domingo, 14 de dezembro de 2014

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.


O cordão de prata

Entenda o que é e para que serve este feixe energético que se estende durante a viagem astral e só se rompe com a morte

Por Maria Madalena Naufal

A grande atriz, cantora, bailarina e escritora norte-americana Shirley MacLaine, mundialmente conhecida não só pelas suas atividades artísticas e literárias, mas também pela luta em benefício dos necessitados, percorre o mundo em extensas viagens, cujas experiências narra em seus livros.
Esteve no Brasil em 1992, realizando um show no Teatro Ruth Escobar, com renda revertida para as crianças portadoras de HIV de sete entidades assistenciais de São Paulo. Na ocasião, disse que "o teatro é análogo à espiritualidade. Este é um local aonde nós viemos vivenciar coisas que transcendem as nossas vidas". Disse também: "Para mim é uma coisa bastante harmônica ter essa oportunidade,de estar ajudando crianças aidéticas, nesse momento em que estamos procurando construir para o renascimento da Terra". Referia-se à conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92.
A artista enfatizou o seu grande amor pelo Brasil, dizendo sentir-se muito confortável aqui. "Eu acho que as pessoas que aqui chegam saem renovadas, pelas belezas do País e pelas forças que aqui estão. " Destacou também o grande celeiro de médiuns que o nosso país possui: "Encontrei um talento enorme aqui no Brasil, por parte de pessoas sensitivas".
Autora de vários best-sellers, entre eles Não Caia da Montanha, Você Pode Chegar Lá Daqui, Dançando Na Luz. A Vida É Um Palco e Minhas Vidas. Este último é o que nos interessa para o momento, pois nele, Shirley comprova a imortalidade da alma, a sua volta ao casulo carnal (reencarnação) e a projeção astral.
A sua projeção para fora do corpo somático é descrita num episódio da sua vida que ocorreu no Peru, num poço de água sulfurosa. Estava acompanhada de um grande amigo, David, que muito a orientou em toda a viagem. Escreveu ela: "Senti-me fluir para o espaço, povoá-lo, flutuar para fora, saindo do corpo e subindo.
Estava consciente de que o corpo permanecia na água. Olhei para baixo e o vi. David estava ao meu lado. Meu espírito, mente ou alma, o que quer que fosse, foi subindo pelo espaço, cada vez mais alto. Atravessou o  teto e pairou acima do rio, ao crepúsculo. Sentia que estava voando literalmente... não, voar não era a palavra certa... era mais gentil do que isso... flutuar parecia uma palavra mais apropriada... flutuar cada vez mais alto, até que podia contemplar as montanhas, a paisagem lá embaixo, reconhecendo o que vira durante o dia.
Ligado ao meu corpo havia um cordão prateado muito fino, que permanecia preso ao corpo, ainda na água. Não era um sonho. Eu estava consciente de tudo. Estava consciente de que não queria me elevar para muito longe do meu corpo. Sentia-me indiscutivelmente ligada ao corpo. Mas era certo que sentia duas formas... a forma do corpo lá embaixo e a forma do espírito que se elevava. Estava em dois lugares ao mesmo tempo e aceitava isso integralmente. Estava consciente, enquanto me elevava a energia vibracional ao meu redor. Não podia vê-la, mas experimentava um novo senso de "sentir". Era a sensação de uma nova dimensão de percepção que não tinha qualquer relação com ouvir, ver, cheirar, provar ou tocar.Não podia descrever para mim. Sabia que estava ali, fisicamente, mas sabia também que meu corpo estava lá embaixo."

Laços energéticos
O que passou com a atriz? O que é cordão prateado? O que ocorreu com ela foi um desdobramento, uma viagem astral. Enquanto seu corpo físico permanecia na água, seu corpo astral (também chamado de perispírito) elevou-se na atmosfera.
Segundo O Livro dos Espíritos, o perispírito se torna mais etéreo conforme o espírito evolui. Na verdade, o perispírito refere-se a um conjunto de corpos sutis amplamente detalhados nas doutrinas espirituais orientais. Entre eles, temos o corpo astral (também chamado de psicossoma, corpo espiritual, etc.), o corpo mental, entre outros.De maneira simplificada, o perispírito pode ser entendido como sendo o corpo fluídico da alma e, durante a reencarnação, é o elo intermediário entre o espírito e o corpo físico.
A ligação entre os dois corpos (físico e astral) ocorre através de "laços" energéticos, que  são mais concentrados em determinados centros de força (chakras). Devido a essa concentração energética em certas regiões, ele é visto como se fosse um cordão, um fio prateado, um laço fluídico. Esse cordão fluídico prateado é conhecido desde a Antiguidade.Na Bíblia, em Eclestiastes 12:6 e 7 podemos ler: "Antes que se rompa o cordão de prata e se retire a fita de ouro e se quebre a cântara sobre a fonte e se desfaça a roda sobre a cisterna, e o pó se torne na sua terra de onde era, e o espírito volte para Deus, que o deu."
André Luiz, no livro Nosso Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, descreve essa ligação perispírito-corpo através da narrativa de um fato ocorrido com ele. Dirigindo-se, certa noite, ao grande portão das câmaras, para observar a volta dos samaritanos,que eram socorristas, tomou um caminho cercado de árvores frondosas e acolhedoras. Já próximo da grande cancela, admirava os campos de grande cultura, o céu e o luar, enquanto orava. Relata André Luiz: "Instantes depois divisei ao longe dois vultos enormes que me impressionaram vivamente. Pareciam dois homens de substância indefinível, semiluminosa. Dos pés e dos braços pendiam filamentos estranhos, e da cabeça como que escapava um longo fio de singulares proporções. Tive a impressão de identificar dois autênticos fantasmas. Não suportei. Cabelos eriçados, voltei apressadamente ao interior. Inquieto e amedrontado, expus a Narcisa a ocorrência, notando que ela mal continha o riso.
-Ora essa, meu amigo - disse,por fim, mostrando bom humor -, não reconheceu aquelas personagens?
Fundamente desapontado, nada consegui responder, mas Narcisa continuou:
-Também eu, por minha vez, experimentei a mesma surpresa, em outros tempos. Aqueles são os nossos próprios irmãos da Terra.Trata-se de poderosos espíritos que vivem na carne em missão redentora e podem, como nobres iniciados da Eterna Sabedoria, abandonar o veículo corpóreo, transitando livremente em nossos planos. Os filamentos e fios que observou são singularidades que os diferenciam de nós outros. Não se arredeie, portanto. Os encarnados que conseguem atingir estas paragens são criaturas extraordinariamente espiritualizadas, apesar de obscuras ou humildes na Terra."
Segundo Palhano Júnior, "O cordão fluídico é a última ligação que se rompe para a libertação do espírito no momento da morte do corpo. O escritor de Eclesiastes, por certo, já possuía o conhecimento do cordão fluídico, pois a vidência era fator preponderante entre os profetas, médiuns dos hebreus". Segundo ainda Palhano, "Esse cordão fluídico está ligado à região cerebral, provavelmente no centro de força coronário, e parece ser a ligação mais forte, entre outras tantas que envolvem os outros centros de forças principais e secundários.O filamento estende-se ao infinito, à medida que o espírito se afasta do corpo, mas constitui o cabo de intercâmbio perispírito-corpo."

