sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo


   Que a luz do Pai e a Espiritualidade Divina e Celestial abençoe a todos e aos que os cercam. Que neste Natal o maior aniversariante seja lembrado, onde não devemos esquecer do principal motivo dos festejos de natal que é o nascimento de Jesus Cristo. Que possamos demonstrar um pouco da caridade que Ele nos ensinou. Nós da Casa Espírita Raio de Sol desejamos a todos os irmãos muita luz, paz e prosperidade neste ano que está por vir, que este novo ciclo seja de crescimento espiritual e moral, que sejam alcançados todos seus objetivos. Agradecemos a todos os irmãos em Cristo que com fé nos acompanharam em nossa caminhada, seja através de sua presença nas palestras, nos passes, em nossas campanhas ou mesmo através dos textos que publicamos neste blog.
Feliz Natal!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Caridade em ação


Especial/ Por Marcos Cunha

Ah, caridade! Sentimos o teu pulsar em nossos corações, mas de que nos adianta se te represamos?

Caridade é uma palavra doce aos nossos ouvidos, uma palavra que exprime um sentimento puro e que nos liga a um sentimento ainda maior: o amor.
Mas o que é a caridade? É dar o que nos sobra aos necessitados? É, uma vez por ano, separarmos algumas roupas para os que têm frio? É, uma vez por semana, dedicarmos algumas horas do nosso tempo em uma instituição de caridade, prestando um trabalho voluntário?
Sim, com certeza tudo isso é caridade. Mas ela não é só isso, é muito mais! É um sentimento que devemos perseguir 24 horas por dia. Um sentimento que se faz presente nos momentos que passamos juntos aos nossos familiares, nossos vizinhos, enfim, nossos semelhantes.
A caridade se faz presente nos pequenos gestos: no abraço fraterno e reconfortador; no sorriso meigo e encorajador; no ouvir uma lamentação; nas palavras de apoio; na oração pelo desajustado, pelo enfermo, por aquele que te calunia, por teu inimigo, por aquele que ainda não descobriu o doce sabor da caridade.

Auto amor X egoísmo
Mas antes de tudo isso, existe a caridade para conosco. Sim, a caridade para com nossa saúde, para com este corpo o qual somos apenas inquilinos, a fim de que possamos continuar em nossa jornada evolutiva. A caridade para com nossas faltas do passado, para que com elas aprendamos o significado do trabalho regenerativo.
É importante para o homem se auto avaliar, mas esta avaliação não pode se transformar em auto-punição. Aquele que não tem caridade para consigo próprio, dificilmente a terá para com os seus semelhantes.
Ah, caridade! Sentimos o teu pulsar em nossos corações, mas de que nos adianta se te represamos, se te escondemos de todos que nos cercam?
Trabalhemos então para que possamos perfurar as muralhas da represa do egoísmo, que aprisionam este sentimento derivado do amor, e deixemos jorrar abundantemente em direção dos nossos irmãos em Jesus. E quando nos sentirmos fraquejar perante as dificuldades da incompreensão e da ingratidão, lembremo-nos dos maiores exemplos de caridade de que dispomos.
Lembremos da caridade de Jesus, que veio das esferas crísticas até nós, seus irmãos menores, a fim de nos ensinar o verdadeiro sentido do amor e que foi alvo das maiores e mais cruéis demonstrações de incompreensão e ingratidão por nós mesmos executadas. Lembremos, também, da caridade de Deus, nosso Pai Eterno, que a todo instante coloca à nossa disposição os elementos necessários para nossa evolução, para nossa cura espiritual, para nossa ascensão a planos maiores.
Pai, ajuda-nos a cantar esta melodia suave que ecoa aprisionada em nossos corações, para que todos juntos possamos formar um único coral: o coral da caridade!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Acolhimento X abandono na Seara espírita


Centro espírita / Por Fernanda Leitão Bião

Não deixemos à margem aqueles que lutaram para adentrar às portas da comunidade espírita e que precisam construir ou reconstruir a sua fé

Dia a dia, convivo e percebo o crescimento do fenômeno da mercantilização das relações do ser humano consigo mesmo e com as demais pessoas, de tal maneira que os trejeitos, os condicionamentos instaurados no mercado de trabalho, na contemporaneidade, adentram não só o solo frio das empresas privadas, mas também das organizações públicas e das instituições sociais - a família, a escola, os ambientes religiosos, etc.
Não tenho a pretensão de esgotar todos os temas acima assinalados, uma vez que este texto tem a finalidade de expor minhas reflexões sobre aspectos da convivência no movimento espírita que mais têm me gerado preocupação, no bojo da mercantilização das relações humanas.
No que toca ao ideal cristão, a casa espírita se reveste da finalidade de proporcionar ambiente de convivência fraterna, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do potencial humano para o bem, para o amor e a solidariedade, características da formação humana tão importantes para a aquisição de virtudes, tais como o respeito ao próximo, a amizade autêntica, a afeição sincera, a empatia e a assistência real diante das necessidades.
A despeito desse nobre propósito de que estão imbuídas as fraternidades espíritas, noto a infiltração, no movimento espírita, da competição desenfreada, da pouca consideração fraterna e incondicional, da patrulha ideológica, da disputa evolutiva, de variadas condutas que desembocam no mesmo resultado: exclusão e opressão.

Mudanças constantes

O que chamo de competição desenfreada? A casa espírita, ao longo do tempo, como reflexo de seus integrantes, é uma caixa de ressonância das mudanças e transformações pelas quais passa a humanidade, absorvendo padrões de comportamento tanto benfazejos quanto deletérios.
Nessa segunda categoria, enquadra-se a concorrência velada entre parcela de confrades espíritas pelo título social do "mais virtuoso", do mais evoluído", do "mais produtivo" em esvaziar o umbral, a vaidade inconfessa de se exibir na condição de humilde obreiro a quem foi repassada as informações mais recentes ou bombásticas sobre os bastidores do plano espiritual, além da disputa entre os seus pares pela posição de trabalhador espírita mais operoso em zelar pela pureza doutrinária e pela deferência aos dirigentes espíritas de maior influência política no centro ou na federação a que se filiam.
Os fenômenos de grande expressão no ambiente espírita, somados ao grande volume de orientações espirituais e de outras formas de assistência extrafísica, conferem a algumas pessoas o poder de mando e de persuasão. Embora isso pudesse ser meio de agregar valores e aprendizados coletivos, muitos espíritas que não se enquadram no estereótipo de obreiros produtivos, alegres e dóceis são excluídos.
Em uma comunidade, todos estão sujeitos a variadas vicissitudes, visto que fazem parte de um mundo de provas e expiações. Em outras palavras, é importante conciliar o socorro aos irmãos no plano espiritual, com o amparo aos encarnados que igualmente necessitam de cuidadosa assistência e, muitas vezes, são deixados em segundo plano.
Quantos, entre nós, não são encarnados enfermos a pedir socorro e somos negligenciados pela vaidade humana, que se ufana em priorizar o atendimento a irmãos que se encontram no outro plano existencial da vida?

Oportunidades

Nas experiências cotidianas, embora atravessadas por inúmeras tarefas, que nos colocam como servidores de uma rotina humana na Terra, ainda assim somos convidados a refazer nosso modo de ser, inclusive a nossa postura em relação aos nossos companheiros e companheiras (encarnados e desencarnados) de lida espírita e de outros segmentos da vida em sociedade.
Não acredito que todos os esforços estejam condenados à perdição da pessoa em si mesma.
Acredito e tenho esperança na capacidade humana, porque sei que ainda somos aprendizes para o saber que nos contemplará como portadores de uma real humanidade.
A formação de nossas capacidades, por meio do afeto e do desenrolar dessa afetividade,muito contribuirá para que o medo e a desconfiança cedam lugar às relações transformadoras e educativas.
Que a formação de grupos afins sirva de ânimo para a continuidade do espírito cristão com que um dia fomos contagiados e que, como semente, pede luz, pede o alimento para ter força e romper a terra dura de nossos corações.
A casa espírita, respeitando a sua condição humana, tem grandes chances de não se tornar mais uma ruína arquitetônica da experiência religiosa em nossa caminhada evolutiva. Basta que os seus arquitetos, os seus responsáveis, os seus frequentadores instalem em seu seio os fragmentos do cuidado entre e com todos.
Não fiquemos só preocupados com o resgate de irmãos que já se encontram em condições de desencarnados.
Não deixemos à margem aqueles que lutaram para adentrar às portas da comunidade espírita e que precisam construir ou reconstruir a sua fé sólida, o seu afeto por si mesmos e pelos demais e que não encontram amparo em outras instituições humanas atuais.
Que o poder seja o poder de direcionar a vaidade e o orgulho para a construção do acolhimento e da compreensão de que todos precisamos, sob a premissa de que todos estamos a trilhar o caminho da evolução em condições árduas, próprias do mundo de provas e expiações que habitamos.

