vidente), um ano antes de desencarnar; em Arenas, desdobrado e tangível, resolvendo casos espinhosos.
Santa Clara de Montefalco: aparece em bicorporeidade no Convento de Colfiorito para defender dois frades injustamente presos.

Os tipos de projeção
O pesquisador Robert Crookal, citado pelo Dr. Hernani Guimarães Andrade na obra Espírito, Perispírito e Alma, assinala dois grupos distintos de OBE (do inglês: out-of-the-body experience - experiência fora do corpo):
Naturais: produzidas de forma espontânea por fatores originados normalmente, tais como doenças, estados pré-agônicos, sono natural, estados hipnagógico e hipnopômpico, relaxamento, prece, meditação, etc.
Forçadas: provocadas artificialmente por fatores estranhos, não naturais, tais como choques orgânicos ou físicos violentos, torturas, emoções intensas, sufocação, anoxia, drogas, anestesia, indução coativa, etc.
De todas essas causas de emancipação da alma, a mais comum delas é o sono.
Allan Kardec perguntou à espiritualidade: "Durante o sono, a alma repousa como o corpo?" (q. 401 de O Livro dos Espíritos). A resposta se fez presente: "Não, o espírito jamais está inativo.
Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos."
Na sequência, temos a seguinte questão: "Como podemos julgar da liberdade do espírito durante o sono?" Os benfeitores espirituais responderam: " pelos sonhos". Quando o corpo repousa, acredita-o,"tem o espírito mais faculdades do que no estado de vigília."

Arte e projeção
Léon Denis, o excelso filósofo da doutrina espírita, diz que Voltaire declarou ter, uma noite, concebido em sonho um canto completo da Henriade. Também relata que "Coleridge adormeceu lendo e, ao despertar, lembrou-se de haver composto, enquanto dormia, 200 versos que apenas teve o trabalho de escrever".
Denis igualmente relaciona os compositores Basch e Tartini, que ouviam, durante o sonho, a execução de sonatas que não haviam conseguido terminar de modo que lhes satisfizesse. Apenas despertos, as escrevem de memória (No Invisível, pág.135, FEB).
André Luiz, na obra Os Mensageiros, revela assunto transcendental de grande interesse, ressaltando que nem todas as grandes composições artísticas são originariamente criadas na vibração material, desde que "toda arte elevada é sublime na Terra, porque traduz visões gloriosas do homem na luz dos planos superiores", isto é, muito artistas, à noite, dormindo no leito, em processo de projeção da consciência através do veículo perispirítico, visitam planos mais elevados, onde têm acesso às belas criações elaboradas por mentes mais evoluídas. Voltando ao corpo físico, relembram o maravilhoso "sonho" e reproduzem palidamente as obras que viram ou ouviram.
André Luiz cita, como exemplo, um quadro visto por ele em um vasto salão de Posto de Socorro, situado no plano espiritual. Era uma tela enorme, representando o martírio de São Dinis, o apóstolo das Gálias, supliciado nos primeiros tempos do Cristianismo.
Ficou intrigado, já que se recordava de ter visto na Terra algo semelhante, pintado pelo célebre Bonnat. Foi esclarecido, então, que tanto o quadro que via e o que viu são cópias de uma tela mágnífica, idealizada e executada por nobre artista cristão, numa cidade espiritual muito ligada à França. Todavia, ressalta a entidade, a similar do Posto de Socorro é muito mais bela que a de Bonnat, apresentando "profunda luminosidade, como se cada pincelada contivesse movimento e vida". Vendo a obra original, em fins do século passado, em pleno desdobramento perispirítico, o grande pintor de Bayonne, "em noite de excelsa inspiração, que ele poderia classificar de maravilhoso sonho, não descansou enquanto não a reproduziu, palidamente, em desenho que ficou célebre no mundo inteiro". Através da projeção da consciência, podem os seres encarnados não somente haurir conhecimentos mais profundos na espiritualidade maior, como igualmente "com livre trânsito entre as fontes sublimes da vida, ver, ouvir ou sentir as realizações mais altas do caminho para Deus".
André Luiz, também no livro Os Mensageiros, atesta a misericórdia e o amor divinos, relatando o encontro de um encarnado, desdobrado perispiriticamente, com a esposa já livre das teias da matéria, "pelas portas do sono físico" (pág.195).
Complementando o seu pensamento, o instrutor Aniceto acrescenta: "Estas ocorrências, no círculo da crosta, dão-se aos milhares todas as noites. Com a maioria de irmãos encarnados, o sono apenas reflete as perturbações  fisiológicas ou sentimentais a que se entregam; entretanto, existe grande número de pessoas que, com mais ou menos precisão, estão aptas a desenvolver este intercâmbio espiritual."
Esses sonhos, representando rememorações de fatos experimentados em plenos desdobramento ou projeção da consciência, são denominados de " inteligentes".
Nas Escrituras, são encontradas dezenas de referências em relação a esses sonhos, os quais, em realidade, concedem provas ao viajor terrestre de que, sem dúvida, está revestido da imortalidade e diante da eternidade: Mateus 27:19: "Estando Pilatos no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito".

Antes do futuro
Gênesis 37:5: Primeiro sonho de José (filho de Jacó): José foi um excelente projetor consciente, de precognição. Em sonho, isto é, com a consciência plenamente projetada, ficava conhecendo fatos vindouros.
No primeiro sonho, José, com apenas 17 anos de idade, ao lado de seus irmãos, viu feixes enfileirados que rodeavam e saudavam o seu feixe.
Gênesis 37:9: Segundo sonho de José: Visão simbólica do sol, a lua e de 11 estrelas se inclinando perante ele.
Na realidade, em ambas as projeções, teve acesso ao tempo futuro, sabendo-se que espaço e tempo são dimensões que se inter-relacionam, constituindo o "continuum espaço-tempo" de Einstein.
Realmente, a premonição concretizou-se. José foi outorgado governador do Egito pelo Faraó.
Protege a sua família, livrando-a da fome e sendo reverenciado por todos os irmãos.
Segundo Emmanuel, em O Consalador (FEB), questão 49, as visões proféticas, durante o desdobramento, são "sempre organizadas pelos mentores espirituais de elevada hierarquia, obedecendo a fins superiores." 
Interessante frisar que as leis antigas eram severas, punindo com a morte os projetores ("sonhadores") que estimulavam o culto aos deuses, professando o politeísmo.
Parapsicólogos materialistas, tentando negar o desdobramento e a existência do princípio espiritual imortal, relatam que as sensações, vivenciadas por aqueles que se projetam, não passam de meras alucinações.
Alguns setores científicos da área da psiquiatria abordam alguns casos patológicos ligados ao fenômeno da autoscopia, que é a faculdade e o ato de o indivíduo se ver diante de si, como a imagem refletida no espelho, estando a consciência situada no corpo físico.
Essa aparição para si mesmo pode ser encontrada em pacientes portadores de alcoolismo crônico, epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia, lesões cerebrais (infecciosas, traumáticas, vasculares, neoplásicas), intoxicação por drogas, etc.
Todos os autores que lidam coma projeção da consciência sabem que para haver produção da OBE (Out-of-the-Body Experience) existem causas naturais e forçadas.
As doenças, os estados pré-agônicos, os choques orgânicos ou físicos violentos, a anoxia e o uso de drogas podem desencadear o desdobramento. Contudo, as sensações experimentadas pelos projetores são inesquecíveis, profundas, não podendo ser explicadas por fugazes alucinações, estando a consciência, ao contrário da autoscopia, fora da vestimenta somática.
Os relatos são unânimes, ressaltando a transformação interior para o bem, o desejo de viver melhor a vida e a superação da tanatofobia (medo da morte). É claro que se as alucinações fossem causa do processo, as vivências logo seriam esquecidas e não deixariam traços tão marcantes.
Ainda por cima, existem relatos irrefutáveis e insofismáveis atestando a veracidade do fenômeno da emancipação da alma.
Pelo menos, três exemplos pessoais podem ser descritos à guisa de ilustração: a mãe de d.Elza Vilar, em estado pré-agônico devido à doença neoplásica disseminada, apresentava momentos de inconsciência intercalados com rápidos segundos de lucidez.
Durante um tempo de recuperação fugaz dos sentidos, disse que o seu marido (já desencarnado) estava com ela e passeavam muito. A filha ficou um pouco intrigada com esse relato, porém achava que a mãe estava fantasiando. Todavia, em outra oportunidade, a doente lhe fez uma admoestação, dizendo-lhe que o pai a levou para rever a fazenda e a encontrou totalmente abandonada e estragada. A filha ficou perplexa, desde que realmente a propriedade rural fora posta de lado devido à doença materna. O fato era interamente desconhecido pela doente, já que seu conhecimento lhe traria muita tristeza e desânimo.
Outro caso bem elucidativo e contrário à tese da alucinação é o de Edmundo Vasques. Moribundo, devido a um tumor neoplásico pulmonar devastante, em um momento de acuidade mental, bem exaltado, censura a esposa por não lhe ter comunicado a morte de um parente próximo, cujo espírito, segundo ele, estava ali presente, informando-lhe do ocorrido. O fato realmente sucedera e o doente o ignorava.
O autor destas linhas já teve a oportunidade de experimentar diversos desdobramentos conscientes. contudo, um deles merece registro e divulgação, desde que os fatos vivenciados receberam a devida comprovação, assegurando-me mais uma vez da certeza da imortalidade.