O desencarne
Em O Psiquismo Experimental, Alfred Erny cita o Dr. Ciriax, que afirma que "o modo por que a morte é descrita, por centenas de clarividentes, prova que a alma sai do corpo pelo crânio. Notaram esses videntes que, logo após essa saída, uma nuvem vaporosa se eleva acima da cabeça e , tomando a forma humana, se condensa pouco a pouco, assemelhando-se cada vez mais à pessoa morta. Mesmo depois de formado, esse corpo se condensa ligado por algum tempo ao despojo carnal por um laço fluídico que parte da região intermediária entre o coração e o cérebro."
Em O Livro dos Espíritos, temos uma importante elucidação a respeito desse assunto. À pergunta "Como se opera a separação da alma e do corpo?", os espíritos responderam: "Rotos os laços que a retinham, ela se desprende." Às perguntas " A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?" responderam o seguinte: "Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram." Observe bem: os espíritos usaram o verbo desatar para o desprendimento do espírito e não quebrar ou cortar.
Para corroborar esse ensinamento dos espíritos que participam da codificação do Espiritismo, temos a narrativa feita pelo espírito Irmão Jacob, na obra Voltei, psicografada por Chico Xavier, dos últimos instantes de sua vida corpórea, quando se processou o desatamento dos liames que o prediam ao corpo somático." As mãos do passista espiritual concentravam-se agora no meu cérebro. Demoraram-se quase duas horas sobre os contornos da cabeça. Suave sensação de bem-estar voltou a dominar-me, quando experimentei abalo indescritível na parte posterior do crânio. Não era uma pancada. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas porções, no íntimo da substância cerebral. Aquelas mãos amorosas, por certo, haviam desfeito algum laço forte que me retinha ao corpo de carne...".
A seguir, o irmão viu-se diante de tudo que havia sonhado, arquitetado e realizado na vida, como se assistisse a um filme cinematográfico. Sentiu-se sozinho e amedrontado. Após uma certa perturbação, lembrou-se de Jesus e readquiriu a confiança. As perturbações foram sustadas graças ao auxílio de protetores espirituais. Viu, então, a filha Marta a estender-lhe os braços e a convidá-lo ao descanso. Apesar do júbilo que o dominava ao ver a filha querida, não conseguiu se manifestar porque os órgãos da fala estavam em descontrole. Percebendo a sua dificuldade, Marta afagou-lhe a fronte e falou com meiguice:" - Os nossos benfeitores desatam os últimos elos Enquanto isto, façamos nossa oração." A expressão "últimos elos" demonstra que além do chamado cordão fluídico ou fio prateado, muitos outros liames prendem o corpo físico ao perispírito.
Pudemos notar que o desprendimento do irmão Jacob foi relativamente rápido, denotando o seu adiantamento espiritual. O tempo que leva para esse desatamento é muito variável entre os seres humanos. Os mais elevados se desatam mesmo antes do corpo dar o último suspiro. Outros menos adiantados e muito ligados à matéria podem levar muito tempo para se libertarem totalmente.
Em Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, encontramos referências sobre o fio de prata. Ao narrar o desencarne de um senhor chamado Dimas, o autor assim se expressa: "Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa e o cérebro de matéria rarefeita do organismo liberto."
É interessante notar que o cordão prateado de Dimas não foi desatado de imediato. Como não estava preparado para desenlace rápido, a operação foi deixada para o dia seguinte. O recém-desencarnado foi deixado aos cuidados daquela que lhe fora desvelada mãezinha no mundo físico, para que não fosse perturbado. Quando ocorre o desprendimento do último laço que prende o perispírito ao corpo, o espírito não volta mais a este. Como ser imortal, vai percorrer novos caminhos, sempre de acordo com o nível evolutivo.

sábado, 29 de novembro de 2014

2º SEMINÁRIO DA CASA ESPÍRITA RAIO DE SOL

Palestrantes convidados:

  • João Roberto Gonçalves - "A FAMÍLIA E OS LAÇOS ESPIRITUAIS";
  • Paulo de Jesus - "CONFLITOS PARENTAIS - LEI DE CAUSA E EFEITO";
  • Vladia Kunz - "AMOR FAMILIAR - DESCASO COM O PRÓXIMO";
  • Wagner Teixeira Ferreira - "VALORIZAÇÃO DA VIDA - ABORTO E SUICÍDIO NOS LAÇOS FAMILIARES"
  • Cícero João Tirlone - "TRANSIÇÃO PLANETÁRIA E A RENOVAÇÃO DOS ESPÍRITOS"
Início: 08:00h - 12:00h
           13:30h - 18:00h
Local: Auditório da Biblioteca Pública de Biguaçu - David Crispim Corrêa
Rua: Hemógenes Prazeres, 59, Centro - Biguaçu
Informações: 48 - 88083706
Inscrição: R$ 20,00

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sucesso

Venho aqui externar meus mais sinceros agradecimentos a todos os colaboradores que ajudaram a fazer do nosso 2º Costelão Dançante um encontro maravilhoso. Em primeiro lugar a toda Espiritualidade Superior, principalmente ao Pajé, Maria Isabel, Gianne Martins GuilhonMaira Tavares Gonçalves, Delma, Luciano CabralTatiane S FelisbinoAmanda Tavares, Wilson, Nilson, Liliana, Nelson, Marli, Eliane, Roberta, Lucia,Denise LichtenthalerTássika Lichtenthaler, Marcos, Roni, RosiWagner HenriqueAlison Jucá de MouraWalmor Lange Jr, Pamela, Joceli, Wagner pai, Eduardo, Luiz Humberto, Daniel Francisco CidralLeandro Coelho, Afonso, Rosana Ramos, peço desculpas aos que me esqueço pois graças a espiritualidade tivemos apoio de muitos. Venho agradecer também a ajuda da nossa irmã Rosani que não pode estar presente. Venho também agradecer aos nossos parceiros, GRUPO AVILA Missioneiros, Fall Bier, Pula Mais Brinquedos, Samburá Esporte e Lazer, Fort Bebidas, também agradeço aos nossos irmãos que nos apoiaram com donativos ou da melhor forma, sendo assim possível a realização e sucesso deste evento. Nossos mais sinceros agradecimentos a todos que compareceram a nosso evento, que a luz do nosso querido Pajé ilumine a todos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

2º Costelão Dançante e 5º Encontro Fraterno da Casa Espírita Raio de Sol.



