domingo, 26 de julho de 2015

Voando espiritualmente na Luz

Mais uma mensagem sobre a sobrevivência da consciência para além do corpo e da Terra


No meio da madrugada, sou impelido intuitivamente a escrever algo.
Sonolento, ligo o computador e ponho um CD para rolar com o som baixinho, enquanto espero chegar algo em minha mente.
Fecho os olhos e fico extasiado, escutando as maravilhas sonoras da banda americana de rock progressivo Ajalon.
Então, repentinamente, surgem dois espíritos na sala, à minha direita.
Observo-os tranquilamente. Trata-se de um casal animado, com aparência de estarem muito felizes juntos. Há uma aura branca luminosa em torno deles, irradiando uma atmosfera agradável, amistosa e tranquila.
Telepaticamente, o homem se comunica e me pede para escrever. Segundo ele, o recado do qual ele está incumbido de passar é importante. Tem a ver com o desencarne de sua parceira, que ocorreu ainda pouco. Ele está levando-a de volta para casa, no plano espiritual. Mas, antes, quer deixar um recado legal para ajudar as pessoas que perderam alguém. Ele quer aproveitar a atmosfera de alegria do reencontro com sua amada, para compartilhar com outros essa energia e deixar algo bom no ar e nesses escritos, que lave os corações sofridos com a ilusão da perda de quem quer que seja, por aí, nesse mundão de Deus.
Como de hábito, abro a mente e o coração para verter no mundo dos homens mais uma mensagem sobre a sobrevivência da consciência para além do corpo e da Terra. E que o Grande Arquiteto do universo me guie novamente nessa jornada de transcrever a realidade do amor interplanos, além da vida...

É hora de voar
"Olá, querida!
Parece que foi ontem, quando nós nos encontramos naquela estrada, sob a luz do luar. Tudo parecia perfeito, como se os anjos do amor tivessem preparado o lance todo.
A noite estava linda e você, mais linda ainda, com o brilho das estrelas refletido em seus olhos. Em torno de nós, a atmosfera estava plena de esperança, e tudo cheirava a recomeço... Então, o ambiente foi mudando, e surgiu um vórtice colorido, por onde você foi embora, mais uma vez, em direção à Terra...
Por ordem celeste (e até mesmo por questões minhas de aprendizado e transmutação emocional), não pude acompanhá-la na nova jornada carnal. Mas fiquei torcendo por você, enquanto me envolvia em diversas atividades extrafísicas.
Com o tempo, aprendi a diferença entre apego emocional e o verdadeiro amor.
Você, na carne; eu, no espaço; e o amor entre nós.
Por muitas vezes, enquanto o seu corpo descansava no leito, eu fui buscá-la, em espírito, fora do corpo. E assim, por esse artifício da natureza, essa brecha entre planos que é a viagem espiritual, nós matávamos a saudade, agradecendo a Deus por essa janela espiritual aberta durante o sono.
Em todas as vezes, sempre tive o cuidado de bloquear suas lembranças desses encontros astrais, para não atrapalhar suas vivências afetivas atuais na Terra.
O máximo que acontecia era você dizer que havia sonhado estar voando ao lado de um anjo bonitão. Pois é, o tal anjo era eu.
A vida seguiu o seu curso natural... Você cresceu, se formou, casou, teve dois filhos, trabalhou,e aprendeu o que a vida tinha para ensinar-lhe em mais essa jornada.
Os anos terrestres envergaram seu corpo e o seu rosto enrugou, mas eu via você em espírito, na essência, não na carne transitória nem nas emoções e ilusões sensoriais do mundo. E eu sabia que você retornaria, com a experiência adquirida de mais uma jornada de aprendizado carnal.
Pois bem, querida, a hora do reencontro chegou. E me autorizaram a vir biscá-la, dessa vez definitivamente. É hora de voltar para casa!
Você venceu a prova de mais uma vida; agora é hora de voar e curtir as estrelas novamente. Venha, vamos entrar por entre os planos extrafísicos, para 'o lado de lá', onde muitos amigos estão te esperando em festa.
Não se preocupe com os afetos que ficaram na Terra. A vida seguirá o seu curso naturalmente, como ela sempre faz, independentemente dos apegos emocionais dos homens. E eles terão o tempo deles, de acordo com a necessidade de aprendizado de cada um. Por ora, eles sentirão sua falta, mas a vida deles seguirá, como deve ser, dentro do contexto kármico em que estão inseridos.
Você já fez a sua parte. Agora, é com eles. Podem até chorar de saudade, mas tudo passa, minha cara, e compete a eles aprenderem a lição de que tudo na Terra é transitório. Com algum tempo, eles aprenderão, pode deixar.
Enquanto isso, 'do lado de cá da vida', vamos voar e entrar no vórtice logo, pois estão nos esperando para a festa de sua volta. É engraçado isso, não é mesmo?
Lá embaixo, no plano físico, os seus afetos carnais estão chorando sua partida; e,'aqui em cima',no extrafísico, os seus afetos espirituais estão fazendo festa.
É hora de todos verem o brilho das estrelas refletidos em seus olhos novamente, querida. E você está linda nesse corpo de luz maravilhoso, livre do corpo alquebrado, renovada, pronta para voos mais altos.
Venha, querida! É hora de voar...".
Completado o seu recado, o cara fez um aceno de despedida com a mão, riu e olhou para sua companheira (diga-se de passagem, uma mulher linda no meio da luz branca), que fez um gesto leve com a cabeça, também se despedindo. Logo a seguir, ambos foram sumindo no meio daquela luz clarinha.
Não posso garantir, pois não vi, mas acho que os dois saíram voando de mãos dadas pela varanda da sala, talvez indo ao encontro dos amigos na tal festa espiritual.
E, agora, eu é que vou voar...
Para a cama!
Se Deus quiser, daqui a pouco eu também estarei voando por aí, em espírito, aproveitando a hora de recreio espiritual que o sono carnal permite. Se alguém,"do lado de lá", me der o endereço extrafísico certo, quem sabe eu não dou uma chegadinha na tal festa astral do casal feliz?

Especial / Por Wagner Borges