Experiência pessoal
Sentia-me leve e ágil, fortemente amparado nos braços por duas entidades, invisíveis ao meu olhar. De imediato, avistei à minha frente o pai de um dos meus ex-colegas de faculdade, por sinal pessoa extremamente boa e generosa. Infelizmente, mostrava-se muito triste e, para minha surpresa, comunicava-me a sua morte. Atônito, ao meu lado, estava o seu filho, meu colega, que não captava a presença querida do pai, sr. José. Contudo,após alguns momentos de diálogo, no qual o amigo deu-me notícia da desencarnação do genitor, observei uma cena indescritível: os dois abraçavam-se emocionados, debulhados em prantos, em um encontro memorável de dois seres que muito se amam e estavam parcialmente distanciados pela morte. Embora tivesse a certeza do desdobramento, por me sentir duplo, tendo a noção do meu corpo físico adormecido no leito, acordei um tanto descrente, acreditando que tudo passara de um sonho comum. Porém, nesse mesmo dia, por volta das 14 horas, encontro-me com um antigo vizinho do sr. José, que me relata o fato de o mesmo ter morrido há três dias. Perplexo, narrei-lhe meu "sonho" e sai rapidamente à procura da viúva, d. Marília, a qual, emocionada, me recebeu muito carinhosamente, dizendo-me ter igualmente "sonhado" com o marido aquela noite. Tomei conhecimento, então, do motivo da tristeza que abatia o coração do amigo, um caso íntimo que já o desgastava desde antes de sua desencarnação.
Duas semanas após, novamente desdobrado, vi-me diante do sr. José, irradiando jovialidade e felicidade. Confirmava mais uma vez sua desencarnação e, prontamente, repliquei com uma brincadeira, dizendo-lhe que se estivesse morto não poderia estar ali a conversar comigo. Notei, nesse momento, um fenômeno inusitado: eu estava aparentemente sério, enquanto galhofava, contudo sentia o corpo físico sorrir na cama. Foi uma grande experiência vivida por mim. Logo após abracei efusivamente o sr. José. Feliz, ali estava a tocar em um "defunto vivo", comprovando a realidade de que a morte não interrompe a vida.
Acordando, mais uma vez visitei d. Marília, que me confirmava que os problemas familiares estavam agora sanados, sendo esse motivo pelo qual seu esposo lograra alcançar a paz.
Agradeço a Deus o ensejo de participar de tão enriquecedora experiência, a qual, além de me proporcionar mais uma prova da sobrevivência do espírito, me deu a chance de rever um velho e querido amigo.
O desdobramento ou projeção da consciência contribui, sobre maneira para que o homem se conscientize da realidade do plano espiritual e se veja como um ser imortal, filho de Deus que é Amor, um cidadão do Universo, em busca da perfeição, iluminado pelas estrelas incomensuráveis do Pai.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Plasmagem da Imaginação

A imaginação sutil é livre, não crê com densidade em nenhuma verdade e se permite aprender com outras pessoas
Especial / Por Dalton Roque Campos
O universo é consciência, e como todo o resto, nós somos frutos dessa consciência. Por isso tudo que vive é teu próximo, tudo respira energia imanente, é constituído e exala campo. Campo denso, campo sutil, campo vegetal, campo mineral, campo elétrico, campo magnético, campo bioenergético, campo animal... Assim é óbvio que cada nicho de vida está instalado numa faixa desse campo maior e é um subcampo desse que podemos denominar como quisermos.
A matéria é uma região onde o campo é apenas mais denso. Por isso, a teoria das multidensidades e dos multiversos é mais possível do que nunca.
O que lentamente a Ciência vem constatando por meio de seus modernos equipamentos e teorias da mecânica quântica, milenares textos da Índia antiga já sabiam. Portanto, o conhecimento do Antigo Oriente deve ser considerado e respeitado. Só os ocidentalistas não o percebem e não o valorizam.
No caminho da evolução, não apenas a biológica, que é apenas uma frequência do Grande Campo Cósmico, que a tudo permeia, mas na evolução consciencial, vamos aprendendo a perceber cada vez mais uma abrangência maior desse campo universal, processo que se denomina expansão de consciência.
Essa expansão é como ampliar o "dial" do seu rádio consciencial, expandindo a capacidade de recepção da gama de frequências que ele pode captar, aprender e vivenciar. A vida nos parece que são campos sobrepostos, se interpermeando. Por exemplo: o corpo é um campo de meteria permeado pelo pensamento, que é outro campo.
Fora do corpo, adstritos à crosta, no plano dos desejos ou plano astral concomitante, observamos as formas-pensamentos densas e sutis; vemos os campos que revelam os chakras e nadis, vemos a aura, vemos as paixões, apegos e desejos convergindo para um campo mais denso em volta de seus portadores.
Assim, as vivências pessoais são um mosaico de experiências vividas, crenças, valores, conhecimentos teóricos (cognição), achismos, opiniões, desejos e apegos que irão gerar um campo que permeia seu portador.
Se a pessoa crê (com qualquer justificativa) que é dona da verdade, ela plasma este campo limitante. Quanto mais crê nisso, mais denso fica o campo, aumentando o apego a ele - ciclo vicioso.
Todos temos crenças, inclusive ateus, materialistas e céticos, apesar de termos outras possíveis referências com outros nomes, posturas e linguajar, mas todos temos crenças. E temos a imaginação também. Enquanto os apegos geram crenças, que, por sua vez, geram campos densos que limitam o percipiente, a imaginação gera campos sutis que ampliam seu nível de consciência.
Essa abertura das pessoas imaginativas, soltas, criativas e sem preconceitos gera universalismo, o que permite a imaginação do indivíduo visitar (e aprender) com a imaginação de outras pessoas, sem ficar preso na limitação da própria verdade. Quando a pessoa crê que possui a verdade, ela gera um campo denso e espesso que não consegue viajar dentro da imaginação de outras pessoas.
A imaginação sutil é livre, não crê com densidade em nenhuma verdade e se permite aprender com outras pessoas. A imaginação densa se fecha na prisão dos exclusivismos doutrinários, dos dogmas possuidores de "verdades" relativas ou absolutas, dogmáticas ou dissimuladas.
"O diabo empalidece comparado a quem dispõe de única verdade."- Emil Cioran