Vem aí a 2º Costelão Dançante da Casa Espírita Raio de Sol. Venha curtir uma deliciosa costela assada no fogo de chão, embalada pela boa música do grupo Ávila Missioneiro. Traga sua família, venha confraternizar com seus amigos. Teremos além da música do grupo Ávila Missioneiro, também nosso bazar e brinquedos para a diversão da criançada. Toda a arrecadação do evento será direcionada para a manutenção da CERS e construção das novas instalações, para um melhor atendimento aos irmãos necessitados.

domingo, 2 de novembro de 2014

A mente e o tempo


Reforma íntima/ Por Samuel Gomes

O agora é o único tempo que existe...
Viver restritos ao tempo mental é criar uma
cronologia falsa e doentia

O tempo é um fenômeno da existência para o qual é necessário estarmos atentos, principalmente quando estamos ocupados em nos autoconhecer.
Se analisarmos com cuidado, veremos que existem dois tempos conjugando-se em nossas vidas:
o cronológico e o mental. O primeiro existe em decorrência do movimento planetário e é perceptível pelos homens. O segundo, por sua vez, é criado por nosso pensamento sempre que nos fixamos às coisas do nosso passado ou a acontecimentos previstos para o futuro. Comparando-os, é fácil perceber que o tempo cronológico acontece naturalmente e de maneira objetiva, real, em contraposição ao tempo mental, que aconteceu por meio dos nossos pensamentos, sendo, portanto, ilusório e superficial, pois nos distancia da realidade e cria grande parte de nossos problemas.
Todo movimento mental traz consigo uma quantidade enorme de emoções, que são os fatores perturbadores de nossas vidas. Logo, quando nosso viver está constantemente voltado para nossas lembranças, as quais são projetadas por nós para o futuro, experimentamos o medo: medo de voltar a vivê-las, caso tenham sido dolorosas, ou medo de não vivê-las novamente, caso tenham sido prazerosas. Daí surgem sentimentos como a ansiedade e tantos outros comuns aos dias de hoje, que são efeito desse modo de viver que nos afasta dos aspectos reais de nossa existência, daquilo que acontece no "agora".
O agora é o único tempo que existe para que nossas ações determinem os rumos de nossas vidas. Viver restritos ao tempo mental é criar uma cronológia falsa e doente. Afinal, nossas lembranças, sejam elas boas e ruins, sustentam o tempo psicológico, determinando quem somos e distanciando-nos do agora.
Precisamos compreender que viver os prazeres e as dores das experiências quando elas estão de fato acontecendo é a única maneira de aprender com elas verdadeiramente. Nessa vivência plena de cada acontecimento, encerramos a experiência quando ela termina, abrindo-nos para que ela ocorra novamente.
Muitas pessoas,não sabendo como se livrar das amarras do tempo mental, perguntam se é possível parar de pensar. No entanto, o problema não é esse. Pelo contrário, ao criarmos uma resistência aos pensamentos, nós os fortalecemos, aumentando nossa dificuldade em lidar com eles.
Nossos pensamentos, emoções, corpos, profissões, funções, roupas, entre outros tantos aspectos, são instrumentos para enriquecer as nossas vidas e não para determinar quem somos. Se conseguirmos organizá-los, colocando-os em seu devido lugar, eles proporcionarão o despertar de nossa sabedoria em viver e uma nova inteligência em agir.
As constatações aqui expostas só terão importância se conseguirmos, cada um, notá-las de forma clara no exato momento em que elas ocorrem em nossas vidas. Com essa percepção, conquistaremos, paulatinamente, o entendimento de tudo o que nos acontece e conduziremos uma ação espontânea de transformação real em nossa maneira de viver.

Samuel Gomes é psicólogo e
palestrante espírita.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Espiritismo: uma doutrina em construção

Por Victor Rebelo

odo aquele que crê haver em si outra coisa além da matéria é espiritualista. Mas isso não significa que todo espiritualista aceite a existência e a comunicação com os espíritos. Portanto, para evitar confusão, Allan Kardec preferiu classificar como espírita todo aquele que é adepto dos princípios do Espiritismo, propondo uma codificação, uma reunião de postulados que pudesse servir de guia e base para os espíritas.
Muitos conceitos ensinados na codificação podem ser encontrados, idênticos ou semelhantes em muitos aspectos, em algumas doutrinas do Oriente, como no Budismo, no Hinduísmo e mesmo no Judaísmo; nas antigas tradições xamânicas, etc.
Kardec não inventou os fundamentos da doutrina espírita. Ele apenas codificou um modelo doutrinário, mas o Espiritismo não é uma doutrina que se limita à obra kardequiana. Ele se expandiu e está constantemente evoluindo. Claro que precisamos d bom senso, para não cairmos em crendices. Mas nenhuma obra é perfeita. O próprio Kardec reconheceu isso.
O Espiritismo é mais uma proposta de doutrina espiritualista que pode complementar os ensinamentos de outras doutrinas e mesmo, quem sabe, auxiliar a Ciência. E como toda doutrina, a codificação é uma mistura de verdades universais com opiniões pessoais, sejam do codificador e dos espíritos que participaram da codificação, ou mesmo de médiuns extraordinários que surgiram e ainda surgem para complementar a obra.
Portanto, a codificação espírita deve ser compreendida não apenas no seu conteúdo, mas no seu processo histórico. Precisamos entender os fatores culturais que levaram Kardec e alguns espíritos a fazerem certas afirmações que ainda estavam limitadas a certos paradigmas século XIX.
Para os espíritas que não aceitam nada além do que está escrito na codificação ou que fazem de Kardec um pensador infalível, o que estou dizendo aqui é, sem dúvida, uma heresia! Infelizmente, essas pessoas ainda não compreenderam que nenhuma doutrina abrange a verdade absoluta.
Geralmente, as religiões apresentam dois aspectos: o esotérico (fechado) e o exotérico (aberto). O esotérico era ensinado para apenas um grupo de pessoas iniciadas, discípulos preparados para entender as questões mais profundas da vida. Os ensinamentos exotéricos eram passados às massas, através de parábolas, mitos, etc. Este aspecto muda de acordo com a época e a cultura de cada povo. Isso era necessário nos séculos passados.
Por isso, precisamos reconhecer e respeitar todas as religiões, pois elas podem oferecer grandes ensinamentos, ainda que muitas delas estejam limitados aos dogmas e interesses políticos.
Os espíritas precisam parar de querer impor uma forma "pura"de se praticar o Espiritismo. Não podemos engessar o Espiritismo em uma ortodoxia. O Espiritismo ainda está em construção! Claro que é preciso razão e experimentação daquilo que se estuda, mas a única diretriz realmente importante é: "Espíritas: Amai-vos e instruí-vos!"
Por Victor Rebelo

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Como entrar em contato com seu guia espiritual

Por Victor Rebelo

Será que somente as pessoas consideradas médiuns podem entrar em contato com os benfeitores espirituais? O que é necessário para esse intercâmbio?

