domingo, 3 de junho de 2012

Xamanismo

Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estelar

Por Vitor Hugo França

O termo xamanismo é de origem siberiana, baseado no conceito do saman, que identifica "aquele que é inspirado pelo espírito", "aquele que não perdeu a conexão, a integração".
Teve a sua origem há milhares de anos, quando nossos ancestrais decidiram superar todos os obstáculos impostos no caminho da evolução. Através da integração com o meio ambiente, confiança e determinação descobriram as fórmulas que iriam garantir a sua sobrevivência. Não possuíam tecnologia avançada, mas com a necessidade de vencer e sobreviver, criaram técnicas naturais, se organizaram, desenvolveram e ativaram plenamente seu poder pessoal.
Os guerreiros antigos, utilizavam toda a força do seu universo interior e uma enorme integração com a natureza, as quais o xamanismo decodificava e direcionava em prol de sua sobrevivência e sucesso. Xamanismo possibilitou um maior senso de comunicação, união, organização e disciplina, além de uma maior autoconfiança, integração ambiental e conexão. Tudo torna-se sagrado na espiritualidade natural.
As formas existentes na natureza eram então respeitadas como sendo espíritos que formavam uma única família; uma lição que poderíamos aplicar nos dias de hoje para melhorar todas as nossas relações. Também foi responsável pelo surgimento de várias técnicas de cura, estratégias, filosofias e artes.
Várias técnicas muito antigas são utilizadas até hoje, reconhecidas por comunidades científicas, outras, com características tradicionais milenares reconhecidas popularmente. Enfim, o importante é que essas maravilhosas técnicas naturais e evolutivas ainda estão sendo utilizadas e, com certeza, sempre serão utilizadas pela humanidade em seus processos de cura.
O xamanismo é muito profundo. É uma linda filosofia de vida onde honramos e agradecemos ao Todo a possibilidade de estarmos aqui, neste Planeta Mãe-escola, evoluindo, crescendo, respeitando toda a existência, resgatando a integração com a natureza.
Os guerreiros da luz tem como missão buscar a paz, saúde, sucesso, equilíbrio entre corpo, mente e espírito e ampliar sua visão sobre tudo. Sabemos que cada um de nós tem a responsabilidade de escrever sua história pessoal de forma harmoniosa e íntegra, permeada pelo perfume do amor.

Consciência ecológica
No xamanismo reconhecemos que somos uma semente, um micro universo de infinitas possibilidades, nos preparando a todo instante para nos tornarmos uma árvore bela, viçosa e frutífera.
O xamanismo é a síntese da espiritualidade, da integração e da essência divina. Não tem nenhuma conotação religiosa e seu "templo" é a própria natureza.
Praticar xamanismo é buscar a excelência espiritual; é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos e se harmonizar com as marés naturais da vida, valorizando a essência e não a forma, ampliando assim sua consciência ecológica planetária, reconhecendo a importância de cuidarmos muito melhor da mãe Terra, pois sabemos que o planeta está gritando e se faz necessário assumirmos nossas responsabilidades para termos uma qualidade de vida verdadeiramente melhor, respeitando a nossa geração e as gerações futuras, lembrando sempre que o nosso "planeta Terra não é descartável". Para isso, precisamos repensar de forma coerente sobre nossos hábitos, buscando exercer atitudes muito mais responsáveis.
Para que aconteça realmente uma mudança de consciência, em todos os níveis de atividade, a prática é necessária. "Não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso fazer." A prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de resgatar a espiritualidade natural, a reconexão com estas forças da natureza que estão presente ao nosso redor e alcançar o despertar da felicidade plena.
Assim, seguindo o fluxo da integração total, o Céu torna-se o Pai, que ensina o caminho das estrelas e das origens ancestrais. A Terra torna-se a Mãe, que ensina os caminhos das relações, das integrações e da evolução na matéria. O grande Avô é o Sol, que, com seu sorriso caloroso, ensina todos os dias a sabedoria dos ciclos e do círculo da vida. Então a Avó Lua, com sua serenidade, ensina a arte de sonhar e os mistérios que iluminam os caminhos pelas noites da vida. As árvores e vegetais tornam-se o Povo em Pé; as águas, o Povo das Águas; o Trovão, o Espírito do Trovão; as pedras, o Povo de Pedra e todos os animais tornam-se os irmãos mais jovens, cada um com sua medicina particular. Tudo possui uma energia vital, uma força, um espírito.
Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estrelar. Este é o caminho mágico da integração consigo mesmo e com a natureza, onde o valor maior é o sentir.