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mediunidade de Cura


A medicina cura e trata dos efeitos. A espiritualidade trata as causas quando são modificadas as estruturas de nossos pensamentos

Especial/ Por Marco Antônio Maiuri
Inevitável é a Lei de Causa e Efeito: guardadas as proporções espirituais, somos autores de nossos destinos, e com a mesma solicitude inteligente com que as leis universais - as mesmas que regem o equilíbrio das galáxias e as ondas eletromagnéticas que delimitam a circunscrição dos planetas - são comandadas por Deus, Inteligência Suprema do Universo, Causa primária de todas às coisas, também em nossas vidas assim ocorre. E, na imaturidade do espírito, os inúmeros desequilíbrios causados por nós e que afetam relacionamento, a própria constituição física, os sistemas organizados agravam-se com as consequências que geram, tais como sofrimento, angústia e, como se não bastasse afetarmos nosso equilíbrio, atingimos também nossos semelhantes, nossos irmãos que, quando estão à nossa frente, representam um convite ao progresso. São mensagens vivas que muito podem auxiliar-nos em nossa evolução e, consequentemente, nossa trajetória à felicidade. Mas, quando embalados por nossos sentimentos torpes, muitas vezes ferimos estas oportunidades.
O pensamento, manifestação do espírito, princípio inteligente do Universo, poderoso instrumento que caminha conosco pela saga fascinante da própria vida, altera também a nossa existência. Com a reencarnação, experimentamos em nós as consequências dos atos em nossa própria existência, em vários aspectos físicos, espirituais, emocionais e sociais; nos desequilíbrios, que podem ser observados nos inúmeros casos vistos em nossas experiências atuais, quase epidêmicos, de depressões, síndromes fóbicas, transtornos neuróticos, psicóticos, manifestações de agressividade, frutos da insegurança interior.
As patologias apresentadas demonstram muito claramente que as pessoas estão ansiosas, inseguras, em busca de algo que preencha seus corações. A doutrina espírita não veio curar corpos, mas espíritos, lembrando a mensagem do cristo: " De que adianta remendo novo em roupa velha, que irá romper-se mais uma vez."
Os estudos espíritas demonstram-nos, claramente, que todos têm um magnetismo próprio e que, munidos da intenção de fazer o bem, podem repor a vitalidade dos órgãos das pessoas pelas quais vibramos na transmissão da bioenergia, equilibrando-se, também, certos distúrbios perispirituais gerados muitas vezes pelos sentimentos destoantes do próprio enfermo.
Em O Livro dos Médiuns, a mediunidade de cura está perfeitamente catalogada, demonstrando-nos que, em todos os casos em que atuamos através da fluidoterapia, pela doação fraterna de amor, existe uma participação espiritual e , naqueles com a mediunidade de cura mais ostensiva,esta transmissão fluidica ocorre com mais profusão, quando os benfeitos da Vida Maior potencializam a aplicação fluidica especificando o tratamento.
Mas teremos sempre que observar: sempre serão analisados pelos benfeitores da Vida Maior o merecimento e a fé do indivíduo e, principalmente, a firme intenção em melhorar-se, para que nossos velhos equívocos não sejam comparados a uma roupa velha solicitando remendo novo.
Em muitos casos, algumas enfermidades são o remédio necessário, e para mais alguns casos a melhora é a medida certa aos seus compromissos reencarnatórios. Para outros casos, a cura é muitas vezes acompanhada invariavelmente do tratamento médico que existe na Terra, graças à Providência Divina.
A Medicina cura e trata dos efeitos. A espiritualidade trata as causas quando são modificadas as estruturas de nossos pensamentos em relação à vida e ao próximo.
Médiuns curadores
175. (...) Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dirse-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo (...).
O Livro dos Médiuns,
capítulo XIV, Dos Médiuns.
Allan Kardec

domingo, 23 de outubro de 2011

As evocações espirituais no centro


Como ocorre este processo mediúnico e como lidar com as principais dificuldades, como a mistificação e identificação do espírito?

No século XIX, durante as pesquisas das manifestações espíritas, concluiu-se que inteligências extrafísicas as provocavam e dirigiam.
Diziam ser almas de pessoas já falecidas, dando provas de identificação. Então, um mundo novo se abriu aos olhos da humanidade: o mundo espiritual, habitado por seres que, através da morte, já haviam abandonado o veículo físico.
Em todo o tipo de fenômeno mediúnico ocorrem certas fases que podemos considerar como fundamentais e, dependendo da categoria do fenômeno, acontecem particularidades que lhe são próprias. Seja o fenômeno mediúnico de efeitos inteligentes - psicografia ou psicofonia - seja consciente ou inconsciente, mecânico ou intuitivo, sempre ocorrem fases que podem ser esquematicamente assim estudadas:

1- Fase da afinidade fluidica e espiritual
Antes de ocorrer o fenômeno, é o médium sondado psiquicamente para avaliar a sua capacidade vibratória. Às vezes, dependendo do tipo de atividade mediúnica, o médium, em desdobramento natural durante o sono (projeção astral, emancipação da alma), dias antes do trabalho mediúnico, é levado pelos mentores espirituais a tomar contato com a entidade que deverá receber mediunicamente, para evitar "choques" inesperados durante a reunião.

2- Fase da aproximação da entidade
É a sequência natural da fase anterior, só que ocorre no recinto do trabalho mediúnico como preparação do médium para a tarefa.
Pode ocorrer que antes da sessão o médium sinta a influência espiritual, mas deverá controlar-se para evitar o transe fora de ocasião oportuna, que é a do trabalho propriamente dito.
Sentirá os fluidos próprios da entidade, cabendo-lhe o trabalho de analisá-los e, conforme conhecimento anterior, absorvê-los ou rechaçá-los.

3- Fase da aceitabilidade do espírito comunicante pelo médium
Ativamente o médium começa a se afinizar melhor com a mente do espírito desencarnado. Manter-se-à calmo, confiante e seguro, certo de que nada de mau lhe acontecerá porque o equilíbrio do grupo é uma segurança.
Sentirá os seus pensamentos serem dirigidos por uma força estranha e aos poucos terá vontade de falar ou de escrever ou apenas ficará na expectativa de novas associações mentais. Poderá se sentir diferente, como se fosse outra pessoa, ver mentalmente outros lugares ou ter sensações diferentes.