"Ah! Queria tanto ouvir o meu guia espiritual! Quem me dera poder entrar em sintonia com os espíritos de Luz! Pena que não sou médium..."Quem é espírita e nunca teve estes pensamentos que atire a primeira pedra! Mas será que somente os médiuns têm a capacidade de entrar em comunicação com os mentores espirituais? Será que somente as pessoas consideradas santas podem entrar em sintonia com seres iluminados? Se é possível, como posso entrar em contato com meu "anjo da guarda"? Vamos refletir e procurar, agora, responder a essas questões.
Primeiro, precisamos entender o que é ser médium, de acordo com a conceituação kardequiana:"159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos."_ O Livro dos Médiuns.
Como vimos, kardec começa com um conceito mais amplo sobre o que é mediunidade, para depois afirmar que "(...) só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes (...)". Sob este ponto de vista, somos obrigados a considerar que apenas uma mínima parcela da humanidade é composta por médiuns, ou seja, indivíduos cuja mediunidade se apresente de forma ostensiva e com efeitos patentes.
Portanto, se, por um lado, o fenômeno mediúnico requer condições psicofísicas e energéticas específicas, da parte do agente intermediário entre o mundo físico e espiritual (o médium), todos podemos sentir e interagir com os espíritos e mesmo percebermos o mundo espiritual, em maior ou menor grau. Por exemplo: uma pessoa pode não ser qualificada como médium,conforme a classificação kardequiana, mas, mesmo assim, pode sentir a presença de algum espírito em seu ambiente, sem estar atuando como intermediária entre os dois planos e mesmo sem ter consciência de que o que está sentindo é influenciado por uma entidade extrafísica. É um fenômeno sutil, que não é ostensivo e nem passível de ser verificado como autenticamente mediúnico.
Outro exemplo: posso vivenciar um fenômeno de clarividência, mas isso não significa que eu esteja agindo como médium, afinal, até mesmo certos animais conseguem ver os espíritos e perceber nuances do mundo extrafísico, e nem por isso são considerados médiuns. Posso, simplesmente, "ver" paisagens do mundo espiritual ou mesmo ver aspectos da minha aura (o campo psicoemocional e energético que se irradia ao nosso redor) ou da aura de alguma pessoa encarnada. A mesma linha de raciocínio se aplica com relação ao fenômeno de projeção astral (também conhecido como desdobramento, emancipação da alma, etc.). As experiências fora do corpo são um fenômeno natural, que ocorre com todos nós quando dormimos... ocorre, inclusive, com os animais. Portanto, normalmente trata-se de um fenômeno classificado como anímico, e não mediúnico, necessariamente, exceto quando é provocado e controlado pelos espíritos.

Mediunidade e animismo
Outro ponto importante, que vale ressaltar, é que todo fenômeno mediúnico é, na verdade, medianímico, pois sempre existirá o componente anímico envolvido. Por menor que seja, sempre haverá a influência do médium em qualquer comunicação mediúnica. Inclusive, a prática mediúnica, em geral, não se apresenta nos centros espíritas, umbandistas, etc., como antigamente. São raros os médiuns que ficam inconscientes durante o processo, ou que afirmam serem retirados para fora do corpo físico durante o transe mediúnico. Hoje, mais do que nunca, o médium deve oferecer o seu arcabouço de conhecimento técnico e doutrinário para que os guias espirituais tenham mais "matéria-prima" à disposição para atuarem.
Isso não significa que a mediunidade deva ser comparada ao animismo puro. Não! Mas, a antiga passividade mediúnica está cedendo lugar para que o médium assuma, cada vez mais, sua responsabilidade como coparticipante do processo.
Vejamos o que André Luiz diz, em Nos Domínios da Mediunidade, sobre a maneira como o animismo é condenado em certos grupos espíritas: "Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do espiritismo, vêm convertendo a teoria anímica num travão injustificável a lhes congelar preciosas oportunidades de realização do bem; portanto, não nos cabe adotar como justas as palavras 'mistificação inconsciente ou subconsciente' para batizar o fenômeno."
Fica claro, então, que podemos estar sendo inspirados por nossos benfeitores espirituais e nem sequer temos consciência disso. Captamos as ideias que eles nos transmitem e as reproduzimos em nosso campo mental de acordo com nosso arcabouço psicológico, para então a exteriorizarmos por meio de nossa linguagem e entendimento próprios. Isso é muito comum de acontecer com os palestrantes, que muitas vezes nem percebem estar sob a influência dos guias espirituais. Mas atenção: o oposto também ocorre! De acordo com a lei de afinidade, você poderá atrair espíritos mistificadores, perturbadores e mesmo violentos, se eles encontrarem campo fértil em você.
Portanto, estou deixando claro que toda pessoa pode interagir - em maior ou menor grau, com  menor ou maior lucidez - com os espíritos e o mundo espiritual,sem que, para isso, seja qualificada como médium ostensivo.
Basta desenvolver seus potenciais parapsíquicos, com conhecimento técnico e disciplina.

Ética e responsabilidade
Se a capacidade de entrarmos em relação com o mundo espiritual e os espíritos é um potencial que todos temos, em maior ou menor grau, o que é necessário para entrarmos em sintonia com os guias espirituais, ou seja, com os espíritos benfeitores? Vejamos o que diz um trecho do capítulo 13, do livro Nos Domínios da Mediunidade, do espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier:
"Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.
Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal. A Lei Divina é o Bem de todos."
Fica claro que técnica e disciplina não bastam para nos colocar em sintonia com os espíritos benfeitores. Se não vivermos de acordo com a lei do equilíbrio e da harmonia, algo que só é possível desenvolvendo nossa capacidade de amar e tornando-nos mais sábios, a cada dia, não seremos capazes de interagir com os espíritos que já vivem essa realidade que tanto almejamos. Para haver comunicação, deve haver sintonia. Portanto, o fenômeno mediúnico - não importa o grau - ocorrerá sempre em conjunto com o fenômeno anímico, ou seja, conjugado com as qualidades morais e afinidades do médium.
Então, se você quiser receber uma inspiração da parte dos guias espirituais que porventura lhe acompanham, ou sentir a presença dos benfeitores espirituais do centro que você frequenta, você deve, primeiramente, trabalhar para viver, cada vez mais, o mesmo clima interno que eles vivem. Se você chega no centro, seja para assistir a uma palestra ou dar passes, mas seu estado psicoemocional está desequilibrado, os guias não conseguirão inspirá-los. O fenômeno telepático, que é a transmissão de ideias, entre você e os guias, não ocorrerá. Ao contrário: talvez consiga, apenas, perceber as formas pensamento ou energias geradas por sua raiva, medo, arrogância, vaidade... e que estão agregadas à sua aura. Você pode até pensar que é "encosto", obsessão... mas geralmente não é. É você mesmo mantendo seu desequilíbrio.