Acolhimento

Não existe mediunidade melhor ou pior: existe mediunidade com Cristo e sem o Cristo.
Não me recordo, na história do mestre, de nenhum comportamento excludente por esse ou aquele motivo. Todos que o procuravam tinham a mesma atenção e respeito, recebiam aquilo de que necessitavam e Jesus sabia ouvir e compreender cada pedido. Que possamos desenvolver a capacidade de ouvir sem julgamentos, de exercitar a suspensão de juízos e valores na condução e assistência de todos os homens e mulheres.
Ouvir é acolher! Ouvir é se colocar à disposição do outro sem subserviência nem dominação. Permita a si mesmo caminhar com os seus irmãos e crescer sempre. Não se esqueça de que a única verdadeira ameaça que pode surgir em seu percurso de vida é a ameaça que nasce dentro de você.
Aprenda a se conhecer, saindo da própria concha existencial, abrindo-se à coexistência fraterna com todos, encarnados e desencarnados, quer tenham afinidade com seus ideais e visão de mundo, quer comunguem de ideologia e valores diversos, com os quais, inclusive em razão da diversidade, podemos nos enriquecer como pessoa e nos desenvolver como espíritos imortais.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fenômeno parapsíquico: TELEPATIA


Por Luiz Roberto Mattos

Saiba o que é este fenômeno paranormal, que pode ocorrer entre encarnados ou com a participação de espíritos.

Como o Espiritismo e a Parapsicologia explicam?

A palavra telepatia, segundo o dicionário Houaiss, da editora Objetiva, significa "Comunicação direta e a distância entre duas mentes, ou conhecimento, por alguém, dos processos mentais de outrem, além dos limites da percepção ordinária."
Assim, já pela própria definição do dicionário moderno, vamos que a telepatia não envolve diretamente órgãos do corpo físico. Portanto, não é um sentido físico e não envolve nenhum dos cinco órgãos dos sentidos conhecidos.
Esta palavra vem dos termos gregos "tele" (distância) e "patheia" (sentir ou sentimento).
Por isso, todas as palavras iniciadas por "tele", como telégrafo, telegrama, telenovela, telespectador,telecinesia, telecomunicação, telefone, teleconferência, etc. indicam transmissão a distância.
Nem sempre a distância de uma transmissão é grande, podendo se dar no mesmo prédio, por exemplo, através de telefone celular, aparelho de rádio portátil, ou por telepatia, sem uso de aparelhos. No entanto, também pode haver qualquer tipo de transmissão de longa distância, como aquela enviada pelos astronautas da Apolo 11, em julho de 1969, da Lua. Há quem sustente que a NASA fez tentativa de transmissão telepática entre um dos astronautas da Apolo11 e um telepata treinado que estava na Terra...
É bom lembrar que o tempo de Allan Kardec, que publicou O Livro dos Espíritos em 1857, a palavra telepatia ainda não existia.
Nesta obra fala-se em transmissão oculta do pensamento, o que não envolve os órgãos do corpo físico. Isso é o mesmo que telepatia! Transmitir pensamentos, palavras, ideias, imagens, etc., é telepatia.
Ressalte-se que, segundo a classificação kardequiana, quando a transmissão é puramente de imagens é chamada de clarividência. Porém, na telepatia, muitas vezes, os pensamentos estão recheados de imagens, o que não a descaracteriza.
A parapsicologia popularizou a expressão telepatia.
Hoje, a telepatia é reconhecida por muitos cientistas, e muitas experiências foram feitas antes de haver tal reconhecimento.
A antiga União Soviética (URSS), na década de 1970, já realizava, inúmeras experiências com a telepatia, além de outras faculdades paranormais, conforme se pode ler na obra Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro, livro que li quando tinha 17 anos.
Quando estava lendo essa obra, e ainda não era espírita, nem conhecia Allan Kardec, fiz uma experiência telepática que parece ter sido bem-sucedida, se não foi uma enorme coincidência.
Estudava, na época, no Colégio Militar de Salvador. Haveria uma prova de matemática, e eu não havia estudado nada, pois estava lendo o livro sobre as experiências psíquicas soviéticas, o que naquele momento era mais atraente para mim, que estava despertando para esses temas de paranormalidade.
Então, resolvi tentar fazer uma experiência. Concentrei-me firmemente no professor de matemática, e mandava uma mensagem clara, e repetitiva, que era para ela não aplicar a prova no dia seguinte. Para minha surpresa, ele de fato não aplicou a prova, o que não era de se esperar. Ele não ficou doente, nem sofreu qualquer acidente! Eu não havia pensado em doença, nem em acidente! Apenas dizia para ele não aplicar a prova, e nada mais.
Ele não disse o motivo de não aplicar a prova e a razão de adiar a sua aplicação. Assim, nunca soube com certeza se foi a minha influência mental mesmo ou apenas uma grande coincidência.
Espero que os jovens que estão lendo este texto não tentem uma experiência semelhante! Fazer mau uso da telepatia, como de qualquer outra faculdade paranormal ou mediunidade, pode causar danos a pessoas, e isso gera responsabilidade kármica, e se causar prejuízo aos outros vai acabar respondendo perante o tribunal da própria consciência, além de responder perante a Lei de Causa e Efeito.
Se acreditamos em sobrevivência da alma, do espírito, após a morte do corpo de carne, temos que reconhecer que o espírito se comunica, tanto com outros espíritos desencarnados quanto com encarnados, como nós. Os espíritos se comunicam entre si telepaticamente, ou seja, eles transmitem o pensamento, seja para outros espíritos, seja para os encarnados.
As pessoas mais sensíveis - as sensitivas - captam e podem retransmitir os pensamentos dos espíritos desencarnados ao fazerem palestras ou escrevendo livros e textos, como acontece comigo.

Telepatia com espíritos

Conforme a classificação proposta em O Livro dos Médiuns, quando falo em palestras, retransmitindo as ideias de outras mentes, desencarnadas, estou agindo como médium de inspiração, e quando escrevo ajo como médium de psicografia intuitiva, o que difere do médium de psicografia mecânica.
No fundo, os fenômenos se diferem unicamente porque enquanto em um médium fala, no outro ele escreve. No entanto, em ambos os fenômenos que descrevi o médium está captando o pensamento dos espíritos, e isso é telepatia, entre desencarnado, que transmite, e encarnado, que recebe a transmissão telepática.
Na maioria dos casos de obsessão, o meio empregado por um espírito desencarnado para influenciar um encarnado é o telepático.
Nessas obsessões, o espírito transmite de forma insistente seus pensamentos, suas ideias, além de imagens, com vistas a prejudicar o encarnado, como, por exemplo, tentar levar um encarnado a cometer suicídio.
A hipnose feita por desencarnados nos processos de obsessão se realiza por meio da telepatia, da transmissão do pensamento repetitivo, que é a base da hipnose.
A telepatia, em verdade, é a base de toda influência espiritual nociva, gênero da qual a obsessão é espécie.