4- Fase da incorporação mediúnica
É falsa a ideia de que o desencarnado, para se comunicar, entra no corpo do médium.
O que ocorre são assimilações de correntes fluidicas e mentais numa associação perfeita, denominada de sintonia vibratória. O perispírito e os centros energéticos do médium são estimulados pelas forças fluidicas e mentais da entidade comunicante. É quando há associação, ocorrendo então o fenômeno da "incorporação".
O médium incorpora as ideias, vivências e sentimentos da entidade comunicante e os transmite.
É natural que nessa fase o médium se sinta diferente, com sensações anormais, sudorese, amortecimentos, respiração ofegante, tremores, etc. O controle das reações orgânicas deverá surgir graças à confiança e à serenidade alcançadas com um bom treinamento.
Quando há manifestação mediúnica, geralmente o médium apresenta gestos e trejeitos que tem por finalidade demonstrar que não é ele quem está se manifestando.
É compreensível que isso tenha acontecido antigamente, por falta de estudo precedendo a prática mediúnica, pois, os candidatos ao desenvolvimento, observando o que os médiuns considerados "desenvolvidos" faziam, automática ou conscientemente acabavam por copiar a "apresentação" do Espírito comunicante.
Sendo a reunião realizada com pouca iluminação, os médiuns preocupavam-se em dar um sinal de que estavam sob influência espiritual, daí surgindo os chiados, gemidos, as contrações bruscas, os ruídos, enfim, algo que chamasse a atenção do doutrinador ou dirigente, atitudes essas desnecessárias, desde que a reunião se realize conforme a orientação sadia e correta.
Ao se aproximar do médium, o espírito como vimos anteriormente, combina os seus fluidos perispirituais com os do intermediário, podendo este ter percepção diferentes das que estava tendo na ocasião (poderá sentir frio, calor, bem-estar, dores, ansiedades, paz, medo, ódio, etc).
Muitas vezes, por falta de educação mediúnica o médium reage através de espalhafato diante dessas percepções e sensações.
Não há necessidade, portanto, de tremores, pancadas, chiados,assobios, gagueira, voz entrecortada e soturna.
Deverá o médium se controlar para que a comunicação se faça naturalmente, sem "prefixos" de abertura ou de encerramento da mensagem.
Cada espírito que se comunica é diferente do outro, portanto, a repetição das mesmas encenações caracteriza-se como sendo própria do médium, exceto em casos de uma entidade que se faça reconhecer por certas particularidades, no modo de falar, orientar ou dizer as coisas, mas nunca usando uma "chapa" ou "clichê" para dar a sua comunicação.
De preferência, o médium iniciante deve evitar receber, por escrito ou oralmente, mensagem na 2* pessoa do plural ("vós"), para evitar erros de concordância, bem como, barbarismos de linguagem que acabam por descolorir a comunicação.
Na fase de aprendizagem, o dirigente deve evitar o sistema de chamar por ordem os médiuns, porque a comunicação é espontânea e não obedece a colocação dos mesmos na mesa. Deve procurar estar atento, de olhos abertos; a sala com discreta iluminação e a reunião composta por um número razoável de pessoas (de 12 a 15 participantes).
Para evitar os condicionamentos e as viciações, deve-se guardar respeito íntimo, confiança, espírito de análise, serenidade e sinceridade em tudo aquilo que se fizer.
Na fase de aprendizado, acolher com simpatia as observações dos dirigentes e monitores que de alguma forma estão procurando evitar que o fenômeno mediúnico se barateie e se torne ridículo em nossas casas espíritas.

Envolvimento mediúnico
No fenômeno mediúnico da chamada incorporação o que ocorre é um verdadeiro envolvimento mediúnico, que significa entrosamento das correntes vibratórias próprias do médium, emanadas de suas criações mentais com as do espírito comunicante.
Se não houver afinidade fluidica não se produzirão os fenômenos e esta afinidade somente ocorre com a permissão (consciente ou inconsciente) do médium.
Assim, pode acontecer que o espírito esteja presente à reunião, queira comunicar-se, mas não encontre um médium com o qual tenha afinidade fluidica (aceitação/permissão).
Havendo uma perfeita correspondência entre o clima vibratório da entidade desencarnada e o do médium, estamos diante do chamado envolvimento mediúnico. Então o médium passa a perceber as sensações, emoções, intenções e pensamentos e transmiti-los de acordo com a sua faculdade mediúnica.
É aqui que reside o ponto nevrálgico da questão: ou de nos deixarmos arrastar pura e simplesmente, ou de reagirmos, tentando impor nossa vontade.
Se agimos como a primeira hipótese, corremos o risco de sermos obsidiados facilmente; se agimos como na segunda, podemos passar uma vida inteira sem desenvolvermos a faculdade, dominados pelo receio de servirmos de instrumento às entidades desencarnadas.
A educação mediúnica ensina ao médium a se manter em posição de equilíbrio e vigilância sem que esta se transforme em refratariedade.
Tendo então, condições de controlar o fenômeno, isto é, saber quando e como uma mensagem é conveniente ou causadora de confusão e mal-estar; ter o bom senso de analisar o que vai filtrar ou que está filtrando.
O controle vai muito do modo que a pessoa vive, pensa e age (conduta moral/ética)
Os espíritos superiores baixam o seu "padrão espiritual", aproximando-o do nosso, envolvendo-se  com os fluidos grosseiros de nosso ambiente mais acessíveis.
O médium em transe, por sua vez, se eleva através do preparo antecipado e da disciplinação dos recursos mediúnicos, criando-se a condição para a comunicação.
Pode ocorrer que médiuns com boa capacidade vibratória poderão baixar suas vibrações para servirem de instrumento de entidades inferiores, a fim de que estas sejam esclarecidas e orientadas.
Terminada a tarefa, o médium retornará ao seu padrão normal, não lhe ficando sensações desagradáveis próprias do espírito comunicante.

Identificando os espíritos
Uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático é a questão da identidade dos Espíritos.
Isto porque os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade, e alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Julgam-se os Espíritos pela sua linguagem, conhecimentos e vibrações fluidicas. Desde que um espírito só diz a verdade, pouco importa o nome. Porém, se apresenta-se com o nome de um personagem ilustre e diz coisas triviais e infantilidades, está claro que não pode ser considerado como tal pessoa.
De uma forma genérica, podemos distinguir, através da sensibilidade mediúnica o grau de evolução das entidades espirituais (sensações agradáveis ou desagradáveis).
Os espíritos jamais conseguem disfarçar a condição espiritual que se encontram, bastando a análise fluidica das impressões. Eles sempre revelam sua condição espiritual, justamente pelo que dizem e como dizem, é lógico, descontando-se as influências do intermediário de que faz uso.
Entidades elevadas são objetivas e simples, enquanto que os atrasados, usam comunicações cheias de palavras difíceis, amontoadas em frases brilhantes, mas de sentido completamente vazio, e às vezes, até contraditório.
Outro recurso para identificar os espíritos é o da clarividência, porém, de uso bastante restrito e delicado. Pode ocorrer que dois bons e autênticos clarividentes, em um mesmo local e ambiente, na mesma hora, estejam percebendo situações diferentes; um não poderá confirmar o que outro consegue registrar.
A clarividência é um bom recurso para identificar o espírito desencarnado, mas depende muito do médium, da sua segurança, do seu equilíbrio, não se devendo basear tão somente neste recurso para afirmar-se identidade do espírito. A informação do clarividente sempre deve ser verificada, analisada e comparada com outros fatores auxiliares e também importantes na identificação dos espíritos, tais como: qualidade do ambiente, necessidade e oportunidade da presença do espírito, sensações causadas nos circunstantes, conteúdo da comunicação, se houver, etc.
É natural que uma entidade espiritual que constantemente se comunique conosco acabe por se tornar conhecida e querida a ponto de ser considerada elemento do próprio grupo.
Determinados detalhes podem levar a presumir-se que se trata desta ou daquela entidade.
Assim é que fica sendo reconhecida pelo modo de falar, pelo estilo, pelo conteúdo da mensagem, podendo, no entanto, comunicar- se por outros médiuns e sofrer a influência do clima mental de quem lhe serve de intermediário.
Em se tratando de espíritos que vêm à sessão para serem orientados e consolados, para receberem o alívio da prece, não vemos necessidade alguma que levantemos seus dados biográficos.
Durante a atividade mediúnica estamos para atender a quem precisa, portanto, não devemos perder tempo fazendo inquirições sem fim somente para satisfazer uma vã curiosidade. Vivendo problemas angustiantes e estando confusos quanto à noção de tempo e espaço a que estavam condicionados na Terra, muitos deles são incapazes de informar, com segurança, quem realmente são.
Por isso é reprovável o costume de alguns doutrinadores que chegam ao absurdo de pedir o nome da entidade ou até detalhes minuciosos para a sua identificação, quando o que se deve fazer é atendê-la com o máximo de carinho e amor cristãos, proporcionando-lhe esclarecimento e conforto espiritual, através das vibrações de amor e paz. Todavia, quando espontaneamente eles se dignam fornecer alguns dados quanto à sua personalidade, para efeito de estudo, sempre é interessante confirmá-los, se houver essa possibilidade.
Quando se tratar de uma entidade que procura dar orientações, o nome que usa é secundário e pouco deve influir quanto a aceitação ou não da mensagem. O conteúdo é o elemento primordial.
O médium iniciante não deve preocupar-se por não ter a mínima intuição a respeito da identidade do espírito que através de si se comunica.
Só com o tempo e o treinamento é que terá a capacidade de identificar perfeitamente as entidades comunicantes.