Entrando em Contato
Então, o primeiro passo para entrar em contato consciente com os espíritos mais esclarecidos, equilibrados, chamados "espíritos de Luz", é você acender a Luz dentro da sua consciência. Como? Com autoconhecimento, buscando desvendar, cada vez mais, sua realidade interna...seus anseios, suas reações emocionais, seu padrão de pensamento ao longo do dia e, em especial, durante situações difíceis e inesperadas; sua atitude perante suas expectativas, sejam elas em relação a você ou ao próximo... Enfim, conheça a si mesmo, ainda que para isso seja necessário buscar um psicólogo! Lembre-se: doutrina religiosa não é psicologia. Cada ramo do conhecimento atua em uma área específica. Não confunda as coisas!
Com o autoconhecimento, precisamo praticar a reforma íntima. A mudança de hábitos é fundamental. Se você quer reformar algo que não está bom, não adianta somente conhecer o ambiente e traçar planos. A execução da obra é fundamental, senão a reforma não acontece! Então, a partir do momento em que você começa a descobrir o que é necessário mudar - não para ser "bonzinho", "santo", mas simplesmente porque anseia pela paz de espírito - e como mudar, tenha força de vontade e disciplina para transformar a si mesmo, antes que o sofrimento seja necessário. Lembre-se: você só poderá irradiar a verdadeira paz e um profundo amor para o mundo, se isso já for uma realidade interna, ou seja, em você! Caso contrário, será apenas uma máscara para iludir a sociedade e, às vezes, você mesmo.
Se você ainda não se convenceu, vejamos mais um trecho da mesma obra de André Luiz, ainda no capítulo 13:
"Imaginar é criar.
E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devamos receber.
Quem apenas mentalize angústia e crime, miséria e perturbação, poderá refletir no espelho da própria alma outras imagens que não sejam as da desarmonia e do sofrimento?
Um viciado entre os santos não lhes reconheceria a pureza, de vez que, em se alimentando das próprias emanações, nada conseguiria enxergar senão as próprias sombras."
Já pude comprovar o que André Luiz deixa claro neste trecho em algumas experiências de projeção astral lúcida que realizei, quando pude observar certos espíritos que estavam limitados à realidade interior deles, vivenciando apenas suas criações mentais. Dessa forma, eles não viam e nem interagiam com os guias espirituais. O mesmo ocorre com certas entidades perturbadas e violentas. Estão desencarnadas, no mundo espiritual, mas em um plano muito mais denso, o que faz com que não consigam acessar os planos mais sutis da espiritualidade.
Sim! O mundo espiritual possui vários planos de densidade e é muito mais amplo e complexo do que imaginamos!
Para ser médium verdadeiramente espírita - não importa o grau da mediunidade - não basta se comunicar com os espíritos. Ainda no livro Nos  Domínios da Mediunidade, capítulo 13, lemos:
"Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso,a aceitar a intervenção do Além Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.
Para conquistar a posição de trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante."

Exercícios bioenergéticos
Aliado ao processo de autoconhecimento e reforma moral, devemos realizar exercícios para o desenvolvimento da nossas faculdades anímico-mediúnicas.
A mediunidade, pelo menos para os médiuns iniciantes, deve ser desenvolvida em algum centro, de acordo com sua afinidade - espírita, umbandista, etc.
Por outro lado, os exercícios bioenergéticos podem ser realizados por todos,independente de a pessoa ser portadora de mediunidade ostensiva ou não. Mas, infelizmente, tenho observado, tanto no movimento espírita quanto umbandista, que os seguidores dessas duas doutrinas realizam poucos exercícios técnicos com o objetivo de harmonizar a aura. Isso é ruim, pois se tivéssemos o hábito diário de praticar exercícios para harmonização psicoemocional, seríamos pessoas mais estáveis e lúcidas, o que facilitaria nossa sensibilidade espiritual e interação com os benfeitores.
Se você procurar ter um bom conhecimento sobre o que são chakras e seu funcionamento básico, além de um bom entendimento sobre o que é fluido vital, duplo etérico, perispírito, etc., as práticas de harmonização bioenergética serão uma valiosa ferramenta não apenas para lhe auxiliar no desenvolvimento da faculdade mediúnica ou na ampliação da sua sensibilidade e percepção do mundo espiritual, mas também serão um grande auxílio para sua evolução espiritual, como um todo.
A prática diária de meditação, relaxamento, respiração consciente, visualização e harmonização psicoemocional e bioenergética ampliará, cada vez mais, seu grau de lucidez e compreensão da vida e de si mesmo. Para isso, nos adverte o pesquisador espiritualista Dalton Campos Roque: "As bioenergias não possuem necessariamente o amor, mas todo amor carrega bioenergias, e quanto mais elevado, mais sutil elas serão. É por isso que existem tantos técnicos cheios de conhecimento, tantos intelectuais espiritualistas, mas frios (e até sarcásticos) no trato com o semelhante e incompetentes para tratar, cuidar e assistir as pessoas (sejam aqueles e estes encarnados ou desencarnados).
Para finalizar, quero deixar claro que precisamos manter um contato mais direto com os espíritos - de preferência, com aqueles que são mais equilibrados que nós, ou seja, nossos guias espirituais!
Para isso, o desenvolvimento da nossa sensibilidade parapsíquica deve ser natural, com muito estudo e exercícios de desenvolvimento orientados por pessoas realmente qualificadas (cuidado com o charlatoes, que prometem desenvolver sua sensibilidade espiritual sem o menor escrúpulo ou domínio), pois não basta ao espírita praticar um "Espiritismo se espírito". Estudar ou saber de cor os conceitos espíritas e espiritualistas é pouco. Transcenda seus limites! Exerça sua mediunidade, procure aprender, sem preconceito com outras doutrinas espiritualistas, sobre como praticar a projeção astral lúcida; aprenda técnicas para harmonizar a aura ou desenvolver a clarividência... Tudo com muita ética e respeito ao seu próprio processo de amadurecimento. Os que nunca praticaram vão dizer que é perigoso. Não desista! Ao contrário, procure ler muito a respeito e busque aprender com quem tem experiência.
Cabe a cada um de nós tirarmos grandes lições para o nosso crescimento, não apenas teoria ou dependendo de terceiros, mas por conta própria, a fim de servirmos como ferramentas mais úteis ao progresso da humanidade.
No fundo, toda essa busca por um contato mais consciente com os guias espirituais, as práticas de meditação, de bioenergia, etc., têm apenas uma finalidade: ajudá-los, durante seu processo evolutivo atual, a manifestar cada vez mais sua natureza iluminada, Divina.

                                                     
Victor Rebelo é comunicador e
pesquisador espiritualista.

domingo, 7 de setembro de 2014

Ressonância áurica e a lei de afinidade





Por que, muitas vezes, atraímos obsessores ou captamos energias desequilibradas de encarnados e desencarnados? Como se proteger?