Instrumentos de Poder no xamanismo

Tambor sagrado
É o veículo pelo qual o xamãs fazem suas viagens a outros mundos. Os nativos norte-americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da mãe Terra e também ao som do útero. O tambor é considerado o cavalo, ou a canoa, que nos leva ao mundo espiritual. É o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra, que permite ao xamã viajar ao centro do mundo.

Chocalho sagrado
Muito usado na limpeza energética do corpo e dos ambientes.

Pedras e cristais
Há um conto xamânico que diz que o Criador, vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, e jogando-os no Universo, criou as estrelas. Os aborígines australianos chamam os cristais de luz solidificada. Os xamãs norte-americanos chamam de Seres Pedras, ou Povo de Pedra, detentores dos registros da Mãe Terra. As pedras possuem um espírito, uma alma; possuem talentos específicos, amplificam pensamentos e auxiliam os processos de cura do corpo físico.

Pau que fala
É utilizado especificamente por nativos norte-americanos. Trata-se de um pedaço de pau consagrado para que se apresente o Sagrado Ponto de Vista. Neste ritual não pode ser utilizada uma palavra que não seja a verdade. Na cerimônia somente fala quem estiver com o bastão na mão, os demais devem permanecer em silêncio. É uma forma de honrar a sabedoria dos outros. Isto não significa que todos concordem com o que o outro está falando, mas que respeitam o ponto de vista do próximo.

Abalone
É uma concha. Na tradição dos antigos índios tupi-guaranis as conchas tinham importância fundamental. Serviam de instrumento para aplainar o cabo e ponta das flechas, tirar rebarbas de pás de farinha e remos. As mais fundas pertenciam ao xamã da tribo, que as usava para macerar as ervas na preparação das medicinas curativas. Hoje, utiliza-se para limpeza da aura, nos rituais de limpeza com defumadores, representando o elemento água.

Penas de poder
São usadas para aplainar a aura ou limpar o casulo áurico, jogando as impurezas para fora.

Chanupa
É de uso corrente para inalação do tabaco, entre os xamãs do mundo inteiro. Para os nativos norte-americanos ele tem uma importância fundamental. Erroneamente chamado de cachimbo da paz, ele é chama do pelos nativos de cachimbo sagrado. Ele surgiu para os índios norte-americanos com a aparição da Mulher Novilho Búfalo Branco, para a tribo Lakota (sioux). O fornilho representa o aspecto feminino e o cano o masculino. A união é o princípio da criação, da fertilidade. O cachimbo sagrado é uma forma de oração; as preces são enviadas através do cachimbo.

Pau de chuva
É usado pelos xamãs para tratamento de limpeza, quando a história requer sonoridade de águas caindo. Ele simboliza os movimentos das águas.
De acordo com a apostila do curso " O despertar do Curador", do xamã Bari Meri, "O termo 'xamanismo' é de origem siberiana, baseado no conceito de 'saman' , que identifica 'aquele que não perdeu a integração', que compreende os espíritos, os homens, as dimensões, as plantas, as pedras, os animais, os elementos e as direções. A Natureza conspira a seu favor, pois é integrado. A totalidade faz parte de sua realidade, uma vez que enxerga e compreende todos os lados da montanha. O termo 'samam', foi adaptado para 'shaman' em inglês (xamã na língua portuguesa). Embora o primeiro  uso registrado do termo shaman na língua inglesa data de 1698, e do termo 'shamanism' de 1780, o xamanismo existe há milhares de anos."

Vivências com as Rodas de Cura
A Roda de Cura é uma cerimônia xamânica sábia e sagrada, onde as pessoas se reúnem no intuito de compartilhar suas energias, elevando seus pensamentos, abrindo seus corações deixando fluir suas inspirações, sempre com respeito e muito amor.
Neste "Círculo Sagrado Xamânico" trabalhamos desbloqueios energéticos, limpeza e purificação de cada participantes, harmonização dos corpos sutis e mais além: permitimos que o Grande Espírito abrace suavemente cada pessoa, promovendo através de sua energia magnânima a cura física, mental e espiritual necessária.

Vitor Hugo França é facilitador de Rodas de Cura
                                                                                 xamânicas e vivências em Grupo.
Ministra cursos, workshops e Palestras no Brasil
                                                                                                      e Exterior.