As evocações
Todos os espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados no centro espírita, mas as evocações devem ser criteriosas e devem ser evitadas evocações por motivos fúteis ou pessoais. Mas isso não quer dizer que os espíritos sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independentemente da própria vontade ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre é dado a nós conhecer.
Entre as causas que podem impedir a manifestação de um espírito, umas lhe são pessoais e outras estranhas.
Entre as causas pessoais, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se. Há também a sua própria situação.
E das causas estranhas residem principalmente na natureza do médium, na da pessoa que evoca, no meio em que se faz a evocação, enfim no objetivo que se tem em vista.

Os mistificadores
Um dos maiores obstáculos para a divulgação e aceitação do Espiritismo é a mistificação, que é o ato de uma entidade tentar enganar os presentes quanto à sua identidade e à sua posição espiritual.
A mistificação pressupõe engodo, engano, dolo, mentira, e pode ser produzida por espíritos desencarnados, bem como, também, pelo próprio médium, consciente ou inconscientemente.
Na mistificação sempre existe o desejo de enganar, trapacear,dar características de verdade ao que é falso.
Há algum meio de reconhecer e evitar a mistificação? Sem dúvida, e todos eles estão farta e minuciosamente expostos no item n* 268, de O Livro dos Médiuns.
Os espíritos inferiores se traem de tantos modos, que fora preciso ser cego para deixar-se iludir. Os espíritos só enganam os que se deixam enganar...
Há pessoas que se deixam seduzir por uma linguagem enfática, que apreciam mais as palavras do que as ideias, que mesmo tomam ideias falsas e vulgares, por sublimes.
No que diz respeito identificação dos espíritos que se comunicam nas chamadas sessões de doutrinação, o que deve interessar é o problema da entidade em si, o que ela necessita, a sua consolação.
O Livro dos Médiuns também orienta-nos, no item 256: "À medida que os Espíritos se purificam e elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. É o que se dá com os Espíritos superiores e os Espíritos puros. Nessa culminância, o nome que tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais efêmeras por que passaram, é coisa absolutamente insignificante."

Introdução de O Livro dos Médiuns
"Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o terem logrado evitá-los.
Natural é, que entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos.
Esta obra se destina a lhes achanar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muito falsa ideia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever.
Enganar-se-ia igualmente quem supusesse encontrar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns.
Se bem cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de suas causas que ninguém é dado conseguir se verifiquem à vontade. As regras da poesia, da pintura e da música não fazem que se tornem poetas, pintores, ou músicos os que não têm o gênio de alguma dessas artes. Apenas guiam os que as cultivam, no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo sucede com o nosso trabalho. Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam as disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego de modo útil, quando ela exista. Esse, porém, não constitui o fim único a que nos propusemos. (...)"
O Livro dos Médiuns,
Allan Kardec.

Proibição de Moisés
Na antiguidade as pessoas evocavam os mortos, e muitos comercializavam os dons de comunicabilidade com os mundos invisíveis para proveito próprio ou dos seus clientes.
Por este motivo, Moisés proibiu a evocação dos espíritos, dizendo: "Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade" (Deuterônomio).
Frequentemente, as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que as manifestações espontâneas, que não apresentam inconvenientes quando se está ciente dos espíritos, das necessidades. Para a evocação são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos. A faculdade de evocar todo e qualquer espírito não implica para este a obrigação de estar à nossa disposição.
As comunicações que se obtêm dos espíritos muito elevados são preciosas, pelos altos ensinamentos que encerram.
Esses espíritos conquistaram um grau de evolução que lhes permite abranger muito mais extenso campo de ideias, penetrar mistérios que escapam ao alcance vulgar da humanidade.
Allan Kardec se interessou pela evocação direta achando necessárias e justificáveis na fase de pesquisa. Hoje, a comunicabilidade com os espíritos tem características diferentes. Estamos na fase da aplicação dos conceitos espíritas ao comportamento humano, à sua reforma moral. No livro O Consolador, do espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, na questão 369 diz o seguinte: "Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, mas recomendamos a espontaneidade no complexo dos fenômenos espiríticos."
Os trabalhos mediúnicos nos centros espíritas são muito importantes, principalmente com relação ao esclarecimento que se pode dar a certos espíritos perturbados ou obsessores. Lemos no item 254 de O Livro dos Médiuns: "Como pode um homem ter, a esse respeito, mais influência do que a têm os próprios Espíritos?
Os Espíritos perversos se aproximam antes dos homens que eles procuram atormentar do que dos Espíritos, dos quais se afastam o mais possível. Nessa aproximação dos humanos, quando encontram algum que os moralize, a princípio não o escutam e até riem dele; depois, se aquele os sabe prender, acabam por se deixarem tocar. Os Espíritos elevados só em nome de Deus lhes podem falar e isto os apavora. O homem, indubitavelmente, não dispõe de mais poder do que os Espíritos superiores, porém, sua linguagem se identifica melhor com a natureza daqueles outros e, ao verem o ascedente que o homem pode exercer sobre os Espíritos inferiores, melhor compreendem a solidariedade que existe entre o céu e a terra.
Demais, o ascendente que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade moral.
Ele não domina os Espíritos superiores, nem mesmo os que, sem serem superiores, são bons e benevolentes, mas pode dominar os que lhe são inferiores em moralidade."
 a mediunidade não é um privilégio, por isso, geralmente, os que mais necessitam são os que a possuem.
Não devem, pois, os médiuns se considerarem melhores que outras pessoas, nem tampouco a mediunidade ser motivo de vaidade e orgulho, mas sim, encará-la no sentido de tarefa, de serviço, de missão a ser cumprida, com alegria e desinteresse.
Como vemos a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumento de redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e correção, tem oportunidade de exercitar as virtudes cristãs como a humildade, o perdão, o amor e a caridade.

sábado, 24 de setembro de 2011

A força do Perdão

Especial/ Por Ricardo Santos
Quem perdoa cria em torno de si um halo energético (aura) que promove a estabilidade das forças espirituais que agem na matéria

Perdoar significa "remissão de pena, desculpar, indulto, renunciar a punir, misericórdia, clemência, indulgência e conceder perdão", de acordo com o dicionário.
De acordo com Lynda Field, "Perdoar não é esquecer o que nos encheu de raiva. Ao contrário. Perdemos a necessidade de estar ligados a ela. Ficamos livres para ser nós mesmos, sem a obrigação de fornecer respostas". Diz ainda que para atingir a libertação, cabe examinar o que nos fere demonstrar da maneira correta.
Assim, não resta dúvida que perdoar é necessário. Afinal, quem pode afirmar que não necessita de indulgência? Mais ainda: quem não comete equívocos em sua vida? Portanto, perdoar é viver de maneira saudável e admitir nossa condição de falibilidade ante a vida. Está escrito: "Infeliz daquele que diz : 'Nunca perdoarei!' Este, se não for condenado pelos homens, certamente o será por Deus. Com que direito pedirá o perdão das suas próprias faltas, se ele próprio não perdoa as dos outros" - O Evangelho Segundo o Espiritismo). "O fraco jamais perdoa, o perdão é característica do forte", disse Mahatma Gandhi.