Por Dalton Campos Roque







Ressonância, em física, refere-se ao fenômeno em que se registra transferência de energia de um sistema oscilante para outro, quando a frequência do primeiro coincide com uma das frequências próprias do segundo.
O corpo de um instrumento musical, um violão, por exemplo, é uma caixa de ressonância. As vibrações da corda entram em ressonância com a estrutura da caixa de madeira que "amplifica" o som e acrescenta vários harmônicos, dando o timbre característico do instrumento. Sem o corpo, o som da corda seria fraco e insosso.
Podemos dizer que a ressonância é o fenômeno físico, energético, espiritual e consciencial responsável pela lei de afinidades, que diz: "Os semelhantes se atraem e os diferentes se repelem". você atrairá quem tiver o mesmo padrão vibratório ou energético que seu campo mental exterioriza, ou seja, quem sintoniza ou ressoa com você.
Ressonância vem de som. Quando você liga sua TV e muda de canal, você acabou de mudar a frequência de ressonância da recepção do aparelho para a frequência da emissora escolhida.
Quando um cantor que atinge frequências muito altas com sua voz é capaz de achar a frequência de ressonância de uma taça de cristal, pode fazê-la vibrar até quebrar.
Quando uma tropa de soldados passa por uma ponte, ela deve passar sem marchar, pois o ritmo da marcha pode coincidir com a frequência de ressonância da ponte e destruí-la instantaneamente. Isto já aconteceu em épocas de guerra... Quem não ouviu falar nas Muralhas de Jericó, na Bíblia? Por um processo de frequência de ressonância as muralhas despencaram como se fosse um milagre. "Uma cidade antiga está sendo sitiada. Seus atacantes haviam atravessado em massa o rio Jordão e estavam agora acampados diante das altas muralhas da cidade. Todos os dias, durante seis dias,o exército invasor marcha ao redor da cidade em silêncio, rompido apenas por um grupo de sacerdotes acompanhantes, que toca buzinas. Agora, no sétimo dia, o exército marcha silencioso sete vezes ao redor da cidade. De repente,os sacerdotes tocam as buzinas com toda a força. O exército rompe o silêncio com um forte grito de guerra, e as altas muralhas da cidade desmoronam numa nuvem de poeira, deixando a cidade indefesa" - Josué 6:1-21. Antes um "milagre", hoje fato totalmente explicado pela física.
Quando você tem um bom equipamento de som e está ouvindo a alto ou médio volume, e alguma caixa de som está próxima do equipamento, aparece uma distorção.
Quando um engenheiro calcula uma instalação elétrica para uma residência, existem fórmulas de cálculo para  se evitar que os fios entrem em ressonância com a frequência da rede elétrica de que ela é portadora, senão  os fios começam a se mexer em forma de ondas dentro dos tubos, destruindo toda a instalação.
Quando você se agrega (casa, reúne, se agrupa) com uma ou mais pessoas, é porque tem afinidade com elas. Se tem afinidade, são semelhantes do ponto de vista espiritual; se são semelhantes, provavelmente têm defeitos e virtudes semelhantes.Vocês formam um grupo chamado de grupokarma.
Ódio, mágoa, ressentimento, são prisões kármicas. Quando você se desequilibra diante de um evento negativo que alguém gerou em você, está entrando em ressonância ou sintonia com ela. Acontece que o ódio desta pessoa que te fez mal continua atuando em você energeticamente, e seu ressentimento contra ela abre uma porta de sintonia emitindo a ela energias do mesmo padrão, que reforçam o seu ódio, que volta para você estimulando seus ressentimentos, formando um ciclo vicioso só quebrado pelo perdão ou, no mínimo, quando você deixar de alimentar raiva, rancor, ressentimento pela pessoa...
O perdão é um sentimento que confere uma qualidade positiva à nossa energia, sadia e protetora, que dinamiza a evolução consciencial humana e livra da prisão grupokármica. Perdão: desvencilhamento kármico.
Ódio, mágoa, vingança e ressentimento são prisões grupokármicas. Quando você gera desordem, desequilíbrio em seu padrão psicoemocional e energético (aura) diante de algo negativo que alguém fez para você, estará entrando em ressonância ou sintonia com ela.

Ciclo vicioso
Em outras palavras, o que eu já expliquei aqui: o ódio desta pessoa que te fez mal continua atuando em você energeticamente e seu ressentimento contra ela abre uma porta de sintonia,emitindo energias negativas que reforçam o seu ódio, que vai e volta indefinidamente num processo de sinergia negativa.
O acoplamento espiritual pode ser chamado de acoplamento consciencial, acoplamento áurico, acoplamento bioenergético, rapport bioenergético, interação áurica ou assimilação simpática.

Acoplamento áurico
Consiste na interfusão de duas ou mais auras que se misturam, trocando energias. Cada integrante ou participante desta fusão pode ler, sentir ou perceber as energias resultantes.
Podemos criar estes acoplamentos consciente ou inconscientemente, como o fazemos em todas as horas e locais diferentes aonde vamos.
Em todo relacionamento há trocas de energia e acoplamentos em diferentes graus de intensidade. Até num rápido bate papo com um estranho há trocas energia, seguindo a regra: quem tem mais doa para quem tem menos, analogamente aos vasos comunicantes que ligam dois recipientes com líquido.
Continuando a linha de raciocínio, o semelhante se atrai, ou seja, energias do mesmo tipo ou mesmo padrão tendem a se agregar. Consciências negativas atraem espíritos negativos, que estimulam ódio, revolta, ignorância e maus sentimentos. Neste caso, os espíritos mentores nada ou pouco podem fazer, pois não conseguem obter ressonância  positiva com a pessoa que desejam proteger. Ela não se permite receber ajuda. Não basta pedir, é preciso saber receber ajuda espiritual, pois nestas situações, mesmo os guias espirituais querendo ajudar não conseguem. Eles podem se afastar temporariamente até que o estado mental da pessoa melhore. Se esta pessoa guarda um grande ódio ou mágoa para o resto da vida, a assistência espiritual a ela estará prejudicada.
Se a pessoa possui seu padrão psicoemocional e energético desequilibrados, os assediadores ou obsessores "acoplam" em sua aura, desvitalizando a pessoa e deixando-a com a aura ainda mais desordenada.
Se a pessoa possui pensamentos, sentimentos e energia positiva, os amparadores acoplam em sua aura doando energias e liberando mais ideias positivas para ela.
As consciências que possuem pensamentos bons (de amor, paz e luz) são rodeadas por espíritos que inspiram boas ideias. Eles orientam, protegem e indicam sempre o caminho do bem. As pessoas que procuram viver em equilíbrio, desenvolvendo o autoconhecimento e a reforma íntima, são peças interdimensionais importantes. Suas energias são utilizadas pelos amparadores para fazer assistência espiritual extrafísica. As pessoas que não vivem em um clima interno sadio e equilibrado, constantemente são vítimas dos assediadores, que as levam para "passear fora do corpo a locais promíscuos, para terem suas energias vampirizadas, de forma que quando acordam estão cansadas e mal dispostas.