Entre encarnados

Mais propriamente falando, e levando em conta o conceito mais terreno e científico, a telepatia se dá entre duas pessoas encarnadas.
Nesse caso, uma pessoa transmite a ideia, o pensamento ou a imagem, e a outra capta, recebe.
Quem transmite é chamado de transmissor ou emissor, e quem recebe é chamado de receptor.
Todo mundo transmite pensamentos. Basta pensar em alguém firmemente, de forma concentrada, para enviar-lhe o pensamento, a ideia, a imagem. Todavia, captar é outra história.
Nem todos têm a capacidade de captação telepática. Falo de captação telepática de forma constante, sistemática, não meramente eventual e sem controle algum do fenômeno.
É muito comum pessoas afins, amigas, em sintonia, falarem frases ao mesmo tempo, como no filme nacional Se Eu Fosse Você. Isso acontece porque nós pensamos antes de falar. Com isso, enquanto pensamos, e antes de falarmos, antes de verbalizarmos o pensamento, a outra pessoa capta nosso pensamento e, então, ela fala ao mesmo. Isso é pura telepatia. E isso é comum.
Já existiram telepatas treinados em laboratórios ao redor do mundo. Os Estados Unidos e a União Soviética já tiveram grupos especiais de paranormais durante o tempo da chamada Guerra Fria.
Há muitas experiências telepáticas eventuais entre pessoas comuns. Já tive inúmeras experiências desse tipo.
Uma vez, por exemplo, estava em meu trabalho, na Justiça do Trabalho, fazendo audiências, e no intervalo entre duas delas lembrei-me de minha esposa. Pensei em convidá-la para irmos ao cinema, de noite. Mas não liguei de imediato, pois ainda tinha audiências para fazer.
Quando ia retornando para a sala de audiências, o telefone tocou. Era ela me convidando para irmos ao cinema de noite.
Foi uma questão de dois ou três minutos entre eu pensar nisso e ela me ligar com a mesma ideia.
Disse-lhe, então, que estávamos afinados, em harmonia e sintonia, como antigamente, e um estava captando o pensamento do outro. Isso acontece quando um casal está muito harmonizado, integrado e em sintonia!
Quantas vazes pensamos firmemente em alguém, pensamos em ligar e não ligamos, e a outra pessoa logo em seguida nos liga? O que dizemos em tais situações? "Puxa, que coincidência, estava pensando em você agora mesmo!"
Isso é transmissão de pensamento! Um transmite e o outro capta! É mais comum do que imaginamos, porém nem sempre nos damos conta disso!
Na verdade, a humanidade está desenvolvendo lentamente, e de forma sutil, a capacidade de captação do pensamento!

Utilização no futuro

No futuro distante, todos os humanos encarnados terão a capacidade telepática bem desenvolvida! Como espíritos já possuímos essa faculdade! Falta desenvolver mais o cérebro para que tenhamos um receptor melhor.
Quando saímos do corpo, durante o sono, ou através de relaxamento físico, na chamada projeção astral, podemos nos comunicar telepaticamente com os espíritos desencarnados, bem como com encarnados igualmente fora do corpo, projetados.
Muitas vezes estou meio sonolento, já me desligando do corpo, mas não totalmente ainda, e ouço em mina mente a voz de um espírito falando comigo. Isso é telepatia.
Já ouvi, também, estando meio sonolento, a voz de minha mãe, dentro de minha mente, como se tivesse um telefone interno, e ela estava em outro estado muito distante. Telepatia. Mas meramente eventual.
A telepatia é um dom natural, e é maravilhosa!
Quem a desenvolve deve ter em mente a responsabilidade na sua utilização, como acontece em relação a qualquer outro dom, anímico ou mediúnico!
A má utilização desse dom pode trazer consequências trágicas! O bom uso, por outro lado, pode ser uma grande ferramenta de auxílio, de caridade, de socorro aos que sofrem! Telepatia com responsabilidade.

As pesquisas de Camile Flammarion

O astrônomo Camille Flammarion fez um sério estudo dos fenômenos de telepatia (ou telestesia como preferia denominar), isto é, "ser advertido, por uma sensação qualquer, de uma coisa que se passa ao longe".
Durante décadas reuniu e classificou mais de 4 mil narrações sobre os fenômenos considerados sobrenaturais. A obra O Desconhecido e os Problemas Psíquicos (1917) é um repositório de inúmeros fatos surpreendentes, analisados cientificamente pelo autor com o objetivo de demonstrar a existência da alma como elemento real e independente do corpo físico, e que sobrevive à destruição deste último.
São expostos, conforme as palavras do autor, na conclusão da obra, "442 fenômenos de ordem psíquica que indicam a existência de forças ainda desconhecidas agindo entre os seres pensantes e pondo-os em comunicação latente uns com os outros".
Flammarion narra e comenta casos de diversas categorias de fenômenos psíquicos, entre eles: as manifestações telepáticas de moribundos, aparições, comunicações psíquicas, sugestão mental, vista a distância, sonhos e predições do futuro. Por fim, convida-nos ao estudo e ao trabalho na busca do conhecimento desse mundo invisível e das forças ainda desconhecidas que nele operam.

As propriedades Psi

As propriedades psi (início da palavra grega psyché = alma) - como também é conhecida a PES (percepção extra-sensorial) - é a capacidade de captar, interpretar, adquirir informações sem usar nenhum dos sentidos conhecidos.
Foi J.B.Rhine quem iniciou as pesquisas mais bem feitas em Parapsicologia. Chegou a efetuar mais de 3 milhões de experiências entre 1934 e 1940, onde constatou que as pessoas podiam se comunicar à distância, sem qualquer aparelho de comunicação. Deu o nome de propriedade psi.
Antes, o físico inglês William Crookes (1832 - 1919) deu a definição a esta força de energia psíquica, mas, foi René Sudre em anos seguintes quem classificou estes fenômenos em mentais (psi-gamma) e físicos (psi-Kappa).
Fenômenos inconcientes
(pela Parapsicologia)
Subjetivos - Psi-gamma (ações mente-a-mente)
Precognição: conhecimento antecipado de eventos futuros;
Simulcognição: conhecimento de eventos do presente, tais como a radiestesia, telemetria, telepatia ou xenoglossia, por exemplo;
Retrocognição: conhecimento de eventos do passado;
Psicografia: ações com os músculos; escrita automática;
Objetivos - Psi - Kappa (ações mente-a-matéria)
Afeta objetos à distância ou não, tais como a telecinesia, ectoplasmia, raps, poltergeist, levitação.

O que é Parapsicologia?

Em uma de suas definições, parapsicologia é o estudo de certos fenômenos psíquicos de natureza especial. Estes chegaram a ser chamados de "ocultos" por aqueles que não tinham conhecimento ou domínio sobre eles. Julgavam até que fossem manifestações diabólicas na Idade Média. A Parapsicologia (do grego, para: ao lado, fora; psyche: alma; logos: tratado), que foi considerada como um ramo da psicologia, trata do comportamento que não pode ser explicado ou descrito em termos dos princípios físicos conhecidos e do que transcende além da psicologia.
Foi reconehcida como Ciência em 1969, pela American Association for the Advancement of Science, sociedade internacional fundada em 1957, sediada em Nova York. Assim, criou-se a Parapsychological Association; isto valia aceitar a parapsicologia como sendo uma subdivisão da Ciência.
Contudo, dez anos mais tarde, em 1979, a mesma sociedade que a reconheceu a descredenciou. Entende-se que este descrédito se deveu aos tropeços dos resultados das pesquisas, a esta "ciência" ser sempre perseguida e de julgarem alguns de seus pesquisadores mal intencionados.
A Parapsicologia procura desvendar a poderosa e maravilhosa máquina que é o nosso cérebro. Um grande desafio acadêmico que não obtém consenso tem sido parametrizar e defender os fundamentos científicos da parapsicologia. Isto porque os fenômenos, por terem um caráter extraordinário, têm dificuldade em se repetirem, o que os torna vulneráveis para a avaliação dentro de parâmetros científicos aceitáveis.
Assim, a Parapsicologia conseguiu durante um tempo se sustentar, mas novos tempos chegaram, técnicas de abservação se aperfeiçoaram, como é próprio da evolução, e a nova ciência não conseguiu se manter. Caiu em descrédito! Apesar do desenvolvimento tecnológico não conseguiu que lhe fosse dada o devido crédito ou de como provar os seus experimentos.
Cabe ressaltar que Parapsicologia não tem nada a ver com religião ou terapias alternativas, seus fenômenos não têm hora para acontecer. Como padrão, são espontâneos, involuntários, inconsistentes.
Na Parapsicologia, entende-se por paranormal, portanto, uma pessoa que tem manifestações extraordinárias provocadas pela mente. Não são forças extraterrenas ou desconhecidas que dão causa a estes fenômenos, mas geradas pelo espírito humano, despertados pelos impulsos de um ou mais sentidos.
A principal diferença a se compreender está entre separar a capacidade que temos em relação aos nossos sentidos desenvolvidos e a de provocar fenômenos. Assim sendo, uma atitude mental que vem a ser uma sensibilidade muito desenvolvida a qualquer estímulo, se dá o nome de hiperestesia. Há dois tipos de hiperestesia: a pura, que ocorre com as plantas ou animais e a paranormal, que é de uma pessoa com a capacidade e sensibilidade muito aguçada.