O perdão e a saúde
Na atualidade é inegável o avanço do conhecimento científico e como ele nos ajuda a compreender melhor conceitos como saúde e doença. Então, se a indulgência é necessária, o que acontece com quem se nega a ela? Há alguma consequência para o nosso bem-estar? Explico a questão da seguinte forma: quem perdoa cria em torno de si um halo energético (aura) que promove a estabilidade das forças espirituais que agem na matéria e impedem que as moléstias se fixem no organismo. O ato contrário ao indulto, por exemplo, a raiva, leva ao esgotamento energético do corpo físico, que por sua vez, favorece a instalação da doença.
Está claro que o perdão promove e colabora para a estabilidade e o equilíbrio das forças presentes no inconsciente. E tem mais: bons pensamentos são importantes para a boa saúde. Quem perdoa se desconecta do outro, rompe o elo e, por exemplo, impede que a obsessão de um desencarnado tenha efeito sobre si.
Para os que têm fé e crêem na mensagem crística é bom lembrar que o amor e o perdão são o binômio dos legítimos seguidores de Jesus. Não é a toa que mais belo dos mandamentos diz: " Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
Tem uma melhor qualidade de vida e boa auto estima quem é indulgente com a falta alheia. Portanto, o ato de desculpar está indubitavelmente associado à boa saúde física e espiritual.

domingo, 18 de setembro de 2011

Preparo emocional nas Casas Espíritas

Centro Espírita/ Por Wanderlei Oliveira
A cada dia fica mais claro o quanto a sociedade, em todos os continentes do planeta, se esforça para avançar moralmente. O homem do século XXI percebeu que somente a inteligência não foi capaz de oferecer-lhe alternativas de paz e saúde. O tema moral da hora é inteligência emocional.
O analfabetismo afetivo é muito maior que o intelectual. Parafraseando uma velha sigla, estamos precisando de um mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) para a nossa humanidade. Um mobral emocional que nos eduque sobre a parte que menos conhecemos de nós mesmos: nossa vida interior. Isso será indispensável se quisermos investir em educação moral e libertação humana.
As nossas organizações espíritas, de igual forma, com raríssimas exceções, também não estão preparadas para esse momento. Quando falo em preparo das organizações, não estou falando, necessariamente, sobre temas, mas de metodologia. Os temas podem até ser muito semelhantes aos já abordados na doutrina. A metodologia cria diferenciais no aprendizado.
Nos nossos estudos doutrinários ainda se trata muito pouco sobre o "como". Quase sempre o foco de nossos programas de estudo são em o que fazer e não no como. Literaturas como as de Joanna de Ângelis, Hammed, Ermance Dufaux e outros autores espirituais têm sido de grande ajuda nesse desafio.
Novas abordagens
Se continuarmos adotando os mesmos métodos de sempre, sem atendermos as necessidades de natureza emocional, corremos um risco muito grande de ensinar Espiritismo para as pessoas e deixar de ensinar o que é mais essencial: como se tornarem homens de bem e serem felizes.
A mudança de metodologia não implica, obrigatoriamente, em substituir os métodos de ensinos, mas em criar novas formas de trabalhar o conhecimento. É natural que, dependendo do tamanho da casa espírita, as atividades de palestras, congressos e outras iniciativas focadas em grupos grandes sejam realizadas. São atividades bem-vindas e necessárias e devem ser examinadas como uma necessidade em contingências específicas. As iniciativas que visam esclarecimento público e socorro em maior escala, especialmente as reuniões abertas do centro espíritas, conhecidas como reuniões públicas, são tarefas sociais maravilhosas.
Todavia, para aqueles que já amealharam mais vivência doutrinária, na cooperação junto à casa espírita ou na comunidade e que trazem angústias mais vivas a respeito de sua mudança pessoal,  ainda está por se construir um espaço digno que supra e alimente seu saber com uma linguagem mais educativa. E como alcançar isso sem adequar os métodos para novos conteúdos direcionados a esta demanda?
Os dirigentes e trabalhadores estão muito sozinhos e angustiados. É inegável que o trabalhador espírita, quanto mais tempo e experiência de doutrina adquire, menos está encontrando no ambiente de sua casa espírita o que ele precisa para suas necessidades pessoais de aprimoramento emocional. Raramente vemos alguém com mais experiência e cultura doutrinária que compartilha sua vida interior. Entre nós adeptos da doutrina fala-se muito pouco ou quase nada sobre os sentimentos, sejam eles nas relações, nas atividades ou vivências.
Compartilhar! (Quem gosta de Facebook conhece bem esse termo). Compartilhar vivências e aprender. Essa é a linguagem da regeneração. Sem essa linguagem não há crescimento real. E para que essa linguagem faça parte das nossas organizações, serão necessárias alterações nos métodos.
Criar novos espaços para a comunicação dialogal franca e espontânea que aborde os sentimentos,com o intercâmbio de experiências e das emoções que elas carreiam, visando sempre a parceria que fortalece. Nessa metodologia não há lugar para a admiração exagerada ou para o excessivo valor que é conferido a médiuns e dirigentes e a seus cargos, "folhas de serviços" ou bagagem intelectual dos sobre Espiritismo. É um espaço para construir conceitos e desconstruir padrões à luz dos valores e das necessidades individuais. Onde possamos falar de nós mesmos em clima de confiança e melhoria moral. Neste aspecto, lembramos as palavras de Tiago, em sua quinta epístola, versículo dezesseis, que nos diz: "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis."
Busque o diálogo
Temos que rever nossa postura como líderes, dirigentes, médiuns, palestrantes e até mesmo frequentadores. Talvez por isso nossa comunidade ainda não esteja aderindo a essa mentalidade.
Quem já tem experimentado posturas novas, sabe dos benefícios de poder dialogar e não querer ter a última palavra. Como é bom a experiência de abrir mão da superficialidade dos rótulos, recebidos e sustentados pelo movimento espírita, e apenas ser gente. Gente com responsabilidade e autenticidade.
Se continuarmos entendendo Espiritismo na vida e nos fatos e não conectá-lo com a nossa vida emocional, corremos riscos muito acentuados de adoecermos, assim como os antigos fariseus dos tempos de Jesus. Muito conhecimento e pouca prática. Muita soberba na cabeça e o coração vazio de paz verdadeira. Será que vale a pena ser espírita assim?
Eu recomendo a leitura de meus artigos sobre Oficina dos Sentimentos, no menu artigos, em meu blog (www.wanderleyoliveira.blog.br) que poderá dar uma ideia do que muitas pessoas já têm feito sobre o assunto, usando essa metodologia muito interessante e apropriada a esse preparo emocional nas Casas Espíritas.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

1º Evento Beneficente

Realizou-se neste sábado, 10 de Setembro de 2011, no Hotel Slaviero Executive Via Catarina em Palhoça, o 1º evento Beneficente da CERS - Casa Espírita Raio de Sol, em prol da construção da sua sede própria.
Clique sobre a imagem, e assista alguns momentos.