Equilíbrio de energias
As energias ou bioenergias são constantemente trocadas por duas ou mais pessoas, que interagem consciente ou inconscientemente. Elas são trocadas por duas pessoas conversando, pelo professor dando aula a seus alunos, pelo casal de namorados, em um grupo de colegas, um par de amigos, pela mãe com seu filho e por inimigos que se odeiam, mesmo à distância.
Entre cada membro do grupo há um acoplamento positivo (sadio) ou não, com troca de energias. É simples de se entender. Quem tem mais doa, quem tem menos recebe. É o princípio dos vasos comunicantes. Imagine duas caixas d'água ligadas por um cano, e neste um registro.
A caixa cheia é o amigo cheio de energia, a caixa vazia é outro com menos energia (ninguém é totalmente vazio) e o registro se abrindo é o momento do encontro. Após algum tempo os níveis da água (das energias) entram em equilíbrio.
De alguma forma, com intensidade e qualidade variáveis, estas trocas de energia acontecem em todos os encontros. Lembre-se : para haver um acoplamento áurico não é necessário estar próximo fisicamente. A distância não existe para a energia, basta um pensamento potencializado por um sentimento ou emoção.
Se emano pensamento de amor no meu dia a dia, em casa, contribui com a paz  no mundo.Se emano pensamentos de raiva, inveja, vingança, revolta, mágoa, frustração e depressão, estas irão reforçar estes sentimentos em outras pessoas mundo afora. Se emano pensamentos positivos, isto é, com base em sentimentos sadios, equilibrados, além de produzi-los e ajudar outras pessoas, recebo esta mesma qualidade de energia em mim, revigorando-me todo dia a todo instante. É uma sinergia positiva: eu motivo a outros e outros me motivam inconscientemente. Caso contrário, será uma sinergia negativa, ou seja, meu ódio aumenta o ódio de outros e o dos outros amplifica o meu, formando um ciclo vicioso.
A primeira coisa que um bom espiritualista deve fazer é uma reforma íntima e silenciosa.
O karma é uma lei que não é considerada pela física humana. As leis só se transformam em leis da física quando esta as estuda e posteriormente as entende. Independentemente disso, o karma é uma lei que administra a nossa vida todos os dias.
Um dia a Ciência terá desvendado estes processos - quando tiver amadurecido, consciente e preparada, sem medo de estudar algo relativo, que é novo e estranho como ciência.
Quando o preconceito e a ignorância religiosa permitirem ao homem pensar com lucidez, nós descobriremos a verdade e a verdade nos libertará. São leis cósmicas, e entendendo-as melhor poderemos agir melhor, criando uma sociedade mais humanitária e feliz.
Quantas pessoas sofrem! Quantas crises íntimas acontecem pelo mundo. Pessoas muitas vezes cercadas de pessoas, mas totalmente sós. A falta de amor, carinho e compreensão são os responsáveis pelas infelicidades de modo geral. Isto é a falta de espiritualidade.
Nunca se resolverão as crises nos países, as guerras ou a fome sem amor na consciência e no coração. Não adianta encher o mundo de hospitais, creches, ONGs, entidades beneficentes e fundações sem uma mudança radical nos sentimentos e consciência do espírito humano.
"A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória."

Dalton Campos Roque é escritor e
pesquisador espiritualista.



sábado, 23 de agosto de 2014

Assédio espiritual e tranformação

É muito importante entendermos que nos casos de obsessão ou assédio, sempre há sintonia psicoemocional entre os envolvidos.
Para que um espírito possa influenciar alguém, transmitindo-lhe ideias ou induzindo essa pessoa a se comportar de determinada maneira, a semelhança de pensamento e sentimentos (no caso, emoções) entre ambos é fundamental. A pessoa até pode sentir a energia desequilibrada de um espírito atingi-la ( e se proteger disso), mas para que o assédio ou obsessão se estabeleça de fato, o desencarnado irá reforçar uma ideia ou emoção que o assediado tenha. Ou seja, a raiz do problema está na " vítima"!
Portanto, todo trabalho de desobsessão deve vir acompanhado por um tratamento de orientação psicoemocional, com base nos princípios do Espiritismo (no caso do tratamento ser em um centro espírita). Muitas vezes, é fundamental também uma orientação psicológica profissional, pois os ensinamentos do Evangelho são um código moral-espiritual e não um tratamento psicológico. Cada área deve cuidar dos seus limites, sendo que o paciente, sim, deve buscar um tratamento integral.
Outra questão importante é entender que a obsessão apresenta graus variados, que vão da simples influenciação - assédio energético (vampirismo)- à subjugação (mais raro). Vejamos:
"Entre os escolhos que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque na primeira linha a obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança. A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação." - Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XXIII.
Assédios são muito mais comuns que as obsessões mais complexas, propriamente ditas. Por exemplo: Um sujeito tem tendência para usar a bebida alcoólica como fuga psicológica das dificuldades que enfrenta. Ele passa na frente de um bar, vê a bebida, pensa no ato de beber e sente o desejo, pois imagina que ao beber sua angústia será amenizada. Este sujeito pode até tentar mudar o rumo dos pensamentos, passar direto... mas, alguns espíritos na mesma carência por álcool, atraídos por sua psicosfera ( a aura, formada pelo que sentimos e pensamos), passarão a induzir a " vítima", num processo de simbiose, que no início pode ser mais sutil, mas que irá se fortalecer conforme o encarnado for se permitindo alimentar os pensamentos e emoções induzidos. Então, o que era um pequeno desejo passa a se tornar algo irresistível. Inevitavelmente, esta pessoa irá voltar a beber, cedo ou tarde, se o processo persistir.
A maneira como um assédio deste tipo ocorre varia... Escreverei mais sobre isso futuramente. Mas, somos nós os principais responsáveis pelo direcionamento de nossas vidas.
Assuma o controle! Busque auxílio espiritual e orientação profissional. Faça as escolhas e mudanças necessárias em sua vida, para não ficar o tempo todo em uma auto-obsessão. Autoconhecimento e reforma íntima são o caminho para a sabedoria. Paz e amor!

Por Victor Rebelo

terça-feira, 22 de julho de 2014

A influência do perispírito na saúde

Também conhecido como corpo espiritual, astral ou psicossoma, este corpo sutil pode ser o responsável por inúmeras doenças. Entenda o porquê

Matéria de capa / Por Marco Tulio Michalik

Inicialmente, para entendermos o que é perispírito, vamos descrever a resposta que os espíritos deram a Allan Kardec, em o Livros dos Espíritos, questão 93: "O Espírito é envolto por uma substância que para ti, é vaporosa, mas ainda bastante grosseira para nós; no entanto, vaporosa o suficiente para que possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser". Então, quando encarnados, possuímos o perispírito e o corpo. Quando desencarnamos, o perispírito passa a ser o corpo mais denso pelo qual a consciência se manifesta. No entanto, o perispírito pode assumir padrões cada vez mais sutis, conforme o espírito evolui.
Conforme outras doutrinas espiritualistas, a consciência também se manifesta por meio de um corpo mental e outros "corpos" mais sutis.
Mas, nos atendo somente nas informações contidas em  O Livro dos Espíritos, podemos relacionar alguns pontos de vital importância:
- O Espírito é o princípio ou ser inteligente da obra da Criação.
- Os espíritos estão envoltos ou revestidos por um envoltório fluídico, denominado perispírito, que faz a ponte entre o corpo físico e o espírito, quando estamos encarnados.
- O perispírito é composto de elementos extraídos do fluido cósmico universal, que estão presentes em toda parte.
- O grau de elevação moral do espírito determina o grau de depuração ou eterização do perispírito.
-Portanto, cada espírito possui perispírito condizente e relacionado com o seu grau de elevação moral. Desse modo,conserva o mesmo grau de densidade, enquanto o Espírito não se melhorar moralmente.
-Isso explica por que os espíritos inferiores possuem perispírito de natureza mais grosseira, cuja constituição, a partir dos elementos do fluido cósmico universal, assemelha-se à matéria densa do meio em que se encontra, compatível ao seu grau de depuração moral.
-Explica também por que os espíritos superiores têm perispírito mais etéreo, mais sutil, leve, brilhante ou resplandecente.
- Assim, quando um espírito superior adentra regiões inferiores, ele precisa adensar o perispírito com os elementos fluídicos mais grosseiros, próprios desse mundo inferior, para poder ser percebido e atuar nesse mundo.
Dessa maneira, o envoltório fluídico do espírito é o instrumento que lhe permite estar em contato com a matéria, agir sobre ela e dela receber as impressões e sensações físicas.