A transmissão do pensamento na literatura espírita

Na literatura espírita existem várias citações sobre o fenômeno da telepatia, onde passamos a relatar algumas delas:
Em O Livro dos Espíritos:
Na questão 420, temos: "Os espíritos podem comunicar-se, estando completamente despertos os corpos. O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília (acordado), se bem que mais dificilmente."

Em Nos Domínios da Mediunidade:

Ditado pelo espírito André Luiz, podemos encontrar: "O pensamento exterioriza-se e projeta-se, formando imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que se propõe atingir.
Quando benigno e edificante, ajusta-se às Leis que nos regem, criando harmonia e felicidade, todavia, quando desequilibrado e deprimente, estabelece aflição e ruína.
A química mental vive na base de todas as transformações, porque realmente evoluímos em profunda comunhão telepática com todos aqueles encarnados ou desencarnados que se afinam conosco."

No livro Missionários da Luz

Também ditado por André Luiz, em 1943, encontramos:
"O intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de ideias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que lhe assemelham.
Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização."

No livro O Consolador

Página 33 ditado pelo espírito Emmanuel, em 1940, temos o seguinte: "Sendo o teledinamismo a ação de forças que atuam, à distância, cumpre-nos esclarecer que, no fenômeno das comunicações, muitas vezes entram em jogo as ações teledinâmicas, imprescindíveis a certas expressões do mediunismo."
Também temos: "Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidos.
Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam o seu objetivo, por se enquadrarem na essência da Lei única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações;
Os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, em identidade de circunstâncias, quando a criatura se fez credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações. Os corações que oram e vigiam, realmente, de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea.
Sobre todos os feitos dessa natureza, todavia, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdia e sabedoria."
Faz parte do capítulo das Evocações (cap.25 de O Livro dos Médiuns) e da Emancipação da Alma.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Colônias espirituais


Especial/ Por Dalton Campos Roque

Muitos de nós levamos uma vida dupla!
Uma na dimensão terrestre e densa e outra
no mundo espiritual, durante o sono

Os encarnados, assim como os desencarnados, têm acesso a locais chamados de colônias extrafísicas. Existem inúmeras delas. São como cidades no mundo espiritual.
Poucos projetores conscientes podem sair do corpo assessorados por seus amparadores e visitar estas colônias.
Nosso planeta possui uma crosta, que é onde nós vivemos fisicamente. Este plano físico se assemelha aos planos extrafísicos densos, mas, na verdade, aqui é somente um pálido reflexo do mundo espiritual.
Encontramos colônias aqui na crosta também, mas são colônias atrasadas, espiritualmente falando. É difícil chegamos em colônias muito evoluídas numa projeção. É necessário que o projetor esteja com energias bem sutis e em alto nível de ordem e maturidade emocional. É uma questão de ressonância, sintonia. O semelhante atrai o semelhante.
No mundo espiritual, as consciências que lá habitam também se agregam por afinidade. Por exemplo: aquelas que amam a arte, podem formar uma colônia específica; as que estudam a espiritualidade outra, os que sejam servir a humanidade outra, e assim sucessivamente.
Por outro lado, existem espíritos muito desequilibrados que se reúnem, no mundo espiritual, formando colônias, onde buscam satisfazer seus vícios.
Todos nós já estivemos em diversas colônias em nosso passado remoto e como o homem vem evoluindo lentamente, se formos avaliar nosso passado, provavelmente estivemos presentes muito mais neste tipo de colônia espiritual do que naquelas habitadas por espíritos mais equilibrados.

Planejando o reencarne

Nas colônias comuns, "positivas", assim que chegamos, somos tratados para uma melhor readaptação. Somos instruídos, orientados e até treinados para uma próxima reencarnação. Assim, pode ser feito até um planejamento minucioso. Este planejamento pode levar um tempo maior ou menor, dependendo do nosso grau de lucidez e capacidade de trabalho.
Existem planejamentos que são feitos em grupos, para que os espíritos se reencontrem, após renascerem, e, assim, realizarem um trabalho juntos. Nestes casos, são pessoas que têm um objetivo comum, que se amam e que desejam colher frutos mais tarde. Em outros casos, de família, por exemplo, podemos vir para um resgate de um erro grave ou simples, cometido em outra existência física ou mesmo ajudar alguém. As possibilidades são literalmente infinitas.
Tudo o que encontramos de bom ou ruim aqui na dimensão física, nós encontraremos mais exacerbado nas colônias. Exacerbado para melhor ou pior, conforme a colônia.
Não devemos confundir ambientes extrafísicos com colônias.Quando o projetor se desprende do corpo físico e está no perímetro de seu quarto de dormir, por exemplo, está num ambiente extrafísico, porém, não está numa colônia.
Qualquer escrito ou livro poderá apenas informar as pessoas estes fatos. Elas somente os aceitarão como verdade ao recordarem qualquer momento extrafísico de sua existência ou se tiverem uma projeção consciente. Mas o que é projeção da consciência?
Ao dormirmos, nosso perispírito (psicossoma) se desprende do corpo físico e pode alcançar voo alcançando outros ambientes físicos, extrafísicos e até as colônias espirituais.
Existem diversas qualidades de projeção ou viagem astral e o maior problema é rememoração ou lembrança dos eventos e fatos vivenciados nestas projeções.
Desta forma, podemos interpretar que muitos de nós (nem todos) levamos uma vida dupla! Uma na dimensão terrestre e densa e outra na dimensão sutil e espiritual. Sonho e projeção são distintos. A única coisa em que são semelhantes é que acontecem nos momentos de sono ou cochilo.
Tudo isto é complexo e é assunto que merece ser aprofundado.

Dalton Campos Roque é autor
dos livros O Karma e suas Leis,
Estudos Espiritualistas, entre outros.
                                                 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Chegadas e partidas


Especial/ Por Evaldo Ribeiro

Entre indas e vindas, reconhecemos que para concretizarmos as grandes transformações que tanto desejamos devemos começar partindo do mais íntimo de nós, confiando no prosseguir evolutivo da vida

Quando nascemos, logo somos acolhidos, amparados, bem cuidados, amados e aceitos do jeito que a vida nos concebeu. Mas, já chegamos nessa nova realidade esquecidos das nossas raízes antepassadas, de onde viemos atravessando em evolução. É como se estivéssemos voltando de uma longa viagem e desembarcando no aeroporto da vida, para um recomeço entre pessoas muito queridas de outros tempos. E nesse emocionante reencontro, logo sentimos uma energia muito positiva vibrando no calor do abraço dessas pessoas que nos acolhem, comemorando afetivamente a nossa chegada.
Todos ao nosso redor demonstram boa vontade, disposição em nos ouvir e, principalmente, interesse em nos oferecer uma condição favorável para que possamos ter uma vida feliz. Nada é mais seguro para nós que o olhar iluminado daquela mulher que aceitou usar o seu corpo como veículo celeste para transportar o nosso espírito de outras moradas até o plano terrestre e, mesmo com a sua aparência modificada pelo processo da gestação, ao nos dar a luz ela se sente premiada, preenchida e realizada com o resultado que a chegada de um filho representa.... a sua própria continuação.