Alguns momentos.









quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estamos postando hoje a quarta palestra realizada no auditório da CERS no dia 04 de julho de 2011 ministrada pelo irmão Walmor Lange Jr. Para vizualizá-la, clique sobre a imagem.

Amigos Espirituais

domingo, 21 de agosto de 2011

Na hora da morte


Por Victor Rebelo

Como ocorre o processo de desencarnação, com o desligamento dos laços que unem a alma ao corpo físico

Segundo a conceituação de Allan Kardec, a alma é um espírito encarnado em um corpo. Após a morte deste, ela volta a ser apenas espíritos, ou seja, retorna ao mundo espiritual, que está em constante relação com o mundo físico.
A alma não perde sua individualidade após o desencarne. Continuamos nossa existência, geralmente, com a aparência que tínhamos quando estávamos encarnados. Isso porque temos o nosso perispírito (também conhecido, em outras correntes espiritualistas, como corpo astral, psicossoma, etc.). Ele é o envoltório do espírito, um corpo sutil intermediário entre a alma e o corpo físico.
A antiga crença de que levávamos nossos bens materiais conosco para o mundo dos mortos é falsa - como a maioria da humanidade já percebeu há séculos! De acordo com O Livro dos Espíritos, na questão 150, a alma apenas leva deste mundo "Nada mais do que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargura, segundo o emprego que fez da vida. Quantos mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa sobre a Terra."
Afirma um ditado popular que "ninguém voltou (da morte) para contar". Será? As comunicações mediúnicas - no caso dos médiuns ostensivos - são provas suficientes que demonstram que esse ditado é mais uma crença popular que está errada. Além disso, cientistas e pesquisadores respeitados realizaram, no século XIX, importantes experimentos com as manifestações de efeitos físicos, provando a realidade dos fenômenos. Hoje, temos, além dos médiuns, a Transcomunicação Instrumental. Portanto, a maioria absoluta das pessoas que negam as manifestações dos espíritos nunca se aprofundou na questão. Nega simplesmente porque não acredita!
O espírito se liga ao corpo material, induzindo o desenvolvimento embrionário, por meio do seu envoltório perispiritual. A morte apenas destrói o corpo carnal e não o perispírito. Resumindo: a vida do espírito é eterna, ao contrário do corpo físico, que é transitório e se decompõe com a morte.
Mas, como ocorre, exatamente, o processo da morte? O que acontece nos primeiros instantes? A separação da alma e do corpo é dolorosa?
Cada caso é um caso, de acordo com o grau de equilíbrio, lucidez, conhecimento, apego material, etc., de cada espírito; além disso, também varia de acordo com o tipo de morte. Mas, existe, sim, um processo comum que ocorre durante o desencarne. Esse processo é o rompimento dos laços energéticos que mantinham a alma ligada ao corpo.
A morte pode ocorrer de forma natural, por esgotamento dos órgãos com o avanço da idade, ou de forma brusca, como em um acidente de trânsito ou assassinato. Em ambos os casos, o desligamento energético do corpo é gradativo. "(...) a alma se liberta gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. (...) o Espírito se liberta pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, não se quebram."- O Livro dos Espíritos, questão 155.
Em nota para a questão acima, Kardec explica: "A observação prova que no instante da morte o desligamento do perispírito não se completa subitamente; ele não se opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas após.
Para outros, aqueles sobretudo, cuja a vida foi toda material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade(...)". Isso ocorre devido à afinidade entre o espírito e o corpo carnal.
Quanto mais nos apegamos e nos identificamos com a matéria, maior será nosso sofrimento ao nos separarmos dela. Pior ainda: em alguns casos, a afinidade entre o espírito e seu corpo carnal é tanta que  ele pode experimentar toda a sensação da decomposição!
Para que haja simples vitalidade, o corpo não precisa de uma alma. Mas, para que seja dotado de inteligência, sentimentos, emoções, enfim, para que possa interagir em nosso mundo é imprescindível a alma. O cérebro, com a vida biológica, é apenas o instrumento, que pode estar funcionando ou não. A inteligência é atributo do espírito, que já existia e continuará existindo após a morte física.
Em casos excepcionais de mortes precedidas por momentos de grande agonia, pode acontecer de a alma deixar o corpo e nele não restar mais do que a vida orgânica. Conforme algumas narrativas de romances mediúnicos, certos mártires que morriam devorados pelos leões, nos circos romanos, durante as perseguições aos primeiros cristãos, eram retirados do corpo por espíritos benfeitores segundos antes das feras o destroçar. A expectativa da morte também pode fazer com que a pessoa perca a consciência antes do suplício.
Frequentemente, a alma sente se desatarem os laços que a ligam ao corpo. Antes mesmo do desligamento, muitas pessoas entram numa fase de transição.
Por exemplo: quantos doentes terminais que, ainda no leito hospitalar, relatam a aparição de parentes que já morreram... Dizem que estes vieram buscá-las, e que não sentem mais temor da morte. Isso acontece porque os laços energético que a ligam ao corpo já começam a se desatar.
Conforme a afeição  entre a pessoa que desencarna e seus parentes desencarnados, "(...) eles o vêm receber em sua volta ao mundo dos Espíritos, e ajudam  a libertá-la das faixas da matéria; reencontra, também, a muitos que havia perdido de vista em sua permanência sobre a Terra. Vê aqueles que estão na erraticidade, aqueles que estão encarnados, e os vai visitar" - OLE, q. 160.
Mas nem todos têm o privilégio do encontro direto com seus parentes falecidos. Há casos em que devido à perturbação espiritual, seja da pessoa que passa pelo desencarnedesencarnado, não há possibilidade do encontro. Além disso, talvez quem você espera reencontrar na hora da morte já esteja reencarnado!
Então, é preciso ficar claro que, geralmente, o instante da morte ocorre de forma simutânea ao da separação da alma. O que ocorre de forma gradativa é o desatamento dos laços energéticos que ligam a alma ao corpo, tanto nos casos de morte abrupta, quando ela não resulta da extinção gradual das forças vitais, assim como nos de espíritos muito apegados à matéria.

Perturbação espírita
A morte não transforma ninguém em um ser "iluminado", em "santo". Ao contrário, ela nos coloca frente a frente com nossa verdade interior, sem máscaras e hipocrisia. Aquilo que realmente somos se revela. Ah! Quantos religiosos se desiludem nesta hora...
A maioria das pessoas, após a morte, passa por um estado de perturbação durante algum tempo. Devido a essa perturbação pós-morte, muitas não conseguem entender o que está acontecendo; outras, não entendem por ignorância ou por simplesmente não aceitarem. A compreensão da realidade do mundo espiritual exerce influência sobre a duração da nossa perturbação após a morte, porém, os espíritos afirmam a Kardec que a prática do bem e a pureza da consciência são os que exercem maior influência.
Vejamos o que o codificador espírita explica:
"No momento da morte tudo, à princípio, é confuso. A alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela se acha como aturdida e no estado de um homem que despertando de um sono profundo procura orientar-se sobre sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria da qual se libertou e se dissipe a espécie de neblina que obscurece seus pensamentos."
Esta perturbação pode durar desde horas, dias... até muitos anos. Existem espíritos que julgam ainda viver como encarnados e não aceitam que "morreram". Outros, observam o corpo físico ao lado, mas não entendem como podem estar separado dele. Tentam se comunicar com as pessoas, sem obter resposta, o que aumenta cada vez mais seu estado de perturbação. Kardec explica que isso ocorre até o momento da inteira libertação do perispírito. Mas essa dificuldade toda também surge devido às ideias arraigadas que muitos têm sobre a vida após a morte.
Muitos espíritos, que acreditavam que a morte era sinônimo de extinção da vida, não entendem como podem estar " mortos" se ainda falam, ouvem, vêem...
Nunca ouviram falar de perispírito, e acham que o corpo que possuem ainda é o corpo carnal, que muitas vezes nem existe mais, já se decompôs.
É comum, também, os espíritos assistirem ao próprio funeral. Muitos imaginam que se trata do enterro de outra pessoa, e não do seu próprio corpo. É uma confusão!