Causas das doenças
Uma situação que sempre me intrigou é a questão das doenças, ou seja, como são originadas, qual a explicação? Nesta linha de raciocínio resolvi pesquisar o assunto para melhor entender o que se passa quando o espírito exterioriza seus sentimentos, refletindo pesadamente contra o perispírito e, consequentemente, contra o corpo.
Na Revista Espírita de fevereiro de 1867, capítulo " As Três Causas Principais das Doenças", podemos entender que: "Se a doença ou a desordem orgânica, como se queira chamar, procede do corpo, os medicamentos materiais, sabiamente empregados, bastarão para restabelecer a harmonia geral. Se a perturbação vier do perispírito, se for uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se ache alterado, será preciso uma medicação em relação com a natureza do órgão perturbado, para que as funções possam retomar seu estado normal. Se a doença proceder do espírito, não se poderá empregar, para a combater, outra coisa senão uma medicação espiritual. Se, enfim, como é o caso mais geral e, pode-se mesmo dizer, o que se apresenta exclusivamente, se a doença procede do corpo, do perispírito e do espírito, será preciso que a medicação combata ao mesmo tempo todas as causas da desordem por meios diversos, para obter a cura. Ora, que fazem geralmente os médicos? Cuidam do corpo e o curam; mas curam a doença? Não.Por quê? Porque sendo o perispírito um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá torna-se a causa em relação a esta e, se for entravado, os órgãos materiais, que se acham em relação com ele, serão igualmente atingidos na sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruireis o efeito; contudo, residindo a causa no perispírito, a doença voltará novamente quando os cuidados cessarem, até que se perceba que é preciso dirigir alhures a atenção, tratando fluidicamente o pincípio fluídico mórbido. Se, enfim, a doença procede da mente, do espírito, o perispírito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem será cuidando de um nem de outro que se fará desaparecer a causa."
Ou seja, quando o perispírito provocar doença no corpo, pode se tratar por meio de passes, água fluidificada, livros e palestras edificantes, músicas tranquilizantes que elevam a alma... Agora quando o problema está no espírito então somente o autoconhecimento e a mudança de comportamento poderá ajudar a criatura, mantendo a fé e a esperança, além da resignação.
André Luiz também discorreu sobre este assunto, tanto o perispírito gerando doença como saúde no corpo. Em Obreiros da Vida Eterna, psicografia de Chico Xavier, ele diz: " A verdadeira localização dos distúrbios nervosos, muito raramente se verifica no campo biológico vulgar, mas quase que invariavelmente no corpo perispiritual preexistente, portador de sérias perturbações congênitas, em virtude das deficiências de natureza moral, cultivadas com desvairado apego, pelo reencarnante, nas existências transcorridas."
Na obra Entre a Terra e o Céu, André Luiz explica como a espiritualidade pode ajudar no tratamento: "Atuando nos centros do perispírito, por vezes efetuamos alterações profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se fixam no corpo somático, de maneira gradativa. Grandes males são assim corrigidos, enormes renovações são assim realizadas". E complementa o assunto escrevendo que "O corpo f´sico é mantido pelo corpo espiritual, a cujos moldes se ajusta e, desse modo, a influência sobre o organismo sutil é decisiva para o envoltório de carne, em que a mente se manifesta."
Há um ditado que diz "mente sã, corpo são. É a pura verdade.
Se não estivermos bem conosco, como poderemos emitir bons pensamentos e atrair fluidos purificadores para nos harmonizar? Quando a mente só atrai pensamentos nocivos, somos atingidos de forma crucial e isso reflete em nosso bem-estar. Por isso, muitas pessoas vão ao médico, fazem exames e nada é diagnosticado por que o problema não é do corpo, mas da alma.

Deformação do perispírito
Outra particularidade que sempre me instigou é a deformação do perispírito por entidades inferiores. Como se procede? O porquê deste distúrbio? André Luiz cita no livro Libertação, psicografia de Chico Xavier, um caso espetacular onde uma mulher muito bonita lhe chama a atenção por estar bem vestida, maquiada e penteada... possuía até jóias discretas. Porém, ao examinar cuidadosamente o corpo e a alma daquela senhora, observou um halo escuro que lhe denunciava a posição de inferioridade. Foi no momento do sono que seu perispírito deixou o corpo físico, denotando a sua condição espiritual, que parecia a de uma bruxa.
André Luiz lembrou-se do livro de Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray -, que originou uma película com o mesmo título, na qual o proprietário de um quadro cuja pintura é seu rosto, se alterava gradativamente a cada maldade praticada por ele, a ponto de ter que esconder o quadro no sótão para que as pessoas não percebessem a alteração monstruosa que adquiria o retrato. Um espírito amigo que acompanhava o médico desencarnado, explicou:
"Sim, meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou. O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo espíritos angélicos, de celestial formosura."
Esta explicação é essencial para compreendermos que a modelação do perispírito será conforme os atos que praticamos na vida terrena. O espírito muitas vezes se revolta num sentimento que irá refletir no perispírito aquela agonia, que "bombardeia" o corpo com aquele sentimento nocivo. Por isso, quando a raiva cessa, o corpo fica bastante abalado, inclusive originando um mal-estar que pode demorar a passar. Somente com uma nova postura conseguimos harmonizar o corpo novamente.
Sendo assim, vale refletir sobre este estudo aqui exposto para que possamos nos esforçar para sermos pessoas melhores e emanar sobre nosso perispírito boas vibrações, porque depende somente de nós esta transformação.

Quebra energética
Por Adriana Splendore
Freud, o pai da psicanálise, em seus estudos sobre nossas emoções, em particular, as crises de histeria. Nelas, os pacientes apresentavam os sintomas da doença como uma manifestação da energia emocional que não era descarregada, pois estava reprimida durante muito tempo e, assim, era associada a possíveis traumas psíquicos que revelam desejos e intenções presentes no inconsciente.
Sabemos que muitas pessoas enfrentam dificuldades em procurar ajuda nesses momentos porque têm medo de encarar suas fragilidades, de ter de encarar as possíveis mudanças necessárias na sua vida, de admitir suas carências. Por mais que se sintam infelizes, se fecham numa concha protetora enquanto tudo a sua volta está desmoronando, sem forças para tomarem uma atitude. Agindo assim, a pessoa se desliga de forças harmonizadoras, vibrações, fluxos de energia que poderiam contribuir para sua saúde e bem-estar.
Na visão das terapias vibracionais (terapia floral, acupuntura, homeopatia, reiki, cura prânica, tchi kun, cristais, passes magnéticos, etc.), ao reprimirmos os nossos sentimentos, criamos em nosso campo bioenergético vários desequilíbrios, nossa energia fica estagnada e, assim, vão sobrecarregando nossos canais energéticos (os meridianos da acupuntura e os chakras) bloqueando o livre fluxo de nossa energia vital, gerando desordens físicas e psíquicas.
O ser humano é um todo, composto de corpo e alma, formando uma unidade, e os meridianos são o principal contato entre o perispírito e o físico. Precisamos cada vez mais nos conscientizar que um desequilíbrio no sistema energético pode produzir sintomas patológicos que se manifestam nos planos físicos, emocional, mental e espiritual.