Carinho e amparo

Ela se comove quando tem a oportunidade de nos tocar e sentir a energia da nossa presença pela primeira vez em seus braços.
Quando sentimos algum desconforto, basta chorar e ela logo entende o que estamos dizendo e o devido cuidado imediatamente é tomado, porque o bem-estar de um bebê torna-se a prioridade de uma família unida pelo amor.
Quando começamos a nos comunicar, cada gesto nosso é comemorado, aplaudido e reconhecido como algo muito esperado pela nossa torcida familiar.
Entendendo como as relações humanas funcionam, tomamos confiança e estabelecemos um vínculo afetivo com aqueles que estão mais presentes em nossa vida diariamente.
As primeiras palavras que pronunciamos não são bem claras. Mas, todos querem participar desse momento único conosco. Mesmo quando nós falamos de forma errada, todos entendem, se divertem e aceita isso sem nos repreender pela nossa falha. Isso nos encoraja e nos faz acreditar que somos seres muito especiais.
Ainda cedo, descobrimos que aqueles adultos fortes que demonstram tanta superioridade diante da nossa fragilidade, na verdade, não são tudo aquilo que eles aparentam, pois, começamos a assimilar que essas pessoas podem ser manipuladas psicologicamente por nós e, assim, criamos os jogos emocionais, onde passamos a exercer poder sobre essas pessoas e, do alto de sua suposta maturidade, os adultos começam a reconhecer em nós o seu próprio passado em nosso comportamento imaturo.

Criando "asas"

Atravessamos a fase da dependência e começamos a caminhar com as nossas próprias pernas... E, justamente quando nós descobrimos que somos livres, as pessoas que a nossa inocência enxergava como protetoras agora começam a se revelar e a impor regras para nós. Ah, como isso dói profundamente em nosso ser!
A técnica das chantagens emocionais que nós usávamos para chamar a atenção já não funciona mais. E quando insistimos em obter aquilo que desejamos, através daquele velho apelo de vítima, as coisas sempre terminam em palmadas. Não entendemos mais como devemos interagir com os adultos, porque antes que eles nos diziam sim, para tudo. Mas, agora nos dizem não, para qualquer coisa que desejamos. E em nossa cabeça fica uma pergunta dramática repetida: Por que eles não me amam mais como antes?
Sem uma resposta concreta, o nosso castelo de ilusões desmorona e, assim, temos que encarar a nova realidade e crescer com os desafios.
A vida começa a perder a graça quando, ainda pequenos, recebemos a notícia de que alguém muito querido partiu dessa para a outra morada - sem pelo menos nos dizer quando vai voltar.
Evitando nos traumatizar, as pessoas nos dizem que o familiar falecido, na verdade, foi morar com o "Papai do Céu", porém, essa explicação não convence muito, pois, afinal, fomos ensinados que as pessoas que se amam de verdade, para onde vão, sempre levam consigo quem elas mais amam.
Tomados pela dor da perda e o sentimento de abandono que é deixado pelo silêncio da morte, não compreendemos como é que uma pessoa amada se muda para um lugar tão longe como é o céu sem, pelo menos, se despedir de nós antes de partir.

Questionamentos

As dúvidas enchem a nossa cabeça de indagações, nos assombrando e, assim, passamos a procurar respostas para tudo que nos perturba. Porém, alguns adultos continuam mentindo e nos levando cada vez mais para dentro de um mundo ilusório e fantasioso.
Decepcionados com os outros, nos fechamos e só queremos saber quem somos nós e de onde viemos; porque nascer, envelhecer, e morrer, se despedindo de quem nós tanto amamos, de uma forma tão dolorida? E, para onde nós vamos embarcar, quando a morte chegar para nos levar? Será que vamos nos reencontrar com aquelas pessoas queridas que nos deixaram e nunca mandaram notícia? Será que elas vão nos reconhecer e correr ao nosso encontro quando chegarmos ao outro lado da vida, para, de uma vez por todas, calar essa voz da saudade que grita dentro de nós?
Sem conexão com a outra realidade da vida, somos obrigados a conviver com a incerteza, até chegar o nosso momento de regressar para a morada invisível.
Entramos na fase da adolescência e a nossa cabeça começa a criar solução para tudo, e é nesse momento que a nossa personalidade é formada e no qual achamos que o mundo só ficará interessante se embarcar em nossas ideias revolucionárias.

Rebeldia

Queremos transformar o jeito de pensar dos nossos pais, porque achamos que experiência dos mais velhos está sempre ultra-passada e que só uma coisa está certa nessa sociedade: a nossa vontade.
Queremos ensinar os nossos professores a verem aquilo que eles tentam nos ensinar por uma visão mais atualizada. Porque nos imaginamos sendo espíritos avançados e enviados pela Inteligência Superior para provocar a transformação nesse mundo de "atrasados e adormecidos de consciência".
Conquistamos a juventude e nessa fase queremos viver tudo agora e sem responsabilidade com o amanhã. Dominados pelos hormônios, agimos sem pensar nas consequências das nossas ações... Somos advertidos e, às vezes, até punidos rigorosamente.
Sentindo o efeito das nossas atitudes na própria pele, logo entendemos que as coisas não funcionam apenas do nosso jeito e que a nossa razão se perde quando desrespeitamos o direito de igualdade dos outros.

Reflexão e recomeço

Atingimos a maturidade biológica e novamente somos convidados a nos enquadrar nas regras da sociedade.
Finalmente, chega a velhice, cansada de tanto bater contra o muro e marcada pelas cicatrizes dos seus próprios passos errados.
Porém, agora carregada de experiência, plena de maturidade e conselheira dos jovens. Já não temos mais vontade de aventura e condenamos a pressa daqueles que, assim como nós, nos tempos de rédeas curtas, avançam nos prazeres da vida antes da hora. Mesmo sem enxergar direito, agora achamos que tudo é imoral e que o tempo perfeito se foi quando a nossa aparência ainda era jovial. Passamos a desaprovar o comportamento da juventude atual, onde vemos qualquer gesto de carinho como pouca vergonha, falta de respeito e decadência dos bons modos.
Quando regressamos para a outra morada, levamos conosco a certeza de que não resta outra saída na vida, a não ser crescer.
Reconhecemos, então, que para concretizarmos as grandes transformações que tanto desejamos, devemos começar partindo do mais íntimo de nós, confiando no prosseguir evolutivo da vida, que só promove esse crescimento quando entendemos que, fazendo a parte que nos cabe, tudo se ajusta para nos fazer chegar ao mais alto nível de consciência, onde o clarão da sabedoria abre a nossa visão para nos proporcionar a revelação daquilo que mais buscamos... a luz de nossa essência.

domingo, 21 de outubro de 2012

Telegrafia do pensamento


A comunicação entre as pessoas transcende os limites do mundo físico. Ela ocorre, muitas vezes, primeiramente no plano astral, ou seja, é uma realidade espiritual antes mesmo de ser concretizada no plano material.
Ao pensar em alguém, por exemplo, evocamos na memória não apenas a imagem que temos dessa pessoa, mas também vem à tona nossa memória emocional em relação a ela. Se tivermos uma terrível discussão com alguém, e tempos depois ainda sentirmos uma certa mágoa ou raiva, ao lembrarmos dessa pessoa a raiva virá novamente à "superfície" do nosso campo emocional, repercutindo em nossa aura e em nosso corpo físico.
Mas, o processo não para por aí. Nossa emoção também atinge a pessoa pela qual sentimos raiva. Este processo ainda não está muito claro para nós. Muitos já tentaram explicar como isso ocorre, inclusive Kardec, mas ainda não temos certeza de como o fenômeno realmente acontece. O que é fato é que uma forte emoção (que é ação, movimento) aliada ao pensamento (que direciona) tem a capacidade de imprimir seu próprio padrão no alvo ao qual foi direcionada. A pessoa, então, poderá ter algumas sensações desagradáveis ou, simplesmente, se lembrar "do nada" da discussão que teve conosco. Isso ocorre espontaneamente, na maioria das vezes sem que percebamos.
Mas a comunicação entre as pessoas, pelo pensamento, também pode ocorrer de forma consciente, provocada, sem que precise entrar algum tipo de forte emoção: basta o pensamento, a vontade, a concentração e uma sensibilidade mais apurada. Isso já foi amplamente testado em pesquisas científicas. Procure ler obras a respeito para ampliar seu conhecimento do assunto e chegar às suas próprias conclusões. Procure ler obras a respeito para ampliar seu conhecimento do assunto e chegar às suas próprias conclusões. Procure testar com alguém!
Kardec também procurou explicar como tudo isso ocorre. Vale a pena ler o livro Obras Póstumas para entender melhor. Finalizo reproduzindo, a seguir, um trecho:
"Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre aqueles como o som atua sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, com verdade, que há ondas nos fluidos e radiações de pensamento, que se cruzam sem se confundirem, como há, no ar, ondas e radiações sonoras.
Ainda mais; criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, ou então, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar tomando aí um corpo e, de certo modo, fotografando-se. Se um homem, por exemplo, tiver a ideia de matar alguém, embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluídico é acionado por essa ideia e a reproduz com todos os matizes. Ele executa fluidicamente o gesto, o ato que o indivíduo premeditou.
Seu pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como um quadro, tal qual lhe está na mente.
É, assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais. Estes vêem as impressões interiores que se refletem nos traços fisionômicos: a cólera, a alegria, a tristeza; a alma, porém, vê nos traços da alma os pensamentos que não se exteriorizam."