Mortes coletivas
A destruição é necessária no mundo em que vivemos - destruir o velho para construir o novo.
A mudança pode impulsionar o espírito na jornada evolutiva.
Neste sentido, entendemos que a destruição é necessária para a regeneração moral do indivíduo.
O Livro dos Espíritos explica que nos flagelos coletivos um povo pode alcançar mais depressa " uma ordem melhor de coisas".
Mas o que acontece com os espíritos que desencarnam nessa situação? Depende. Cada caso é um caso. A regra geral do desenlace energético continua valendo em casos de morte coletiva e cada espírito reage de acordo com seus interesses. A maioria não entende o que ocorreu e nem sempre é possível o reencontro imediato com os entes queridos que os antecederam no desencarne.

No mundo espiritual
Algumas vezes, podemos reencarnar quase que imediatamente após o desencarne. Mas o comum é que passemos um período, que pode variar bastante - anos, séculos, milênios -, no mundo espiritual. Nos mundos superiores, onde o corpo é cada vez mais sutil, o reencarne é quase sempre imediato. Mas enquanto ainda houver a necessidade para determinado espírito, ele irá reencarnar, seja em corpos materialmente densos - como no nosso caso - seja em planos superiores, em um corpo bastante sutil. Somente os espíritos que atingiram um alto grau de pureza não precisam mais reencarnar.
O estado de " espírito errante", ou seja, na erraticidade, é para alguns uma fuga da realidade terrena, que cedo ou tarde terão de enfrentar; para certos espíritos é uma punição, enquanto que para outros é uma oportunidade de estudo e aprendizado. Na erraticidade o espírito pode aproveitar para se melhorar muito, tanto no aspecto intelectual quanto moral, mas isso não o livra de uma nova encarnação caso ainda seja necessário a ele.
A morte não acaba com nossos vícios e paixões. Enquanto alguns lutam, no Além, para se libertarem da influência material, muitos preferem permanecer vinculados ao nosso plano, desequilibrados, compartilhando dos nossos hábitos infelizes. Aí entra a lei da afinidade, que abre a porta tanto para os simples assédios espirituais quanto para os processos de obsessão mais complexos. Não deixe de ler nossa matéria de capa da edição 90 para entender isso melhor.
Por que ao desencarnarmos, não abandonamos, também, nossas " más paixões" ? Os espíritos respodem: " Tens nesse mundo pessoas que são excessivamente invejosas; acreditas que, mal o deixem, perdem os seus defeitos? Depois de sua partida da Terra, sobretudo para aqueles que têm paixões bem acentuadas, resta uma espécie de atmosfera que os envolve e conserva todas a suas coisas más, porque o Espírito não está inteiramente desprendido; só por momentos vê a verdade, como para lhe mostrar o bom caminho. " - OLE, q. 229.
Um espírito desencarnado não possui mais o corpo físico, porém, manifesta-se através do perispírito, que é seu corpo mais sutil.

Dores e doenças
A lembrança de uma doença que o espírito tinha quando estava encarnado é um dos fatores responsáveis pela impressão de dor que muitos espíritos sentem mesmo após a morte do corpo. Por isso é comum encontrarmos espíritos apresentando as mesmas doenças que tinham quando estavam encarnados, pois o perispíritos, por seu muito sutil, é facilmente influenciado pela mente. Outro fator que colabora para a manifestação de doenças no perispírito é a ligação energética com o corpo físico, que ainda não se desfez completamente.
Essa ligação também é responsável por dar a sensação, em certos espíritos, de que estão sendo roídos pelos vermes. Na verdade, se o corpo está se decompondo e o espírito possui fortes laços energéticos com ele, provavelmente passará a ter várias sensações desagradáveis. Veja mais sobre isso no texto Ensaio teórico sobre a sensação nos espíritos, questão 157 de O Livro dos Espíritos.
O corpo físico e o perispírito se influenciam mutuamente. Da mesma forma que o corpo energético transmite tudo o que vem do espírito para o corpo físico, este também acaba causando impressões no perispírito, pois ambos estão intimamente ligados, o que explica a existência de espíritos com doenças e deformidades.
Para encerrar este pequeno artigo, que visa explicar de forma resumida o que ocorre no processo de desencarnação, reproduzo as palavras de Allan Kardec no final do capítulo 3, livro II, que ressaltam a importância do trabalho de autoconhecimento e da reforma íntima, ainda enquanto estamos reencarnados: " A perturbação que se segue à morte nada tem penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar tranquilo. Para os que não tem a consciência pura, ela é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à medida que ela se reconhece."

*Morte natural
Neste exemplo, temos um caso de morte de um doente terminal. O fluido vital que dá a vida orgânica ao corpo vai se  esgotando e a ligação entre perispírito e corpo físico, como consequência, também se enfraquece gradativamente.
A alma começa a se separar do corpo físico e, neste momento, pode receber a visita de espíritos familiares.
Ocorre, também, de espíritos benfeitores (amparadores) aparecerem para auxiliarem no processo de desenlace energético.

*Morte Violenta
Nos casos de morte abrupta, seja por assassinato, acidente de trânsito... enfim, nas mortes repentinas em que o corpo físico ainda está cheio de vitalidade, os laços que o unem ao perispírito ainda são muito fortes, apesar de não ser mais possível a continuação da vida.
Neste exemplo, vemos um homem que foi assassinado na rua.
Ao se separar do corpo, ele vê a faca cravada em seu peito e recria, inconscientemente, a imagem em seu perispírito.
Um outro homem, reencarnado, em projeção astral, auxilia o processo de desenlace da vítima, pois o padrão de densidade energética entre ambos é mais compatível.
Já as energias do espírito protetor são mais sutis. Ele acompanha todo o processo, zeloso, aguardando a hora de se aproximar de seu protegido.

A sensação nos espíritos
"257. O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primária desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é suscetível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fora? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles a quem se amputou um membro costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor. O que há, apenas, é que o cérebro guardou desta a impressão.
Não se confundam, porém, as sensações do perispírito, que se tornou independente, com as do corpo. Estas últimas só por termo de comparação as podemos tomar e não por analogia.
Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é corporal, embora não seja exclusivamente moral, como o remorso, pois que ele se queixa de frio e calor. Também não sofre mais no inverno do que no verão: temo-los visto atravessar chamas, sem experimentarem qualquer dor. Nenhuma impressão lhes causa, consequentemente, a temperatura. A dor que sentem não é, pois, uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo, que o próprio Espírito nem sempre compreende bem, precisamente porque a dor não se acha localizada e porque não a produzem agentes exteriores; é mais uma reminiscência do que uma realidade, reminiscência, porém, igualmente penosa.
Algumas vezes, entretanto, há mais do que isso, como vamos ver.
(...)" - O Livro dos Espíritos.