                                                          Victor Rebelo, editor-chefe

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Estudo e caridade na prática mediúnica


Especial/ Por Pedro Valiati

Entenda o que se espera dos médiuns, os níveis de consciência durante o transe mediúnico e a postura moral durante um trabalho de desobsessão

Nos grupos mediúnicos equilibrados, conscientes da tarefa de intercâmbio com os espíritos, tendo como móvel a prática da caridade e o autoburilamento,a ação do médium de psicofonia constitui valorosa ferramenta de atendimento ao irmão necessitado ou veículo de alcance do mentor espiritual. As alterações da expressão e voz, sob os impactos da ação fluídica, os termos e "gírias", sotaques e linguajar alterados, manifestos pela influência do espírito no médium, conduzem às estratégias de diálogo, guiado sob a inspiração do Plano Maior, segundo maiores ou menores possibilidades do "doutrinador" e amparado pela "carga vibratória" da equipe de apoio (sustentação).
É através de orações, embaladas pelo sentimento de amor (eis porque o móvel da caridade é tão importante), que a espiritualidade busca considerável parcela de recursos a ser utilizada nas reuniões de caráter fraterno e desobsessivo, produzindo variados e determinantes efeitos para o sucesso da tarefa, como o emprego de tais fluidos nas cirurgias de cunho perispiritual.
Entretanto, referindo-me aos médiuns de psicofonia, o termo passividade, comumente utilizado para conceituar o momento em que o desencarnado toma as vias mediúnicas do médium, não determina em absoluto atitude passiva, entrega total do médium. Pelo contrário; como recordaremos abaixo, em quaisquer das classificações de psicofonia (consciente, semiconsciente e intuitiva) existe, em maior ou menor grau, a possibilidade do médium de influenciar o espírito comunicante, auxiliando, no sucesso do diálogo.

Níveis de Consciência
Recordando a literatura espírita, temos, nos trâmites mediúnicos, três "níveis" de consciência nas faculdades mediúnicas da psicofonia e psicografia. São estes:

Inconsciente
Mesmo tendo total exteriorização do médium, este não permanece inoperante no fenômeno. Havendo completa confiança no espírito comunicante, o perispírito do médium poderá afastar-se em estudo, visitação espiritual, outras tarefas ou ficar aproveitando os ensinamentos, conforme os relatos de experiências fornecidos por alguns médiuns.
Em outros casos, o médium pode permanecer junto ao espírito  que  se  comunica, auxiliando-o.
No livro Nos Domínios da Mediunidade, cap.8, André Luiz relata a experiência com a médium Celina, onde, apesar da faculdade mediúnica da psicofonia inconsciente, agia sobre o espírito a influenciar-lhe na comunicação. Portanto, o termo "passividade", muito utilizado para definir o estado de consciência "passivo" do médium durante a comunicação, ganha termos limitados, visto que, mesmo os médiuns inconscientes são capazes de manter determinada ação diante do irmão em comunicação.

Semiconsciente
Na mediunidade semiconsciente, a exteriorização do perispírito do médium é parcial. Durante este processo mediúnico, existe a ligação entre a mente do médium e a do espírito. Neste caso, as frases são do médium, mas as ideias do espírito.
Enquanto a mensagem está sendo recebida, o médium sabe o que está falando, sente a intenção do comunicante, podendo controlar a intervir, se necessário, mas, ao terminar a manifestação, só recordará vagamente de parte da mensagem.

Intuitiva
Na verdade, o termo correto seria inspiração e não intuição. O espírito comunicante se aproxima do médium e transmite, inspira a ideia que deseja.
Costuma-se dizer que esta é a mediunidade dos palestrantes, escritores e doutores, daqueles que manifestam a "inspiração momentânea". Se concorda em falar, transmite as ideias conforme as entende e usando seu próprio estilo, vocabulário e construção de frases. Frases e estilo do médium, ideia do espírito. O médium sente a influência e capta o pensamento do espírito comunicante na origem, antes de falar, e pode transmiti-lo ou não.

Durante a prática
De posse desses conceitos, podemos entender mais amplamente a melhor forma de agir em determinados atendimentos:

Espíritos em desespero
É bastante comum vermos cenas de desespero no contato mediúnico, onde espíritos foram vítimas de morte violenta ou resultantes de grande agonia e, portanto, ainda se vêem na cena de martírio, dando vazão a comunicações de completo descontrole, impossibilitando um diálogo equilibrado.
Compreendemos que o médium não necessita "entregar-se" tanto. O medianeiro consciente, de faculdade educada, pode perfeitamente passar a comunicação sem "sentir" dores e "encharcar-se" do desespero. Se o móvel é a caridade, então devemos adotar posturas de auxiliadores e, nestes casos, o melhor auxílio é não cair em desequilíbrio. Naturalmente, tal atitude é baseada no treino do médium e nos incentivos do dirigente da equipe, responsável por conscientizar o grupo para as melhores práticas, alertando e fomentando a educação mediúnica.
Uma equipe encarnada, consciente das suas possibilidades e em constante aperfeiçoamento técnico e moral, promoverá auxílios mais complexos, não apenas baseado nas capacidades morais, aprimoradas com o tempo, mas igualmente através do "afinamento" do aparelho e práticas mediúnicas.

Cirurgias perispirituais
Os casos de cirurgias espirituais são bastante comuns em grupos mediúnicos denominados de "pronto atendimento". Nestes casos, o médium auxilia demonstrando através da comunicação, incentivando o espírito a falar sobre suas dores e estado. Os gestos também podem denotar as dificuldades perispirituais do comunicante.
Naturalmente, sem exageros, por vezes, alguns irmãos possuem tamanha deformidade que seria bastante dolorido ao médium expressá-las pelo gestual. Existem ainda os que se comprazem na dor do médium, levando-o a contorções desnecessárias. O médium, ciente de suas possibilidades e objetivo da tarefa, entende perfeitamente os exageros e a função medianímica dr passar a comunicação de forma a favorecer o espírito necessitado, naturalmente, sem comprometer o respectivo veículo carnal.
O doutrinador também pode auxiliar nestes casos, solicitando ao espírito maior consideração com o corpo do médium. Tal alerta será, ou deveria ser, igualmente, ouvido pelo médium, om qual tentará, à revelia do desejo do espírito comunicante, acertar o aparelho carnal na medida necessária para a comunicação.

Espíritos revoltados
Nestes casos, o médium é perfeitamente capaz de suprimir comentários indesejados, a divulgação de "fofocas" e, ainda, palavras de baixo calão. Todos esses elementos credenciam o grupo à maturidade, demonstrando conhecimento da tarefa e coesão no atendimento, entretanto, não aguardemos as lisonjas, pois a espiritualidade dificilmente elogia uma equipe mediúnica encarnada, aliás, desconfiemos de elogios "largos" e mensagens de referência ao grupo ou a algum indivíduo.
Mesmo nos casos onde recebemos as cartas de queridos entes desencarnados a nos dar notícias e amparo sentimental, é difícil dizer se o móvel da comunicação foi por merecimento, tendo em conta as conquistas íntimas,ou pura necessidade, devido a um momento de dificuldades. Os irmãos da equipe espiritual normalmente mencionam o que precisa ser melhorado, e o elogio é sutil. Podemos percebê-lo através de algumas "pistas". Por exemplo, quando a complexidade e demanda dos atendimentos é dilatada, isto significa que a equipe atingiu outro patamar de desenvolvimento, comprometimento e maturidade.
Eis a importância da educação mediúnica e do desenvolvimento da faculdade de forma a "dominar" as habilidades de comunicação. Não basta apenas comunicar, mas dar o direcionamento necessário sem prejudicar a comunicação, a reunião e o atendimento em si. Naturalmente, além do sentimento de amor, o desenvolvimento moral influencia sobremaneira na comunicação, pois a sintonia de sentimentos, moral e doutrinária, com os mentores, em muito favorece o medianeiro, facilitando a comunicação e levando o espírito em sofrimento a patamares de confiança e consideração, sentindo-se acolhido e mais disposto a mudança de atitudes morais.
Todos estes efeitos são "produtos" oferecidos pela equipe espiritual, sob a base dos irmãos encarnados.
Muitos, já conscientes, ajudam e colaboram para facilitar o trabalho da espiritualidade; são parceiros. Outros, não tão conscientes dos respectivos deveres morais perante a vida e, consequentemente, perante a tarefa, colocam-se simplesmente como instrumentos pouco ativos e ainda não imbuídos da fé renovadora, dedicando as parcas horas do contato mediúnico em favor da respectiva moralidade, de forma superficial e puritana, resumindo-se a instrumentos de pouca utilidade e possibilidades.
Lembremos que a capacidade de atendimento aos irmãos desencarnados não se encontra apenas nas mãos da espiritualidade, mas também na somatória das conquistas individuais da equipe encarnada.
Tratemos de ajustar os nossos direcionamentos morais, regulando pensamentos, sentimentos e atos, favorecendo, ajustando e educando a respectiva faculdade mediúnica, em vez de servirmos como médiuns de mínimas ou estagnadas possibilidades. Tal atitude perante o compromisso mediúnico facilitará sobremaneira a atividade da equipe espiritual, pois como diz o ditado popular, muito ajuda quem não atrapalha!

Da formação dos médiuns
207. Outro meio, que também pode contribuir fortemente para desenvolver a faculdade, consiste em reunir-se certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e comungando na mesma intenção. Feito isso, todas simultaneamente, guardando absoluto silêncio e num recolhimento religioso, tentem escrever, apelando cada um para o seu anjo de guarda, ou para qualquer Espírito simpático.
Ou, então, uma delas poderá dirigir, sem designação especial e por todos os presentes, um apelo aos bons Espíritos em geral, dizendo por exemplo: Em nome de Deus todo-poderoso, pedimos aos bons Espíritos que se dignem de comunicar-se por intermédio das pessoas aqui presentes.
É raro que entre estas não haja algumas que dêem prontos sinais de mediunidade, ou que até escrevam corretamente em pouco tempo.
Compreende-se o que em tal caso ocorre. Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, que auxilia o desenvolvimento da faculdade. Entre os Espíritos atraídos por esse concurso de vontades estarão, provavelmente, alguns que descobrirão nos assistentes o instrumento que lhes convenha.
Se não for este, será outro e eles se aproveitarão desse.
O Livro dos Médiuns. cap.XVII
Allan Kardec



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Proteção Espiritual


Por Bruno Gimenes

Saiba quais são as causas do nosso desequilíbrio energético, do ponto de vista espiritual, e como se manter protegido dos ataques externos

Sempre que o assunto é proteção espiritual, normalmente costumamos abordá-lo sob uma visão muito estreita, mas também temos o hábito de considerar que a tão almejada proteção espiritual seja conquistada em algum lugar externo, com a ajuda de uma solução mágica ou com uma receita infalível.
Realmente, existe uma receita para a conquista da verdadeira proteção espiritual, que não é um amuleto, tampouco um patuá ou um ritual específico. Não estou dizendo que alguns elementos externos não sejam ferramentas importantes na busca de um estado seguro de equilíbrio espiritual, entretanto, o principal elemento que determina a genuína proteção espiritual é viver a verdade a cada ato.
Só consegue atingir um estado de proteção espiritual aquele que vive a verdade da sua alma, em cada atitude e situação da vida.

Aura e perispírito

O ser humano é composto por diversos corpos, em diferentes faixas de frequência ou, se preferir, em diferentes padrões de densidade energética. Existem vários tipos de classificação desses corpos, dependendo da doutrina espiritualista. Todas são válidas, conforme o ponto de vista. Na codificação espírita, Allan Kardec simplesmente definiu o ser humano como sendo composto de espírito, perispírito (corpo energético) e corpo físico. Na questão 93 de O Livro dos Espíritos, podemos ler:
"93.O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira."
Em seguida, Kardec comenta:
"Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito."
Tudo o que acontece no corpo físico reflete-se na estrutura do corpo energético, bem como tudo o que ocorre no corpo energético reflete-se no corpo físico.
O termo aura vem do latim e significa "sopro de ar". Esta questão não foi abordada em O Livro dos Espíritos, mas, na definição do pesquisador e clarividente Wagner Borges, a aura é um "halo luminoso de distintas cores que envolve o corpo físico e reflete, energeticamente, o que o indivíduo pensa, sente e vivencia no seu mundo íntimo; psicosfera; campo energético."
assim como o planeta mantém um campo magnético que o protege quase totalmente do choque com asteróides e cometas, a aura humana serve como um escudo protetor que bloqueia o acesso de forças agressivas vindas de fora.
Mas o que alimenta e constitui todo esse sistema humano? Qual energia é responsável por mantê-lo abastecido? A força da vida, também conhecida como energia vital, prana, espírito santo, chi, ki, manas, etc. Todos estes nomes referem-se à mesma energia. Na doutrina espírita, de acordo com O Livro dos Espíritos, vamos encontrá-la sob o nome de fluido vital.
Recebemos a todo instante um fluxo contínuo de energia vital - oriundo da respiração, da luz do sol, da alimentação e de outras fontes - o qual abastece os nossos corpos energéticos e, consequentemente do corpo físico.

Pensamentos e emoções

Os nossos pensamentos e emoções têm a capacidade de influenciar a qualidade da energia vital que recebemos diariamente. Logo, têm o poder de manter ou piorar nosso padrão energético.
Pensamentos e emoções desequilibrados frequentes também desarmonizam a aura, este nosso campo sutil que nos protege das influências externas de diversos aspectos.
Portanto, fica claro que toda proteção efetiva começa na consciência de cada um.
Orar e vigiar a qualidade das emoções e dos pensamentos é o melhor caminho. Conforme as suas crenças pessoais, você pode utilizar, como ferramenta, a leitura de salmos, orações específicas, simpatias e rituais de proteção...entretanto, a força que alimenta a sua proteção espiritual é basicamente consciencial.
Ninguém que esteja com um vazio consciencial enorme dentro do peito conseguirá uma proteção espiritual real e duradoura utilizando-se apenas de elementos externos.
Podemos sofrer invasões energéticas nocivas de diversos aspectos, mas para facilitar o entendimento, vamos resumir em apenas dois tipos:

Espiritual/mediúnico: entidades espirituais desencarnadas agem interferindo na harmonia energética de uma ou mais pessoas.

Mental/emocional: a energia de pensamentos e emoções negativas age de forma nociva na aura de uma ou mais pessoas.
Quando dois corpos se unem, depois deste encontro, jamais serão os mesmos, energeticamente falando. O tempo todo trocamos energias sutis com os ambientes e pessoas as quais temos contato, e nem sempre doamos fluidos de boa qualidade, bem como podemos receber fluidos nocivos. O segredo não é apenas saber bloquear as influências nocivas, mas, saber transmutá-las quando absorvidas.

Transmutando energias

E como limpar-se de energias nocivas? Como proteger-se?
A humanidade no século XXI está sendo banhada por uma chuva de informações acerca da evolução espiritual, das curas naturais e da espiritualidade em geral jamais antes imaginada. Aproveitando este momento primoroso, devemos incorporar em nossos hábitos diários atitudes voltadas não somente para o bem-estar do corpo físico, mas também do corpo energético. E o que pode ser feito para "purificar" e "alimentar" o corpo energético?

Orar: Ore todos os dias! Chame esta prática de prece, oração ou reza, o nome não importa. O que realmente interessa é que você reserve dez minutos, três vezes ao dia, para se sintonizar com a Força Maior ou Deus. Mas é bom que você saiba que a prece mecânica, a qual não é feita com gratidão, não funciona.

Amar, perdoar e aceitar:
Colocar amor em todos os atos conscientemente desenvolve a aceitação e o perdão nas situações conflitantes da vida. Esses momentos, quando não contornados com a força do amor, podem produzir grandes perdas de força no campo de energia humano, e assim facilitar os ataques.
Estudar sempre: jamais deixar de aprender sobre o grande mistério da vida, sobre a relação entre Deus e o homem, sobre a cura da alma e a elevação da consciência como um todo.
Buscar a verdade: Focar na sua missão espiritual desta existência física. Viva a sua vida física como achar que deve ser viver, todavia, jamais se distraia do fato de que toda alma encarnada neste mundo tem um propósito e que a forma mais plena de existir é encontrar e realizar este propósito.
Práticas saudáveis: Receber passes nos centros espíritas ou umbandistas, fazer yoga, reiki, exercícios físicos, práticas bioenergéticas, meditações, rir bastante...

Mitos ou verdade?

Amuletos: São artefatos, normalmente produzidos pela combinação de elementos naturais (cristais, ervas, metais, etc.) que, quando carregados com a força de uma intenção maior, os tornaria capazes de fortalecer a aura de quem os utilizar. São ferramentas, mas não são essenciais. Toda proteção começa em você!

Corpo fechado: É apenas um termo utilizado de forma coloquial para remeter a um indivíduo que tem um campo áurico mais forte e autocentrado.
Por outro lado, "fechar o corpo" seria muito nocivo porque implicaria em bloquear a passagem de qualquer tipo de energia, inclusive, aquelas das quais necessitamos. Limitaríamos demais nossos relacionamentos com as pessoas e ambientes. Neste conceito técnico, ter o "corpo fechado" seria uma condição muito precária de viver.

Ressonância ou sintonia espiritual: O que você pensa, sente e acredita está sempre ligado ao que você manifesta em sua constituição áurica, e, por conseguinte, determina a sua sintonia espiritual. Em se tratando de invasões espirituais, cada pessoa se sintoniza com os espíritos semelhantes em condições mentais,emocionais e morais. Mudando esses aspectos no indivíduo, a sua ressonância ou sintonia mudará na mesma proporção. Portanto, é a reforma íntima a porta de entrada para uma condição de proteção espiritual.

Prática bioenergética

Este é um exercício que gera benefícios incríveis, os quais são percebidos já nas primeiras práticas. Faça todos os dias, de preferência logo que se levantar e também um pouco antes de dormir. Faça também a qualquer hora, sempre que sentir tensões, preocupações, medos ou ansiedade. É simples, eficiente e não requer nenhuma condição especial ou diferenciada para que seja feito, apenas que o praticante se entregue de coração aberto. Inclusive, pode ser feito no banco de um ônibus, avião, trem ou metrô. Pode ser feito também em pé. O tempo médio é de cinco a dez minutos:
Se acomode na condição que você escolher, mas procure relaxar as suas tensões iniciais,fechando os olhos e fazendo no mínimo vinte respirações bem profundas, trocando todo o ar dos pulmões. É importante que as respirações sejam realmente profundas e que você se concentre no ciclo respiratório do ar entrando e saindo.
De acordo com a sua fé, peça proteção e amparo espiritual para a sua prática.
Imagine, visualiza, perceba ou acredite que uma luz violeta entra pelo alto da sua cabeça e suavemente flui até os seus pés, preenchendo todo o seu corpo e alimentando a sua aura. Acredite que esta luz purifica as suas tensões, elimina o cansaço e transmuta as emoções negativas em positivas. Respire conscientemente esta luz.
Procure imaginar, sentir ou apenas acreditar, que a luz violeta dá lugar a um facho de luz branca, o qual vem do céu e entra pelo alto da sua cabeça. Concentre-se em sentir, perceber, acreditar que esta luz vai passando por todo o seu corpo, da cabeça aos pés. Acredite que esta luz tem o poder de energizar o seu corpo e elevar a sua alma. Respire conscientemente esta luz branca.
Por último, perceba, acredite, visualize ou sinta que agora é uma nova luz, de cor dourada, a qual vem do alto e entra pelo topo da sua cabeça. Acredite que esta luz lhe oferece o benefício da proteção e da sintonia com o Bem Maior. Sinta ou visualize que esta luz dourada lhe envolve como que em um tubo iluminado, lhe trazendo total proteção e confiança. Respire conscientemente esta luz dourada.
Enquanto desfruta dos benefícios desta simples e eficiente prática, agradeça ao Deus de sua fé por todas as bençãos recebidas. Então, abra os olhos novamente e viva o que tiver que viver com mais alegria, disposição e proteção energética.

Técnica de combate às cinco sombras do ego

Há sombras sentadas na janela do seu ego. Elas assediam sua mente, drenam suas energias e espetam seus sentimentos. Elas habitam em você mesmo, atraindo, por sintonia, as péssimas vibrações  e certas entidades extrafísicas que se aproveitam dos detritos psíquicos deixados por elas em seu viver.
Essas sombras são cinco e são muito queridas ao seu ego. Embora você não perceba, elas fazem parte de sua vida íntima mais do que ninguém.
Estão tão aderidas à sua psique que você nem percebe os danos que elas causam em seu ser. Parece até que elas fazem parte de você, mas isso não é verdade. Elas são parasitas de seus melhores potenciais e são elas que detonam seus melhores projetos.
Essas cinco sombras que moram em seu ego são a sua miséria interna, a sua pobreza espiritual. Elas são piores do que as doenças físicas e os problemas de relacionamento humano. Elas são o seu pior karma, pois estão dentro da sua alma, corroendo seus sonhos e suas habilidades. São assaltantes espirituais, verdadeiras espoliadoras de sua luz interna. Sabotam-no por dentro, sem que você note, pois são exímias mestras em camuflagem emocional. Fazem-no pensar que os outros é que são os causadores de seu desequilíbrio interno.
Essas sombras machucam e confundem o seu emocional, levando o seu discernimento para o buraco.
Quem são essas sombras, afinal?
São seus velhos amigos de sempre (acompanham-no há tantas vidas):
Arrogância, egoísmo, tristeza, ódio e falta de espiritualidade.
Há quase 2 mil anos, jesus deu a melhor técnica para combater essas sombras: "Orai e vigiai!"
Parece que, daquela época para cá, nós ainda não aprendemos isso direito-muito embora vários  mestres tenham ensinado a mesma coisa com outras palavras. Talvez os homens de hoje não valorizem bem esse ensinamento de jesus por considerá-lo muito antigo ou muito envolvido em parâmetros religiosos "bolorentos".
Baseado nisso, sugiro uma nova abordagem do "Orai e vigiai". É apenas uma tentativa de mostrar essa técnica de outra maneira. Talvez, assim, os homens de hoje entendam melhor a magnitude desse ensinamento de jesus. Usando o dinamismo dos tempos modernos, vamos direto à questão:

Melhore seu discernimento:
Estude, medite, trabalhe, esforce-se mais espiritualmente.

Aumente sua compaixão por todos os seres:
Elimine os preconceitos, de qualquer espécie. Não seja radical em coisa alguma; abra a mente, dissolva as "melecas" emocionais (medo, ciúme, raivinhas, mal entendidos e coisinhas mal resolvidas), liberte-se das culpas e repressões do passado, irradie amor profundo por todos os seres (terrestres, extraterrestres, encarnados, desencarnados, animais, vegetais, minerais, qualquer um em qualquer lugar); amplie a alegria e espiritualize seus sentimentos.

Tire as cinco sombras de sua janela e coloque no lugar os "três bons": bom senso, bom estudo e bom humor.
A vida está difícil, mas com as cinco sombras agarradas em seu ego, tudo fica mais pesado. Avalie o que você está lendo aqui e sinta-se à vontade para sorrir e desintoxicar sua vida.
Fique bem!
P.S.: O fato de ter escrito esse texto não significa que eu já tenha vencido as minhas cinco sombras. Contudo, estou trabalhando e progredindo. Também estou alegre de ser espiritualista, e isso conta muito em minha consciência.

Wagner Borges é pesquisador espiritualista e escritor.